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� � EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO U R G E N T E ! P E D I D O D E T U T E L A A N T E C I P A D A R E C U R S A L ! Recurso à Distribuir ________________________________________, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da cédula de identidade R.G. nº ____________________ e inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Física CPF/MF sob nº ______________________, residente e domiciliada na ___________________________________, não se conformando, data venia, com a r. decisão que indeferiu a justiça gratuita, proferida nos autos da ação declaratória de revisão de cláusula contratual (processo nº ____________________________ em trâmite perante à ___ª Vara Cível do Foro ______________________) que a parte Autora é Agravante, sendo parte Ré e agravada a __________________________________, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ/MF sob nº _____________________________, com sede na ___________________________________ – São Paulo/SP, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 1.015 e artigo 932, ambos do Código de Processo Civil e demais disposições legais aplicáveis, interpor o presente AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA pelas razões de fato e de direito que constam na minuta anexa. Razões do Agravo de Instrumento (Justiça Gratuita) Agravante: _______________________________ Advogada: ___________________________, inscrito na OAB/SP sob nº _____________, com escritório na ____________________________________ Agravada: ________________________________ Advogado: sem advogado, eis que ainda não citada! Peças que Instruem o Agravo (só se o processo de origem for físico) Vide o artigo 1.017 ESCLARECIMENTO DO CASO A parte Agravante celebrou contrato de financiamento/arrendamento com o Agravado. Desejando adequar o contrato à legislação e construção jurisprudencial, entendeu por bem promover ação judicial para discutir algumas cláusulas do contrato, que no seu entender estão discrepantes com a lei e orientação jurisprudencial. É importante que se registre, dado o objeto do presente agravo, que houve pedido de justiça gratuita ao Juízo a quo, ocasião em que se apresentou declaração de pobreza, firmado nos termos do artigo 99, parágrafo terceiro, do Novo CPC. Além de indeferir a tutela antecipada, houve também o indeferimento da justiça gratuita. Entretanto, a natureza da causa principal revela o estado de “empobrecimento” da parte Agravante, pois se socorreu de crédito bancário, já que sem dinheiro para comprar à vista e com dificuldade financeira de suportar o ônus do contrato por questão que deflagra incontáveis abusividades. Ainda, nunca é demais ressaltar que o artigo 99, parágrafo terceiro, do Novo CPC consagra que a declaração deve SER PRESUMIDA COMO VERDADEIRA. In casu, presumiu-se que é falsa! Ademais, no que diz respeito ao indeferimento da tutela antecipada, frise-se que dentre as cláusulas contratuais que pretende discutir, a PARTE CONTROVERTEU a cobrança de juros sobre juros na composição das parcelas (vide petição inicial). O sistema de amortização, é importante registrar, NÃO CONSTA INFORMADO CLARAMENTE NO CONTRATO, violando-se a regra do artigo 6º, inciso III, do CDC. A constatação foi feita por expert particular. O valor da parcela contratada é de R$____________. Todavia, pelo regime de juros simples, deveria ser de R$______________________. Logo, O VALOR INCONTROVERSO é aquele que a parte pretende pagar sem discutir, ou seja, o valor de R$ (informar o valor com juros simples apontado no laudo). Postulou-se tutela antecipada para depósito em juízo do valor incontroverso, com afastamento da mora. DA DECISÃO RECORRIDA Não obstante os esclarecimentos prestados e a própria natureza da causa, o fato é que houve o indeferimento da justiça gratuita (decisão agravada)... Postulou-se, ainda, o deferimento dos depósitos incontroversos, com lastro no regime de juros simples (MATÉRIA CONTROVERSA). Na mesma decisão recorrida, HOUVE O INDEFERIMENTO DO PEDIDO, sob o fundamento de que o contrato é, em linhas gerais, um ato jurídico perfeito. Referida decisão resta desacertada, eis que não reflete o direito da parte e descola, por absoluto, da finalidade do próprio benefício requerido. DAS RAZÕES DE REFORMA Nobres Desembargadores, como se vê pela leitura da petição inicial, o fato é que o veículo automotor adquirido pela parte Autora ora Agravante não foi com recursos próprios, pois obviamente ela não dispõe de meios financeiros para tal fim. Logo, não parece razoável que a parte Agravante se veja cerceada no seu direito de acesso ao Poder Judiciário, verdadeira garantia constitucional, simplesmente porque adquiriu, de forma financiada e com parcelas a perder de vista, um veículo particular demasiadamente popular. Ou seja, a condição de hipossuficiência da parte Agravante é revelada pelas próprias circunstâncias do caso e DEVE SER PRESUMIDA A LUZ DO PARÁGRAFO TERCEIRO, DO ARTIGO 99, DO NOVO CPC. Sua situação financeira é refletida pelo próprio objeto da causa principal, que é rever algumas cláusulas do contrato de financiamento, justamente porque, além de ilegais, estão onerando demasiadamente a parte Agravante e prejudicando, inclusive, sua própria saúde financeira. E nem se diga que a Constituição Federal não recepcionou essa regra, pois exige a prova de hipossuficiência, já que a garantida constitucional diz respeito A ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA (trabalho desempenhados pelas Defensorias Públicas dos estados) e não ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA (garantia de isenção de custas e despesas processuais). Ou seja, a Constituição Federal garante aos que comprovarem a condição de hipossuficiência, a prestação de ASSISTÊNCIA JURÍDICA INTEGRAL E GRATUITA, por meio das defensorias públicas dos estados e da união (artigo 5º, inciso LXXIV da CF). Por outro lado, O Novo CPC garante, POR MERA DECLARAÇÃO FIRMADA NOS AUTOS, a garantia de ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA, com isenção de despesas processuais e taxas (artigo 99 da lei 13.105/15). Logo, as regras supramencionadas se complementam e não se confrontam como tentam, equivocadamente, crer alguns juristas. Assim, em suma, é de rigor a concessão à arte Agravante da assistência judiciária nos autos principais. Outro ponto da decisão interlocutória recorrida que merece ser atacado, é o que INDEFERIU A TUTELA ANTECIPADA PARA DEPÓSITO DO VALOR INCONTROVERSO. Referida decisão resta desacertada, eis que não reflete a atual conjuntura processual vigente no ordenamento brasileiro. Vejamos! Nobres Desembargadores, A PRIORI, faz-se necessário o esclarecimento do que é “incontroverso”. Nas lições do RESPEITABILÍSSIMO Aurélio (Dicionário da Lingua Portuguesa) incontroverso é o mesmo que: manso; o que não possui conflito. Ou seja, outra conclusão não há, senão a de que OS VALORES PREVISTOS NO CONTRATO E GUERREADOS NA PRESENTE LIDE SÃO CONTROVERSOS, eis que objeto de resistência pela parte Autora ora agravante. INCONTROVERSO É O VALOR QUE A PARTE AUTORA CONCORDA EM PAGAR VOLUNTARIAMENTE, qual seja, o apontado pelo perito com base no regime de juros simples – sem anatocismo! O art. 330, parágrafo segundo, do Novo CPC preceitua que a parte deverá QUANTIFICAR O VALOR INCONTROVERSO, ou seja, sinalizando de forma inequívoca que o incontroverso é aquilo que a parte entende como devido e não o constante no contrato, até porque, se fosse o valor do contrato, a parte não precisaria quantificar, pois já declarado no negócio! O parágrafo terceiro do vigente artigo 330 do Novo CPC DETERMINA QUE A PARTE PAGUE O VALOR INCONTROVERSO, mas NO TEMPO e FORMA CONTRATADOS. Ou seja, É IMPOSIÇÃO DA LEI QUE OCORRA O PAGAMENTO DO VALOR INCONTROVERSO, muito embora nada tenha sido tratado no que tocaa obvia resistência dos Bancos em receber tal quantia (no tempo e modo de pagamento previsto no contrato). Assim, diante da inconsistência da lei nesse sentido (impossibilidade de pagamento do incontroverso na forma prevista no contrato – boleto emitido pelo credor), deve o Judiciário, por equidade e apego ao Decreto 4657/42, AUTORIZAR O DEPÓSITO EM JUÍZO DO INCONTROVERSO, adequando o verdadeiro espírito da lei. Por fim, diante da previsão legal processual, resta demonstrado o desacerto da decisão recorrida, devendo esta Corte de Justiça, autorizar, já em sede de tutela antecipada recursal, que a parte Agravante possa consignar em Juízo o valor incontroverso, segundo o método GAUSS, por conta do comando processual estabelecido no artigo 330, parágrafo terceiro, do Novo CPC, sem que, para tanto, seja considerada inadimplente e/ou em mora a parte Autora. CONCLUSÃO Por todo o exposto, requer-se que esta respeitável Corte de Justiça: a) CONCEDA TUTELA ANTECIPADA AO PRESENTE AGRAVO DE INSTRUMENTO, nos termos do artigo 932 do Novo Código de Processo Civil, de modo a evitar dano irreparável a parte Agravante, concedendo-lhe a justiça gratuita e determinando que o Juízo de primeiro grau aceite o depósito do valor incontroverso como forma de afastar a mora; b) CONHEÇA E DÊ PROVIMENTO AO PRESENTE RECURSO PARA REFORMAR A DECISÃO INTERLOCUTÓRIA AGRAVADA, PARA O FIM DE TORNAR DFINITIVA A TUTELA ANTECIPADA ACIMA REQUERIDA; c) a intimação da parte Agravada, no endereço declinado na qualificação do agravo, para querendo, apresentar resposta ao presente recurso dentro do prazo legal. ______________, ____ de _________________ de 20___ ________________________________________________ Advogada OAB/SP __________________ �PAGE � �PAGE �4�
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