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CONTROLE MOTOR NA MEDULA ESPINAL O reflexo pode ser definido como uma resposta motora ou secretória do nosso organismo, independente da nossa vontade, provocada por um determinado estímulo, como por exemplo a retirada imediata da mão de uma panela muito quente. Desta maneira, o reflexo será uma reposta involuntária do organismo a um determinado estímulo (dor, estiramento, aumento da intensidade luminosa, etc). Organização da Medula Espinal O arco reflexo é um circuito funcional envolvendo órgão sensorial, neurônios de associação do sistema nervoso central e um órgão efetuador. Os reflexos podem ser classificados pelo número de neurônios que participam na via reflexa: 1. Reflexos monossinápticos: são movimentos que dependem de apenas uma conexão sináptica, por exemplo, o reflexo patelar. 2. Reflexos polissinápticos: apresenta mais de uma sinapse. Eles servem, por exemplo, para poupar os músculos de tensões excessivas que podem lesar os ligamentos com os ossos (tendões). RECEPTORES PROPRIOCEPTIVOS MUSCULARES Motoneurônios α recebem a informação trazida pelos proprioceptores e realizam ajustes automáticos, reflexos necessários. As unidades ordenadoras (os motonêuronios) recebem as informações acerca da tensão e da variação do comprimento das fibras musculares. 1. Fusos musculares: são receptores que detectam variações sobre o comprimento do músculo e suas modificações. Estão dispostos paralelamente entre as fibras contrateis extrafusais do músculo. Cada fuso consiste em uma capsula de tecido conectivo que engloba um grupo de pequenas fibras musculares conhecidas como fibras intrafusais, estas são modificadas de modo que as suas extremidades são contrateis, e a região central não. As extremidades contrateis das fibras intrafusais tem sua própria inervação via neurônios motores gama. A região central de cada fibra intrafusal é envolvida por terminações nervosas sensoriais que são estimuladas pelo estiramento. Esses neurônios sensoriais se projetam para a medula espinal e fazem sinapse diretamente com os motoneurônios α que inervam o músculo no qual os fusos estão. Tônus muscular Quando um músculo está no seu comprimento de repouso, a região central de cada fuso muscular está estirada o suficiente para ativar as fibras sensoriais. Como resultado, os neurônios sensoriais dos fusos são tonicamente ativos, enviando uma série continua de potenciais de ação para o SNC. Por causa desta atividade tônica, mesmo um músculo em repouso mantém um certo nível de tensão, conhecido como tônus muscular. O que ocorre com os neurônios sensitivos quando são estirados? Os fusos musculares estão ancorados em paralelo as fibras musculares extrafusais. Qualquer movimento que aumenta o comprimento do músculo também estira os fusos musculares, fazendo com que suas fibras sensoriais disparem com maior frequência. Isto gera uma contração reflexa do músculo, que impede o dano devido ao superestiramento. A via reflexa pela qual o estiramento muscular inicia uma resposta de contração é conhecida como reflexo de estiramento. Tipos de fibras aferentes do fuso muscular a. Fibras aferentes ânulo-espirais ou terminação primária: ativação do receptor ânulo-espiral, ou seja, estiramento da fibra intrafusal; são sensíveis a velocidade de variação do comprimento do músculo. b. Fibras aferentes em buquê ou terminação secundária: aumenta gradualmente com o estiramento do músculo, reflete essencialmente o comprimento estático do músculo. 2. Órgão tendinoso de Golgi: estes receptores são encontrados entre os tendões e as fibras musculares e respondem principalmente a tensão que um músculo desenvolve durante uma contração isométrica, e causam um relaxamento reflexo. O estimulo aferente proveniente da ativação do órgão tendinoso de Golgi estimula os interneurônios inibitórios na medula espinal. Os interneurônios inibem os motoneurônios α que inervam o músculo, e a contração muscular diminui ou cessa. Em outras circunstancias, os órgãos tendinosos de Golgi impedem a contração excessiva que poderia causar lesão muscular. Coativação alfa-gama Consiste na excitação dos motoneurônios alfa e gama ao mesmo tempo. Essa coativação mantém o fuso estirado quando o músculo se contrai. Sem motoneurônios gama, a contração do músculo diminui a frequência do disparo do fuso. REFLEXOS MEDULARES 1. Reflexo miotático O martelo atinge o tendão do músculo quadríceps e causa estiramento passivo tanto das fibras extrafusais e das fibras intrafusais (fusos musculares). As fibras aferentes Ia levam as informações para o sistema da coluna posterior mas através de colaterais excitam os motoneurônios α homônimos. Resultado: contração reflexa (extensão da perna). 2. Reflexo miotático inverso Durante a contração das fibras extrafusais além da coativação alfa-gama nos fusos, os órgãos tendinosos de Golgi também são estimulados. As fibras aferentes Ib disparam potencial de ação e as informações são levadas pelo sistema da coluna posterior, mas através de colaterais excitam os interneurônios inibitórios que fazem sinapse com os motoneurônios α em franca atividade. Resultado: relaxamento do músculo. 3. Reflexo flexor ou flexor de retirada Reflexo polissináptico de grande importância adaptativa organizado pela medula em resposta a estímulos de outra natureza que não seja o estiramento do músculo cujo estímulo é cutâneo nociceptivo e a resposta é a flexão do membro afetado. As fibras aferentes nociceptivas (dor rápida), através de interneurônio excitatório, estimulam os neurônios motores flexores causando a contração dos músculos flexores do membro afetado do mesmo lado. Função: Proteção contra estímulos nociceptivos. Obs: Integração entre os dois lados do corpo
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