Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Samara Pires- MED25 �siologi� Funções motoras da medula espinal ● Substância cinzenta da medula → área integrativa para reflexos espinais. Sinais sensoriais entram na medula por meio das raízes dorsais → um ramo termina na substância cinzenta e provoca reflexos espinais segmentares locais e outro emite sinais para níveis superiores do sistema nervoso central. 1. Neurônios motores anteriores ● Localizados em cada segmento dos cornos anteriores da substância cinzenta da medula. ● Inervam as fibras musculares esqueléticas (saem pelas raízes ventrais). ● Neurônio motor alfa: dá origem às fibras nervosas grandes que têm várias ramificações, inervando grandes fibras musculares esqueléticas na unidade motora. ● Neurônio motor gama: são menores que os neurônios motores alfa em diâmetro e inervam pequenas fibras musculares esqueléticas especiais, as fibras intrafusais, que estão no centro do fuso muscular e auxiliam no tônus. 2. Interneurônios ● Estão em toda a substância cinzenta; ● Fazem interconexões entre si e fazem sinapse com neurônios motores anteriores; ● Geralmente, os sinais sensitivos (aferentes) que vêm dos nervos espinais terminam nos interneurônios, onde são processados. Obs.: mais da metade das fibras nervosas ascendentes e descendentes da medula espinal trafegam de um segmento a outro, o que é importante para promover os reflexos multissegmentares. 3. Fuso muscular ● Receptor sensorial que envia informações para o sistema nervoso central acerca do comprimento do músculo ou da velocidade de variação de seu comprimento. Como as informações são enviadas? A excitação gama dos fusos musculares que provoca estiramento do músculo aumenta a frequência dos impulsos nervosos sensoriais, enquanto o encurtamento do fuso reduz tal frequência. Assim, por causa desses impulsos, podem ser enviados sinais positivos ou negativos para a medula espinhal, mostrando, respectivamente, que o músculo está estirando ou encurtando. Samara Pires- MED25 ● Constituição: 3 a 12 fibras intrafusais muito delgadas e pontiagudas nas extremidades e ligadas às fibras extrafusais. As fibras intrafusais são fibras musculares esqueléticas muito pequenas que quase não têm filamentos de actina e de miosina na região central (que é a região receptora), por isso não se contraem quando as extremidades se contraem, quando excitadas pelas fibras nervosas motoras gama (ou fibras eferentes gama) originadas dos neurônios motores gama. Já as fibras eferentes alfa inervam os músculos esqueléticos extrafusais. Para relembrar: Fibras eferentes gama → inervam as extremidades das fibras intrafusais. Fibras eferentes alfa (grandes) → inervam os músculos esqueléticos extrafusais. ● Formas de estímulo da porção central (receptora) do fuso muscular: estiramento do receptor por meio do aumento do comprimento do músculo e contração das regiões terminais das fibras intrafusais do fuso. - Receptores primários: fibra nervosa sensorial envolve a parte central da fibra intrafusal. Ela é do tipo Ia e transmite sinais para a medula espinal. Geralmente, são excitadas por fibras intrafusais de saco nuclear e de cadeia nuclear.; - Receptores secundários: fibras do tipo II menores que inervam a região receptora e constituem o chamado receptor aferente (sensitivo) secundário, podendo envolver as fibras intrafusais como as do tipo Ia ou se espalhar como os ramos de um arbusto. Geralmente, são excitadas somente pelas fibras com cadeia nuclear. ● Classificação das fibras intrafusais: - Fibras musculares com saco nuclear: os núcleos da fibra muscular estão reunidos em “sacos”. - Fibras com cadeia nuclear: os núcleos são alinhados em cadeia. Samara Pires- MED25 ● Resposta estática das terminações primária e secundária: ocorre quando a região receptora do fuso muscular é estirada lentamente, pois as terminações continuam a transmitir o impulso por pelo menos vários minutos se o fuso permanecer estirado. ● Resposta dinâmica da terminação primária: há uma resposta rápida da terminação primária em relação à velocidade de alteração do comprimento do fuso. Somente enquanto o comprimento está aumentando, o receptor primário transmite grande quantidade de impulsos em excesso às fibras sensoriais do tipo Ia. ● Nervos motores gama que inervam fusos musculares - gama-dinâmico (gama-d): excita principalmente as fibras intrafusais com saco nuclear → resposta dinâmica fica muito aumentada e a resposta estática mal se altera. - gama-estático (gama-e): excita principalmente as fibras intrafusais com cadeia nuclear → resposta estática aumenta e resposta dinâmica é pouco influenciada. ● Circuito do reflexo de estiramento - Via monossináptica (menos atraso): fibra nervosa proprioceptiva (sensitiva) Ia entra na raiz dorsal da medula espinal → vai para corno anterior da medula (relacionado à motricidade) → faz sinapse com neurônios motores anteriores → chegam no mesmo músculo de onde a fibra Ia saiu. - Via polissináptica (mais atraso): essa via possui interneurônios na substância cinzenta, que transmitem sinais com retardo. Geralmente, essa via é a das fibras II. ● Classificação dos reflexos de estiramento Samara Pires- MED25 - Dinâmico: reflexo que se opõe às alterações rápidas do comprimento do músculo, isto é, ao rápido encurtamento ou estiramento. Isso faz com que um sinal seja enviado à medula espinal, a fim de produzir uma contração reflexa forte e instantânea ou a redução dessa contração. - Estático: é um reflexo provocado por sinais transmitidos pelas terminações primária e secundária que mantém o grau de contração muscular razoavelmente constante. Tais processos evitam que ocorram sacudidas ou oscilações nas contrações do músculo liso, por exemplo, fazendo com que a contração muscular seja mais ou menos constante, mesmo que os sinais da medula não sejam uniformes e variem em intensidade. ● Coativação dos neurônios motores alfa e gama: sempre que os sinais são transmitidos do córtex motor ou de qualquer outra área do encéfalo para os neurônios motores alfa, na maioria das vezes, os neurônios motores gama são estimulados simultaneamente, fazendo com que tanto as fibras musculoesqueléticas extrafusais como as fibras musculoesqueléticas intrafusais do fuso muscular se contraiam ao mesmo tempo. Isso evita um efeito de reflexo do fuso muscular que se oponha à contração muscular, bem como mantém adequada a função de amortecimento do fuso muscular. ● Abalos musculares: são provocados para determinar a sensibilidade dos reflexos de estiramento. Ocorre ativação do reflexo de estiramento dinâmico. Ex.: reflexo patelar. ● Clônus (oscilações dos abalos musculares): ocorre, por exemplo, no tornozelo, quando uma pessoa está na ponta dos dedos e cai rapidamente para frente. Os músculos gastrocnêmios são estirados, geram impulsos de transmissão de fusos musculares para a medula espinal que excitam o músculo estirado para levantar o corpo novamente. Esse ciclo se repete, pois o reflexo de estiramento é dinâmico e se extingue após fração de segundos, fazendo com que o processo de levantar o corpo acabe. 4. Órgão tendinoso de Golgi ● Transmite informações sobre a tensão do tendão ou sobre a velocidade de alteração da tensão do músculo. ● É um receptor sensorial encapsulado pelo qual passam fibras tendinosas musculares (geralmente de 10 a 15). Ele é estimulado quando tais fibras, organizadas em feixes, são tensionadas pela contração ou estiramento do músculo. ● O órgão tendinoso de Golgi detecta a tensão do músculo refletida no tendão e não uma alteração no seu comprimento, como o fuso muscular faz. Samara Pires- MED25 ● Uma tensão excessiva do músculo estimula os receptores sensitivos no órgão tendinoso de Golgi. Os sinais dos receptores são transmitidos por meio de uma fibra nervosa aferente sensorial que excita um interneurônio inibitório na medula espinal, inibindo a atividade do neurônio motor anterior, provocando relaxamento muscular e protegendo o músculo contra uma tensãoexcessiva. ● Funcionamento do órgão tendinoso de Golgi: fibras nervosas do tipo Ib → transmitem sinais para a medula espinal, para o cerebelo e para o córtex cerebral → o interneurônio inibitório único é excitado e inibe o neurônio motor anterior → músculo é inibido sem afetar os músculos adjacentes. Quando ocorre aumento da tensão no músculo relacionado, o sinal é principalmente inibitório e ocorre um mecanismo de feedback negativo. ● Importância do órgão tendinoso de Golgi: impede o desenvolvimento de tensão excessiva do músculo pela inibição (mecanismo de proteção para prevenir o rompimento do músculo ou a separação do tendão de seus ligamentos ao osso), equaliza a força contrátil entre as fibras musculares, prevenindo a lesão em áreas isoladas do músculo onde um número pequeno de fibras poderia ficar sobrecarregado.
Compartilhar