Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Seminário referente a disciplina de Bioquímica. Erros inatos no metabolismo, doenças metabólicas hereditárias. Introdução São distúrbios de cunho genético, onde comumente se verifica algum defeito enzimático que culmina na interrupção de alguma via metabólica. Suas consequencias podem ser verificadas portanto, na síntese, degradação, armazenamento ou transporte de moléculas no organismo. Categoria 1: engloba as alterações que afetam um único sistema orgânico ou apenas um órgão; Categoria 2: abrange um grupo de doenças cujo defeito bioquímico compromete uma via metabólica comum a diversos órgãos. Grupo I: distúrbios de síntese ou catabolismo de moléculas complexas; Grupo II: erros inatos do metabolismo intermediário que culminam em intoxicação aguda ou crônica; Grupo III: deficiência na produção ou utilização de energia. Síndrome de Fanconi-Bickel Causada por mutação no gene do GLUT2; Acúmulo de glicogênio hepatorrenal; Disfunção tubular renal proximal; Utilização diminuída de glicose e galactose; Acúmulo de glicogênio hepatorrenal Normalmente durante o jejum se libera glicose-6-fosfato pela glicogenólise; O transporte deficiente de glicose na SFB provoca o acúmulo de glicose-6-fosfato na célula; A glicose-6-fosfato é um modulador alostérico positivo da glicogênio sintase; Logo, ao invés de haver glicogenólise, haverá síntese de glicogênio. Consequencias: hepatomegalia e hipoglicemia em jejum. Disfunção Tubular Renal Proximal Túbulopatia renal generalizada e complexa; Aumento da permeabilidade das membranas dos túbulos renais, ocasionando uma reabsorção de solutos menos eficientes; Consequencias: glicosúria, proteinúria, fosfatúria, hipofosfatemia, aminoacidúria, hiperuricemia (fatores osmóticos). Utilização diminuída de glicose e galactose Não é devida a resistência à insulina; Ocorre porque o defeito no transportador diminui a absorção dos monossacarídeos no fígado; Consequencias: hiperglicemia e hipergalactosemia. Doenças do metabolismo do piruvato Problemas relacionados com o metabolismo do piruvato; Deficiência no complexo da piruvato-desidrogenase; Defeito no polipeptídeo E1 do complexo; A deficiência nessa enzima resulta na incapacidade de converter piruvato em acetil-CoA, fazendo com que o piruvato seja desviado para a reação de formação de ácido láctico, via lactato- desidrogenase; Consequencias: problemas principalmente para o encéfalo, que depende do ciclo do ácido cítrico para a produção da maior parte de sua energia e é especialmente sensível à acidose; acidose lática moderada, que causa profundo retardo psicomotor, com lesões no córtex cerebral , nos núcleos da base e no tronco encefálico, levando à morte no início da infância. Obs: O exercício físico pode piorar os sintomas. Por quê? GALACTOSEMIA o Termo de caráter geral o Deficiência de conversão o Atinge órgãos de grande importância Metabolismo normal Como funciona a conversão normal? • Galactose –(GALK)-> galactose-1-fosfato (fosforilação) • galactose-1-fosfato –(UDP-Glicose)-> UDP-galactose + glicose-1- fosfato (reação) • glicose-1-fosfato –(GALT)-> GLICOSE!!! (catalização) Mas o outro produto??? • UDP-galactose –(GALE)-> UDP-Glicose (conversão) voltando ao passo 2! Específicando o caráter geral Deficiencias da galactosemia: Galactosemia do tipo I: Deficiência na GALT. Acúmulo de galactose-1-fosfato impedindo a formação de glicose-1-fosfato que entraria na glicogenólise (degradação do glicogênio) para formar a glicose. É a mais comum dos casos. Galactosemia do tipo II: Deficiência da GALK. A galactose se acumula, vias alternativas, conversão para produtos tóxicos como galactitol (um poliálcool) ou galactonato. Galactosemia do tipo III: Deficiência na GALE. Fase inicial (assimtomática): Nos eritrócitos. Fase severa: Nos eritrócitos e fibroblastos. Nas células do epitélio do cristalino do olho, o acúmulo do galactitol causa um aumento da osmolaridade, o que resulta na retenção de água, além da diminuição da solubilidade das proteínas da lente. Ocasionando, assim, na formação da catarata. O acúmulo anormal de galactose- 1-fosfato causa uma ação sobre a célula hepática, levando à cirrose. Definições GALK – Galactoquinase GALT – Galactose-1-fosfato uridil transferase GALE – UDP-galactose-4-epimerase UDP – Uridil difosfo !!! Doenças no metabolismo da frutose Como componente de frutas e outros vegetais, a frutose é ingerida regularmente com a dieta. Também é sintetizada no organismo a partir da glicose, via sorbitol, e esse processo se relaciona com a manutenção do equilíbrio óxido-redutivo. A frutose é mais conhecida por erros inatos associados ao seu metabolismo que podem ter conseqüências clínicas importantes e também como possível substituta da glicose na dieta dos diabéticos, pelo fato de possuir estrutura química semelhante à da glicose, mas não necessitar da insulina para o seu metabolismo. Entretanto, seus efeitos metabólicos, principalmente os relacionados ao metabolismo lipídico e toda uma rede de metabólitos, são bem menos divulgados. Frutosúria essencial - A frutosúria essencial é uma anomalia sem sintomas ou sinais visíveis. Foi descrita independentemente e simultaneamente por dois pesquisadores, Czapek e Zimmer, em 1876. Acomete predominantemente indivíduos de origem judaica e sua incidência é de 1:120.000. Essa anomalia é transmitida através de herança autossômica recessiva. A frutosúria essencial é resultado da deficiência da enzima frutoquinase, acarretando uma supressão do metabolismo da frutose através da via frutose-1-fosfato, que é a via preferencial. Conseqüentemente, a frutose é parcialmente metabolizada através da conversão em frutose-6-fosfato e parcialmente excretada pela urina32. Os níveis elevados de frutose não acarretam conseqüências metabólicas e os pacientes são assintomáticos. Intolerância hereditária à frutose - A intolerância hereditária à frutose tem como defeito enzimático primário a ausência aldolase B, responsável pela clivagem da frutose-1-fosfato. Todos os sinais e sintomas são decorrentes do acúmulo da frutose-1-fosfato, da diminuição do nível de fósforo inorgânico intracelular, do desarranjo no potencial de fosfato e das inibições enzimáticas secundárias ao acúmulo de frutose-1-fosfato, devido à inibição da fosforilação da frutose pela frutoquinase. Conseqüentemente, há o aumento de frutose no sangue e eliminação pela urina, o bloqueio da atividade da fosforilase e frutose-1,6- difosfato-aldolase, que acarreta diminuição na formação de glicose e de glicogênio, e interrupção da gliconeogênese. Os bloqueios enzimáticos envolvendo a fosforilase e a frutose-1,6- difosfatase explicam o aparecimento da hipoglicemia persistente. Os outros sintomas, como náuseas e vômitos, são explicados pelo acúmulo de frutose-1-fosfato e pelo desarranjo do metabolismo do fosfato e da energia na mucosa intestinal. As alterações promovendo o acúmulo de frutose-1-fosfato e alteração do metabolismo de fosfato provocam, nos rins, perda da capacidade de acidificação urinária e da reabsorção tubular de fosfato pelos túbulos31. Deficiência de frutose 1,6-difosfatase - Os pacientes com deficiência de fruto-se-1,6-difosfatase apresentam episódios graves de hipoglicemia e acidose metabólica no período neonatal ou nos primeiros meses de vida. Tais episódiossão desencadeados pelo jejum prolongado ou infecções febris, e são acompanhados por anorexia e vômitos. Ao contrário dos pacientes com intolerância hereditária à frutose, esses pacientes toleram quantidades normais de frutose e sacarose em suas dietas e não desenvolvem aversão aos alimentos doces. Os achados laboratoriais durante as crises revelam hipoglicemia, com níveis de glicose sangüínea geralmente abaixo de 40mg/dL e acúmulo de ácido láctico até 20mM/L e pH abaixo de 7,1. A alanina, as cetonas e o ácido úrico encontram-se elevados no sangue e na urina, e podem ser detectados também glicerol e glicerol-3- fosfato. Trata-se de doença transmitida geneticamente através de herança autossômica recessiva, atingindo mais meninas do que meninos (1,5:1). Glicogenose Tipo 1, tipo 2, tipo 3. Doença decorrente de erro metabólico hereditário que resulta em anormalidade da concentração e/ou da estrutura do glicogênio em qualquer tecido do organismo. Seus vários tipos dependem do defeito enzimático encontrado. A mais comum das doenças do armazenamento do glicogênio é a Cori do tipo IV, devida a deficiência da fosforilase quinase. Glicose •Chega ao fígado (veia porta) quebra •processo enzimático liberação •da glicose para a circulação sanguínea e para vários órgãos deficiência •de algumas das enzimas => acumula no órgão. GLICOGENOSE TIPO I • Deficiências da G-6-Pase Glicogenose tipo Ia – Glicogenose tipo Ib – Glicogenose tipo Ic – Glicogenose tipo IaSP e tipo Id GLICOGENOSE TIPO I (GSD IA) o Corresponde a 25% das glicogenoses; o Também chamada de doença de Von Gierke; o É uma doença recessivo/ autossômica; o Causada por mutação do gene em homozigose ou heterozigose composta no gene G6PC, que codifica a glicose-6-fosfato; o Não há liberação de glicose pelo fígado. Diagnóstico Características dos pacientes É uma doença de difícil diagnóstico; Pode ser obtido um diagnóstico pré-natal a partir de biópsia de vilo cortical. Pesquisas levam a um diagnóstico molecular não- invasivo substitui a biópsia. Tratamento Dieta A partir do 8º mês de vida Amido de milho cru a cada 4 horas durante o dia e em invervalos de 5 horas a noite Carboidratos complexos: aveia, cevada, arroz, massa e legumes Restrição de leite, frutas e sacarose Em casos mais extremos transplante hepático. GLICOGENOSE TIPO II (GSD2) Conhecida como Doença de Pompe; Autossômica/Recessiva; Causada por mutação heterozigótica/homozigótica composto no gene GAA; O gene GAA é o gene que codifica o ácido α-1,4-glicosidase, no cromossomo 17q25; A α-glicosidade ácida 1,4 (maltose ácida) é uma enzima lisossomal. Características do paciente Coração grande; Língua pode ser alargada; Fraqueza muscular e comprometimento do coração; Na forma infantil é comum cardiomiopatia e hipotonia muscular; Nas formas jovens e adultas envolvimento dos músculos esqueléticos. Diagnóstico Na forma adulta pode ser diagnosticada em fibroblastos de pele cultivados; O diagnóstico pode ser confirmado por testes bioquímicos mostrando a atividade da enzima ausente ou diminuída em células de sangue periférico; Também pode ser obtido o diagnóstico por biópsia muscular. Terapia Dieta rica em proteínas; Dieta em hidratos de Carbono; A terapia de substituição da enzima com a ALGLUCOSIDADE –α tem se mostrado eficiente, particularmente em crianças. GLICOGENOSE TIPO III GLICOGENOSE TIPO III (GSD3) • Conhecida também como Doença de Cori ou Doença de Forbe; • Autossômica recessiva; • Causada por mutação em homozigose ou heterozigose composta no gene AGL, que codifica a enzima Amilo-1,6- glicosidase, no cromossomo 1p21; • Deficiência de glicogênio tanto nos músculos quanto no fígado. Características do paciente o Na infância, apresentam hepatomegalia, hipoglicemia e retardo no crescimento; o A fraqueza muscular é mínima na infância, porém pode se tornar grave em adultos; o Alguns pacientes vêm a desenvolver cardiomiopatia. Diagnóstico o Shen et ai, usou três marcadores polimórficos no gene AGL para análise de ligação de GSD III e mostrou o potencial destes marcadores para a detecção de portadores e de diagnóstico pré-natal. Doenças de depósito de glicogênio: glicogenose TIPO IV: doença de Andersen: Deficiência da expressão da enzima ramificadora de glicogênio, resultando no acúmulo anormal de glicogênio. Atinge nos primeiros 18 meses de vida e os pacientes vivem até os seus 5 anos de idade. Afeta a produção da enzima amilo(alfa-1,4-glucano-6-alfa- glicosiltransferase), causando uma amilopectinose. Os órgãos mais afetados são os fígados e os músculos, pois eles que armazenam o glicogênio. Começam a sofrer cirrose, hepatoesplenomegalia, insuficiência hepática, miopatia e retardo do crescimento. V: doença de McARDLE É causada pela deficiência de miofosforilase. O gene para a miofosforilase localiza-se no cromossoma 11. Doença autossômica recessiva. Os homens são mais afetados que as mulheres. Os pacientes apresentam um elevado teor de glicogênio (entre 2,5 e 4,1%), mas no sangue possui pouco lactato sanguíneo após liberação de adrenalina ou glucagon. Os sintomas são dor e cãibras após os exercícios físicos, mas não apresentam distúrbios hepáticos, musculares ou cardíacos e são normais em outros aspectos. O tratamento é simples, com ingestão de glicose e frutose antes de qualquer exercício, mantendo cuidado com exercícios físicos rigorosos. o Nesta imagem podemos ver o acúmulo de glicogênio na forma de vacúolos subsarcolemais (abaixo da membrana externa da fibra). PO VI: doença de Hers: É uma doença autossômica recessiva. Afeta a enzima fosforilase hepática, relacionada com a quebra do glicogênio, acomete 1 em cada 100.000 pessoas. Devido a falha do funcionamento da enzima, a função do fígado de manter um nível relativamente constante de glicose no sangue fica prejudicada e deste modo a glicose não é liberada corretamente na corrente sanguínea. É considerada uma glicogenose leve. Os sintomas aparecem principalmente durante a infância e são: retardo do crescimento, hipoglicemia leve. E melhoram na adolescência. • Bibliografia • http://www.biomedicinabrasil.com/2012/10/erros-inatos-no-metabolismo-de.html • http://www.unifesp.br/centros/creim/dmh-grupo2.html • http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/rpm/v20n2/v20n2a08.pdf • http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1665- 11462009000200009&lang=pt • http://rcientificas.uninorte.edu.co/index.php/salud/article/viewFile/4210/2589 • http://omim.org/entry/227810 • http://www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/transp_glicose.pdf • http://books.google.com.br/books?id=_2jAg4zTdakC&pg=PA864&lpg=PA864&dq=o+ que+a+sindrome+de+Fanconi+Bickel+faz+na+armazenagem+do+glicog%C3%AAnio& source=bl&ots=ANTNaeoQT4&sig=klydtleni-MbT1XK2CmrwDuHYc8&hl=pt- BR&sa=X&ei=7F0QVPm1GoO6ggSdxoGwDQ&ved=0CD4Q6AEwBQ#v=onepage&q=o %20que%20a%20sindrome%20de%20Fanconi%20Bickel%20faz%20na%20armazenag em%20do%20glicog%C3%AAnio&f=false • http://galactosemia-biobio.blogspot.com.br/ • http://www.scielo.br – Revista de nutrição • http://omim.org/entry/232500 • http://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/705/glicogenoses- doencas-de-armazenamento • http://omim.org/entry/232700 • http://anatpat.unicamp.br/bimacardle.html • http://www.centrodegenomas.com.br/m605/testes_geneticos/doenca_de_armazenamento_de_glicogenio_tipo_v_doenca_de_mcardle Farmácia UNIOESTE – Cascavel/ PR Discentes: Jaqueline Simon, Samuel Zismann, Thomas Oliveira, Tanielly Hellmann e Tatiane Miranda. Prof. Dr. José Luiz da C. Silva. Setembro de 2014.
Compartilhar