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Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares AminoácidosAminoácidos Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Aminoácidos Nutrição Século XIX: produtos contendo Nitrogênio eram essenciais para a sobrevivência dos animais • G. J. Mulder (1839): termo Proteínas – Gr Proteios (Primário) Teoria: Proteínas (e outras substâncias) provenientes de plantas seriam inteiramente incorporadas aos tecidos Concepção errônea, descartada pela elucidação do processo digestivo Proteínas ingeridas são reduzidas a compostos primários menores, contendo aminoácidos. Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Aminoácidos O conteúdo de aminoácidos de uma proteína determina a adequação nutricional: - Algumas proteínas vegetais são pobres em LISINA e animais submetidos à uma dieta sem este aminoácido não sobrevivem Aminoácidos, por conterem Nitrogênio, são essenciais à Vida e são as unidades estruturais das proteínas Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Estrutura dos Aminoácidos Todos as proteínas são compostas por combinações baseadas nos 20 tipos de Aminoácidos-padrão Nem todos as proteínas contém todos os tipos de aminoácidos, mas a maior parte delas contém a maioria dos tipos (senão todos) Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Estrutura dos Aminoácidos ** A única exceção é a PROLINA, que possui um grupo amino secundário (–NH–), mas para manter a uniformidade, ela também é referida como um α-aminoácido Os aminoácidos comuns são denominados de α-aminoácidos, porque possuem um grupo amino primário (–NH2) e um grupo carboxílico (–COOH) ligados ao mesmo átomo de Carbono (carbono α) NH2 COOHCα R H Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Estrutura dos Aminoácidos Os 20 aminoácidos-padrão diferem nas estruturas de suas cadeias laterais (Grupos R) Grupo Amino Grupo R Grupo Ácido Carboxílico Carbono α RR Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Estrutura dos Aminoácidos • O aminoácido mais simples é a GLICINA. Nela, observamos que no lugar do “R” temos apenas um hidrogênio GLICINA GLUTAMINA Grupos R Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Estrutura dos Aminoácidos Alanina (Ala / A) Cisteina (Cys / C) Leucina (Leu / L) Glicina (Gly / G) Ácido aspártico (Asp / D) Asparagina (Asn / N) Ácido glutâmico (Glu / E) Bioquímica I – Prof. Dr. Marcelo Soares Os ácidos são definidos como compostos que podem reversivelmente perder prótons para a solução. “Revisãozinha Amiga” : Química Básica - Ácidos • O pKa (Equilíbrio de Dissociação) representa o pH abaixo do qual o ácido não pode mais perder prótons. • Ácidos fortes como o HCl podem liberar prótons mesmo em valores de pH muito baixos (i.e. têm pKa baixo) Ácidos fracos só conseguem liberar prótons quando o valor do pH é relativamente alto (ou seja, quando a concentração de prótons livres é mais baixa). Bioquímica I – Prof. Dr. Marcelo Soares • A maioria dos ácidos biológicos são ácidos mais fracos que o HCl. A principal classe de ácidos biológicos é a dos Ácidos Carboxílicos “Revisãozinha Amiga” : Química Básica - Ácidos Ácidos Carboxílicos se dissociam mais facilmente do que a água, devido a presença de dois átomos eletronegativos de oxigênio. • A convenção é identificar o pH no qual o ácido está semi- dissociado ou seja, metade protonado e metade desprotonado • Este valor de pH é definido como o pKa do ácido em questão Bioquímica I – Prof. Dr. Marcelo Soares Exemplo: “Revisãozinha Amiga” : Química Básica - Ácidos CH3COO (ácido acético) + H+ pKa = 4,8 - Isso siginifica que em pH = 4,8, metade das moléculas estão ionizadas (acetato) e metade não está (ácido acético). - Quanto mais forte o ácido, menor é o seu pKa. CH3COO- (íon acetato) Bioquímica I – Prof. Dr. Marcelo Soares Ao contrário dos ácidos, as bases são capazes de absorver prótons da solução e, por isso, têm carga (+1) na forma protonada e são neutras na forma desprotonada. “Revisãozinha Amiga” : Química Básica - Bases • A base fraca mais comum em um organismo biológico é o grupo amino (R-NH2). • A despeito das diferenças entre ácidos e bases, o pKa também pode ser usado para quantificar a força relativa das bases. Bioquímica I – Prof. Dr. Marcelo Soares • Enquanto os valores de pKa dos ácidos são geralmente menores do que 7,0; os valores de pKa das bases são normalmente maiores do que 7,0. “Revisãozinha Amiga” : Química Básica - Bases • Por exemplo, a Etanolamina tem um pKa de 9,5, e portanto está semi-protonada (carga +1/2) quando o pH é 9,5 • Uma importante exceção a essa regra é o aminoácido HISTIDINA, que é uma base mas tem um pKa próximo a 6,0. Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Propriedades Gerais Os Grupos Amino e Carboxílico dos aminoácidos têm grande tendência de se ionizar Os valores de pK dos grupos α-carboxílicos situam-se em uma pequena faixa ao redor de 2,2, ao passo que os valores de pK dos grupos α-aminos estão próximos de 9,4 • Em pH fisiológico (≈7,4) os grupos aminos são protonados (H3N+–) enquanto que os carboxílicos assumem sua forma de base (carboxilato: –COO-) Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Propriedades Gerais NH2 COOHCα R H H3N+ COO-Cα R H pH 7,4 H+ H+ Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Propriedades Gerais Um aminoácido pode portanto funcionar como Ácido e como Base • Moléculas que carregam grupos de polaridades opostas, como os aminoácidos, são conhecidas como Zwitterions ou Íons Dipolares. Da mesma maneira que outros compostos iônicos, os aminoácidos maior solubilidade em solventes polares do que em solventes não-polares Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Ligações Peptídicas • Os aminoácidos formam cadeias através do processo de Condensação (Eliminação de uma molécula de H2O) • A ligação química feita entre o radical Carboxila de um aminoácido e o radical Amina de outro aminoácido é denominada de Ligação Peptídica. Ligação Peptídica FenilalaninaFenilalanina LeucinaLeucina Condensação entre COOH & NH2 Formação de Ligações Peptídicas ÁguaÁgua Ligação PeptídicaLigação Peptídica Formação de Ligações Peptídicas Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Ligações Peptídicas Polímeros compostos por 2, 3, alguns (3-10) e muitos aminoácidos são denominados respectivamente de: - Dipeptídeo; - Tripeptídeo; - Oligopeptídeo; - Polipeptídeo • Depois de incorporados em um peptídeo os aminoácidos passam a ser denominados individualmente como Resíduos de Aminoácidos Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Ligações Peptídicas Os polipeptídeos são cadeias lineares Os resíduos de aminoácidos das extremidades participam de apenas uma ligação peptídica Cada Resíduo de Aminoácidos situado no corpo da molécula participa de 2 ligações peptídicas (não formam cadeias ramificadas) • Os resíduos com um grupo Amino livre (esquerda, por convenção), é denominado Aminoterminal ou N-terminal • Os resíduos com um grupo Carboxílico livre (direita), é denominado Carboxiterminal ou C-terminal Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Classificação e Características Há 3 tipos principais de aminoácidos: A melhor maneira de classificar os 20 aminoácidos-padrão é pela polaridade de suas cadeias laterais (Grupo R) - (1) Aminoácidos com grupos R apolares. Exs: Metionina, Triptofano e Fenilalanina - (2) Aminoácidos com grupos R polares não carregados. Exs: Serina, Treonina e Cisteína - (3) Aminoácidos com grupos R polares carregados. Exs: Lisina, Arginina e Histidina Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Classificação e Características As estruturas da maioriados polipeptídeos dependem das tendências: A inclusão de um aminoácido em um dos grupos não reflete apenas as propriedades deste aminoácido isolado, mas também seu comportamento quando este faz parte de um polipeptídeo - das cadeias laterais polares e iônicas de solvatar - das cadeias laterais apolares de realizar associações entre si (e não com a H2O – Efeito Hidrofóbico) Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Classificação e Características As estruturas dos 20 aminoácidos-padrão variam em: As propriedades físicas e químicas das cadeias laterais também governam a reatividade química dos polipeptídeos - Acidez; - Polaridade; - Volume; - Aromaticidade; - Flexibilidade conformacional; - Habilidade de formar ligações cruzadas; - Habilidade de formar ligações de Hidrogênio; - Reatividade em relação a outros grupos Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Nomenclatura Para auxiliar na análise da seqüência de aminoácidos, principalmente em polipeptídeos, em bioquímica utilizamos 2 maneiras de abreviar o nome dos aminoácidos Abreviatura de 3 letras: maior parte composta pelas 3 primeiras letras do nome do aminoácido: Ala = Alanina Gly = Glicina Pro = Prolina Phe = Fenilalanina Trp = Triptofano Ile = Isoleucina Asn = Asparagina Gln = Glutamina Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Nomenclatura Abreviatura de 1 letra: mais compacto e utilizado para realizar a comparação de seqüências entre várias proteínas diferentes A = Alanina G = Glicina P = Prolina F = Fenilalanina W = Triptofano K = Lisina N = Asparagina Q = Glutamina Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Classificação e Características As cadeias polipeptídicas são descritas a partir da extremidade aminoterminal (esquerda) • Os resíduos de aminoácidos de um polipeptídeo são denominados substituindo-se o sufixo -ina do nome do aminoácido por –il Ao aminoácido da extremidade C-terminal é atribuído seu próprio nome sem qualquer modificação Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Classificação e Características Ala — Tyr — Asp — Gly Exemplo: Alaniltirosilasparagilglicina AYNG ou ou Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Estereoquímica Com exceção da Glicina, todos os aminoácidos obtidos de polipeptídeos são opticamente ativos (causam rotação do plano de uma luz polarizada) Moléculas opticamente ativas são assimétricas, que é uma característica de moléculas que apresentam átomos de Carbono tetraédricos e com 4 substituíntes diferentes: H FC Cl Br Fluoroclorobromometano Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Estereoquímica • Os átomos centrais destas moléculas são conhecidos como Centros Assimétricos ou Centros Quirais, tendo como propriedade a Quiralidade Os átomos de Cα dos aminoácidos apresentam quiralidade uma vez que são centros assimétricos NH2 COOHCα R H Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Estereoquímica • Os centros quirais geram Enanciômeros, isto é, moléculas que não são sobreponíveis às suas Imagens Especulares (Ex: mão direita sobre a esquerda) H FC Cl Br HF C Cl Br Plano de Espelho Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Estereoquímica • Os centros quirais geram Enanciômeros, isto é, moléculas que não são sobreponíveis às suas Imagens Especulares (Ex: mão direita sobre a esquerda) Plano de Espelho NH2 COOH Cα R H NH2 COOH Cα R H L- α - Aminoácido D - α - Aminoácido Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares A Vida é baseada em Moléculas Quirais • Formas “L-” são Isômeros Espaciais ou Estereoisômeros das formas “D-” e vice-versa Os processos biossintéticos quase sempre produzem estereoisômeros puros. • A maior parte das moléculas biológicas é quiral e sua síntese produz uma mistura Racêmica (produção de quantidades iguais de cada enanciômero) Entretanto, uma forma enanciomérica só vai reagir ou ligar- se a um único enanciômero do outro composto: Um L-aminoácido que reage com outro L-aminoácido específico, nunca vai reagir com a forma D deste aminoácido (e vice-versa) Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares A Vida é baseada em Moléculas Quirais A importância da estereoquímica para os sistemas vivos está diretamente ligada à Indústria Farmacêutica Muitas drogas são sintetizadas como misturas racêmicas, embora apenas um dos enanciômeros seja biologicamente ativo Na maioria dos casos o enanciômero oposto é biologicamente inerte e acompanha o ativo na embalagem: Ocasionalmente o enanciômero de uma droga útil produz efeitos prejudiciais e deve ser eliminado da mistura racêmica Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares A Vida é baseada em Moléculas Quirais • O exemplo mais intrigante é o da Talidomida: Enanciômero ativo: sedativo suave Enanciômero “inativo” : graves defeitos e malformações (Ex.:Acefalia) Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares Proteínas são feitas apenas de L-aminoácidos Explicação na origem da vida Sem qualquer explicação química. Proteínas constituídas por D-aminoácidos são igualmente estáveis fisicamente Bioquímica – Prof. Dr. Marcelo Soares
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