Buscar

Análise crítica do filme sociedade dos poetas mortos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Análise crítica do filme 
 Sociedade dos Poetas Mortos
 com a teoria Psicanalítica
 
O filme aborda a história de uma escola rígida composta apenas por garotos. Nessa escola acontece a entrada do ilustre professor de literatura que muda totalmente, fazendo os refletir sobre os desejos individuais, sobre uma outra visão de mundo na qual era composta apenas de ordens de pais e professores sem que pudessem colocar os seus desejos como possibilidade.
Se formos analisar o filme pela visão psicanalítica, podemos nos voltar em relação a essa fase da adolescência , na qual diante da primeira cena o pai de Nil entra no quarto dele cheio de autoridade lembrando-o agressivamente que não havia o colocado naquele colégio para que se tornasse um jornalista e o impondo que ele faria neste colégio oque ele quisesse, e então o filho não poderia falhar ,ou seja é uma imposição no filho sobre algo que o pai deseja como algo narcísico dele, no qual esse narcisismo se mantém então desses pais ali projetados nessa fantasia de ver o filho ser oque ele queriam ser para si próprio, no entanto o narcisismo é um ideal, não sendo algo ruim, mas sim necessário com os filhos, possibilitando-os desejarem que esse filho fizesse algo de bom para si mesmo, oque não se deve é se levar esse narcisismo a um extremo.
Oque também pode-se analisar é que como a relação do outro é a relação do desejo, o seu desejo sempre vai ser o desejo do outro, ou seja quando somos criança nós queremos desejar oque o outro deseja pra nós então a gente se identifica ao desejo do desejo, no qual queremos nos moldar ao desejo do outro. Mas que em algum momento, o seu desejo não será o desejo do outro, na qual em algum momento isso contraporá na forma de questionamentos: oque são minhas escolhas e oque são as escolhas do outro? O problema todo, é que são desejos que nos atrelam ao outro de forma inconsciente. E a partir disso nos remetemos ao personagem Nil quando ele precisa fazer escolhas diferentes do pai mas não sabe apostar no seu desejo porque o desejo do Nil ainda é o desejo do desejo do outro, ou seja ele precisa necessariamente ainda confirmar ao pai que ele é o filho que corresponde seus ideais, por isso do seu conflito. Nil quer fazer algumas escolhas mas ele mesmo não consegue se autorizar porque seria cair como ele cai do lugar do filho idealizado do pai. Para podemos lidar com o desejo próprio precisa haver uma separação psíquica, dar possibilidade de entender que ele era fálico e é aí que está a dificuldade do adolescente.
Outro ponto importante é ver que a dificuldade do Nil de se separar do pai corresponde também aquele período quando o adolescente passa pelo édipo, que é o supereu, na qual vem como uma instância determinadora, como construção desse ideal(ideal do eu), um ideal que quando internaliza essa instancia paterna o adolescente vai poder fazer com que esse pai se torne algo que ele queira um dia (aos traços desse pai). 
Assim, no filme, o lugar que o pai do Nil queria que ele ocupasse era um lugar fálico, ou seja ser um objeto de completude narcísica dele. Era necessário abrir mão de algumas questões pulsionais para se atrelar a outros(podendo abdicar de muitas coisas pelas suas escolhas), mas alguns conflitos não foram totalmente ultrapassados porque esse pai ainda é rival do segundo tempo, ele fica preso a esse momento edipiano na qual aquele pai é uma ameaça, e não consegue arranjar uma outra saída para lidar com aquele pai.
A mãe de Nil não faz nada, deixa aquele pai gozador fazer oque acha melhor, pai de Nil é um pai sem lei, de supereu cruel, sem diálogo, não entra como pai apaziguador da linguagem. 
No entanto, ao surgir um professor diferente dos outros, não repete esse modelo do pai, que não entra com a lei simbólica, fazendo-os questionarem, fazendo-os simbolizar a vida. Então o mestre começa a trazer poesias que dão a ele uma capacidade a ele lidar com o prazer da fala, da linguagem, de forma cômica, com ritmo, na qual mais tarde os jovens tem a ideia de começarem a se encontrar numa caverna e a contar as poesias como se fossem uma música. Eles não queriam mais saber o significado da poesia, estavam em busca do ritmo pelo prazer que a linguagem traz, assim como falar nos trás prazer, é vida. Então esse professor entra com essa posição de pai da lei fazendo esses adolescentes se separarem um pouco desses ritos e lidar com suas escolhas e transgressões.
Já em relação aquele menino que se apaixona pela líder de torcida do time americano, na qual namora com um dos jogadores, é um caso totalmente diferente pois como o filme mostra ele era um mero nerd que foi em busca de se aproximar dos seus desejos sexuais mesmo tendo essa barreira . Ele é um dos meninos que tem uma saída saudável, não se intimida, vai atrás, paga o preço de levar soco na cara e o mais importante confia nos valores que ele tem, sabe que tem o sentimento real para entregar para menina, diferente do namorado dela.
Voltando ao caso do Nil, ele teria possibilidade de fazer uma saída melhor mas o fato dele ter uma inibição de enfrentar o outro, fez com que ele não se apossasse dos valores simbólicos que o próprio professor estava colocando para ele. No final do filme o menino que fazia parte do grupo denuncia todos eles e o professor, expondo a sociedade dos poetas mortos. Esse caso nos faz entender que não é para se expor tudo, ele queria através de um oposição direta com os adultos buscar a reação dos mesmos, mas ele mesmo não sabe oque quer. 
Então podemos observar também que todos daquela escola foram colocados por aquele professor como posição de sujeito dos seus desejos, começaram a se questionar, a ter saídas diferentes e o Nil acaba tendo uma saída pela morte, isso porque o adolescente se viu sem saída ao que os pais querem dele e dessa forma ocorre uma tentativa de separação radical. Não existe intervenção de lei alguma e acaba tornando um gozo pulsional na qual desarticula pulsão de vida com pulsão de morte, e a pulsão de morte domina o Nil na sua agressividade, que não podia expressar para seu pai na qual acaba por voltar essa agressividade para ele próprio. O jovem se vê totalmente alienado àquele pai e então se mata. No final do filme ele aparece em frente a janela, mudo, sem o gozo das palavras, ele cai nesse momento de silêncio absoluto, não consegue achar uma palavra para definir oque estava sentindo, e acaba ficando numa angustia absoluta, não tendo mais ninguém a quem endereçar da sua vida, então cai numa relação mortífera, na qual aparece como único ato de vida que ainda o resta, é como se o Nil tivesse caído da relação com os pais, porque despencou daquela amarração simbólica possível que era feita(como se ainda tivesse protegido, achando que seus pais ainda vão se agradar com ele), quando ele vê que não tem nenhum valor para aqueles pais, o sentido de sua existência acaba, é como se ele caísse da relação com o outro, não tem nada que nos amarre no outro, porque nossas amarras são psíquicas. E assim finaliza a análise crítica do filme A Sociedade dos Poetas Mortos.

Outros materiais