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TEORIA E HISTÓRIA DO PAISAGISMO
Aula 1. Conceituação e fundamentação do estudo da paisagem
O que é paisagismo?
 É um termo genérico que costuma ser utilizado para designar as diversas escalas e formas de ação e estudo sobre a paisagem, que podem variar do procedimento de plantio de um jardim até o planejamento de recuperação de áreas com fragilidades ambientais.
 O campo de intervenção do paisagismo é definido como todo o espaço que rodeia o ser humano, dele excluindo os espaços edificados e os interiores dos edifícios. Tem o objetivo de ordenar o espaço livre de edificação para a construção de um melhor habitat para as pessoas. A seguir, veja um exemplo de um espaço livre de edificação e um espaço edificado.
 Para o Arquiteto Paisagista, o objeto da sua intervenção é a paisagem, entendida como uma realidade ecológica, corporizada fisicamente em um espaço que se poderia chamar natural (se considerado antes de qualquer intervenção humana), no qual se inscreveram os elementos e as estruturas construídas pelos homens, que pode ser formada por:Elementos inertes tais como pisos, mobiliário urbano, edificações, veículos, etc.;
Acidentes geográficos como praia, montanha, rio, campo, entre outros;
Elementos vivos como pessoas, animais e vegetação.
O Estudo da paisagem
 No estudo da paisagem se encontram várias disciplinas e profissões (ciências sociais, história e teoria das artes e da literatura, filosofia, ecologia, geografia, arquitetura e urbanismo, agronomia) e cada uma delas, busca analisar a paisagem a partir dos pressupostos dos formatos individuais de atuação.
Para o Arquiteto Paisagista, a paisagem é a expressão morfológica das diferentes ocupações
e, portanto, das transformações do ambiente em um determinado tempo.
A paisagem pode ser considerada como um produto e como um sistema.
Intervenções na paisagem são resultados de um processo dinâmico de expressão do imaginário social, que refletem de perto certos padrões estéticos e culturais, cuja origem dificilmente pode ser situada em cada um desses campos de conhecimento isoladamente.
Os estudos atuais sobre paisagismo partem do entendimento que a paisagem está em permanente construção e a forma que se apresenta em cada momento histórico é o resultado da acomodação dos diversos tempos que o lugar vivenciou. Veja exemplos de paisagens que refletem os padrões estéticos e culturais sobre os quais o ambiente foi construído.
 
Objetivos dos projetos paisagísticos
 Os projetos paisagísticos intencionam qualificar funcional, estética e ambientalmente o espaço livre de edificações. Veja alguns exemplos de projetos paisagísticos.
 O projeto de arquitetura paisagística sempre está aplicado ao espaço livre - seja ele uma rua, um pátio, um jardim, um parque - e não exige necessariamente a utilização de vegetação para sua concretização como, por exemplo, em calçadões de praia, praças secas ou jardins de pedras japonês.
 Nos projetos atuais e, principalmente, nos países de clima tropical como o Brasil, a vegetação é um elemento bastante presente nos projetos paisagísticos devido a suas funções ambientais, como por exemplo:
Diferenciação dos profissionais que atuam na paisagem
 Existem muitas atribuições profissionais de categorias distintas que atuam sobre a paisagem e, a fim de dirimir as principais dúvidas com relação a algumas profissões, relacionamos sinteticamente as atuações do jardineiro, botânico, engenheiro agrônomo e engenheiro florestal. Observe:
Jardineiro: é o profissional responsável por cuidar do jardim dos prédios, das casas, de empresas, parques, condomínios, escolas, entre outros. Um jardineiro repara o solo, aduba a terra, rega as plantas, poda os arbustos, faz a manutenção da grama e dos canteiros, planta sementes ou mudas de flores e arbustos. Para o jardineiro ter um bom desempenho na profissão é essencial que tenha conhecimentos básicos do meio ambiente e das espécies de plantas.
Botânico: é o profissional que pesquisa a evolução dos vegetais, identifica e classifica cada um deles, analisa de que maneira fatores ambientais como água, luz e nutrientes do solo interferem no desenvolvimento das plantas. Ele também pode participar de pesquisas de melhoria genética, para aumentar a produtividade das plantas e sua resistência a pragas, além de prestar assessoria para empresas de paisagismo, sugerindo as plantas mais adequadas para cada ambiente.
Engenheiro agrônomo: busca aumentar a produtividade dos produtos agrícolas, cuidando do controle de pragas ou da renovação da terra, por exemplo. Estuda e aplica melhores métodos de adubação, de irrigação, de produtos que matam micróbios e ervas daninha na lavoura. Opera, também, ações no sentido da recuperação da terra diante de interferências naturais, como enchentes e erosão, ou do homem- desgaste por não realizar rodízio de plantações.
Engenheiro florestal: estuda e promove a exploração sustentável de recursos da floresta. Ele avalia o potencial de ecossistemas florestais e planeja seu aproveitamento, levando em consideração a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas e do bioma. O engenheiro florestal se encarrega da seleção de sementes e mudas de plantas, identifica e classifica espécies florestais e procura melhorar suas características, analisando as condições necessárias à sua adaptação ao meio ambiente. O profissional acompanha projetos de preservação de parques e de reservas naturais e cuida de fazendas de reflorestamento.
Atribuições do arquiteto urbanista 
 O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), no uso das competências legais, por meio da Resolução nº 51, de 12 de julho de 2013, definiu as atribuições profissionais do arquiteto urbanista e no que diz respeito à Arquitetura Paisagística, especificou as seguintes áreas de atuação:
 Arquitetura Paisagística foi definida como o campo de atuação profissional da Arquitetura e Urbanismo que envolve atividades técnicas relacionadas à concepção e execução de projetos para espaços externos, livres e abertos, privados ou públicos, como parques e praças, considerados isoladamente ou em sistemas, dentro de várias escalas, inclusive a territorial.
Classificação dos jardins de acordo com sua função
A relação do homem primitivo com a natureza era, inicialmente, a de mero coletor de frutas e raízes.
A partir do processo de sedentarismo, o ser humano passou a observar mais a natureza, para descobrir qual a maneira mais adequada de produzir alimentos para sua sobrevivência, dando origem ao que podemos denominar de “jardim utilitário”.
Posteriormente, os jardins deixaram de ter essa função, e passaram, também, a ser recantos de integração com as divindades, locais de meditação ou simplesmente ambientes de fruição e prazer. Nesse mesmo momento, surgiam as pesquisas sobre as plantas em locais que posteriormente foram chamados de “jardins científicos”.
O professor Carlos Terra define jardim como:
O “trecho da natureza onde houve a interferência humana mais ou menos profunda. Associa elementos naturais – vegetais, pedras, água e animais – com os artificiais – arquitetura, mobiliário, escultura e, inclusive, pintura’.
Quanto à função, Terra (2013, p.27) classifica o jardim em:
As composições paisagísticas e os sentidos
“Um jardim é a natureza organizada, onde a intenção do artista é pôr em evidência a beleza das cores e das formas, do ritmo, dos volumes ordenados. É estabelecer harmonias, criar contrastes, sendo o conjunto uma trama em que todos os elementos são indispensáveis”.
(Roberto Burle Marx)
 As composições paisagísticas, objetos de interesse do arquiteto paisagista, são os jardins de prazer que, por meio da valorização da percepção de todos os sentidos humanos, podem promover maior deleite ao frequentador desses espaços.
 O paisagismo é a única expressão artística em que participam os cinco sentidos do ser humano. Enquanto a arquitetura, a pintura, a escultura e as demais artes plásticas usam e abusam apenasda visão, o paisagismo envolve também o olfato, a audição, o paladar e o tato, o que proporciona uma rica vivência sensorial, ao somar as mais diversas e completas experiências perceptivas. Quanto mais um espaço paisagístico consegue aguçar todos os sentidos, melhor cumpre seu papel. 
Olfato
 Percepção do cheiro dos elementos. Normalmente, quando o cheiro é agradável denominamos aroma ou perfume e, quando desagradável, de odor ou fedor. Os cheiros podem ser fortes, suaves, secos, doces, cítricos, enjoativos etc. Nas composições paisagísticas vários tipos de vegetação têm seu cheiro facilmente percebido pelo homem e, alguns elementos em contato com a água exalam cheiro característico como, por exemplo, a terra molhada.
Tato
 Percepção por meio do toque de partes do corpo da extensão, temperatura, consistência, textura e outras qualidades dos objetos. Por intermédio, do tato percebemos a presença ou não de espinhos; de substâncias pegajosas, macias, duras, lisas, enrugadas, com pelos, frias, quentes etc. Podemos perceber a textura dos elementos naturais: vegetação - tronco, folhas, frutas, flores ou raízes; pedras; ou dos elementos construídos pelo homem: mobiliário; revestimentos etc.
Audição
 Percepção pelo ouvido de diferentes tipos de sons, agradáveis ou não. Por meio dos projetos de composição paisagística, é possível valorizar ou dar condições ao surgimento de sons interessantes e/ou promover uma barreira acústica aos sons desagradáveis. Os sons facilmente percebidos pelo homem em um projeto paisagístico são: barulho do vento e da água; canto dos pássaros e sons de outros animais; barulho das folhas e frutos caindo; sons dos veículos, sirenes etc. Os sons são associados à intensidade (alto, médio, baixo) e podem ser graves, agudos, espaçados, constantes etc.
Visão
 Percepção pelos órgãos da vista da forma, do volume, da cor, do tom, da escala e de outras qualidades dos objetos. O ato de ver está relacionado diretamente à luz. Todos os elementos visuais nos são revelados através da luz.
Paladar
 Percepção do sabor dos elementos. Particularmente nas composições paisagísticas pode ser estimulado o prazer da degustação de frutos, flores, folhas e raízes comestíveis. Pela degustação dos alimentos, podemos perceber se os mesmos são doces, amargos, agridoces, azedos, cítricos, fortes, suaves etc.
 A maneira pela qual cada sentido é percebido varia de pessoa para pessoa, tanto no que diz respeito à intensidade como no que é agradável ou não. Oferecer em um projeto paisagístico diversas formas de prazer é proporcionar múltiplas possibilidades ao espaço planejado. É presentear o frequentador do espaço com o desfrute de diferentes sensações, pouco percebidas ou exploradas no seu cotidiano e valorizar o projeto em todas as suas potencialidades.
 Diferentemente dos projetos arquitetônicos, os projetos de composição paisagística não terminam com a sua implantação, ao contrário, é a partir desse momento que se inicia um processo que leva muitos anos para consolidar-se.
Aula 2. As Composições paisagísticas nas Civilizações Agrárias da Antiguidade e o pensamento humanista nos projetos de jardins nas Civilizações Clássicas
As primeiras transformações produzidas pelo ser humano na paisagem
 
 Cavernas-santuário, pedras cravadas, alinhamentos nas direções cardeais ou de acordo com os corpos celestes, e registros na terra constituem os primeiros componentes do desenho da paisagem, que datam dos tempos mais antigos e foram motivados pela consciência da fragilidade humana e de sua dependência das forças cósmicas.
 A partir da experiência de domesticar plantas e animais silvestres, deu-se a origem da agricultura e da pecuária no período neolítico. A prática do cultivo estimulou a sedentarização das populações e o aumento da disponibilidade de produtos alimentares fez com que ela crescesse numericamente e se organizasse em estruturas sociais complexas. Desse modo, no correr dos milênios, a difusão das práticas agrícolas conduziu a modificações, frequentemente radicais, das características do ambiente original, convertido em território de cultivo: a paisagem natural cedeu lugar à paisagem agrária.
 Com o desenvolvimento da agricultura, o homem foi se transformando de habitante da paisagem para construtor da própria paisagem. Os grupos humanos adquiriram lentamente um controle sobre a natureza. O desenvolvimento das práticas agrícolas foi acompanhado da modificação, cada vez mais ampla e maciça, do ambiente natural, a fim de adaptá-lo aos cultivos (PANZINI, 2013).
Os primeiros jardins
Jardins de prazer na Mesopotâmia
 A primeira área fortemente antropizada, isto é, aquele que teve sua paisagem natural modificada pelo homem, foi a planície aluvial dos rios Tigre e Eufrates, a antiga região da Mesopotâmia, no território hoje compreendido entre o Iraque, a Síria e a Turquia e o vale fluvial formado pelo rio Nilo, no atual Egito. No sul da Mesopotâmia foram criadas redes de irrigação a partir das técnicas desenvolvidas e no mesmo período, a população que vivia nas margens do rio Nilo também aproveitou esse recurso hídrico para incrementar sua produção agrícola e, portanto, modificar as paisagens. Desse modo, a região da Mesopotâmia passa a ter um número maior de edificações, com novos espaços verdes ligados às residências: áreas que eram simultaneamente pomar, horta, jardim, e que conciliavam as finalidades alimentares com as recreativas.
 A cidade-Estado de Uruk, situada ao sul da atual Bagdá, no quarto milênio a.C. possuía cerca de 50 mil habitantes, e contava com a presença de grandes espaços verdes irrigados por canais conduzidos do rio Eufrates. Amplas zonas verdes arborizadas, não somente com função utilitária, mas também com finalidades de repouso, lazer e socialização, deviam ser coligadas às residências reais dessa região.
 Da presença desses primeiros jardins e da absoluta novidade que deviam constituir, resta um traço permanente no mito dos jardins suspensos da Babilônia. Situado ao norte da atual Bagdá, a Babilônia era afamada no mundo clássico por ter abrigado arquiteturas verdes que estavam arroladas entre as sete maravilhas da Antiguidade. Combinando o sistema construtivo dos zigurates (é uma forma de templo, criada pelos sumérios e comum para os babilônios e assírios, pertinente à época do antigo vale da Mesopotâmia e construído na forma de pirâmides terraplanadas. O formato era o de vários andares construídos um sobre o outro, com o diferencial de cada andar possuir área menor que a plataforma inferior sobre a qual foi construído — as plataformas poderiam ser retangulares, ovais ou quadradas, e seu número variava de dois a sete), monumental emblema da ligação entre a terra e o céu, com a florida vegetação, expressão da bênção divina, a ideia dos jardins suspensos da Babilônia marcou, por milênios a imaginação das gerações posteriores (PANZINI, 2013).
 A maior dúvida sobre a existência efetiva dos jardins suspensos da Babilônia está na ausência de testemunhos da época, uma vez que eles nos chegam apenas por autores gregos e romanos dos séculos seguintes. Isso sugere a hipótese de que o mito apenas esconda a metáfora do estupor causado nos ocidentais pela descoberta dos grandes parques da área.
Jardins do Egito Antigo
 Se na área mesopotâmica destaca-se a presença dos mais antigos jardins conhecidos, das regiões do Egito vem o testemunho da grande difusão das hortas ligadas às residências, em um território onde a produção doméstica de vegetais devia suprir a falta de vegetação silvestre, completamente ausente nas áreas desérticas que cercavam a zona habitada e cultivada. Em todos os lugares possíveis, até nas casas urbanas mais modestas, havia pelo menos algum arvoredo para bloquear a força do sol, protegendo homens e vegetais que cresciam à sombra das copas. Quando a casa era suficientemente grande, um jardim era colocado ao lado da horta.
 Nas tumbas pertencentes a personagens ricos eimportantes foram encontradas representações de jardins que deveriam corresponder aos jardins que eles possuíam em vida. Eram jardins circundados por muros que os protegiam de intrusos, de ventos excessivamente quentes, de areia e de animais, com tanques de formato retangular ou em T, que serviam de reservatórios. Possuíam pequenos pavilhões onde os frequentadores podiam ficar sentados, descansando, apreciando a paisagem que continha plantas e animais criados com finalidades decorativas e ao mesmo tempo alimentares, árvores frutíferas com plantio regular, palmeiras, parreiras colocadas para cobrir pérgulas e canteiros floridos. A geometria das plantações buscava o melhor aproveitamento dos espaços e favorecia a distribuição da água, levada por redes de canais. Nas residências maiores, os jardins se localizavam nos pátios internos ou nas áreas mais próximas da casa, enquanto o restante do terreno era dedicado ao cultivo de hortaliças e à produção de cereais, principalmente o arroz e o trigo.
As relações entre as áreas edificadas e o ambiente natural na Grécia
 Sem ter o benefício da adubação natural por meio das cheias fluviais, como acontecia no Egito, os gregos desenvolveram o paciente trabalho de adaptar seu território para uso agrícola, tornando esses habitantes conscientes do ambiente natural originário e da sacralidade dos terrenos. Deve-se a eles:
A sensibilidade voltada para o espírito dos lugares, o chamado genius loci (ambiente urbano característico e particular de qualquer cidade revela o seu próprio caráter, com o qual se identificam os seus habitantes, assim como também as paisagens. Para Norberg-Schulz, o ato mais básico da arquitetura é o de compreender a “vocação” do lugar. Dessa maneira, protegemos a terra e tornamo-nos nós mesmos parte de uma totalidade compreendida. A arquitetura e o urbanismo devem ser a concretização do genius loci), que favoreceu a evolução de uma atitude para relacionar as construções e a paisagem.
A concepção que permanecerá também no mundo romano: do bosque natural, virgem e selvagem, ao qual é dado um significado religioso como morada de seres divinos.
 A Grécia arcaica foi o lugar de origem de outra forma compositiva muito apreciada na Antiguidade: o ginásio.
 A gênese desse ambiente está ligada aos jogos ao ar livre, e os mais famosos se realizavam em Olímpia, em honra aos deuses e heróis, que deram origem aos jogos olímpicos. As competições aconteciam em recintos sagrados, sombreados por arvoredos.
 Com o aumento da importância dos jogos, nos quais atletas provenientes de várias cidades se enfrentavam, nasceu a exigência de haver locais em que os jovens pudessem se exercitar. Surgiu, assim, a partir do século V a.C., uma tipologia de espaço livre de edificação denominada ginásio que se difundiu nas principais cidades gregas.
 Eram lugares que serviam, ao mesmo tempo, como espaço para atividades atléticas, jardim para os encontros dos habitantes e como local de instrução, frequentemente conectados a sítios de culto, a tumbas de antigos heróis e de homens honrados.
 Um dos ginásios mais famosos e antigos de Atenas foi aquele chamado Akademe, “Academia” a partir do nome de um altar dedicado ao herói Academo, que se achava em seu interior. Platão (428-347 a.C) usou as alamedas da Akedeme para as discussões com seus discípulos, até que transferiu o ensino para um espaço verde, de sua propriedade, onde mandou erguer vários pavilhões nos quais vivia com os alunos. Situado em suas adjacências, o jardim de Platão também foi chamado Academia. Aos poucos, todo filósofo que tivesse uma escola própria julgou oportuno possuir um jardim para desenvolver o ensino onde houvesse altares, tumbas, passeios arborizados com assentos e estátuas (PANZINI, 2013)
 A sensibilidade para a compreensão do ambiente também fica evidente nas construções monumentais. Enfatizando a harmonia entre os espaços construídos e a paisagem natural, a localização de templos, ágoras e teatros foi atentamente estudada, para que os edifícios tirassem partido do espetáculo da paisagem e agregassem maior signficado simbólico. Para a construção dos grandes teatros, em Atenas, Delfos, Epidauro, Pérgamo, em vez de terrenos planos deu-se a sítios em encostas, tirando-se proveito da elevação para acomodar as arquibancadas e, com isso, obter bons efeitos acústicos e vista espetaculares da paisagem.
 Devido ao clima ameno existente, o povo grego utilizava os espaços ao ar livre para encontros e diversão. A ideia de cidade com espaços públicos para a utilização de todos passa a ser construída e surge, então, uma série de construções que serve de inspiração para os espaços públicos empregados até hoje como a ágora.
 A palavra ágora origina-se da palavra ayopá que significa “assembleia do povo”. Esse termo designa o espaço público mais importante da cidade – o coração da cidade grega – onde a vida política administrativa, religiosa e econômica se desenrola diariamente. Junto com espaços religiosos, a ágora é um dos locais onde a população começa a criar consciência do cidadão, se reunindo e criando uma identidade comunitária. Do ponto de vista formal, trata-se de um grande espaço livre de edificação, com abastecimento de água e boa drenagem. 
 Assim, o espaço é utilizado para vários fins: poderiam ser realizadas assembleias públicas e reuniões religiosas, incluindo a montagem de palanques e assentos para as classes mais altas. Desse modo, representa um elemento homogeneizador que dá unidade ao grupo de edifícios instalados ao seu redor. Anos mais tarde, a ideia das ágoras originou as praças públicas.
 Os palácios e templos, geralmente, não possuíam muros estando, portanto, em contato direto com à paisagem natural a sua volta e com os bosques construídos. Nas casas particulares, os jardins localizavam-se, sobretudo no peristilo, que era um pátio para onde se abriam os compartimentos íntimos da casa, sendo o acesso permitido apenas a pessoas da família ou amigos próximos. Esse local possuía canteiros dispostos em forma de cruz, algumas vezes com a presença de água no centro, e com esculturas.
As transformações da paisagem da civilização romana nas áreas públicas e privadas
 A herança que a civilização romana deixou inscrita na paisagem da área mediterrânica e da Europa continental é ampla: os sistemas funcionais realizados pelos arquitetos romanos, na forma de estradas e aquedutos, muitos dos quais em uso até séculos mais recentes, evidenciaram uma intensa ação antrópica sobre a paisagem e influenciaram a distribuição territorial das populações.
 Nas edificações privadas, que eram lugares de atividades tanto domésticas quanto públicas, o jardim privado era um ambiente adaptado para usos diversos: favorecia a meditação discreta e isolada, mas constituía ao mesmo tempo a moldura verde dos encontros sociais, por meio dos quais o proprietário procurava dar o visitante uma imagem da sua própria riqueza.
 Da mesma maneira que nas casas na Grécia, muitas edificações romanas possuíam um peristilo que apresentava um jardim formal amplamente decorado e para o qual se voltava a sala de recepção. A dimensão desse espaço variava muito, mas sua presença era quase que obrigatória para quem desejasse exibir o próprio sucesso. A vegetação era geralmente plantada de modo regular, em canteiros separados por pequenos caminhos retilíneos, ornados de estátuas, bancos, vasos, pequenas fontes com repuxos.
 O espaço do jardim, sobretudo quando de pequenas dimensões, era visualmente ampliado por meio do uso de pinturas murais, ao longo do peristilo, que reproduziam cenas de arvoredos, animais, flores e pérgulas.
 Por volta do fim da época republicana, Roma iniciou sua expansão política e militar em direção ao Egito e ao Oriente Médio, entrando em contato com aquelas culturas que haviam realizado os mais suntuosos jardins da Era Antiga e os resultados dessas relações não tardaram.
 Em várias residências das pessoas mais abastadas foramintroduzidos parques majestosos, que misturavam pavilhões para uso em momentos diversos do dia ou nas diferentes estações do ano, pórticos para passeio, fontes, termas, pequenos templos, viveiros de peixes e canais, estátuas e obras de arte.
 Os que possuíam mais posses construíam casas fora dos limites da cidade, com temperaturas mais agradáveis e mais próximas das plantações para a agricultura, grande fonte de renda dessa época.
 Essas construções - como a Villa de Adriano em Tivoli, uma villa em Laurentino, construída por Plínio, o jovem -, possuíam hortos, áreas ajardinadas com flores aromáticas e bosques com árvores como a figueira e a amoreira.
 Do ponto de vista compositivo, os jardins das villas apresentavam uma organização geometrizada que descendia da própria arquitetura do edifício, adaptando-se à morfologia da paisagem por meio da colocação de terraços em diversas cotas. Quando se desenvolviam em vários níveis, os jardins podiam apresentar um terraço-jardim sombreado por pérgulas, de onde se podia apreciar a vista da paisagem.
 Os jardins apresentavam árvores e arbustos, sobretudo sempre-verdes de folhagem miúda, podados com formas variadas: geométricas, imitando pessoas e animais.
A arte de conferir às plantas ornamentais, mediante cortes precisos, a forma de sólidos geométricos, como esferas e cones, de elementos arquitetônicos, de configurações zoomórficas e antropomórficas, de alegorias históricas e mitológicas, é chamada pelo termo latino topiaria. Essa técnica estava muito em voga entre os romanos que, por considerá-la um dos instrumentos mais indicados para dar identidade sofisticada aos jardins, tinham em grande conta os jardineiros mais hábeis em sua prática (PANZINI, 2013).
(assistir: https://www.youtube.com/watch?v=61v4SXWfWis)
Aula 3. A Idade Média na Europa Ocidental: a cultura monástica e o feudalismo e seus reflexos nos jardins privados e nas praças públicas
 Com a decadência do império Romano e as sucessivas invasões dos povos chamados de “bárbaros” nos territórios dominados pelo antigo regime, a segurança nas cidades ficou fragilizada, ocasionando o deslocamento para o campo dos poderosos na companhia de seus empregados, amigos e familiares. Com as guerras e disputas territoriais, os espaços para o desenvolvimento de jardins de prazer diminuíram, ficando presentes apenas aqueles que estivessem voltados para a obtenção de alimentos e para a produção de plantas medicinais. A partir do século XII, com a diminuição dos conflitos políticos e o aumento das riquezas, obtidas por intermédio do comércio, os jardins reapareceram em castelos e casas de campo, seguindo as funções de utilidade e prazer, e passando a simbolizar posição social.
Decadência do Império Romano e consolidação dos feudos medievais
 Historicamente, o fim da Idade Antiga é marcado pela decadência do Império Romano. As sucessivas invasões dos povos chamados bárbaros - para os romanos, bárbaros eram todos os povos que, resistindo às tentativas de conquista, não haviam caído sob domínio do império e que por não terem sido “romanizados” não falavam latim- , em decorrência do enfraquecimento político-administrativo do Império, provocaram um vazio de poder e de segurança nas grandes cidades, gerando um movimento em direção ao campo, local considerado seguro pela presença dos grandes e poderosos produtores rurais. E no final do século V d.C., os grandes senhores romanos abandonaram as cidades, fugindo da crise econômica e das grandes invasões germânicas. Deslocaram-se para seus latifúndios no campo, onde passaram a desenvolver uma economia agrária. Esses centros rurais deram origem aos feudos medievais: os de menos posses iam buscar trabalho e proteção nas terras desses senhores. A imagem a seguir mostra um exemplo de estrutura de um feudo:
A economia urbana baseada nas trocas comerciais havia praticamente desaparecido, restando agricultura e pecuária como fontes de recursos.
Esse fluxo migratório fez como que as cidades se transformassem em campos de batalhas, onde ocorriam disputas territoriais e de poder.
A principal preocupação europeia a ser a defesa do território/propriedade. Nos territórios antes colonizados, as florestas avançaram e passaram a ser associadas ao perigo, à rusticidade e à desorganização. A palavra selvagem – originária de selva – passou a ser frequentemente relacionada à falta de civilização.
Cada proprietário rural administrava suas terras de forma independente, enfraquecendo a estrutura de um poder centralizado. Com as habitações se desenvolvendo dentro dos limites impostos pelas muralhas de fortificação ou pelos fossos de proteção definidos pelos senhores dos castelos medievais, aumentou a densidade demográfica e, consequentemente, a falta de áreas destinadas ao convívio social. Não havia espaços para jardins de prazer, somente para aqueles que estivessem voltados para a obtenção de alimentos e para a produção de plantas medicinais.
Os jardins islâmicos na Península Ibérica
 Os palácios dos soberanos continham vários espaços verdes, nos quais eram cultivadas plantas raras importadas do Oriente Médio e com a presença de espelhos de água, fontes e gaiolas com animais silvestres e pássaros.
 Os jardins privados possuíam integração com os ambientes internos dos palácios, por meios de pórticos e pequenos canais de água corrente que atravessavam a pavimentação interna, avançando até as áreas externas. Esses canais serviam tanto para irrigação da vegetação como para refrescar o ambiente, técnica que seria utilizada por muitos anos. O maior testemunho dessa época pode ser encontrado nos palácios de Alhambra e Generalife (Espanha). Apesar de muitas alterações e reconstruções esses espaços ainda conservam o caráter islâmico original.
Palácio de Alhambra
 A construção de Alhambra foi iniciada na metade do século XII e composta por diversos pavilhões com jardins internos. Um dos pátios-jardins mais interessantes é o chamado de Pátio dos Leões, que possui ao centro uma fonte de água formada por doze leões e pequenos canais construídos em mármore branco que conduzem a água proveniente de tanques circulares, situados nas extremidades do pátio para a fonte central.
Palácio de Generalife
 Foi construído na metade do século XIV para ser o palácio de verão do califa. Seu recinto mais célebre é o Pátio do Canal, possui um longo tanque central ornamentado por uma série de esguichos de água. Essa construção não é da época, porém pesquisas arqueológicas apontam para a presença de um canal central e canteiros laterais nesse local.
Os jardins dos mosteiros medievais
 Aos poucos, alguns povos invasores das cidades situadas no norte da Europa fixaram-se no novo território e se convertem ao catolicismo. A religião passou a ser um instrumento de dominação, sendo responsável pela repressão à cultura e às manifestações espontâneas.
 Os representantes do Clero moravam nos mosteiros e em seu interior também cultivavam jardins utilizando ervas, árvores frutíferas, hortaliças e flores para ornamentar os altares. A composição seguia a distribuição clássica dos períodos anteriores, com canteiros retangulares e simétricos, com forte referência as villas romanas. Observe as ilustrações do monastério de Saint Gall, na Suíça:
Planta redesenhada do Monastério de Saint Gall, Suíca
 Analisando a imagem, é possível perceber a diferença entre dois tipos de jardins:
 Panzini (2013) afirma que o termo “claustro” deriva do latim claustrum, que quer dizer fechado. O claustro constituía um espaço privilegiado, dedicado à vida espiritual e intelectual dos religiosos, no qual os membros da comunidade podiam pregar, estudar, ensinar ou se encontrar para conversar.
 O renascimento dos jardins fechados, perceptíveis desde a Alta Idade Média - período da história Medieval que tem início na queda do Império Romano do Ocidente (476) até o ano 1000. Corresponde ao período de formação e estruturação do feudalismo -, não deve ser entendidocomo uma novidade, mas como uma renovação das tipologias arquitetônicas antigas, uma vez que muitas comunidades monásticas assentaram-se sobre estruturas já existentes. Nos mosteiros maiores, era comum a prática de plantações extensivas como as lavouras, vinhedos e pomares localizados nas áreas do entorno.
 Nas Cruzadas, que ocorreram entre os séculos XI e XIII, também denominadas Guerras Santas, os cavaleiros cristãos saíam em busca de recuperar Jerusalém e a Terra Santa para os domínios de sua religião. Lutaram contra os muçulmanos, que tinham o interesse de manter o mesmo território para o Islamismo.
 Essa guerra gerou o empobrecimento de diversos nobres, criando um período de grande insegurança na população, devido à ausência de proteção proporcionada, anteriormente, pelos senhores nobres abastados. Por outro lado, contribuíram para enriquecer os centros portuários italianos, dos quais partiam as ofensivas militares e que se tornaram interpostos comerciais com o mundo muçulmano e o Império Bizantino. Como consequência desse período, podemos citar:
As cidades existentes ao longo das rotas comerciais, como as localizadas próximas às antigas estradas romanas e aos grandes rios continentais, foram beneficiadas pelas atividades comerciais, inclusive, retomando o antigo hábito das feiras em espaços públicos.
As cidades medievais posteriores ao século X, apesar de se libertarem do confinamento determinado pelas barreiras de proteção eram, ainda, locais onde existiam poucos espaços públicos abertos, resultando em densos aglomerados construídos de forma compacta.
O ressurgimento das cidades e dos jardins privados de prazer
 A partir do século XII, com a diminuição dos conflitos políticos e o aumento das riquezas, obtidas por intermédio do comércio, os jardins reapareceram em castelos e casas de campo, seguindo as funções de utilidade e prazer e passando a simbolizar posição social. 
 Crescia, também, o número de artesãos e mercadores que não encontrava trabalho no campo, passando a habitar as cidades na busca de dinheiro e de ocupação.
Essa população artesã e mercantil - chamada burguesia - não estava presa ao sistema político feudal e intencionava ter liberdade pessoal, autonomia judiciária e administrativa para o desenvolvimento de suas atividades.
 Nunes-Ferreira (2017) afirma que a ocupação das cidades medievais (burgos - cidades fortificadas da Alta Idade Média-) acompanhava invariavelmente a topografia do local e eram formadas por uma rede irregular de ruas com gradação entre vias principais e vias secundárias.
 As vias principais configuravam um circuito de praças e largos onde estavam localizadas as áreas cívicas, as sedes do governo civil e das corporações, além, principalmente, das áreas sagradas com grandes catedrais ou templos das ordens religiosas. O conjunto das habitações formava um todo denso e complexo, com poucos espaços livres de edificações, muitas vezes circundado por muralhas.
As praças medievais sem vegetação
 Nas praças públicas, a estrutura formal adotada nesse período segue ainda as influências da ágora grega, com sua composição de espaço livre para encontro de populares, desprovidos de canteiros ou vegetação.
 Localizadas, geralmente, em frente aos grandes palácios e igrejas representativas, as praças públicas eram utilizadas como mercados de trocas, comemorações religiosas e locais para as atividades punitivas do governo (espancamentos, execuções, leitura de ordens etc.).
 O elemento verde só mostrará sua força compositiva nos espaços públicos a partir do final do século XVIII, entretanto, na Antuérpia, no século XVI, encontramos a utilização do elemento vegetal dentro do contexto urbano.
“A prática do plantio de árvores em espaços públicos parece não se situar na esfera mais próxima das ideias renascentistas. Assim sugere a constatação de que os belgas da Antuérpia, durante a prosperidade do século 16, ostentavam na lateral da sua catedral uma área ornamentada comárvores, como mostra uma planta da cidade de 1569. Esse espaço, valorizado por habitações de grandes mercadores europeus, ficou conhecido com o inédito nome (para a época) de Place Verte ou Groenplaats.” (SEGAWA, 1996,p.38)
 No final da Idade Média, devido à briga de poderes entre as famílias abastadas, os principais (atuais) países da Europa estavam envolvidos com guerras. Como consequência, muitas cidades italianas foram favorecidas pelo comércio e aumentavam suas riquezas.
Aula 4. O uso da arte e do conhecimento científico para a transformação dos ambientes paisagísticos nos séculos XV a XVII
A redescoberta do patrimônio do mundo clássico e o ideal de beleza racional
 A Idade Média foi um período de guerras e doenças em quase todo o continente europeu. Dizimou grande parte da população rural e fez com que os senhores feudais perdessem dinheiro e mão de obra.
 Em paralelo ao enfraquecimento dessa classe, uma sociedade de cunho mercantil, baseada na circulação de bens e finanças, começou a prosperar em algumas cidades onde florescia a produção e o comércio. Florença, Siena, Veneza, Milão e Gênova passavam por período de tranquilidade desde o final da Baixa Idade Média, e fomentaram as trocas e as negociações comerciais.
 Ivo Giroto, em seu livro Teoria Crítica da Arquitetura (2015), aponta que a descoberta e o acesso aos textos clássicos greco-romanos, disseminados por um grupo de professores de humanidades (posteriormente chamados humanistas) ajudaram a consolidar a ideia de resgate cultural. Os textos recuperavam os ideais gregos sobre as relações matemáticas ideais que resultariam em conjuntos harmoniosos e representariam, em suas dimensões, as leis fundamentais da natureza e de Deus.
 A invenção da prensa, por Gutenberg, em 1450, permitiu que essas ideias se difundissem com rapidez nunca vista até então:
Arte
 Na Arte, ressurgiram os ideais de beleza e perfeição, e as esculturas ganharam ainda mais vivacidade do que os exemplares gregos e romanos.
Pintura
 A pintura incorporou técnicas de perspectiva e representação pictórica, sendo elevada a patamares técnicos nunca antes experimentados.
Arquitetura
 Na Arquitetura, o uso de figuras geométricas elementares e a reutilização das ordens gregas serão a base do sistema compositivo renascentista. Os arquitetos passaram a valorizar a razão e a proporção e o desenvolvimento da perspectiva teve grande impacto, tanto na concepção de novas edificações como na sua implantação nos terrenos. Os espaços paisagísticos passaram a ser mais elaborados, construídos em terraços, por intermédio de traçados reguladores e perspectiva exata, com um único eixo de simetria longitudinal.
A importância de Leon Battista Alberti e a integração entre edificação e jardins
 O arquiteto e teórico Leon Battista Alberti (1406-1472) definiu em um dos seus tratados, De re aedificatoria - Tratado arquitetônico clássico escrito por Leon Battista Alberti entre 1443 e 1452. Apesar de bastante dependente do De architectura de Vitrúvio, foi o primeiro livro teórico sobre o assunto escrito no Renascimento e, em 1485, tornou-se o primeiro livro impresso sobre arquitetura - , que as villas renascentistas deveriam ser construídas de acordo com as seguintes especificações:
Deveriam ser construídas em zonas elevadas de modo a desfrutar de uma bela vista;
Dotá-las, de acordo com o costume antigo, de jardins porticados, de espaços verdes abertos como lugares de encontro e de jardins fechados para a meditação;
A casa e o jardim deveriam possuir unidade e integração visual com a paisagem externa;
Os muros que definiam os limites da propriedade não impediram a visualização do entorno;
O jardim tinha como objetivos comover e impressionar os visitantes e estava unido à casa por meio de varandas, arcadas, pórticos e outros prolongamentos arquitetônicos.
Veja um exemplo de uma villa construída segundo os padrões de Leon Battista Alberti:
 Os espaços edificados eram planejadosem conjunto com os livres de edificação, de modo que os jardins não ficavam localizados em espaços residuais - considerados como restos ou sobras das construções, áreas ociosas - . 
 Os jardins eram considerados ambientes da casa, localizados nas áreas externas com estreita relação com os cômodos internos e frequentados por visitantes, convidados pelos proprietários. Serviam como retiro intelectual onde artistas e sábios podiam trabalhar, desfrutando do frescor do campo e livres do calor das cidades.
 Em algumas propriedades existia o chamado jardim secreto que consistia em um jardim de pequenas dimensões, oculto, construído atrás da edificação principal, onde o proprietário podia desfrutar de momentos de intimidade e tranquilidade sem ser visto ou incomodado.
 A composição formal privilegiava os canteiros construídos de maneira racional, com a utilização da topiaria, contendo extremo senso de organização e rigidez e podiam ser contemplados em sua totalidade pelo espectador localizado na parte mais alta da edificação.
 A água passa a adquirir uma importância muito grande, sendo utilizada muitas vezes em movimento, na forma de cascatas e fontes, oferecendo um contraponto à estrutura formal dos canteiros, gerando um espaço de grande efeito cenográfico.
 O uso de árvores de grande porte — cipreste, pinheiro, carvalho — acarretava áreas de sombra que, em conjunto com a água, proporcionava ambientes de imenso frescor.
 Com o desenvolvimento dessa forma de composição surgiram outros elementos nesses espaços como grandes esculturas, labirintos, grutas, plantas odoríferas — loureiro, laranja, limoeiro, alfazema — criando uma atmosfera mágica e surpreendente.
 Os labirintos nos jardins renascentistas eram baixos e representavam o pensamento racional por sua forma matemática elaborada. Já no período posterior, o Maneirismo, eram de grande altura, materializando a ideia de confusão e desnorteamento.
 A partir do século XVI, elementos de diferentes escalas - tanto a monumental como a humana - passaram a fazer parte da composição, contrariando a linguagem clássica, pois essas obras renascentistas começavam a parecer entediantes.
 Essa etapa é conhecida como Maneirismo, que enriquece o vocabulário da linguagem clássica, subvertendo as normas e as regras em nome de uma arquitetura mais livre e inventiva, que relegava a segundo plano a busca pela perfeição através da rigorosidade compositiva.
A natureza ordenada: o exercício da geometria, arte da topiaria e os jardins de águas
 O conjunto Villa d’Este, iniciado em 1560 e localizado na cidade de Tivoli, é a construção que melhor sintetiza os grandes jardins italianos. Esse empreendimento incorporou e amplificou as características principais dos jardins dessa época: espaços verdes em terraços organizados ao longo de um eixo central originado na edificação, jogos de água espetaculares, e extraordinários grupos escultóricos. Devido à topografia do terreno e a imensidão dos jardins, o percurso se revela aos poucos ao frequentador, com inúmeras surpresas, a partir de espaços cenográficos que celebram a interação entre a arte e a natureza.
Assista ao vídeo, a seguir, para conhecer melhor a Vila D’Este. (https://www.youtube.com/watch?v=nxprM5MMOMc)
O estilo barroco na composição das paisagens
 As regras de composições paisagísticas baseadas na evocação à cultura clássica, como a geometria e rigidez matemática foram expandidas para outros territórios para além da Itália. Na França, durante o reinado de Carlos VII (final do século XV), foi organizada uma expedição a Nápoles, na qual os artistas franceses mantiveram contato com arquitetos, escultores, pintores e escritores italianos.
 Essa troca de experiências resultou na modificação do pensamento francês da época, fazendo com que o século XVI se caracterizasse na França como um período de transição entre o Medievalismo e o Classicismo.
 As teorias em voga nos jardins italianos do século XVI foram, em um primeiro momento, difíceis de serem implantadas nos castelos franceses devido à falta de espaço livre no interior das fortalezas e à presença de muros e fossos. A relação direta entre a casa e o jardim ficava prejudicada, sendo necessário construir edificações que, desde a concepção inicial, planejassem os jardins a sua volta.
 Dentro desse novo conceito de planejamento de conjunto da casa e dos jardins, foi edificado, entre 1658 e 1661, o castelo de Vaux-le-Vicomte, de propriedade do Ministro das Finanças do Rei Luís XIV, desenvolvido por Le Brun, Le Vau e por André Le Nôtre.
 Esses jardins eram admirados por muitos artistas, nobres e governantes, gerando um conflito entre o Primeiro Ministro Fouquet e o rei Luís XIV, que não possuía uma residência tão exuberante. O resultado desse embate foi o encarceramento do ministro e a decisão do rei de construir um palácio com jardins de dimensões extraordinárias em Versailles sob o comando de André Le Nôtre (1613–1700), filho de jardineiro que, desde muito jovem, acompanhou o trabalho de seu pai e dos melhores jardineiros da época. 
 Além das amizades de Le Nôtre ligadas ao mundo das artes e da jardinagem, outro aspecto a destacar em sua formação foi a familiaridade que adquiriu relativa aos problemas teóricos e práticos da perspectiva. Em 1635, aos 22 anos de idade, André Le Nôtre foi nomeado como o primeiro jardineiro do irmão do rei Luis XIII, onde permaneceria durante mais de 20 anos.
O jardim como símbolo de riqueza e poder
 Ao planejar os jardins do palácio de Versailles, Le Nôtre:
Tomou emprestadas as regras de perspectiva descobertas no Renascimento a partir de experiências com simetria, ponto de vista ideal, perspectiva infinita, espelhos de água para refletir e ampliar a paisagem, cercas vivas e árvores para direcionar o olhar;
Ampliou o conceito de grandiosidade e nobreza, em que o jardim passou a refletir a prosperidade, o poder de seu proprietário por meio de seu caráter monumental, do luxo, da exuberância, da teatralidade e do dinamismo.
 Esses jardins foram construídos para o êxtase visual do espectador, a partir de normas rígidas racionalistas que objetivavam atingir a perfeição, o belo.
 Nesse novo projeto desenvolvido a partir do ano de 1662, Le Nôtre ampliou o conceito de grandiosidade e nobreza, utilizado em Vaux-le-Vicomte, em que o jardim passava a refletir a prosperidade, o poder e a imobilidade social existentes na França desse período por meio de seu caráter monumental, do luxo, da exuberância, da teatralidade e do dinamismo. Essa composição demostra o domínio técnico do ser humano e sua habilidade de subjugar a paisagem a partir de seus desejos e necessidades.
“O Palácio de Versailles, situado em posição ligeiramente elevada domina toda a composição, e a malha geométrica que parece se desprender do edifício dá a impressão de querer reordenar de forma racional os espaços de toda a França, de toda a Europa, de todo o planeta. 
A presença de inúmeros chafarizes, esculturas e obras de arte concedia a esse jardim a categoria de museu ao ar livre. Panzini
Em sete anos, o jardim de 100 Ha. se transformou em uma propriedade de 6.000 Ha. e a fachada do palácio aumentou até alcançar 400 m de largura. (...) Versailles, apesar das dificuldades técnicas que existiam, possuía 14.000 fontes. O palácio era o centro da nova cidade de Versailles, que deveria abrigar as 20.000 pessoas vinculadas à corte francesa. Somente o palácio acolhia 1.000 nobres, junto com seus 4.000 criados. O palácio fica localizado a cerca de 1.200 m (em desníveis suaves) do início do canal; e este último tem o comprimento e a largura de aproximadamente 1.200 e 100 m respectivamente. Laurie (1983, p.48-49)
 Para potencializar os efeitos de grandiosidade, Le Nôtre utilizava a técnica de alternância entre as escalas monumental e humana: espaços abertos dos grandes caminhos e planos de água com espaços íntimos, recolhidos entre as densas áreas de árvores e arbustos.Nesses territórios quase secretos era possível encontrar esculturas misturadas a fontes e composições vegetais que se revelam como surpresas inesperadas. Dentro do complexo, foi prevista a construção de um Pavilhão das Laranjeiras - L’Orangerie - local para o cultivo e desenvolvimento de laranjas. As laranjas são frutas cultivadas desde a antiguidade e disseminadas na Europa pelos portugueses a partir do século XVI. Com dificuldade de se desenvolver em países de clima frio, propiciou a construção de uma estufa, edificação orientada para o sul, fechada em três lados e cercada de janelas com duplos caixilhos que estabilizavam a temperatura, no inverno, entre 5º e 8ºC. Atualmente, essa edificação abriga cerca de mil árvores exóticas, principalmente, laranjeiras de Portugal ou da Itália, limoeiros, romãzeiras cultivadas em caixas e, algumas delas, com mais de 200 anos de idade. Assista ao vídeo, a seguir, para conhecer melhor o Palácio de Versalles. (https://www.youtube.com/watch?v=CyhMleNWwG4)
A difusão do jardim barroco para fora dos limites da França
 No século XVII, a França atingiu seu período máximo de riqueza e poder, passando a influenciar culturalmente os demais países da Europa. O pensamento clássico decorre da busca pelo domínio da forma. É regido por normas, conceitos e padrões absolutos que produzem uma segurança de pensamento. Os estudos sobre as relações entre a geometria, a matemática, a pintura e a música em busca do ideal do belo são intensificados. O desenvolvimento das teorias do desenho e da perspectiva e a apreensão das três dimensões que compõem o espaço fizeram com que os jardins daquele período fossem construídos para o deleite visual do espectador e com o objetivo de atingir a perfeição.
 Há uma exaltação dos sentimentos, com a expressão de forma dramática, intensa, que procura envolver emocionalmente as pessoas. Os jardins barrocos se caracterizam por mostrar a natureza dominada pelo homem, prevalecendo a uniformidade simétrica, com uma perspectiva visual acentuando a ideia da monumentalidade. Também conhecido como jardim clássico, ou jardim francês é considerado o mais rígido e formal de todos os estilos. Devido à intensa necessidade de podas, é considerado de alta manutenção e custo. Esse estilo passa a ser difundido para várias regiões da Europa, demonstrando o poder e a dominação do pensamento absolutista, racional e a grande afirmação do conhecimento humano, fazendo com que esse tipo de jardim fosse encontrado na Inglaterra, Itália, Espanha, Portugal, Áustria, Alemanha, Suécia e Rússia.
Aula 5. Os paisagistas e os jardins românticos
Nesta aula, analisaremos a redescoberta do campo e da consciência histórica do ser humano, bem como o desenvolvimento do pensamento humanista, que induziam uma oposição ao regime absolutista francês e ao pensamento racional, que buscava o controle, clareza e padronização.
Os jardins orientais e sua influência no Ocidente
Os Jardins chineses
 A cultura do arroz é conhecida desde a Antiguidade e no segundo milênio antes de Cristo, os chineses aperfeiçoaram o método de cultivo e aumentaram sua produtividade. É bem provável que tenha sido por conta dessa capacidade agrícola que, justamente, na China foi desenvolvida a mais antiga tradição dos jardins asiáticos.
 Esses jardins, fortemente relacionados com doutrinas filosóficas e religiosas, buscavam se tornar locais de sociabilidade, mas igualmente protegidos e isolados, voltados para meditação e contemplação da natureza. Diferentemente das relações de geometria e simetria que orientavam a construção da arquitetura chinesa doméstica, os jardins recorriam ao universo da espontaneidade e da imaginação.
Os princípios gerais de desenho do jardim foram notadamente influenciados pela difundida prática da geomancia: um conjunto de concepções originadas na antiga China para fornecer explicações sobre os fenômenos naturais, conhecido nos séculos recentes pela denominação geral de feng-shui (vento-água). Panzini, 2013.
 Outra influência muito forte nos jardins orientais é a pintura de paisagem oriental, que representa os aspectos cenográficos da paisagem chinesa como: montanhas, colinas, rios e cascatas. Eram aquarelas feitas em papéis finos, como o de seda, formando grandes rolos. Quando na horizontal (formato paisagem) poderiam conter vários metros, e continham várias cenas que eram descobertas na medida em que o rolo se desembrulhava. 
 Sobre como essa forma de pintura influenciou no desenho de jardins, Panzini (2013, p.371) observa: Foi em analogia ao procedimento de compor pinturas sobre um rolo, cujo conteúdo era revelado lentamente, que o jardim chinês assumiu a sua principal característica: a composição por cenas. As arquiteturas verdes eram desenhadas de modo a jamais serem perceptíveis em sua totalidade, mas para serem lentamente desdobradas a quem as experimentava, percorrendo-as de acordo com um itinerário preestabelecido [...]. 
 Na ausência de perspectivas construídas a partir de pontos determinados, o jardim chinês valia-se de uma sequência de ambientes e vistas para sedução e descobertas: elevações, enquadramentos, pavilhões, percursos sinuosos e aparentemente casuais, tornando complexa e distorcendo a percepção do espaço, dissimulando a extensão e a ligação das partes e fracionando a configuração plástica numa série de ambientes diferentes.
 Na composição dos jardins chineses, a presença de rochas e água, e não apenas a matéria vegetal, contribuía para tornar o jardim atraente. Em busca da harmonia do espaço construído a partir de seus opostos complementares - yin e yang -, o elemento feminino representado pela água e pela fertilidade das terras contrabalançava com os aspectos masculinos emanados pelas rochas: solidez e vigor.
 Nesses recantos também eram exploradas as percepções sensoriais dos visitantes, além das melhorias microclimáticas: os chineses frequentemente instalavam pequenos gazebos em frente aos lagos, onde podiam aproveitar o frescor do ambiente em locais para estar, meditar ou descansar.
 Assista ao vídeo, a seguir, para conhecer melhor o Jardim do Bosque do Leão, construído no ano de 1342, em Suzhou – China e classificado pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade desde 1997. (https://www.youtube.com/watch?v=cSo89lR1MHo)
Os jardins no Japão
 No Japão a paisagem sempre foi elemento de grande importância: primitivamente a economia da região foi desenvolvida a partir dos recursos da agricultura e da pesca, o que fez com que o povo desenvolvesse uma grande observação na natureza e uma reverência aos espíritos que presidiam a fertilidade dos campos e a abundância dos mares.
 Muitos espíritos protetores eram associados a elementos naturais e paisagens, e seus cultos religiosos ocorriam em ambientes abertos, delimitados por pórtico, piso específico, anteparos horizontais como cercas, cordas ou vegetação, ou elementos naturais ou artificiais que compunham o teto.
 Essa forma de organização da paisagem foi de extrema importância para o campo de atuação da arquitetura paisagística, pois reforça a ideia do arquiteto como criador e organizador de espaços - tantos internos como externos - e que, nesse caso, podem conter ou não canteiros, flores ou arbustos.
 Relevantes, também, foram as contribuições dos jardins relacionados com a Doutrina Zen -zen costuma ser associado ao budismo. Foi cultivado, inicialmente, nos países China, Japão, Vietnã e Coreia. A prática básica do zen é literalmente, meditar sentado, tipo de meditação contemplativa que visa a levar o praticante à experiência direta da realidade através da observação da própria mente-, organizados pelos monges a partir do século XIV e utilizados para auxiliar a meditação.
 O jardim do templo Ryoanji, em Quioto, é tido como um dos melhores exemplos do jardim zen, karen-sansui (paisagem seca, com pedras e sem água) do Japão. Ryoanji foi construído como templo particular de Hosokawa Katsumoto, um poderoso senhor feudalque tinha grande influ~encia na corte do shogun (generalíssimo) Ashikaga Yoshimasa, por volta de 1450. A concepção desta obra despojada foi atribuída ao mestre Soami.
 Segundo a lenda em torno do Ryoanji, no dia da inauguração, o jardim tinha 16 pedras, divididas em dois grupos de oito, pois os japoneses consideram o 8 um número da sorte. O generalíssimo Ashikaga Yoshimasa era um amante das artes, e quando foi convidado pelo Daimyô Hosokawa para a inauguração do jardim zen, achou por bem chamar Sua Majestade o Imperador, para prestigiar esse grande evento.
“O imperador ficou encantado com o jardim e fez uma observação cortês: -Sem dúvida este é o mais lindo jardim de todo o Japão. E aquela a mais bela pedra do jardim.
Ouvindo o comentário do Imperador, Soami tirou a pedra que o imperador havia elogiado e a jogou fora. Todos os presentes ficaram pasmos com o tamanho atrevimento do mestre Zen e sua grande falta de respeito com o divino imperador.
-Ah! Agora o jardim esta perfeito, observou Sua Majestade.
-Não há nenhuma pedra mais bonita que as outras e o jardim pode ser visto em toda sua plenitude. Um jardim, assim como a vida, precisa de ser apreciada por inteiro. Se fixarmos nossos olhos na beleza de um detalhe, todo o resto corre o risco de ser ignorado.”
 (ler: http://www.nippo.com.br/historiadojapao/n087a.php)
A idealização da paisagem natural na Inglaterra do século XVIII
 No final do século XVIII, tem início, na Inglaterra, um movimento contrário ao racionalismo, que buscava nas regras e nas proporções matemáticas o ideal a ser atingido, conduzido por ideias onde a emoção predominava perante a razão.
 O regime político absolutista, principalmente o exercido por Luís XIV na França, também passa a ser combatido, e na Inglaterra foi substituído por um poder dividido entre a Monarquia e o Parlamento, que era formado por membros da alta aristocracia e representantes eleitos da classe média.
 A agricultura mudou de um antigo sistema comunitário para um regime baseado em propriedades privadas, que favorecia o aprimoramento das práticas agrícolas, intensificava a construção de moradias senhoriais e transformava completamente a paisagemque intencionava, em conjunto com a produção, o deleite e prazer de seus proprietários. As descobertas das civilizações clássica e arejeição à complexidade do Barroco – considerado o estilo dos regimes absolutistas – induziu a implantação de um estilo com clareza formal que se referenciava com a ética da Roma republicana.
 Vários pensadores da época como, por exemplo, Jean Jacques Rousseau -auor da obra Do contrato social, de 1762- defendiam a liberdade do homem baseado na experiência política das antigas civilizações onde existia o predomínio do consenso, garantindo os direitos de todos os cidadãos. Segundo eles, a população é quem deveria escolher seus representantes e a melhor forma de governo, e o soberano deveria agir de acordo com a vontade do povo. A disseminação dessas ideias foi fonte de inspiração para revoltas contra os governos absolutista e suas construções e, de certa forma, resultou em uma valorização da natureza livre e intocável, dessassociada das mazelas impostas pelos governos opressores. (ler: https://www.ebiografia.com/jean_jacques_rousseau/)
“na progressiva identificação entre a grandeza antiga e a identidade britânica, começou a ser cultivada uma versão setecentista do antigo otium - Termo latino que originou a palavra ÓCIO: tempo de parada, descanso, lazer ou prazer.- romano e a considerar o retiro agreste um estímulo para uma vida de cultura e socialização depois da atividade política”. (Panzini, 2013, p.440)
 A paisagem natural passa a ser evocada como representante de estilo de vida liberto, onde ocorrem relações mais justas. Vários pintores transformaram em pinturas essas ideias e reproduziram cenas bucólicas naturais (observadas ou inventadas), nas quais a paisagem deixa de ser apenas figura de fundo e passa a ser figura principal, com fragmentos de antigas arquiteturas (inspiradas na antiguidade clássica). 
 Esses pintores de paisagem eram chamados de paisagistas e, posteriormente, o termo passa a ser associado a todo profissional construtor ou pintor de paisagens. Esse movimento, denominado de Romântico, ocorreu durante a primeira metade no século XVIII, e revelou diversas inspirações nos pintores paisagistas, como:
O francês Claude Lorrain, radicado em terras italianas, contribuiu quase diretamente para a transformação dos jardins da Inglaterra. Através de Claude, a emergência de um passado clássico pelo contato com as ruínas, descobertas pela arqueologia, naquelas terras, fez com que a Inglaterra sofresse as influências diretas da Itália.
O contato com os jardins orientais se deu a partir de expedições rumo ao Oriente, em especial com a visita do funcionário da companhia sueca das Índias, William Chambers, que em 1740 havia visitado o porto chinês de Cantão. Em seu retorno à Inglaterra, ele assumiu o papel de especialista em jardins de gosto chinês, trabalhando como conselheiro do príncipe de Gales em sua propriedade rural e, publicando diversos desenhos de arquiteturas, mobiliários e decorações em estilo chinês.
 As viagens feitas a partir da Europa para exploração e de comércio com os países orientais fez crescer a moda do exotismo: papéis de parede, porcelanas e mobílias orientais decoravam as residências dos nobres e representantes da classe média; nos jardins, surgiram pagodes -edificação tipo uma torre com múltiplas beiradas, comum na China, no Japão, nas Coreias, no Nepal e em outras partes da Ásia- e pavilhões inspirados na arquitetura desses países, que também ofereciam bebidas como o chá e o café para a degustação que, naquele momento, eram pouco comuns na Europa. Desse modo, o novo desenho da paisagem foi influenciado pela convergência de vários pensamentos:
O Classicismo Ocidental: com evocação a Roma republicana e em oposição à complexidade barroca.
O Pensamento Inglês: a favor de uma expressão paisagística nova e liberal.
A Escola Chinesa: que privilegiava os princípios de irregularidade, assimetria e a percepção dos jardins a partir de diferentes pontos de vista.
A Pintura “Pitoresca”
O Pensamento iluminista: Movimento cultural da elite intelectual europeia do século XVIII que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade e o conhecimento herdado da tradição medieval. Abarcou inúmeras tendências e, entre elas, buscava-se um conhecimento apurado da natureza, com o objetivo de torná-la útil ao homem moderno e progressista. 
Os jardins românticos e envolvimento emocional nos espaços paisagísticos
 O movimento Romântico se levanta de forma radical contra as questões do controle, da clareza e da padronização, e vai influenciar diretamente a nova forma de construção da paisagem que, inspirada também nos jardins orientais, passa a valorizar as formas assimétricas, a composição com diferentes pontos de vista, a disposição dos vegetais colocados de maneira “espontânea”, a construção de pedras, cascatas e troncos falsos.
O jardim romântico
 Também denominado de jardim paisagístico - evoca uma evasão do mundo real, com a construção da paisagem idealizada, na qual o inesperado é uma qualidade altamente valorizada. A construção paisagística romântica não se limita ao campo visual. Na realidade, a concepção do espaço leva o frequentador a percorrer diversas experiências, tanto de conteúdo intelectual como emocional em busca do sublime. As qualidades de luz, temperatura, textura e som de um ambiente, aliadas a impressões visuais, táteis, sonoras, olfativas e gustativas proporcionam ao espectador uma sensação que o envolve por completo. Destacamos alguns arquitetos paisagistas desse período:
O inglês William Kent planejou diversos jardins na primeira metade do século XVIII. Nos jardins de Rousham House (Oxforshire), de Stourhead (Wiltshire), Chiswick House (Londres) e na reforma dos jardins de Stowe (Buckinghamshire) todos nas Inglaterra.Kent construiu templos e edificações, algumas em ruínas inspirados no mundo clássico e distribuiu a vegetação de maneira não organizada, enfatizando o ideal romântico. Esses primeiros jardins românticos privilegiavam o uso de construções, a fim de realçar as refer^ncias históricas e simbólicas representadas em cada uma delas.
O inglês Lancelot Brown (que trabalhou em Stowe também), também conhecido como “Capability” Brown por suas habilidades em trabalhar com a natureza. Brown modelava os terrenos em suas composições, dando-lhes uma aparência natural, com muitas áreas gramadas e a vegetação organizada de forma irregular. Redirecionava os rios existentes para atendimento dos interesses pictóricos e eliminava as barreiras visuais, proporcionando uma integração de suas obras com paisagem à sua volta. Suas criações eram visualmente harmônicas com a natureza circundante.
Ainda no século XVIII, reconhecemos a notável contribuição de Henry Hoare II que transformou a propriedade de seu pai, Stourhead House, no mais paradigmático exemplo do novo estilo nascido na Inglaterra.
No final do século XVIII e no início do XIX, temos o artista inglês Humphry Repton, um excelente pintor, aquarelista e apresentava seus projetos hoje chamados de “livros vermelhos”, nos quais inseria esboços em cor dos terrenos sobre os quais deseja intervir. Neles, Repton expunha primeiramente o espaço como se encontrava e, depois, as propostas sugeridas pelo artista para o mesmo local. A simples comparação entre os dois momentos evidenciava que, com soluções criativas, era possível dignificar o espaço trabalhado. Semelhantes aos livros infantis, tinham abas dobráveis que, uma vez abertas, revelava a paisagem transformada e causavam no espectador súbito espanto. Utilizavam, em suas composições, os primeiros elementos padronizados de ferro, ferro fundido e vidro, antecipando alguns aspectos da difusão dos jardins nas residências privadas, que se popularizaria no século XIX.
Assista ao vídeo, a seguir, para conhecer melhor o Jardim de Stourhead. (https://www.youtube.com/watch?v=zSNzXioQmBA)
 Aula 6. 
1. Os objetos principais de trabalho do arquiteto paisagista são:
Resposta: Os espaços livres de edificação.
2. A professora Maria Angela Faggin Pereira Leite no seu livro Destruição ou desconstrução escreve a seguinte assertiva: “A evolução histórica dos conceitos e dos processos de projeto da paisagem mostra uma permanente procura de formas que expressem a integração e a compatibilidade entre as manifestações econômicas, técnicas, científicas e artísticas da sociedade. Intervenções na paisagem são o resultado de um processo dinâmico de expressão do imaginário social, que reflete de perto certos padrões estéticos e culturais, cuja origem dificilmente pode ser situada em cada um desses campos de conhecimento isoladamente”. (LEITE, 1994, p. 30). Analisando o texto, podemos afirmar que:
Resposta: A paisagem é o resultado dos diversos tempos que o lugar vivenciou.
3 - Existe muita confusão entre os leigos sobre as atribuições profissionais de diversas categorias que atuam sobre a paisagem. A partir do que foi estudado, assinale a alternativa correta relacionada aos arquitetos paisagistas:
Resposta: É o profissional que desenvolve atividades técnicas relacionadas à concepção e execução de projetos para espaços externos, livres e abertos, privados ou públicos, dentro de várias escalas, inclusive a territorial.
4. As cavernas foram utilizadas como grandes depósitos dos estoques agrícolas.
Resposta: Errado
5.Os grupos humanos adquiriram muito rapidamente o controle sobre a natureza.
Resposta: Errado
6. O desenvolvimento das práticas agrícolas foi acompanhado das modificações do ambiente natural.
Resposta: Certo
7. Os gregos antigos eram habitantes conscientes do ambiente natural originário e da sacralidade dos terrenos. Essa sensibilidade para a compreensão do ambiente também fica evidente nas construções monumentais. Essa afirmação pode ser demonstrada, a partir da criação dos seguintes espaços:
Resposta: Teatros situados em encostas para acomodar as arquibancadas, obter bons efeitos acústicos e visualização das paisagens.
8. Faça um quadro síntese dos períodos e das regiões estudadas na aula (Mesopotâmia, Egito, Grécia e Roma) e relacione com a arquitetura, economia, técnicas, paisagismo, composição formal, vegetação utilizadas na época e observações que julgue relevantes.
Resposta:
9. Qual o nome dado à arte de conferir às plantas ornamentais, mediante cortes precisos, a forma de sólidos geométricos, como esferas e cones, de elementos arquitetônicos, de configurações zoomórficas e antropomórficas, de alegorias históricas e mitológicas?
Resposta: Topiaria
10. Analise as características paisagísticas dos locais e diga a qual período se referem: 
-Espaços formados por canteiros retangulares e simétricos com forte referência as villas romanas
Resposta: Jardins privados da Alta Idade Média.
-Espaços compostos por chafarizes, pavilhões para descanso, vegetação
Resposta: Jardins do século XII, que foram construídos em castelos e em casas de campo, e que tinham a função de utilidade e prazer, além de simbolizar a posição social.
-Espaços que tiveram como principal influência das composições formais a ágora grega
Resposta: Praças da Idade Média, que eram localizadas na frente dos palácios de governo e dos grandes templos religiosos. A população se encontrava nesses locais para trocar mercadorias e realizar atividades de ordem cívica ou religiosa.
11. Faça um quadro síntese dos períodos estudados na aula (Jardins Islâmicos, Alta Idade Média e Baixa Idade Média) e relacione com a arquitetura, economia, técnicas, paisagismo, composição formal, vegetação utilizadas na época e observações que julgue relevantes.
Resposta:
12. Faça uma síntese dos conhecimentos humanos das épocas estudadas na aula (Renascimento e Barroco) e sua relação com a arquitetura e o paisagismo do período.
Resposta: Arquitetura: utilização de frontões, colunas, arcos plenos, esculturas e adornos. / Paisagismo: jardins dispostos em terraços e áreas planas, construídos por intermédio de traçados reguladores e perspectiva exata, com um único eixo de simetria.
13. A partir do século XIV, uma atmosfera de renovação cultural e filosófica impulsionou as elites urbanas italianas em direção à recuperação do patrimônio do mundo clássico. A descoberta de textos clássicos greco-romanos, que indicavam as relações matemáticas como o caminho para alcançar a harmonia, beleza e perfeição, ajudou a consolidar a ideia de resgate cultural. Como esses princípios matemáticos foram transpostos para o paisagismo desse período?
Resposta: Com o uso de traçados reguladores, perspectiva exata e um único eixo de simetria.
14. O arquiteto e teórico Leon Battista Alberti (1406-1472) definiu em um dos seus tratados - De re aedificatoria - como as villas renascentistas deveriam ser construídas. De acordo com o que foi postulado por Alberti, essas residências deveriam estar:
Resposta: Localizadas em zonas elevadas de modo a desfrutar de uma bela vista.
15. No século XVII, a França atingiu o seu período máximo de riqueza e poder, passando a influenciar culturalmente os demais países da Europa. O pensamento clássico do período busca a precisão da forma e os jardins barrocos franceses se caracterizam por mostrar a natureza dominada pelo homem, prevalecendo a uniformidade simétrica, acentuando a ideia da monumentalidade. A partir desses pressupostos, assinale quais os elementos que faziam parte dessas composições paisagísticas:
Resposta: Terrenos planos, perspectiva infinita e um ponto de vista ideal.
16. Compare as estratégias de desenho dos jardins clássicos orientais com as dos jardins românticos ingleses.
Resposta: Não existe um gabarito predefinido. No entanto, sua resposta deve seguir a estrutura:
• Apreensão dos espaços por cenas sucessivas;
• Jardins orientais: separação de ambientespor anteparos ou pisos;
• Jardins românticos ingleses: separação de ambientes por contrastes de massas vegetais.
17. Os jardins chineses podem ser considerados como uma das fontes de inspiração dos jardins românticos paisagistas ingleses desenvolvidos durante os séculos XVIII e XIX. Sobre a disposição formal desses dois tipos de jardim, é possível afirmar que eles possuíam:
Resposta: Nenhum de eixo de simetria.
18. Os jardins orientais projetados de acordo com a filosofia zen reforçaram ideias paisagísticas utilizadas até os dias de hoje. Suas construções afirmam que é possível criar um jardim de alta qualidade composto por:
Resposta: Pedriscos e rochas aparentes ou cobertas por musgos ou líquens.
19. Indique quais as correntes de pensamento que influenciaram o novo desenho da paisagem, surgido na Inglaterra no final do século XVIII.
Resposta: Classicismo Ocidental, Escola Chinesa, Pintura “Pitoresca” e o Iluminismo.
20. O jardim romântico, também denominado de jardim paisagístico, evoca uma evasão do mundo real, com a construção da paisagem idealizada, na qual o inesperado é uma qualidade altamente valorizada. A construção paisagística romântica não se limita ao campo visual. Na realidade, a concepção do espaço leva o frequentador a percorrer diversas experiências, tanto de conteúdo intelectual como emocional em busca do sublime. As qualidades de luz, temperatura, textura e som de um ambiente, aliadas a impressões visuais, táteis, sonoras, olfativas e gustativas proporcionam ao espectador uma sensação que o envolve por completo.
Quais os artifícios formais que os paisagistas ingleses do século XVIII e XIX utilizavam para obter esses resultados?
Resposta: Utilização de formas assimétricas, composição com diferentes pontos de vista, disposição dos vegetais colocados de maneira espontânea, construção de pedras, cascatas e troncos falsos.
21. 
Referencias:
ABBUD, Benedito. Criando paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2006.
MACEDO, Silvio Soares. Quadro do Paisagismo no Brasil. São Paulo, 1999.
MAGALHÃES, Manuela Raposo. A arquitectura paisagista: morfologia e complexidade. Lisboa: Editorial Estampa, 2001.
TERRA, Carlos Gonçalves. Paisagens construídas: jardins, praças e parques do Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX. Rio de Janeiro: Rio Books, 2013.
GALESI, Renê. História da Arte e da Arquitetura I. Rio de Janeiro: SESES, 2016. p. 8–146.
GIROTO, Ivo. Teoria Crítica da Arquitetura. Rio de Janeiro: SESES, 2016. p. 30–86.
PANZINI, Franco. Projetar a natureza: arquitetura da paisagem e dos jardins desde as origens até a época contemporânea. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2013. p. 23–120.
O livro da disciplina História da Arte e da Arquitetura I, escrito pelo professor Renê Galesi, que apresenta com riqueza de detalhes a arte e a arquitetura da Antiguidade.
 O capítulo 2 do livro Teoria Crítica da Arquitetura, de autoria do professor Ivo Giroto que também traz informações importantes sobre essa época.
PANZINI, Franco. Projetar a natureza: arquitetura da paisagem e dos jardins desde as origens até a época contemporânea. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2013. p. 167-206.
NUNES-FERREIRA, Carlos Eduardo. Teoria e história das cidades. Rio de Janeiro: SESES, 2017.
SEGAWA, Hugo. Ao amor do público: jardins no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP, 1996.
• Assista aos filmes:
- The Name of the Rose (O nome da Rosa), 1986, dirigido por Jean Jacques Annaud.
Sinopse: Estranhas mortes começam a ocorrer em um mosteiro beneditino localizado na Itália durante a Baixa Idade Média; as vítimas aparecem sempre com os dedos e a língua roxos. O mosteiro guarda uma imensa biblioteca, onde poucos monges têm acesso às publicações sacras e profanas. A chegada de um monge franciscano, incumbido de investigar os casos, irá mostrar o verdadeiro motivo dos crimes, resultando na instalação do tribunal da santa inquisição.
- Robin Hood (Robin Hood), 2010, dirigido por Ridley Scott.
Sinopse: Robin Longstride integra o exército do rei Ricardo Coração de Leão (1157-1199), que está em plenas cruzadas. Após a morte do rei, ele consegue escapar juntamente com alguns companheiros. Em sua tentativa de fuga, eles encontram Sir Robert Loxley, que tinha por missão levar a coroa do rei a Londres. Loxley foi atacado por Godfrey, um inglês que serve secretamente aos interesses do rei Filipe, da França. À beira da morte, Loxley pede a Robin que entregue a seu pai uma espada tradicional da família. Ele aceita a missão e, vestido como se fosse um cavaleiro real, parte para Londres. Após entregar a coroa ao príncipe João, que é nomeado rei, Robin parte para Nottingham.
GIROTO, Ivo. Teoria Crítica da Arquitetura. Rio de Janeiro: SESES, 2016. p. 116 – 157.
LAURIE, Michael. Introducción a la arquitectura del paisaje. Barcelona: Gustavo Gili, 1983. P.41-52.
PANZINI, Franco. Projetar a natureza: arquitetura da paisagem e dos jardins desde as origens até a época contemporânea. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2013. p. 207-350.
- Vatel (Vatel - Um Banquete Para o Rei), 2000, dirigido por Roland Joffé.
Sinopse: Em 1671, o rei Luís XIV governa Versailles, enquanto no Oeste da França uma província está a beira da ruína. Mas qual seria a solução para esta crise? O Príncipe de Condé tem um plano para tirar sua província do vermelho: ele vai convidar o rei para seu castelo no campo e proporcioná-lo um final de semana de festas e muita diversão. Se ele conseguir reconquistar Luís XIV, os cofres reais se abrirão e sua região estará salva do desastre econômico. O sucesso do plano depende de um simples serviçal - Vatel, o único homem que pode oferecer a comida suntuosa e o entretenimento elaborado dignos deste rei. Além desse desafio, algo mais mexe com a cabeça de Vatel: Anne de Montausier, uma nova candidata à dama da corte que se afeiçoa por sua simplicidade, gentileza e humanidade.
- The Serpent’s Kiss (O Beijo da Serpente), 1997, dirigido por Philippe Rousselot.
Sinopse: Meneer Chrome é um jovem arquiteto holandês contratado por Thomas Smithers para a construção de um suntuoso jardim em sua mansão no interior da Inglaterra. A extravagante obra poderá levar Smithers à falência, conforme um plano traçado com esse intuito.
FARIELLO, Francesco. La arquitectura de los jardines: de la Antigüedad del siglo XX. Barcelona: Reverté, 2008. p. 287-314; 209-235.
JELLICOE, Geoffrey and Susan. The Landscape of Man: shapping the environment from prehistory to the present day. London: Thames and Hudson, 1996. p. 68-97; 223-247.
PANZINI, Franco. Projetar a natureza: arquitetura da paisagem e dos jardins desde as origens até a época contemporânea. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2013. p. 351-462.
TERRA, Carlos Gonçalves. Os jardins no Brasil do século XIX: Glaziou revisitado. Rio de Janeiro: UFRJ, EBA, 1993. p. 21-29.
• Assista ao filme:
- Marie-Antoinette (Maria Antonieta), 2006, dirigido por Sofia Coppola.
Sinopse: A princesa austríaca Maria Antonieta é enviada ainda adolescente à França para se casar com o príncipe Luis XVI, como parte de um acordo entre os países. Na corte de Versailles ela é envolvida em rígidas regras de etiqueta, ferrenhas disputas familiares e fofocas insuportáveis, mundo em que nunca se sentiu confortável. Praticamente exilada, decide criar um universo à parte dentro daquela corte, no qual pode se divertir e aproveitar sua juventude. Só que, fora das paredes do palácio, a revolução não pode mais esperar para explodir.

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