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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS -CCJP CIÊNCIA POLÍTICA DISCIPLINA TEORIA DO ESTADO MODERNO PROFESSORA DOUTORA CLARISSE GURGEL ALUNA BIBIANA GASPARINI XERRI CRÍTICAS AO PRIMEIRO CAPÍTUDO DE “O CAPITAL” 18/05/2017 Primeiramente, sinto a obrigação de evidenciar que, tendo sido criada em uma família com ideologias “de esquerda”, reconheço que as teses marxistas estão entranhadas no meu ideário e, portanto, a presente análise representa uma dificuldade de entendimento minha própria devido a minha incapacidade acadêmica. Não encontro justificativas ao nivelamento de toda forma de trabalho humano a um trabalho humano abstrato, que possui igual valor e por isso é capaz de estabelecer equivalências nas relações de troca entre mercadorias; na página 85, Marx diz que “o trabalho que o cria [o valor] se revela expressamente igual a qualquer outro... não importa a forma corpórea assumida pelos trabalhos... Através da forma extensiva em que [a mercadoria] manifesta seu valor... em relação social”, pois, como dito na página 86, “a espécie determinada de trabalho concreto... é apenas forma particularizada da manifestação do trabalho humano”, ou, como anteriormente dito na mesma página, “formas particulares de efetivação ou de manifestação do trabalho humano em geral”. Na página 89, Marx atribui a ausência de diferenciação das formas de trabalho humano ao caráter social do mundo das mercadorias; isso é melhor explicado na página 95: “A igualdade completa de diferentes trabalhos só pode assentar numa abstração que põe de lado a desigualdade existente entre eles e os reduz ao seu caráter comum de dispêndio de força humana... o caráter socialmente útil de seus trabalhos particulares sob o aspecto de o produto do trabalho ter de ser útil, e útil aos outros, e o caráter social da igualdade dos diferentes trabalhos apresenta-se a ele sob o aspecto da igualdade de valor que se estabelece entre essas coisas materialmente diversas, os produtos do trabalho”. Na página 96, diz que os diferentes trabalhos são igualados por sua característica comum de trabalho humano. Isso tudo parece muito dado, no entanto, a meu ver, as qualidades diferentes contidas em cada tipo de trabalho deveriam, e de fato, na realidade, agregam um valor diferente e adicional conforme sua especialização. Isso pode ser observado, por exemplo, em produtos artesanais ou de produção caseira, que trazem em si um valor agregado pelos anos de aperfeiçoamento envolvidos na habilidade de criação, mesmo que os componentes da mercadoria sejam semelhantes – quantitativamente e tecnicamente diferentemente empregados – a um equivalente que seja produzido industrialmente. Talvez isso tenha sido demonstrado, mas não fui capaz de encontrá-lo com a devida claridade. Edição utilizada: MARX, Karl. A mercadoria. In: MARX, Karl. O Capital. 31. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. cap. 1, p. 57-105.