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Aula 05: Aminoácidos: classificação, estrutura, função e importância Leonardo A. Z. Rodrigues (gqi132ufla@gmail.com) UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA Disciplina: Bioquímica SEMESTRE: 2014/2 I. Cronograma e Conteúdo Programático AULA DATA ASSUNTO 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª 16ª 17ª 18ª 19ª 18/08 25/08 01/09 08/09 15/09 22/09 29/09 06/10 13/10 20/10 27/10 03/11 10/11 17/11 24/11 01/12 08/12 11/12 15/12 Apresentação da disciplina, Introdução à Bioquímica, Célula e água Carboidratos: classificação, estrutura, função e importância biológica Lipídios e ácidos Graxos: classificação, estrutura, função e importância biológica Ácidos Nucléicos: classificação, estrutura, função e importância biológica Aminoácidos: Estruturas, classificação, função e importância biológica Proteínas: níveis estruturais, classificação, função e importância biológica 1ª Prova (20%): sala de aula as 8 horas Enzimas: Atividade e cinética, especificidade e classificação Recesso Bioenergética: Leis da termodinâmica, Energia livre de Gibbs e Reações biológicas Catabolismo de Carboidratos: glicólise, fermentações, regulações e Pentose Fosfato Ciclo de Krebs e ciclo do glioxilato: respiração celular, acetato e reações das vias 2ª Prova (20%): sala de aula as 8 horas Cadeia de transporte de elétrons e Fosforilação Oxidativa Metabolismo de lipídeos (catabolismo e biossíntese) Metabolismo de compostos nitrogenados (catabolismo e biossíntese) 3ª Prova (20%): sala de aula as 8 horas Segunda chamada geral (sala 3 do pavilhão 6 as 12:15 h) matéria da prova que perdeu Prova Substitutiva (matéria toda): sala de aula as 8 horas A Célula CONSTITUIÇÃO QUÍMICA DAS CÉLULAS Inorgânicos Orgânicos Água e Sais Minerais Carboidratos Lipídios Ácidos Nucléicos Aminoácidos Proteínas Aminoácidos… CÓDIGO GENÉTICO - AMINOÁCIDOS Funções Biológicas • Estrutura da célula • Hormônios e Proteínas • Receptores de hormônios e proteínas • Transporte de metabólitos e ions • Atividade enzimática • Imunidade • Gliconeogênese no jejum e diabetes Características Físicas • São compostos sólidos, cristalinos e se fundem a alta temperatura • São incolores, sendo que a maioria apresentam sabor adocicado com alguns insípidos e outros amargos • São solúveis em água e insolúveis em solventes orgânicos • Possuem PF e PE altos Estrutura Básica de um Aminoácido Tamanho, estrutura e carga Estrutura Química Geral �Aminoácidos mais importantes sãos os α. �Apresentam : - Um grupo amina: – NH2 - Um grupo carboxila: –COOH - Um hidrogênio –H - Uma cadeia lateral –R (que de- termina a identidade de um AA específico). �� O carbono O carbono αα éé um centro quiral um centro quiral (opticamnte ativo)(opticamnte ativo) Propriedades Químicas � Caráter anfótero – em solução aquosa os AA estão ionizados e reagem tanto como ácidos quanto como bases, produzindo sais : � Em meio ácido: o ânion carboxilato, e não o grupo amino, atua como centro básico e recebe o próton � Em meio básico: o cátion amônio, e não o grupo carboxila, reage como centro ácido e perde um próton � Formam dois esterioisômeros: L e D - L � Levorrotatório (esquerda) - D � Destrorrotatório (direita) � Observações importantes: - Os aminoácidos nas moléculas protéicas são sempre L- estereisômeros - Os D aminoácidos foram encontrados apenas em pequenos peptídeos de parede celular bacteriana e alguns peptídeos que têm função antibiótica. Propriedades Químicas Representação e características dos Aminoácidos Classificação dos Aminoácidos � Essenciais - são aqueles que não podem ser sintetizados � Não essenciais - são aqueles que podem ser sintetizados É importante ressaltar que, para os vegetais, todos os aminoácidos são não essenciais. Fica claro que classificar um aminoácido em não essencial ou essencial depende da espécie estudada; assim um certo aminoácido pode ser essencial para um animal e não essencial para outro. Essenciais Não Essenciais Histidina Alanina Leucina Arginina Isoleucina Asparagina Lisina Acido Aspartico Metionina Cisteína Fenilalanina Glutamina Treonina Acido glutámico Triptofano Glicina Valina Prolina Serina Tirosina Aminoácidos essenciais e não essenciais para o ser humano � Aminoácidos essenciais (9) são aqueles que não podem ser produzidos pelo corpo humano. Dessa forma, são somente adquiridos pela ingestão de alimentos, vegetais ou animais. São eles: - Arginina. Fabricada por fermentação a partir de fontes de carboidrato, mas também por extração a partir de hidrolisados de proteína animal. Na nutrição clínica é usada como um componente para nutrição enteral e parenteral. - fenilalanina. Geralmente fabricada por fermentação a partir de fontes de carboidrato. Ela também é obtida através da resolução ótica da forma DL, que é produzida por síntese química usando benzaldeído etc. A fenilalanina é usada em nutrição clínica em infusões de aminoácidos bem como em preparações enterais e orais. É também usada como aditivo em suplementos nutricionais esportivos e alimentos e bebidas para a saúde. - Isoleucina. A Isoleucina é geralmente fabricada pela fermentação a partir de fontes de carboidrato e também pela extração de hidrolisados de proteína animal. Em nutrição clínica, é comumente usado como um componente de nutrição enteral e parenteral. A Isoleucina é também amplamente utilizada em combinação com a leucina e valina como preparações com alto teor de BCAA para pacientes com doenças hepáticas para melhorar seus estados nutricionais. - Lisina. Fabricada fermentação a partir de fontes de carboidratos. No campo farmacêutico, o monocloridrato de lisina é usado como componente para preparações integrais de aminoácidos, agentes nutricionais no cuidado neonatal e terapêuticas para herpes simplex, etc. - Metiotina. Obtida resolução ótica da forma DL, que é produzida por síntese química usando acroleina etc., como material de partida. Em nutrição clínica, a metionina usada como componente em nutrição enteral e parenteral. É também usada como fármaco em preparações integrais de aminoácidos, terapias hepáticas e drogas usadas na prevenção de danos hepáticos. Outras aplicações da forma L incluem seu uso como elemento nutritivo em preparações lácteas infantis, alimentos para a saúde, como um componente em suplementos esportivos e como flavorizante. - Serina. Produzida por fermentação a partir de fontes de carboidrato e também por conversão enzimática a partir da glicina. Além do seu uso na nutrição clínica, incluindo infusões de aminoácidos, e preparações orais e enterais, a serina é também usada em alimentos para a saúde. - Treonina. Fabricada por fermentação a partir de fontes de carboidrato. Em adição ao seu uso na nutrição clínica como componente da nutrição enteral e parenteral, a treonina é usada em produtos alimentícios, tais como alimentos e bebidas para a saúde e como flavorizante. - Triptofano. Fabricado por fermentação a partir de fontes de carboidrato. Em aplicações farmacêuticas, o triptofano usado como um ingrediente ativo em antidepressivos e hipnóticos. Na área de nutrição clínica é um componente indispensável em infusões de aminoácidos e em dietas enterais e orais. - Valina. Fabricada por fermentação a partir de fontes de carboidrato, por extração de hidrolisados de proteína animal e também por resolução ótica da forma DL, que é produzida por síntese química usando isobutilaldeído, etc. Como materiais de partida. Além do seu uso habitual em nutrição enteral e parenteral, valina é largamente utilizada em combinação com a Isoleucina e Leucina em preparações ricas emBCAA para pacientes com doenças hepáticas para melhorar seus estados nutricionais. Como fármaco, é usada na forma de preparações de BCAA para casos de hipoalbuminenia em pacientes hepatocirróticos e também em preparações integrais de aminoácidos. � Aminoácidos não-essenciais (11) são aqueles os quais o corpo humano pode sintetizar. São eles: - Alanina. A Alanina é geralmente produzido por método enzimático usando acido aspartico como matéria prima, mas também pelo método de extração de hidrolises de proteína animal. A alanina é utilizada como ingrediente para medicamentos tais como terapêuticas para a hipertrofia da próstata e em preparações integrais de aminoácidos. Na indústria de alimentos, é empregada com o propósito de enriquecer nutricionalmente alimentos e bebidas além do seu uso como condimento e flavorizante. - Asparagina. A Aspargina monohidratada é fabricado pela extração de hidrolisados de proteína vegetal ou pela síntese a partir de acido aspartico. A monohidrata é usado como componente para infusões de aminoácidos. - Cisteína. A Cisteína em medicamentos é utilizada para melhorar a função hepática e pigmentação, incluindo manchas e sardas. Os derivados acetil, etiléster e carboximetil são utilizados em formulações para desobstruir a passagem de ar (expectorante). - Glicina. A Glicina é fabricada pela síntese química a partir de formaldeído ou ácido monocloroacético e amônia. A glicina é usada no campo farmacêutico como um componente de medicamentos dermatológicos para eczemas e dermatites, agentes hepáticos e antialérgicos. - Glutamina. Como fármaco, a Glutamina é usada como componente de terapias de úlcera gastroduodenal e gastrite, como medicamentos reguladores da função gástrica e promotores da digestão e também em preparações integrais de aminoácidos. - Histidina. Fabricada geralmente por fermentação a partir de fontes de carboidrato e também por extração a partir de hidrolisados de proteína animal. A Histidina é principalmente usada como componente para nutrição enteral e parenteral. - Prolina. Geralmente fabricada por fermentação a partir de fontes de carboidrato e também por extração de hidrolisados de proteína animal. A prolina é empregada em nutrição enteral e parenteral. É também usada para a síntese de vários compostos farmacêuticos tais como agentes antihipertensivos. - Tirosina. F abricada pela extração de proteína vegetal ou hidrolisados de proteína animal. A Tirosina é usada em infusões de aminoácidos, dietas enterais e orais e em alimentos para a saúde como componente nutricional. - Ácido Aspartico. Fabricado por método enzimático usando ácido fumárico como material de partida. O ácido aspártico é usado na composição de produtos para nutrição enteral e parenteral. É uma matéria-prima chave para a síntese de adoçantes artificiais de alta intensidade "aspartame", bem como para a produção de ácido poliaspártico, que tem grande demanda na fabricação de detergentes, tratamento de água e na fabricação de resinas de absorção de água e produtos químicos agrícolas. - Ácido glutâmico. Fabricado pela fermentação a partir de fontes de carboidrato. O ácido glutâmico é usado como um componente de nutrição enteral e parenteral. Classificação dos Aminoácidos � Quanto ao destino no metabolismo animal - Glucogênicos: (Podem ser transformados em glicose). Alanina, arginina, metionina, cisteína, cistina, histidina, treonina e valina. - Glucocetogênicos: (Podem se transformar em glicose ou em corpos cetônicos). fenilalanina, tirosina e triptofano, isoleucina e lisina - Cetogênicos: (Podem se transformar em corpos cetônicos). Leucina Classificação dos Aminoácidos � Quanto a natureza do grupo R - Aromáticos: fenilalanina, tirosina, triptofano - Básicos: lisina, histidina - Ácidos: Ác. Glutâmico, Ác. Aspártico - Ramificados: isoleucina, leucina, valina - Sulfurados: metionina, cisteína, cistina - Outros : treonina Classificação dos Aminoácidos � Baseada na polaridade dos radicais R: - Aminoácidos com Radical "R" Apolar ou HIDROFÓBICO. "R" geralmente formado por carbono e hidrogênio - grupamentos alquila. São em número de 8: Alanina, Fenilalanina, Isoleucina, Leucina, Metionina, Prolina, Triptofano e Valina. - Aminoácidos nos quais R é POLAR ou HIDROFÍLICO. "R" contendo hidroxilas, sulfidrilas e grupamentos amida. São em número de 7: Glicina, Aspargina, Cistina, Glutamina, Serina, Tirosina e Treonina; - Aminoácidos carregados positivamente ( C/ R POSITIVO). São diamino e monocarboxílicos : Arginina, Histidina e Lisina. - Aminoácidos carregados negativamente (c/R NEGATIVO). São monoamino e dicarboxílicos: Ácido Aspártico, Ácido glutâmico. Classificação dos Aminoácidos 20 AA derivados de Prote20 AA derivados de Proteíínasnas � Note as características destas estruturas: 1. Todos os 20 são α-aminoácidos 2. Para 19 dos 20, o α-amino grupo é primário; para prolina é secundário 3. Com exceção da glicina, o carbono α de cada um é um centro assimétrico 4. Isoleucina e treonina contém um segundo centro assimétrico Aminoácidos incomuns � Modificações pós-traducionais - 4-hidroxiprolina - 5-hidroxilisina - 6-N-metil-lisina - Gama-carboxiglutamato - Fosforilação de resíduos � Selenocisteína - Selênio ao invés de enxofre na Cys - É adicionado durante a tradução por mecanismo específico e regulado Titulação de um Aminoácido (carga elétrica) • Substâncias anfóteras: possuem natureza dual (Doam ou recebem prótons) •Ionização (constante de ionização – pKa - dependem do pH do meio e são diferentes para diferentes moléculas •Dissociação (constantes de dissociação dependem do pH do meio e são diferentes para diferentes moléculas) •< pH; > [H]+ → estado não-ionizado Titulação de um Aminoácido De forma geral, ao fazer a titulação de um Aa com uma base, iniciando-se em pH=1 observa-se que o pH da solução aumenta até aproximadamente pH=2 quando o grupamento COOH começa a liberar íons H+ para o meio, formando água. HH-- C C -- NHNH33 ++ COOCOO-- RR COOCOOHH RR HH-- C C -- NHNH33 + + + + OHOH-- COOCOOHH RR HH-- C C -- NHNH33 + + + + OHOH-- pKpK11 íon dipolar H20 Titulação de um Aminoácido Continuando a adição de base o pH irá progressivamente se elevando até que o grupo NH3+ tenha condições de liberar seu íon H+, o que ocorre próximo ao pH 9 . COOCOO-- RR HH--CC--NNHH33 + + ++ OHOH-- COOCOO-- RR COOCOO-- RR HH--CC--NNHH33 + + ++ OHOH-- HH--CC--NHNH22 COOCOO-- RR HH--CC--NHNH22 COOCOO-- RRpKpK22 H2O íon dipolar Titulação de um Aminoácido Ponto Isoelétrico É o pH no qual a molécula do aminoácido apresenta igual número de cargas positivas e negativas (C.L. = 0). Encontra-se eletricamente neutro. íon dipolar ou zwitterion O cálculo do pI baseia-se nas formas de dissociação do aminoácido utilizando os pK anterior e posterior à forma isoelétrica do aminoácido. Titulação de um Aminoácido Curva de Titulação Glicina O ambiente químico influencia o pKa Ácido acético O pKa normal para um grupo carboxil é em torno de 4,8 Metilamina O pKa normal para um grupo Amino é em torno de 10,6 O α-aminoácido (glicina) pK1 = 2,34 A repulsão entre o grupo amino e e o próton reduz o pKa para o grupo Carboxil O α-aminoácido (glicina) pK2 = 9,60 A alta eletronegatividade do oxigênio puxa os elétrons do grupo amino reduzindo seu pK a Grupos carboxil e amino metil- substituídos Grupos carboxil e amino na glicina Curva de Titulação Glutamato Aminoácidos com grupos R carregados apresentam três valores de pK Curva de Titulação Histidina Aminoácidos com grupos R carregados apresentamtrês valores de pK
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