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São compostos por carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O) e nitrogênio (N), juntamente com enxofre e alguns outros elementos como fósforo, ferro e cobalto. Vegetais: sintetizam as proteínas através do nitrogênio que obtêm a partir do nitrato e amônia do solo. Animais: obtêm o nitrogênio que necessitam de alimentos proteicos de origem animal ou vegetal. A base estrutural das proteínas é o aminoácido (aa), dos quais 20 foram reconhecidos como constituintes da maioria das proteínas. Todos são ácidos carboxílicos α-amínicos. Um grupo amina (NH²) e um grupo carboxila (COOH) são ligados ao mesmo átomo de carbono. Há dois tipos de esterioisômeros: L e D ▶ L – Levorrotatório (esquerda) ▶ D – Destrorrotatório (direita) Observações importantes: - Os aminoácidos nas moléculas proteicas são sempre L- estereisômeros - Os D aminoácidos foram encontrados apenas em pequenos peptídeos de parede celular bacteriana e alguns peptídeos que têm função antibiótica. Essenciais: fornecidos pela dieta – fenilalanina, lisina, leucina, isoleucina, metionina, treonina, triptofano, valina. Não essenciais: o organismo sintetiza a partir de substratos como glicose, cetoácidos e ácidos graxos - ex: alanina, aspargina, glutamato e aspartato Condicionalmente essenciais: necessidades metabólicas especiais, devendo ser ingeridos na alimentação adequadamente. ex: histidina – essencial para a criança; arginina – necessária em períodos de intenso crescimento celular; glutamina – essência no CA, sepse e outras situações patológicas; tirosina e cisteína – essenciais para bebês prematuros Classificação dos aminoácidos Essenciais Condicionalmente essenciais Não-essenciais Fenilalanina Glicina Alanina Triptofano Prolina Ácido aspártico Valina Tirosina Ácido glutâmico Leucina Serina Asparagina Isoleucina Cisteína e cistina Metinina Taurina Treonina Arginina Lisina Histadina Glutamina Fonte: Dutra-de-oliveira JE; Marchini JS., 1998. Classificação quanto ao metabolismo: Glucogênicos – Podem ser transformados em glicose Alanina, arginina, metionina, cisteína, cistina, histidina, treonina e valina Glucocetogênicos – Podem ser transformados em glicose ou corpos cetônicos Fenilalanina, tirosina e triptofano, isoleucina e lisina Cetogênicos – Podem ser transformados em corpos cetônicos Leucina A m i n o á c i d o s E s t r u t u r a e c l a s s i f i c a ç ã o E s t e r e o q u í m i c a C l a s s i f i c a ç ã o d o s a m i n o á c i d o s C l a s s i f i c a ç ã o d o s a m i n o á c i d o s Baseada na polaridade de seus grupos R quando em solução aquosa de pH neutro (plasma sanguíneo e espaço intracelular entre 7,4 e 7,1). 1- Não polares (hidrofóbicos) Alanina, leucina, isoleucina, valina e prolina (cadeia R alquílica) 1- Não polares (hidrofóbicos) Fenilalanina, triptofano (cadeia R aromática) 2- Polares, mas não ionizados Serina, treonina, tirosina (hidroxila compondo a cadeia R) 2- Polares, mas não ionizados Asparagina, glutamina, cisteína, glicina, metionina 3- Positivamente carregados Lisina, arginina, histidina 4- Negativamente carregados Ácido Aspártico (aspartato), Ácido glutâmico (glutamato) Caráter anfótero Podem agir como um ácido ou uma base pH isoelétrico pH específico, onde os aminoácidos não têm carga efetiva e portanto, não se deslocam em um campo elétrico. Calcula-se a média dos pK (pK ácido e pK básico) dos grupos dissociáveis. Aminoácido pK1 (COOH) pK2 (NH3+) Pi Ocorrência nas proteínas (%) Glicina 2,34 9,60 5,97 7,5 Alanina 2,34 9,69 6,01 9,0 Valina 2,32 9,62 5,97 6,9 Leucina 2,36 9,60 5,98 7,5 Isoleucina 2,36 9,68 6,02 4,6 Prolina 1,99 10,96 6,48 4,6 Fenilalanina 1,83 9,13 5,48 3,5 Tirosina 2,20 9,11 5,66 3,5 Triptofano 2,38 9,39 5,89 1,1 Serina 2,21 9,15 5,68 7,1 Treonina 2,11 9,62 5,87 6,0 Cisteína 1,96 8,18 5,07 2,8 Metionina 2,28 9,21 5,74 1,7 Asparagina 2,02 8,80 5,41 4,4 Glutamina 2,17 9,13 5,65 3,9 Aspartato 1,88 9,60 2,77 5,5 Glutamato 2,19 9,67 3,22 6,2 Lisina 2,18 8,95 9,74 7,0 Arginina 2,17 9,04 10,76 4,7 Histidina 1,82 9,17 7,59 2,1 C l a s s i f i c a ç ã o d o s a m i n o á c i d o s São compostos orgânicos de alto peso molecular (macromoléculas), são formadas pelo encadeamento de aminoácidos unidos por ligações peptídicas. Representam cerca de 50 a 80% do peso seco da célula sendo, portanto, o composto orgânico mais abundante de matéria viva. Funções: ▶ Hormônios e receptores ▶ Enzimas ▶ Neurotransmissores ▶ Proteínas estruturais ▶ Proteínas contráteis ▶ Proteínas motoras ▶ Proteínas transmembranas ▶ Milhares de peptídeos reguladores, sinalizadores, entre outros Classe de proteínas Função no corpo Exemplos Estrutural Gera componentes estruturais Colageno - tendões e cartilagens; Queratina - cabelo, pele e unhas Contrátil Movimento dos músculos Miosina e actina - contração de fibras musculares Transporte Carrega substâncias essenciais Hemoglobina - transporte de oxigênio; lipoproteínas - transporte de lipídeos Armazenamento Armazena nutrientes Caseína - armazena proteína do leite; ferritina - armazena ferro no baço e fígado Hormônio Regula o metabolismo e sistema nervoso Insulina - regula nível de glicose; somatrofina - regula o crescimento Enzimas Catalisa as reações Sucrase - catalisa hidrólise da sacarose; tripsina - catalisa hidrólise de proteínas Proteção Reconhecimento de substâncias estranhas Imunoglobulinas ou anticorpos - estimula resposta imune ▶ A proteína ingerida através da dieta é hidrolisada pelo trato gastrointestinal em aminoácidos ▶ Os aminoácidos ingeridos são utilizados para síntese de proteínas ▶ Os aminoácidos restantes são oxidados para fornecimento de energia O nitrogênio entra no corpo pelos alimentos da dieta, principalmente através dos aminoácidos que compõem as proteínas da dieta. O nitrogênio deixa o corpo em forma de uréia, amônia e outros produtos derivados do metabolismo dos aminoácidos. Elevação de temperatura, variações de pH ou certos solutos como álcool e ureia, alteram a configuração espacial e a atividade biológica das proteínas é perdida. Geralmente, as proteínas se tornam insolúveis quando se desnaturam. É o que ocorre com a albumina da clara do ovo que, ao ser cozida, se torna sólida. Algumas proteínas desnaturadas, ao serem devolvidas ao seu meio original, podem recobrar sua configuração espacial natural. Na maioria dos casos a desnaturação é irreversível, por exemplo a clara do ovo se solidifica ao ser cozida, mas não se liquefaz quando esfria. Cisteína Importante componente antioxidante que trabalha em conjunto com a vitamina E e o selênio para proporcionar proteção celular dos componentes dos radicais livres. É um excelente desintoxicante do álcool e poluentes ambientais (metais tóxicos) e também auxilia na formação da Queratina que é a principal proteína do cabelo, pele e unhas. Leucina, Isoleucina e Valina Também são conhecidos, por terem suas cadeias R ramificadas, como BCAA’s (branched chain aminoacids). São utilizados como fonte de energia pelos músculos para exercícios de longa duração. Arginina Pode favorecer a liberação do hormônio do crescimento (GH), aumentando a massa muscular e o metabolismo das gorduras, participando na síntese da Cretina. Está envolvida no ciclo da ureia, uma série de reações de importância fundamental no uso do nitrogênio pelos organismos vivos. P r o t e í n a s E s t r u t u r a d o s a m i n o á c i d o s M e t a b o l i s m o d o s a m i n o á c i d o s M e t a b o l i s m o d o s n i t r o g ê n i o sD e s n a t u r a ç ã o d a s p r o t e í n a s P r o p r i e d a d e s d e a l g u n s a m i n o á c i d o s Os neurotransmissores são moléculas pequenas que na sua maioria são derivados de precursores de proteínas, eles são encontrados geralmente em vesículas pré-sinápticas neuronais. Podem ser inibitórios e excitatórios e regulam uma série diversificada de processos do comportamento, incluindo sono, aprendizagem, memória e sensação da dor. As interações entre os canais iônicos, os receptores que regulam esses canais e os neurotransmissores de aminoácidos no sistema nervoso central (SNC) constituem a base molecular desses processos. Alguns neurotransmissores: Catecolaminas: dopamina, noradrenalina e adrenalina – sintetizados a partir do aminoácido TIROSINA que é sintetizada a partir da fenilalanina (aminoácido essencial). Serotonina: sintetizada a partir do triptofano Aminoácidos excitatórios: glutamato e aspartato Aminoácidos inibitórios: GABA e glicina ▶ O triptofano é precursor de um neurotransmissor muito importante: SEROTONINA ▶ A tirosina também é precursora de um neurotransmissor: EPINEFRINA (adrenalina) ▶ A descarboxilação do Glutamato também leva a origem de um neurotransmissor: GABA (ácido gama amino butírico), induz a inibição do sistema nervoso central (SNC), causando a sedação. ▶ Glicina: Adicionada a outras moléculas para torná-las mais solúveis, para serem excretadas pela urina. ▶ A metionina tem um derivado utilizado como fonte de metila em muitas reações de metilação (S-adenosilmetionina). A metionina também serve como principal fonte de aminoácidos do enxofre orgânico que precisa ser reposto diariamente. Ajuda na manutenção e saúde do fígado e do sistema digestivo. É um lipotrópico (emulsificador de gorduras) que auxilia na queima e dissolução das gorduras, controlando também o colesterol. ▶ Histidina: com a remoção do grupo ácido (descarboxilação) da histidina, ele será convertido em HISTAMINA. ▶ A fosfocreatina, derivada da cretina, é um importante reservatório de energia no musculo esquelético. A creatina é derivada da glicina e da arginina, e a metionina desempenha o papel de doadores do grupo metila. ▶ Asparagina e Glutamina: nos animais estão relacionadas com a desintoxicação da amônia, já nos vegetais estão relacionadas com o armazenamento do nitrogênio. ▶ Aspartato: Ajuda a aumentar a resistência do organismo e diminuir a fadiga crônica. Junto com o cálcio e o magnésio dá suporte ao sistema cardiovascular, sendo também neuro- excitante. A m i n o á c i d o s e n e u r o t r a n s m i s s o r e s Doença genética, autossômica recessiva, que faz com que haja um problema com o metabolismo do aminoácido fenilalanina. Incidência: no Brasil atinge aproximadamente 1:12000 nascimentos. Herança genética: A causa genética reside numa mutação em um gene pertencente ao cromossomo 12, que codifica a enzima FENILALANINA HIDROXILASE – Essa enzima é responsável por transformar o aminoácido fenilalanina (essencial) em outro aminoácido, a TIROSINA (não-essencial), sendo a tirosina importante para o funcionamento cerebral. A fenilcetonúria acontece quando o indivíduo apresenta duas cópias do gene específico causador da doença. Sendo assim, ambos os pais carregam o gene, mas cada um pode ter somente uma cópia, e por isso não apresentar problemas. Quadro clínico: retardo mental, ansiedade e irritabilidade, ataques epiléticos, baixos níveis de melanina Diagnóstico: crianças que tem fenilcetonúria identificada a tempo e entram em uma dieta antes de 3 semanas de idade tem o melhor prognóstico e normalmente não tem atrasos graves no desenvolvimento ou retardo mental. Prevenção: A mulher grávida que sabe que possui o gene mutado deve controlar os níveis de fenilalanina da sua dieta. Tratamento: deve-se seguir uma dieta rígida, com a retirada de carnes vermelhas, ovos, peixes, leites e queijos. F e n i l c e t o n ú r i a
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