Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Terapia Nutricional no Centro Universitário Estácio do Ceará Unidade: Via Corpvs Disciplina: Fisiopatologia da nutrição e Dietoterapia II Profª Me Christielle Félix Barroso Nutricionista – UECE Especialista em Fitoterapia em Nutrição Clínica Funcional – VP consultoria Mestre em Nutrição e Saúde – CMANS DIRETRIZES DITEN (2011) • Excesso de glicose no sangue que pode evoluir para complicações oculares, renais, vasculares e neurológicas CUPPARI (2014) • Síndrome etiológica múltipla decorrente da falta e/ou incapacidade da Insulina exercer adequadamente seus efeitos. SBD (2014-2015) • Diabetes mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas. CONCEITO EPIDEMIOLOGIA 387 milhões 2016 471 milhões 2035 EPIDEMIOLOGIA 387 milhões 2016 80% - em países em desenvolvimento Grupos etários mais jovens Prevalência progressiva da obesidade e sedentarismo Crescimento e envelhecimento populacional Sociedade Brasileira de Diabetes, 2015-2016 EPIDEMIOLOGIA 11,9 milhões (20 a 79 anos) 2014 19,2 milhões (20 a 79 anos) 2035 ADULTOS Mulheres com maior predisposição Sociedade Brasileira de Diabetes, 2015-2016 CEARÁ EPIDEMIOLOGIA VIGITEL, 2010 DIABETES TIPO 1 e 2 • Predominantemente em crianças e adultos jovens • Relação auto-imune – células beta pancreáticas • Predisposição genética – Fatores ambientais • Variação geográfica (norte da Europa) • “lua de mel” TIPO 1 • Maior ocorrência em países emergentes e baixo nível socieconômico • Predisposição genética – Fatores ambientais • Obesidade • Resistência a insulina TIPO 2 CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA Sociedade Brasileira de Diabetes, 2015-2016 • Marcadores da autoimunidade que podem ser verificados no período pré-clínico. • Condições poligênicas (genética + aspectos nutricionais) DM tipo 1A (autoimune) • Ausência de marcadores de imunidade • Cetoacidose • Graus variáveis de deficiência insulínica DM tipo 1B (idiopática) CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA Sociedade Brasileira de Diabetes, 2015-2016 • Acomete 90-95% dos casos • Genética + Fatores ambientais (sedentarismo, dietas ricas em gorduras e envelhecimento) • Obesidade ou sobrepeso DM tipo 2 • Trata-se de qualquer intolerância à glicose, de magnitude variável, com início ou diagnóstico durante a gestação • Alto-risco: já classificadas • resistência à • insulina quanto à diminuição da função das células beta DM gestacional Causa IDIOPÁTICA Fisiopatologia Sintomas: Hiperglicemia Sede Excessiva Micção Frequente Perda de peso Distúrbio eletrolítico Cetoacidose Doenças Macrovasculares Cerobravasculares Microvasculares Neuropatia AUTO-IMUNE AUTO-ANTICORPOS circulantes Terapia NutricionalTratamento clínico Intensivo Tradicional Bombas Monitorização Glicemia capilar + HbA1C Ingestão Alimentar + Insulinização Ingestão balanceada = Crescimento DM 1 DIABETES TIPO 1 Causa FATORES GENÉTICOS Fisiopatologia Sintomas: Hiperglicemia Sede Excessiva Micção Frequente Perda de peso Distúrbio eletrolítico Padrão anormal de secreção ou diminuição da captação de insulina Aumento da glicose Pós-prandial Gligenólise (manhã) Ingestão Excessiva de calorias Terapia NutricionalTratamento clínico Medicação antidiabética oral + Insulina e exercício físico Restrição Alimentar para perda de peso Ingestão alimentar ao longo do dia DM 2 FATORES DE RISCO FATORES AMBIENTAIS Monitorização Glicemia capilar + HbA1C DIABETES TIPO 1I DIAGNÓSTICO SINAIS E SINTOMAS SEVEROS CETOACIDOSE DIABÉTICA FADIGA CONFUSÃO MENTAL VÔMITOS E DOR ABDOMINAL SINAIS E SINTOMAS LEVES ASSINTOMÁTICA POLIDIPSIA POLIÚRIA NOCTÚRIA RETINOPATIA NEFROPATIA DOENÇA VASCULAR DIAGNÓSTICO Sociedade Brasileira de Diabetes, 2015-2016 DIAGNÓSTICO “pré-diabetes” ADA, 2015; Sociedade Brasileira de Diabetes, 2015-2016 DIAGNÓSTICO ADA, 2015; Sociedade Brasileira de Diabetes, 2015-2016 COMPLICAÇÕS RELACIONADAS À DIABETES Por que as complicações acontecem? NEFROPATIA DIABÉTICA COMPLICAÇÕES RETINOPATIA COMPLICAÇÕES NEUROPATIA DIABÉTICA COMPLICAÇÕES NEUROPATIA DIABÉTICA COMPLICAÇÕES COMPLICAÇÕES MACROVASCULARES COMO TRATAR? TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Insulina Início de ação Pico Máximo Duração Regular Humana 30 min a 1h 2 a 4h 7h NPH humana 1 a 3h 8 a 12h 24h Ultralenta humana 4 a 6h 12 a 16h >24h Insulina TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Medicamento Mecanismo de ação Redução da glicemia de jejum (mg/dL) Sulfoniluréias (Glimepirida, Glicazida) Aumento da secreção de insulina 60 a 70 Metiglinidas (Repaglinida, Netglinida) Aumento da secreção de insulina. Menor tempo de ação pós-prandial 20 a 30 Biguanidas (Metformina) Reduz a produção hepática de glicose com maior sensibilidade de insulina 60 a 70 Inibidores da alfaglicosidase (Acarbose) Retardo da absorção de CHO 20 a 30 Glitazonas Sensinibilizadores de insulina em músculo, adipócito e hepático. 35 a 65 Antidiabéticos orais Identificação dos problemas nutricionais presentes e potenciais. Correção e acompanhamento (fases de crescimento e desenvolvimento de crianças e jovens) e evolução. Anamnese nutricional: Local, número de refeições, horário, preferências, aversões, tabus, intolerâncias e alergias alimentares. Ingestão hídrica frequência de bebida alcoolica, nível de fome e apetite 1 Avaliação da ingestão alimentar: Deve ser realizada a partir de métodos para frequência de consumo e aspectos qualitativos e quantitativos. 2 Antropometria: Crianças e Jovens (Curvas de crescimento mesma que não-diabéticos) e Adultos. 3 SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Identificação dos problemas nutricionais presentes e potenciais. Correção e acompanhamento (fases de crescimento e desenvolvimento de crianças e jovens) e evolução. Dados clínicos: Nível de controle de glicemia – Jejum e Pós-prandial, hemoglobina glicada4 Diagnóstico e conduta nutricional: Traçado a partir de todos os dados coletados. 5 SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Restabelecer as funções metabólicas; Evitar complicações agudas; Manter a glicemia o mais próximo da normalidade; Controlar fatores de risco; Retardar ou evitar complicações crônicas Melhorar qualidade de vida. OBJETIVOS METAS GLICÊMICAS - adultos Sociedade Brasileira de Diabetes, 2015-2016 Glicemia pré- prandial (mg/dL) Glicemia ao deitar (mg/dL) HbA1C (%) Lactentes e pré- escolares 100 a 180 110 a 200 7,5 a 8,5 Escolares 90 a 180 100 a 180 < 8 Adolescentes 90 a 130 90 a 150 < 7,5 METAS GLICÊMICAS – crianças e adolescentes Sociedade Brasileira de Diabetes, 2011 Aspectos Nutricionais Associados RI – Consequência da obesidade Glicemia pré- prandial (mg/dL) Glicemia ao deitar (mg/dL) HbA1C (%) Lactentes e pré- escolares 100 a 180 110 a 200 7,5 a 8,5 Escolares 90 a 180 100 a 180 < 8 Adolescentes 90 a 130 90 a 150 < 7,5 CONTROLE GLICÊMICO crianças e adolescentes– SBD, 2011 DIABETES MELITUS – Diagnóstico Pré- DIABETES – Diagnóstico METAS – tratamento diabetes % HbA1C Níveis de glicemia 4 61 mg/dL 5 92 mg/dL6 124 mg/dL 7 156 mg/dL 8 188 mg/dL 9 219 mg/dL 10 251 mg/dL DIABETES MELITUS – Diagnóstico DIABETES GESTACIONAL DIABETES GESTACIONAL • Intolerância no início da gestação (magnitude variável) • Resistência insulina/ diminuição das células B GESTACIONAL Reavaliar 6 meses após o parto Risco de desenvolver DM2 até 16 anos após o parto Acompanhamento a cada 3 anos Investigar desde o 1° pré- natal de gestantes com algum fator de risco EFEITOS DA GESTAÇÃO SOBRE A SECREÇÃO DE INSULINA ESTIMULADA PELA GLICOSE GRÁVIDAS NÃO - GRÁVIDAS DIABETES GESTACIONAL DIABETES GESTACIONAL – fatores de risco Idade > 35 anos IMC PG > 25 Antecedentes familiares Macrossomia DIABETES GESTACIONAL – diagnóstico Jejum > 95 mg/dL TOTG 1h: 180 mg/dL TOTG 2h: 155 mg/dL APÓS O PARTO > 6 meses reavaliar ADA/SBD GLICEMIA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS Glicemia e pacientes Hospitalizados – Críticos e não Críticos Hiperglicemia de estresse é a elevação da glicose na presença de doenças agudas, sendo um fenômeno frequente em pacientes internados FATORES QUE CONTRIBUEM 1. Liberação de hormônios (epinefrina, glucagon, GH e cortisol) 2. Medicações 3. Citocinas pró-inflamatórias (sepse e trauma cirúrgico) PREVALÊNCIA Adaptado de: Inzucchi, SE. N Engl J Med. 2006;355:1903-11. Doença Aguda Aumento Glicemia Aumento A.G Livres Hiperglicemia •Alterações hemodinâmicas •Distúrbio eletrolítico e desidratação • Estresse oxidativo •Aum. Fatores inflamatórios •Hipercoagulabilidade • Piora de isquemia miocárdica e cerebral •Alteração de imunidade • Menor Cicatrização •Menor Função endotelial •Maior Inflamação MECANISMOS DE FORMAÇÃO DO ESTRESSE HIPERGLICÊMICO EM PACIENTES CRÍTICOS MECANISMOS DE FORMAÇÃO DO ESTRESSE HIPERGLICÊMICO EM PACIENTES CRÍTICOS 1 Inibição da liberação e a ação da insulina, e, portanto (neoglicogênese e a glicogenólise). 3 2 Dificuldade na captação periférica de glicose. Influência das soluções de glicose intravenosas GLICEMIA EM UTI A incapacidade do doente crítico em utilizar mecanismos de defesa contra hipoglicemia, já foi apontada como motivo suficiente para não usar metas glicêmicas muito rígidas. FONTE: AACE (American Association of Clinical Endocrinologists) e ADA GLICEMIA EM UTI - Parâmetros < 140mg/dL – Acima: Hiperglicemia hospitalar (ADA, 2010) Insulinização para valores >180mg/dL. Metas entre 140 e 180 mg/dL. Não abaixo de 100mg/dL Hipoglicemia <70mg/dL Hipoglicemia grave <40mg/dL AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Semiologia Nutricional Identificação dos problemas nutricionais presentes e potenciais. Correção e acompanhamento (fases de crescimento e desenvolvimento de crianças e jovens) e evolução. Anamnese nutricional: Local, número de refeições, horário, preferências, aversões, tabus, intolerâncias e alergias alimentares. Ingestão hídrica frequência de bebida alcoolica, nível de fome e apetite 1 Avaliação da ingestão alimentar: Deve ser realizada a partir de métodos para frequência de consumo e aspectos qualitativos e quantitativos. 2 Antropometria: Crianças e Jovens (Curvas de crescimento mesma que não-diabéticos) e Adultos. 3 Semiologia Nutricional Identificação dos problemas nutricionais presentes e potenciais. Correção e acompanhamento (fases de crescimento e desenvolvimento de crianças e jovens) e evolução. Dados clínicos: Nível de controle de glicemia – Jejum e Pós-prandial, hemoglobina glicada4 Diagnóstico e conduta nutricional: Traçado a partir de todos os dados coletados. 5 TERAPIA NUTRICIONAL Objetivos do tratamento Restabelecer as funções metabólicas; Evitar complicações agudas; Manter a glicemia o mais próximo da normalidade; Controlar fatores de risco; Retardar ou evitar complicações crônicas Melhorar qualidade de vida. Índice glicêmico Reduz o GET e LEPTINA CUPPARI, 2014 Alto Índice Glicêmico (AIG) – Efeito positivo no apetite e adiposidade Alto Índice Glicêmico (AIG) – Leva a hiperglicemia e a hiperinsulinemia pós- prandial Oxidação de CHO e baixa de LIP TERAPIA NUTRICIONAL ÍNDICE GLICÊMICO X CARGA GLICÊMICA CLASSIFICAÇÃO IG ALTO ≥ 70 MÉDIO 56 – 69 BAIXO < 55 CLASSIFICAÇÃO CG ALTO ≥ 20 BAIXO < 10 EQUAÇÃO CG IG x teor CHO na Porção 100 Fibras TERAPIA NUTRICIONAL CUPPARI, 2014 TERAPIA NUTRICIONAL Energia Estado Nutricional Promover perda de peso em Sob/Obes CHO 45-60% Qualidade! Sacarose <10% Frutose <12% FIBRAS 30 – 50g/dia 14g/1000kcal Atenção especial as fbras solúveis: aveia, feijões, cevada, psyllium Sociedade Brasileira de Diabetes, 2015-2016 Quanto a FRUTOSE Pode resultar em um melhor controle glicêmico se comparada a sacarose. Não deve ultrapassar 12% do VCT para não favorecer efeitos prejudiciais aos TGL. TERAPIA NUTRICIONAL TERAPIA NUTRICIONAL PTN 15-20% 0,8 – 1g por kg de peso (FR normal) Boa biodisponibilidade, baixo teor de gordura e incluir fontes vegetais LIP 25-35% Qualidade! Colesterol <300mg Saturado <7% Poli até 10% Mono 5 a 15% Ômega 3: 4 a 10 g/dia Micronutrientes Atendem a DRI saudáveis Inclusão de alimentos funcionais. Atenção: Zinco, Magnésio Sociedade Brasileira de Diabetes, 2015-2016 TERAPIA NUTRICIONAL 2000mg/dia ou 5g de sal Estratégia: 3g de sal + intrínseco 1 dose – mulheres 2 doses – homem 15g de etanol Sociedade Brasileira de Diabetes, 2015-2016 Edulcorantes TERAPIA NUTRICIONAL Não essenciais acessulfame K, aspartame, sacarina sódica, estévia e sucralose (FDA) sorbitol, manitol, isomaltitol, sacarina, ciclamato, aspartame, estévia, acessulfame de potássio, sucralose, xilitol e outros (ANVISA) Outras estratégias nutricionais importantes TERAPIA NUTRICIONAL Fracionado 5-6 refeições Preferência grelhados, assados, cozidos no vapor, crus Diet, light ou zero podem ser indicados no contexto alimentar ATENÇÃO!!! Produtos no Mercado Produtos no Mercado Produtos no Mercado – Hipoglicemia: a glicose não é metabolizada, inibe a gliconeogênese – Hiperglicemia: 1 dose de álcool equivale a 2 grupos de gordura Abstenção de álcool: para alcoólatras, gravidez, pancreatites, dislipidemia ou nefropatia Ingestão >30g etanol/dia está associada a alteração da homeostase glicêmica, elevação da RI e PA, podendo ser FR para AVE e aumento na incidência de DM em 43%. Para diabéticos adultos a ingestão diária de etanol deve ser limitada a uma dose ou menos para mulheres e duas doses ou menos para homens. Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes, 2009 ÁLCOOL x DIABETES HIPOGLICEMIA É a diminuição da glicose no sangue para menos de 50mg/dl, sendo a complicação aguda mais comum no DM. As causas mais comuns que favorecem a hipoglicemia são: Atraso em se alimentar, muito exercício físico sem monitorar a glicemia, erro na administração da medicação (hipoglicemiante ou insulina) SINTOMAS: sensação de fome importante, o raciocínio lento, sensação de fraqueza, suor exagerado, tremores nas extremidades (mãos e pernas), bocejos, coração acelerado, visão dupla, podendo haver perda total da consciência. E DEFINIÇÃO precisa ser monitorizada e a glicemia capilar (ponta de dedo) deve ser realizada após 15 minutos da administração da sacarose ou similar. Caso a glicemia não tenha voltadoa meta do tratamento, deve-se voltar a oferecer 15g de carboidrato e antecipar a refeição. EVITAR: biscoitos e chocolates ou outros alimentos ricos em gorduras, pois são absorvidos mais lentamente provocando demora no aumento da glicemia e um aumento excessivo na glicemia horas após a sua administração. Não havendo melhora: EMERGÊNCIA HOSPITALAR Terapia Nutricional em Pacientes DM em NE Supressão do apetite induzida pela doença Fatores que podem interferir na manutenção do estado nutricional do paciente, como: Assim, a terapia nutricional deve ser ajustada sempre que o paciente não conseguir atingir seus objetivos nutricionais. Terapia Nutricional em Pacientes DM em NE aumento das necessidades nutricionais pelo estresse catabólico1 Uso de medicações que interferem na glicemia e no controle glicêmico 2 3 DITEN, 2011 manter níveis adequados de lípideos plasmáticos e de pressão sanguínea, com oferta adequada de energia, com intuito de melhorar e acelerar a recuperação; utilizar terapias que tratem as doenças associadas ao DM, como hipertensão arterial, doença cardiovascular, dislipidemia e nefropatia; utilizar plano alimentar nutricionalmente adequado, visando à melhora da saúde; oferecer tratamento ao paciente para controle da glicemia e das complicações do DM. DITEN, 2011 Terapia Nutricional em Pacientes DM em NE Individualizada: <35kcal/kg ou abaixo de 25kcal/kg/dia Permitidas fórmulas-padrão (50% de CHO) ou Especializadas 33% a 40% de CHO. ácidos graxos monoinsaturados devem ser os lipídeos preferencialmente utilizados. Fibras = 50g/dia DITEN, 2011 Terapia Nutricional em Pacientes DM em NE Fórmulas enterais especializadas para pacientes diabéticos. Utilizar? SIM! Não existe consenso quanto à utilização de formulações enterais especializadas em longo prazo para todos os pacientes diabéticos. Geralmente, possuem >40% de LIP - AGMI DITEN, 2011 Terapia Nutricional em Pacientes DM em NE CHO – glicose e dextrose (Infusão de 4mg/Kg/min)1 Emulsões lipídicas – 0,11g/kg/h2 LIP mistas – AGPI + MI (mais eficazes que as que contém somente AGPI – Efeito benéfico do MI no perfil lipídico) 3 Insulina – uso de forma contínua, embora possa ser aplicada na emulsão parenteral. Entretanto, administração endovenosa parece ser mais eficaz e permite individualização. 4 DITEN, 2011 Terapia Nutricional em Pacientes DM em NP Insulina? TERAPIA NUTRICIONAL Contagem de Carboidratos Utilizada desde 1930, recomendada pela ADA em 1994 - melhorar o controle glicêmico com menor variações de glicemias pós-prandiais Pode ser utilizada diabéticos tipo 1 diabéticos tipo 2 (insulinodependente) Tem como objetivo otimizar o controle glicêmico em função das menores variações das glicemias pós-prandiais, através de noções básicas sobre os alimentos e a sua relação com os níveis de glicemia no sangue. Contagem de Carboidratos Entre os métodos de contagem de carboidratos existem dois que são mais amplamente utilizados. 1- Lista de equivalentes ou substituições No método 1, os alimentos são agrupados de tal forma que cada porção de alimento escolhido pelo paciente corresponde a 15g de carboidratos, classificando-os em categorias (grupo de alimentos) e porções de uso habitual de nossa realidade. Os grupos são formados com base na função nutricional e na composição química. Contagem de Carboidratos - Aplicação Manual de Contagem de Carboidratos para Profissionais de Saúde, 2009 Método 1 – Lista de substituições Manual de Contagem de Carboidratos para Profissionais de Saúde, 2009 Contagem de CHO –ADULTO 1 Unidade de insulina rápida ou ultra-rápida: cobre 15g ou uma substituição de carboidrato. Pode-se também utilizar o peso corporal para estimar a relação insulina:CHO Contagem de Carboidratos – Lista de substituição Manual de Contagem de Carboidratos para Profissionais de Saúde, 2009 Manual de Contagem de Carboidratos para Profissionais de Saúde, 2009 Contagem de Carboidratos – Lista de substituição Exemplo um adulto com diabetes tipo 1; calcula-se o VET de 2.500kcal; consideram-se 60% de CHO – isto se traduz em 375g de CHO a serem distribuídos no dia todo; de acordo com a anamnese, define-se a quantidade de carboidratos/refeição (ex: Tabela 4 é apresentada apenas uma refeição: café da manhã). 5 substituições (aproximadamente a 15g de CHO cada) Contagem de Carboidratos – Lista de substituição 5 unidades de insulina rápida ou Ultra-rápida Manual de Contagem de Carboidratos para Profissionais de Saúde, 2009 Método 1 – Lista de substituições Manual de Contagem de Carboidratos para Profissionais de Saúde, 2009 2- gramas de carboidratos No método 2, o carboidrato é medido em gramas contidos em cada porção de alimento a ser ingerido. Para orientar e auxiliar nesse processo é necessária a consulta em tabelas de composição de alimentos, preferencialmente aquelas que contêm alimentos nacionais ou rótulos de alimentos. Contagem de Carboidratos – Gramas de CHO Manual de Contagem de Carboidratos para Profissionais de Saúde, 2009 Exemplo: Paciente em DM tipo II calcula-se oVET de 1.800kcal; consideram-se 60% de CHO – isto se traduz em 270g de CHO a serem distribuídos no dia todo; de acordo com a anamnese, define-se a quantidade de carboidrato/refeição (Ex: Tabela 3 é apresentada apenas uma refeição: café da manhã). Contagem de Carboidratos – Gramas de CHO Manual de Contagem de Carboidratos para Profissionais de Saúde, 2009 Contagem de Carboidratos – Gramas de CHO 51 gramas de CHO / 15 = 3,4 unidades de INSULINA: Manual de Contagem de Carboidratos para Profissionais de Saúde, 2009 INSULINA RÁPIDA – 30 minutos a uma hora antes das refeições; INSULINA ULTRA-RÁPIDA – 15 minutos ou imediatamente antes das refeições. Contagem de Carboidratos – Aplicação de insulina Manual de Contagem de Carboidratos para Profissionais de Saúde, 2009 Relação insulina:carboidrato (Resposta individual) : Razão insulina/carboidrato deve ser determinada individualmente, pois pode modificar entre uma pessoa e outra ou na mesma pessoa dependendo do tempo – avaliada pela equipe e pelo “diário” produzido pelo paciente. Contagem de Carboidratos REGRA DOS 500 – Utiliza 15UI/dia – 500/15UI= 33g de CHO Crianças 1 unidade de insulina cobre 30g de CHO Monitorização diária das glicemias pré e pós-prandiais CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) FATOR DE SENSIBILIDADE (FS): Quanto que uma unidade de insulina é capaz de reduzir da glicemia Contagem de Carboidratos REGRA DOS 1800 – Insulina Ultra-rápida: Exemplo: NPH (30 U/dia) + Ultra-rápida (6U/dia) = 36UI 1800 / 36 UI = 50. Ou seja, 1 U de insulina reduz 50mg/dL da glicemia CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) REGRA DOS 1500 – Insulina rápida ou regular: Exemplo: NPH (40 U/dia) + rápida (10U/dia) = 50UI 1500 / 50 UI = 30. Ou seja, 1 U de insulina reduz 30mg/dL da glicemia METAS GLICÊMICAS: Contagem de Carboidratos CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) Nível de controle Bom Aceitável Ruim Jejum 70 – 110 111 – 140 > 140 Pós-prandial 70 - 140 141 - 160 > 160 BOLO DE CORREÇÃO ou FATOR de CORREÇÃO (FC): Permite a melhora do controle glicêmico por meio da dose ajustada individualmente. Forma mais precisa para corrigir a glicemia. Necessário: Fator de Sensibilidade (FS) Metas Glicêmicas FC = glicemia do momento – meta de glicemia FS Contagemde Carboidratos CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) BOLO DE CORREÇÃO ou FATOR de CORREÇÃO (FC): Total de CHO para refeição = 50g 2U: insulina ultra-rápida já pré-determinada pela quantidade de CHO Glicemia de Jejum = 170mg/dL Meta de glicemia de jejum = 110mg/dL FS: 60 FC = glicemia do momento – meta de glicemia FS 1 unidade de insulina para correção + 2 U para os CHO Contagem de Carboidratos CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) Indicador de qualidade e quantidade de carboidrato, a partir de uma determinada porção consumida desse nutriente pela dieta. A CG fornece o resultado do efeito glicêmico da dieta como um todo porque avalia a porção de carboidrato disponível dos alimentos e o IG. Dessa maneira, a fórmula utilizada seria a seguinte: CG = porção do carboidrato disponível x IG/100. Carga Glicêmica (CG) O IG da banana (tendo como controle a glicose) é de em média 52. Porém, sua carga glicêmica é de 12, referente a uma porção de 120g, contendo 24g de carboidrato. Então, a banana possui valor médio de IG, mas baixa CG. Considera-se baixa carga glicêmica alimentos com CG < 20 Índice Glicêmico x Carga Glicêmica Estudo de Caso em SALA J.A.L., 14 anos, diabético em uso de insulinoterapia. O mesmo possui necessidade energética de 1650kcal e pesa 63kg. A partir do recordatório, foi possível estipular a necessidade média fixa de 60g de CHO no desjejum. a) Determine a quantidade total de CHO, sendo a meta de 60% do VCT. b) Determine a quantidade de UI pela gramatura de CHO baseado na média e peso do paciente (são 2 recomendações diferentes) Estudo de Caso em SALA G.S.L., 34 anos, diabético em uso de insulinoterapia. O mesmo possui necessidade energética de 1800kcal. Cardápio desjejum: 1 Pão integral + Queijo Minas 1 fatia + Margarina 1 colher de chá + Café sem açúcar 1 xícara + Leite desnatado ½ xícara + banana 1 unidade a) Determine a quantidade total de CHO, sendo a meta de 60% do VCT. b) Estipule a quantidade de CHO média fixa no desjejum c) Determine a quantidade de insulina por substituição Estudo de Caso Paciente, sexo feminino, 45 anos, casada, auxiliar administrativa. Após realização de exames pré-operatórios para cirurgia de retirada da vesícula, foi diagnosticada com diabetes mellitus tipo 2 (glicemia de jejum = 300mg/dL). Após diagnóstico, a paciente foi medicada com hipoglicemiante oral (Metformina® 500mg às 7 e 19h) consistindo na medicação de uso contínuo para controle dos níveis glicêmicos. Para submetê-la à cirurgia em tempo hábil, foi prescrito tratamento com insulina basal NPH = 10U antes de dormir para redução da glicemia de jejum e insulina regular 6U meia hora antes do almoço (para manter glicemia pós-prandial <140mg/dL). A mesma será reavaliada em 30 dias até manutenção dos níveis glicêmicos dentro dos parâmetros de normalidade, a fim se ser submetida à cirurgia eletiva em questão. A paciente foi encaminhada para consultório de nutrição para modificação da dieta habitual, a fim de ajustar sua alimentação ao tratamento clínico. Ao ser indagada sobre seu estilo de vida, a paciente referiu as seguintes informações: Não pratica atividade física, nega tabagismo, utiliza bebida alcoólica nos finais de semana (cerveja– 1 lata). Relata ter histórico de Diabetes na família (pai). Apresenta constipação, cansaço, falta de energia e insônia. Estudo de Caso Dados antropométricos: Peso Atual: 70 kg, Peso habitual há 3 meses: 75kg Altura: 1,65 m CB = 36cm PCT = 37mm Exames bioquímicos recentes: Glicemia de jejum: 300 mg/dL Hemoglobina glicada: 8% Triglicerídeos: 255 mg/dL Colesterol total: 270mg/dL Ingestão habitual: Desjejum: 1 xícara de café (100mL) com leite integral (50mL) c/ açúcar (4 col de chá) + 1 pão carioca com manteiga (2 col de chá) Lanche da manhã: não tem o hábito de comer nada Almoço: Salada de tomate com alface (pouca) + 2 colheres de servir de arroz branco + 1 concha de feijão + 1 colher de servir de farofa + Estudo de Caso 1 pedaço médio de carne de panela + 1 copo de suco artificial (200mL) Lanche da tarde: 1/2 xícara de café preto (100mL) c/ açúcar + 4 bolachas Cream-Cracker Jantar: Não tem o hábito de comer comida, prefere lanche – 1 a 2 pães carioca (depende da fome) com manteiga (2 col de chá) + 1 fatia G de queijo coalho + 1 fatia M de presunto+ 1 xícara de café (100mL) com leite (50mL) c/ açúcar (4 col de chá)) Ceia: 1 maçã M De acordo com os dados apresentados: 1. Faça a avaliação do estado nutricional da paciente. 2. Dê o significado clínico dos exames bioquímicos relacionados com a história clínica da paciente. 3. Calcule as necessidades nutricionais com base na patologia apresentada. 4. Comente a dieta habitual correlacionando com a patologia. 5. Faça cardápio sugerido com ênfase no percentual de macronutrientes, micronutrientes segundo as DRIs, atenção especial com o percentual de gorduras saturadas, mono, polinsaturadas, conteúdo de fibras, sódio e índice glicêmico. 6. Calcular a quantidade de carboidratos a ser ingerida durante o almoço (decorrente da utilização de 6U de insulina regular) 7. Orientações nutricionais para melhorar a qualidade de vida da paciente. Observações: Metformina®: aumenta sensibilidade à insulina no músculo e no fígado Insulina NPH: tratamento de manutenção com ação intermediária Insulina regular rápida: evita aumento da glicemia pós-prandial BONS ESTUDOS!!!
Compartilhar