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1 Apostila diabetes

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1 
 
CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA 
CURSO ONLINE: CONTAGEM DE 
CARBOIDRATOS 
 
 
 
 
 
2 
 
CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
SUMÁRIO 
1. EPIDEMIOLOGIA................................................................................3 
 
2. CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA................................................................3 
 
3. DIAGNÓSTICO....................................................................................5 
 
4.COMPLICAÇÕES...............................................................................................7 
 
5. TRATAMENTO PARA CONTROLE DO DIABETES MELITTUS..........................8 
 
6. MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DO CONTROLE GLICÊMICO.............................11 
 
7. HIPOGLICEMIA...............................................................................................12 
 
8. DIABETES E EXERCÍCIO FÍSICO.......................................................................13 
 
9. MÉTODO DE CONTAGEM DE CARBOIDRATOS...............................................14 
 
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
1. EPIDEMIOLOGIA 
Uma epidemia de diabetes está em curso. Em 2002 estimava-se haver 173 milhões de 
pessoas com DM e a projeção para 2030 é de 300 milhões. Dois terços desses indivíduos com 
DM vivem em países em desenvolvimento, onde a epidemia tem maior intensidade (SBD, 
2014). 
Dados de pesquisas recentes apontam para taxas elevadas de prevalência, como 13,5% em 
São Carlos-SP e 15% em Ribeirão Preto –SP baseado na população adulta. Dados alarmantes 
uma vez que em 1980 um estudo estimou que 7,6% da população adulta era portador de DM. 
Em populações idosas entre 60 e 69 anos as taxas chegam a 17,4% (SBD,2014). 
 
2. CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA: 
 
2.1 PRÉ-DIABETES 
 
Chamado também de intolerância a glicose ou resistência à insulina. 
O diagnóstico de pré-diabetes é obtido através de exame bioquímico de glicemia de jejum e 
teste de tolerância oral a glicose (TTOG). 
O TTOG deve ser realizado quando a glicemia de jejum se encontra ente 100 e 125mg/dl para 
auxiliar no diagnóstico. 
 
2.2 DIABETES MELITO TIPO 1 
 
Presente em 5 a 10% dos casos é o resultado da destruição de células 
betapancreáticas. Na maioria dos casos essa destruição é mediada por autoimunidade, porém 
existem casos em que não há evidencias de processo autoimune, sendo referidos como forma 
idiopática de DM1. Os marcadores de autoimunidade são os autoanticorpos anti-insulina, 
antidescarboxilase do ácido glutâmico (GAD 65), antitirosina-fosfatases (IA2 e IA2B) e 
antitransportador de zinco (Znt) (1A) (SBD,2014). 
A taxa de destruição de células beta é variável, sendo, em geral, mais rápida entre as 
crianças. A forma lentamente progressiva ocorre em adultos, sendo referida como diabetes 
autoimune latente do adulto (LADA, latent autoimune diabetes in adults) (SBD,2014). 
O DM1 idiopático corresponde à minoria dos casos e caracteriza-se pela ausência de 
marcadores de autoimunidade e não associação a haplótipos do sistema HLA (SBD,2014). 
 
2.2.1 Sinais e sintomas ( SOUTO;ROSADO, 2010): 
 
Polidipsia 
Poliúria 
Perda de peso 
Fome exagerada 
Alteração visual 
Infecções repetitivas na pele ou nas mucosas 
Dificuldade na cicatrização de feridas 
Cansaço 
 
 
 
 
 
4 
 
CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
DIABETES LADA - LATENT AUTOIMUNE DIABETES IN ADULTS 
 
Surgimento tardio do diabetes melito tipo 1, sendo normalmente confundido com o Diabetes 
Melito tipo 2 pois as vezes não apresenta os sinais e sintomas abruptos característicos do DMI. 
Possui progressão lenta para a dependência de insulina. 
 
Características: 
 
Idade entre 35 e 50 anos 
Não associação com sobrepeso ou obesidade 
Isenção de Cetose 
Presença de anticorpos GAD (ácido glutâmico descarboxilase) 
 
 
2.3 DIABETES MELITO TIPO 2 
 
Presente em 90% a 95% dos casos. Caracteriza-se por defeitos na ação e/ou secreção 
da insulina. Geralmente diagnosticado após os 40 anos (SBD,2014). 
 
Sinais e sintomas (SOUTO;ROSADO,2010): 
 
Infecções freqüentes 
Excesso de peso ou obesidade 
Dificuldade visual 
Dificuldade na cicatrização de feridas 
Dores no corpo 
Formigamento nos pés 
 
2.4 MODY 
 
Comumente confundido com DM2. Para o diagnóstico é necessário: História familiar 
de diabetes diagnosticado antes dos 25 anos de idade em pelo menos um membro da família. 
Transmissão autossômica dominante, com pelo menos três gerações atingidas pela doença, 
controle da glicemia sem necessidade da insulina e sem desenvolver cetose durante um 
período de pelo menos dois anos (SOUTO;ROSADO, 2010, SBD, 2014). 
 
Existem 6 subtipos de MODY classificados de acordo com a expressão do gene nas células 
betapancreáticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
Subtipo Gene Presença de hiperglicemia 
MODY 1 HNF-4-alfa (fator hepatocítico nuclear) progressiva 
MODY 2 GCK (glicocinase) leve 
MODY 3 HNF – 1-alfa (fator hepatocítico nuclear) progressiva 
MODY 4 IPF -1 (fator promotor de insulina) progressiva 
MODY 5 HNF – 1- beta progressiva 
MODY 6 NEUROD - 
 SOUTO;ROSADO, 2010 
 
 
2.5 DIABETES GESTACIONAL 
 
 
Trata-se de qualquer intolerância à glicose, de magnitude variável, com início ou 
diagnóstico durante a gestação. Ocorre em 1% a 14% de todas as gestações, dependendo da 
população estudada. Deve-se reavaliar pacientes com DM gestacional 4 a 6 semanas após o 
parto, na maioria dos casos há reversão do quadro, porém há 10% a 63% de risco de 
desenvolver DM2 dentro de cinco a 16 anos (SBD,2014). 
 A Placenta produz hormônios anti-insulínicos, capazes de gerar resistência à ação da 
insulina no organismo materno. Todas as mulheres grávidas evidenciam algum grau de 
resistência a insulina. Geralmente aparece por volta da 24 semanas de gestação e torna-se 
mais prevalente quando (SBD,2014): 
 
Idade acima de 25 anos 
Ganho excessivo de peso durante a gestação 
Excessiva deposição de gordura abdominal 
História familiar de diabetes 
Baixa estatura (<1,50m) 
Crescimento fetal excessivo 
Pré-eclampsia (hipertensão, edema e proteinúria) 
 
3. DIAGNÓSTICO 
 
 
 Exames periódicos devem incluir a glicemia de jejum justamente para o rastreamento 
de alterações glicêmicas provenientes de resistência a insulina ou Diabetes Mellitus. Caso haja 
alteração na glicemia de jejum outros exames devem ser solicitados para a confirmação do 
diagnóstico como o TTOG e a hemoglobina glicada. 
 
 
 
 
 
6 
 
CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
 
Classificação: 
 
Categoria Jejum* 2 h após 75g de 
glicose 
Casual 
Glicemia normal <100 < 140 
Pré-Diabetes > 100 a < 126 ≥ 140 a < 200 
Diabetes mellitus ≥ 126 ≥200 ≥200 
*O jejum é conhecido como a falta de ingestão calórica por no mínimo 8 horas. (SBD, 2014). 
 
 
3.1 DIAGNÓSTICO DE DIABETES GESTACIONAL 
 
 
O diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher. Não é comum a presença de 
sintomas. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes pesquisem, a partir da 24ª semana 
(início do 6º mês) de gravidez, como está a glicose em jejum e, mais importante ainda, a 
glicemia após sobrecarga de glicose através do TTOG. 
 
 Diagnóstico de DMG com TOTG com ingestão de 75g de glicose (SBD,2014). 
 
 OMS NIH/2012* IADPSG, 2010** SBD,2011 
Jejum - ≥95 mg/dl ≥92 mg/dl 
1 hora - ≥180 mg/dl ≥180 mg/dl 
2 horas ≥ 140 mg/dl ≥155 mg/dl ≥153 mg/dl 
*Um valor alterado confirma diagnóstico 
** Dois valores alterados confirmam diagnóstico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Diabetes também pode surgir em pessoas sem históricofamiliar causada 
por distúrbios genéticos, infecções, doenças pancreáticas, uso de 
medicamentos, drogas ilícitas ou outras doenças endócrinas. 
 
 
 
 
 
7 
 
CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
4.COMPLICAÇÕES 
 
 
4.1 RETINOPATIA DIABÉTICA 
 
Um material anormal advindo da hiperglicemia é depositado nas paredes dos vasos 
sanguíneos da retina que é a região conhecida como "fundo de olho", causando estreitamento 
e às vezes bloqueio do vaso sanguíneo, além de enfraquecimento da sua parede – o que 
ocasiona deformidades conhecidas como micro-aneurismas. Estes micro-aneurismas 
freqüentemente rompem ou extravasam sangue causando hemorragia e infiltração de gordura 
na retina. Existem duas formas de retinopatia diabética: exsudativa e proliferativa. Em ambos 
os casos, a retinopatia pode levar a uma perda parcial ou total da visão (CBO, 2014). 
 
4.2 NEFROPATIA DIABÉTICA 
 
A nefropatia diabética acomete cerca de 35% dos pacientes diabéticos, em 25% a 
anormalidade observada é o aumento da excreção urinária de albumina e em 17% observa-se 
a redução isolada da Taxa de Filtração Glomerular (TGF). O rastreamento da Doença Renal do 
Diabetes (DRD) deve começar no início da doença para DM2 e após 5 anos no DM1. O 
rastreamento deve basear-se na medida da albuminúria e na estimativa da TGF (SBD, 2014). 
 
O quadro abaixo mostra os estágios de classificação da doença renal crônica de acordo com a 
TGF: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outra equação utilizada para mensurar a função renal é o MDRD obtido através do 
estudo Modification of Diet in Renal Disease. Neste cálculo usa-se o valor da creatinina e pode 
ser facilmente acessado através do site: http://www.mdcalc.com/mdrd-gfr-equation/. 
Os valores de TGF ou MDRD são norteadores da conduta nutricional, e exigem 
modificações na dieta em caso de alteração importante, como restrição proteica, sódio, 
potássio e fósforo. 
 
Estágios TGF (ml/min) 
1 ≥90 
2 60-89 
3A 45-59 
3B 30-44 
4 15-29 
5 <5 
http://www.mdcalc.com/mdrd-gfr-equation/
 
 
 
 
8 
 
CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
4.3 DOENÇAS CARDIOVASCULARES 
 
 A glicação de proteínas extracelulares e geração de radicais livres pode elevar a 
permeabilidade vascular, proliferação celular, a produção de proteínas de fase aguda, 
coagulação e redução da trombólise (SBD, 2014). 
 
4.4 NEUROPATIA DIABÉTICA 
 
Chega a atingir 50% dos pacientes com diabetes ao longo dos anos de doença. Os 
principais sinais e sintomas são: dormência ou queimação em membros inferiores, 
formigamento, pontadas, choques, agulhadas em pernas e pés, desconforto ou dor ao toque, 
perda de sensibilidade tátil, térmica ou dolorosa. O controle glicêmico tende a diminuir ou 
causa a regressão dos sintomas, porém em alguns casos é necessário usar medicação 
(SBD,2014). 
 
 
5. TRATAMENTO PARA CONTROLE DO DIABETES MELITTUS 
 
5.1 MEDICAMENTOS 
 
Hipoglicemiantes orais/injetáveis: 
 
Classe Mecanismo de ação Medicamentos 
Sulfonilureias Estimulam o pâncreas a liberar 
insulina 
Glibenclamida, 
Clorpropamida, Glimepirida , 
Glipizida e gliclazida 
Meglitinidas Atuam de maneira similar às 
sulfonilureias, porém agem mais 
rapidamente 
Nateglinida e Repaglinida 
Biguanidas Reduzem a liberação da glicose 
hepática e reduzem a resistência à 
insulina 
Metformina 
Inibidores de 
alfaglicosidase 
Retardam a absorção de glicose Acarbose 
Glitazona Aumento da sensibilidade à insulina Pioglitazona 
Inibidores da DPP-
IV (gliptinas) 
Aumento do nível de GLP-1, com 
aumento da síntese e secreção de 
insulina, redução de glucagon 
Sitagliptina, Vidagliptina, 
Saxagliptina, Linagliptina 
Mimético e 
análogo de GLP-1 
Aumento da secreção de insulina e 
redução de glucagon 
Exenatida, Liraglutida 
 SBD,2011. 
 
5.2 INSULINOTERAPIA: Aspectos gerais 
 
 
 
 
9 
 
CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
 
No diagnóstico do DM1 a insulinoterapia é iniciada prontamente, já no DM2, a insulina 
pode ser escolhida como segundo agente terapêutico quando a HbA1c estiver >8,5% ou após 
a dose máxima de metformina (SBD, 2014). 
No início da insulinoterapia, uma única dose de insulina basal ao deitar é considerada a 
estratégia preferencial para início de insulinoterapia do DM2 em uso de medicação oral. 
A dose inicial recomendade para iniciar a insulina basal é de 10 a 15 unidades ou 0,2 
U/kg/dia nos pacientes mais obesos (SBD,2014). 
O ajuste de dose de insulina pode ser feito, de preferência, pelo próprio paciente, com 
aumentos de 2UI ou 4UI (dependendo do valor das glicemias capilares do jejum, se 
consistentemente maiores que 130 ou 180 mg/dl respectivamente) a cada 3 dias, até atingir o 
alvo de glicemia de de jejum menor que 110 a 120 mg/dl, desde que não ocorra hipoglicemia 
noturna (SBD,2014). 
Se os valores de glicemia antes do almoço, jantar e ao deitar permanecerem acima da 
meta, deve-se acrescentar uma segunda injeção (geralmente iniciando com aproximadamente 
4 UI e ajustando com 2UI a cada 3 dias). Se a medida antes do almoço permanecer acima da 
meta deve-se adicionar a insulina de ação rápida ou ultrarrápida no café da manhã e 
posteriormente verificar a necessidade de inserir também no almoço e no jantar. No jantar a 
necessidade de insulina de ação rápida/ultrarrápida deve ser avaliada através da glicemia ao 
deitar. (SBD,2014). 
Após três meses se a HbA1c permanece alterada, deve-se reavaliar as doses de insulina 
e pode ser necessário acrescentar mais uma dosagem de NPH no almoço (SBD,2014). 
 
No quadro abaixo consta a descrição dos tipos de insulina (SOUTO, ROSADO, 2010): 
 
Tipos de 
insulinas 
 Marca 
comercial 
Ação 
Início 
 
Pico 
 
Duração 
Ultrarrápidas Lispro Humalog 15 minutos 1 hora 3 a 5 horas 
 Aspart Novorapid 10 a 15 
minutos 
1 a 2 horas 4 a 6 horas 
 Glusina Apidra 
Rápidas Regular 30 minutos 2 a 3 horas 6 a 8 horas 
Intermediárias NPH 2 a 4 horas 6 a 8 horas 10 a 18 horas 
Ultralentas ou 
prolongadas 
Glargina Lantus 2 horas Sem pico 20 a 24 horas 
 Detemir Levemir 6 a 8 horas 18 horas 
 
 
 
 
 
 
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CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
5.3 USO DE INSULINA E HIPOGLICEMIANTE ORAL NO DM2 
 
 
Na insulinização plena é habitual descontinuar o uso de secretagogos por via oral. 
Entretanto, poderá ser benéfico manter os agentes sensibilizadores da insulina em 
combinação com a insulinoterapia. A terapia combinada de insulina e metformina ou insulina e 
pioglitazona possibilita controle glicêmico efetivo com doses menores de insulina. Porém em 
pacientes com risco de descompensação cardíaca, é mais sensato aumentar a complexidade 
do esquema de insulinização. Em pacientes recebendo insulina basal, com ou sem 
metformina, a adição de um inibidor da dipeptidade 4 (DPP-4) ou um agonista de GLP1 pode 
melhorar os perfis glicêmicos de jejum e pós-prandial, reduzindo significativamente a HbA1c, 
além de diminuir o risco de hipoglicemia com a redução da dose de insulina (SBD, 2014). 
No DM2 a dose total de insulina veria em torno de 0,5 a 1,5U/kg/dia, dependendo do 
grau de resistência a insulina e do IMC (SBD, 2014). 
O fornecimento da maior parte da insulina intermediária pela manhã, como 
estabelecido no passado e ainda utilizado por muitos médicos , poderia induzir o risco de 
hipoglicemia antes do almoço. Sendo assim, o regime conhecido como 2/3 e 1/3 (da dose de 
NPH) deve ser evitado (SBD, 2014). 
 
 
5.4 USO DA INSULINA NO DM1 
 
 
A dose diária de insulina preconizada para pacientes com DM1 recém-diagnosticados 
varia de 0,5 a 1,0 U/kg/dia. Durante a fase de remissão parcial, a dose diária total de insulina 
administrada é geralmente inferior a 0,5 U/kg/dia, após essa fase com a evolução da doença, a 
necessidade diária de insulina aumenta para0,7 a 1 U/kg/dia em crianças pré-puberes 
podendo alcançar 1 a 2 U/kg/dia durante a puberdade ou em situações de estresse físico e 
emocional. Recomenda-se que a dose da insulina basal diária varie de 40% a 60% e o restante 
da dose seja de insulina rápida ou ultrarrápida (SBD, 2014). 
 
 
 
 
5.5 METAS TERAPÊUTICAS 
 
As metas terapêuticas variam conforme a idade do indivíduo e seu acompanhamento 
norteia o tratamento medicamentoso e nutricional. Para que o paciente seja coresponsável 
em seu tratamento é necessário que sejam estabelecidas e esclarecidas as metas terapêuticas 
do tratamento. Os quadros abaixo demonstram as metas terapêuticas conforme idade: 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
Metas glicêmicas e de HbA1c para crianças e adolescentes (SBD,2014): 
Idade Pré-prandial 
Mg/dl 
Pós -prandial 
Mg/dl 
HbA1c (%) 
Menos de 6 anos 100 a 180 110 a 200 Mais de 7,5 
Menos de 8,5 
De 6 a 12 anos 90 a 180 100 a 180 Menos de 8 
De 13 a 19 anos 90 a 130 90 a 150 Menos de 7,5 
 
Metas de controle glicêmico para o paciente adulto (SBD, 2014; ADA, EASD, 2012): 
 Glicemia de jejum Pré-prandial Pós-prandial 
ADA/EASD <100 mg/dl <130 mg/dl <180 mg/dl 
SBD <100 mg/dl <130 mg/dl Até 160 mg/dl 
 
 
 
Valores de glicemia preconizados para pacientes diabéticos adultos (ADA,2008): 
Valores recomendados de glicemia Pré -prandial Pós-prandial 
Pequenas e grandes refeições 70 a 130 mg/dl Até 160 mg/dl 
Antes de dormir 110 a 150 mg/dl - 
 
 
 
Valores de glicemia e hemoglobina glicada para adultos e idosos (SBD,2011): 
 
6. MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DO CONTROLE GLICÊMICO 
 
6.1 GLICEMIA 
 
 A dosagem de glicemia geralmente é feita no soro ou plasma, mas alguns laboratórios 
medem-na no sangue total que é 10% a 15% mais baixa. O método mais utilizado atualmente 
 
Glicemia pré-prandial Glicemia pós-prandial HbA1c (%) 
Adultos 70 a 130 mg/dl <160 mg/dl <7 
Idosos Até 150 mg/dl Até 180 mg/dl ≤ 8,0 
 
 
 
 
12 
 
CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
para dosagem de glicemia é o enzimático, com oxidase ou hexoquinase. O tubo ideal para 
coleta deve conter fluoreto evitando a glicogenólise feita pelas hemácias (SDB,2010). 
 
6.2 HEMOGLOBINA GLICADA 
 
Deve ser solicitada em média a cada 3 meses para pessoas que tem Diabetes e reflete 
o histórico da glicemia ao longo de 120 dias. O método ideal de dosagem é a cromatografia 
líquida de alta performance (HPLC).Tem sido proposta a utilização da glicemia média estimada 
(GME), obtida através de um cálculo simples, sendo GME=28,7 x A1c – 46,7 (SBD,2014). 
 
O quadro abaixo relaciona os valores da HbA1c e a glicemia média estimada. 
 
 
NETTO, 2012 
6.3 FRUTOSAMINA 
 
 Mede a glicação das proteínas séricas de um modo geral, das quais a principal é a 
albumina. Como a albumina tem um turnover de duas semanas, a frutosamina reflete o 
controle glicêmico ao longo desse período (SBD, 2014). 
 
7. HIPOGLICEMIA 
 
Não existe uma definição clara de valor para hipoglicemia. No entanto, há certo 
consenso na literatura de que valores entre 60 e 70 mg/dl indicam um risco de hipoglicemia 
grave. Em crianças pode-se observar deterioração aguda da função cerebral em valores 
inferiores a 60 mg/dl (SBD, 2014). 
Segundo Souto e Rosado (2010) os sinais e sintomas de hipoglicemia são: 
 
Fome excessiva 
Dificuldade para raciocinar 
Sensação de fraqueza 
Cansaço extremo 
Sudorese exagerada 
Sonolência 
Visão dupla 
Tremores 
Perda de consciência 
Coma 
 
 
 
CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidrato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipo de exercício Glicemia Suplementação de carboidratos 
 Antes Depois 
Curta duração e < 70 Adiar o exercício Sem ajuste 
Baixa intensidade 70 a 100 10 a 15g Sem ajuste 
 >100 Sem ajuste Sem ajuste 
Duração e intensidade <70 Adiar o exercício Sem ajuste 
moderada 70 a 100 25 a 50g Sem ajuste 
 100 a 180 15g 15 g a cada hora 
 180 a 300 Sem ajuste Sem ajuste 
 >300 Adiar o exercício Sem ajuste 
Intenso < 70 Adiar o exercício Sem ajuste 
 70 a 100 50g 50g a cada 3 horas 
 100 a 180 25 a 50g Sem ajuste 
 180 a 300 15g Sem ajuste 
 >300 Adiar o exercício Sem ajuste 
Em caso de glicemia inferior a 60 mg/dl ingerir: 
 
1 colher de sopa rasa de açúcar diluída em 150ml de água 
1 copo pequeno de refrigerante (200ml) 
1 copo de suco de laranja (200ml) 
 
 
8. DIABETES E EXERCÍCIO FÍSICO 
 
 
 O Exercício físico é amplamente recomendando como adjuvante no tratamento do 
Diebetes Mellitus, porém, a pessoa com diabetes precisa estar atenta a glicemia pré e pós 
exercício devido ao risco de hipoglicemia e cetoacidose. A hipoglicemia pode ocorrer durante 
ou até 48 horas após o exercício. Em casos específicos pode ser necessário a suplementação de 
carboidratos. (SOUTO;ROSADO, 2010) 
 Este quadro orienta a suplementação de carboidratos para a prática de exercícios 
físicos baseado na intensidade e duração do exercício e na glicemia no momento da atividade 
(ADA, 2006 apud SOUTO;ROSADO, 2010): 
 
 
 
 
 
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9. MÉTODO DE CONTAGEM DE CARBOIDRATOS (baseado no livro de SOUTO;ROSADO,2010) 
 
 A contagem de carboidratos vem sendo utilizada desde 1935 na Europa, porém somente em 1994, a 
ADA iniciou as discussões sobre o índice glicêmico dos alimentos. No Brasil a contagem de carboidratos 
começou a ser utilizada em 1997. 
 O método de contagem de carboidratos consiste em calcular os gramas de carboidratos a serem 
ingeridos em cada refeição ajustando a dose de insulina necessária. 
 
 
9.1 INFLUÊNCIA DOS NUTRIENTES NA GLICEMIA 
 
 
 Carboidratos, proteínas e lipídios possuem estruturas químicas próprias e diferentes formas de 
digestão e absorção e por esta razão o impacto na glicemia também difere. 
 Quando aos carboidratos segundo a ADA (2008), independente do tipo ao da fonte, a quantidade 
total de carboidrato ingerido (sendo complexo ou simples) se transformará em glicose. 
 Não existe diferença entre o carboidrato simples e o complexo em relação a velocidade do aumento 
glicêmico. Os amidos ao serem digeridos, são hidrolisados à glicose para serem absorvidos, assim como 
acontece quando ingerimos a sacarose. 
 Carboidratos que possuem fibras devem ser preconizados pois as fibras geram maior saciedade ao 
aumentar o tempo de digestão e portanto uma absorção mais lenta da glicose. 
 
CARBOIDRATOS: 100% são convertidos em glicose em um período de 15min a 2 horas 
PROTEINAS: 35% a 60% são convertidas em glicose em 3 a 4 horas 
LIPIDIOS: 10% são convertidos em glicose em aproximadamente 5 horas 
 
Alguns alimentos não apresentam efeito significativo na glicemia. Estes contém menos de 5g de carboidratos 
e menos de 20kcal/porção. Assim não precisam ser contabilizados no plano alimentar, se consumidos dentro 
de uma porção limite. 
 
 FIBRAS 
 
O consumo de fibras solúveis proporciona a formação de um gel capaz de reduzir a absorção intestinal de 
glicose. Assim, ao consumir um alimento rico em fibra (>5g de fibras/porção), pode-se subtrair a quantidade 
em gramas de fibras da quantidade total de carboidratos por porção e desta forma obter uma informação 
mais precisa sobre o impacto deste alimento na glicemia. 
Estes cálculos não são práticos de serem feitos no dia-a-dia da pessoa com diabetes e por isso não é comum 
que a quantidade de fibras seja subtraída das refeições no cotidiano do paciente que pratica a contagem de 
carboidratos. Porém a titulo de conhecimento esta pode ser uma ferramenta importante para estimular o 
consumo de fibras. 
 
Ex: feijão-preto cozido: 14g de carboidrato – 8,4g de fibras = 5,6g de carboidrato 
 
 
 
 
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PROTEÍNAS 
 
A principal função das proteínas é a síntese celular portantoapenas 35% a 60% são convertidas em glicose. 
Geralmente quando a porção de carne é inferior a 90 gramas não contabilizamos na contagem de 
carboidratos, pois seu impacto glicêmico é baixo. Porém quando a quantidade chega a 90g iniciamos a 
contagem de 15g de carboidrato para cada 90g de proteína. 
Para calcular a quantidade de glicose que será obtida de certa quantidade de proteína é só multiplicar por 
0,6. 
 
Ex: 90g de carne = 25g de proteína 
25g de proteína x 0,6 = 15g de carboidrato 
 
9.2 INGESTÃO DE AÇÚCAR OU DOCES 
 
 O paciente diabético pode incluir o açúcar em sua alimentação desde que o total de carboidratos 
fornecidos por ele esteja contabilizado em seu plano alimentar. Porém, aconselha-se iniciar com isenção de 
sacarose, após algumas semanas permitir com moderação. 
 
9.3 TABELAS COMPARATIVAS PARA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL 
 
 O uso de tabelas comparativas podem auxiliar pacientes e profissionais a orientar as escolhas, por 
exemplo: 
Alimento (240 ml) Carboidratos Calorias 
Caldo de cana 49 g 197 Kcal 
Suco de laranja 31 g 140 Kcal 
Suco de maracujá 5 g 24 kcal 
 
 
9.4 MÉTODOS DE CONTAGEM DE CARBOIDRATOS 
 
 Existem dois métodos de contagem de carboidratos o método de substituição e o método contagem 
por gramas. A escolha do método deve levar em consideração principalmente o grau de instrução, a rotina 
do paciente e a idade. Pois o método substituição é mais simples, porém mais engessado, enquanto o 
método de contagem por gramas exige cálculos mentais constantes, porém é mais flexível. 
 
9.4.1 MÉTODO DE CONTAGEM DE CARBOIDRATOS POR SUBSTITUIÇÃO 
 
 O método da substituição consiste planejar refeições que produzam um impacto glicêmico 
semelhante e limitando as porções. Quando o nutricionista elabora uma dieta para emagrecimento ele 
 
 
 
 
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também orienta o paciente sobre os equivalentes calóricos para que a dieta não fique monótona. 
Geralmente junto com a dieta o paciente recebe uma lista de substituições certo? 
 No método de substituição usamos a mesma lógica, porém a lista de substituição é elaborado com 
foco no carboidrato e não nas calorias. 
 Digamos que um paciente costuma comer no café da manhã: 1 fatia de pão integral com margarina, 
queijo e presunto e café com leite e adoçante. Quais seriam as outras opções possíveis para que ele varie o 
cardápio e mantenha a mesma quantidade de carboidrato na refeição? 
 
 Caso ele mantenha o café com leite podemos orientar que ele substitua o 1 fatia de pão integral por 
3 unidade de biscoito salgado ou 1 pão de queijo. Além destas opções podemos entregar ao paciente uma 
tabela de equivalente como esta: 
 
 
 
Tabela de equivalentes do grupo PÃO 
Equivale a: Medidas caseiras Equivale a: Medidas 
caseiras Aveia em flocos 2 c. sopa cheias Pão centeio/integral 1 fatia média 
Biscoito salgado 3 unidades Pão de forma 1 fatia 
Biscoito de polvilho 7 unidades. Massa de pastel 1 unidades 
Biscoito doce s/ 
recheio 
3 unidades Biscoito de maisena 4 unidades 
Maisena 1 colher de sopa 
cheias 
Pão de milho 1 fatia média 
Pão de batata ½ unidade Pão de queijo 1 unidade média 
Pão francês/trigo ½ unidade (25g) Pão light 1 fatia 
Farinha 
láctea/Neston 
1 c. sopa Farinha de trigo 1 c. sopa 
Granola 2 c.. sopa cheias Torrada (pão trigo) 5 fatias finas 
Bisnaguinha 2 unidades Pão sírio ½ unid. média 
Sucrilhos c/ açúcar ½ xícara Torradas (Bauducco) 3 unidades 
Sucrilhos s/ açúcar 1 xícara Barra de cereais light 1 1/2 unidade 
Bolo simples 1 fatia média Barra de cereais 1 unidade 
*A lista de substituição na íntegra está anexada como material de apoio e foi elaborada a partir dos 
dados da tabela de composição de alimentos TACO) 
 
 Desta forma o paciente poderá variar o cardápio sem grandes surpresas em relação a resposta 
glicêmica. O método de substituição tem sido utilizado por pacientes com DM2 em uso de medicamentos 
orais ou em pacientes em uso de insulina. No caso de pacientes com doses fixas de insulina o planejamento 
alimentar deve ser feito considerando a dose prescrita de insulina rápida ou ultrarápida e a razão insulina 
carboidrato. Por exemplo: Se um adolescente possui prescrição de 4 UI de insulina ultrarrápida no café da 
manhã e razão insulina X carboidrato 1:15g quais seriam as opções de cardápio para o café da manhã? 
 
Abaixo estão descritos 3 opções de cardápio, porém existem outras combinações possíveis. Alguns 
nutricionistas entregam um lista de combinações possíveis, outros entregam uma dieta base e uma lista de 
substituição para que o próprio paciente ou cuidador monte o cardápio. 
 
 
 
 
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Cardápio 1 Cardápio 2 Cardápio 3 
2 fatias de pão integral 
Margarina light 
1 fatia de presunto 
1 fatia de queijo mussarela 
1 copo de suco de laranja 
 
6 torradas 
requeijão 
Geléia diet 
1 copo de leite integral 
2 colheres de sopa de 
achocolatado diet 
4 colheres de Granola sem 
açúcar 
240 ml de iogurte natural 
1 banana- maça picada 
Total : 55g de CHO Total: 59g de CHO Total: 63g de CHO 
 
 
9.4.2 MÉTODO DE CONTAGEM DE CARBOIDRATOS POR GRAMAS 
 
 O método de contagem de carboidratos por gramas é mais trabalhoso e exige que o paciente leia os 
rótulos dos alimentos, pesquise o manual de contagem de carboidratos, mensure a quantidade de 
carboidratos presente nas preparações e faça cálculos mentais constantes. 
 A vantagem principal da contagem de carboidratos por gramas é que a dose de insulina a ser 
administrada obedece à quantidade de carboidratos consumida, isso permite maior variedade alimentar e 
de quantidades. 
 O nutricionista não pode prescrever as doses de insulina a seus pacientes, nem estabelecer a razão 
insulina X carboidrato ou o fator de sensibilidade, as prescrições devem partir do médico responsável pelo 
paciente, e qualquer alteração que seja necessária deve ser discutida com o médico. 
 Através do acompanhamento nutricional o nutricionista pode vir a perceber que o paciente possui 
uma sensibilidade maior ou menor do que a prescrita, bem como uma razão insulina X carboidrato maior ou 
menor do que a proposta inicial. Neste momento através de registros alimentares, registros das doses e 
registros de glicemia capilar o nutricionista pode discutir com o médico uma nova prescrição ou instruir o 
paciente para que este leve os registros na próxima consulta e questione o médico sobre as descobertas. 
 
RAZÃO INSULINA X CARBOIDRATO? 
 
 A razão Insulina X Carboidrato geralmente é de 1UI para 15g de CHO. Isso quer dizer que para cada 
15g de carboidrato ingerido deverá ser aplicada 1 UI de insulina rápida ou ultrarrápida. Este valor pode 
variar conforme a sensibilidade do paciente. O cálculo utilizado para mensurar a razão insulina X carboidrato 
é: 
 
Cálculo da razão insulina x carboidrato = 500 / soma da insulina total diária 
 
Exemplo: Um paciente possui prescrição de: 
 
 
 
 
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Insulina NPH : 22 unidades antes do café manhã e 12 unidades antes do jantar 
Insulina ultrarrápida: 4 unidades antes do café da manhã, 6 unidades antes do almoço e 4 unidades antes do 
jantar 
 
Qual será a razão insulina X carboidrato para este caso? 
 
Resposta 
 
Razão insulina x carboidrato = 500/ 48 
Razão insulina x carboidrato = 10,41 ou aproximadamente 10. 
 
Ou seja, 1 dose de insulina consegue cobrir 10g de carboidratos. 
 
Outra forma é estimar a razão insulina x CHO através do peso, porém este método pode apresentar 
variações devido a resistência à insulina estar presente também em pacientes magros. 
 
 
 
 
O QUE É SENSIBILIDADE À INSULINA? 
 
 A sensibilidade à insulina pode variar para cada indivíduo e reflete a capacidade da insulina em 
diminuir a glicemia. A sensibilidade pode sofrer interferências conforme a idade eo peso. Crianças 
geralmente possuem uma maior sensibilidade, enquanto idosos e obesos uma sensibilidade menor. Para 
crianças a sensibilidade pode chegar a 1UI para 80 mg/dl, para a maioria dos adolescentes e adultos 1UI para 
50 mg/dl e para obesos e idosos 1UI para 30 mg/dl. 
 
 
 
 
 
 
Resumindo: 
Consiste na resposta glicêmica do paciente a 1 unidade de insulina 
 
 
 
 
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O cálculo da sensibilidade pode ser feito da seguinte forma: 
 
Sensibilidade à insulina: 1800/soma de insulina total diária (se usar ultrarrápida) 
 
Sensibilidade à insulina: 1500/soma de insulina total diária (se usar rápida) 
 
Exemplo: Um paciente possui prescrição de: 
 
Insulina NPH : 22 unidades antes do café manhã e 12 unidades antes do jantar 
Insulina ultrarrápida: 4 unidades antes do café da manhã, 6 unidades antes do almoço e 4 unidades antes do 
jantar 
 
Qual é o fator de sensibilidade à insulina deste paciente? 
 
Resposta: 1800/ 48(NPH + ultrarrápida) = 37,5 mg/dl 
 
Ou seja, cada 1 UI de insulina ultrarrápida deve diminuir 37,5 mg/dl da glicemia, neste caso arredonda-se 
para 40 mg/dl para facilitar a orientação. 
 
BOLUS ALIMENTAÇÃO 
 
O bolus alimentar é a quantidade de insulina necessária para cobrir a refeição. Para calcular a quantidade de 
insulina o paciente precisa ter estabelecido a razão insulina X caboidrato. A partir disso é só calcular da 
seguinte forma: 
 
Cálculo do bolus alimentação: CHO(g) da refeição/razão insulina x carboidrato 
 
Ex: no desjejum, o paciente consumirá 40g de carboidratos, qual é o bolus alimentação neste caso sendo 
que a razão insulina x carboidrato é 1:10? 
 
Bolus alimentação = 40 (CHO da refeição) / 10 (razão insulina X carboidrato) 
Bolus alimentação = 4 unidades de insulina ultrarrápida 
 
Ou seja, neste caso o paciente precisa aplicar 4UI de insulina ultrarrápida para as 40g de carboidrato da 
refeição. 
 
Com o tempo a maioria dos pacientes e profissionais acaba fazendo cálculos mentais e não precisa utilizar a 
fórmula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BOLUS CORRETIVO 
 
 O bolus corretivo serve para corrigir hiperglicemias a qualquer hora desde que o tempo de ação da 
insulina seja respeitado. 
 
Cálculo do bolus corretivo: glicemia atual – meta glicêmica / sensibilidade à insulina 
 
Meta glicêmica: varia de acordo com o paciente e idade. 
 
Exemplo: 
 
Utilizando o caso acima e levando em consideração que o paciente é uma criança de 10 anos, sendo a meta 
glicêmica estabelecida pelo médico ao acordar é de até 130 mg/dl e que a criança acordou com uma 
glicemia de 250 no dia de hoje. Qual seria o bolus corretivo necessário para corrigir esta hiperglicemia? 
(Sendo o fator de sensibilidade= 1UI :40mg/dl) 
 
 
 
Resposta: 
 
Bolus corretivo = glicemia atual (250) – meta (130) / sensibilidade (40) 
Bolus corretivo = 120/40 
Bolus corretivo= 3 UI de insulina 
 
Neste caso seriam necessárias 3UI de insulina ultrarrápida para corrigir a glicemia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O acompanhamento nutricional do paciente com Diabetes Mellitus exige mais dos nutricionistas do 
que imaginamos ao sair dos cursos de graduação. Minhas primeiras experiências com pacientes diabéticos 
foram extremamente angustiantes, pois eu sabia qual era a dieta indicada neste caso, mas desconhecia os 
medicamentos, a progressão terapêutica, as metas glicêmicas e principalmente, não fazia ideia de como 
identificar se a hiperglicemia mostrada nos HGTs e nos exames laboratoriais era advinda da alimentação ou 
de uma medicação insuficiente ou inadequada. Muitas vezes ouvi relatos de pacientes que alegavam não 
comer ou comer muito pouco e mesmo assim não percebiam melhora no seu controle glicêmico. 
 Atualmente, após ter a oportunidade de trabalhar no Núcleo de Atenção em Diabetes de Blumenau-
SC ao lado de uma equipe treinada e comprometida tenho segurança em atender pacientes com Diabetes de 
qualquer idade, em uso de qualquer medicação oral ou injetável. Quando eu comecei a trabalhar no Núcleo 
me embrenhei nos estudos sobre fisiopatologia do Diabetes, dietoterapia, índice glicêmico e carga glicêmica, 
medicamentos e diretrizes de tratamento, as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes e outras 
publicações se tornaram meus companheiros e entre uma consulta e outra eu aproveitava para estudar os 
casos que eu havia acabado de atender. Além dos estudos solitários, participei de cursos de imersão em 
Diabetes, cursos de contagem de carboidratos, congressos e assisti aulas destinadas a endocrinologistas 
(Sim! É preciso ser destemido (e intrometido) quando se busca o conhecimento). Mas acho que nada me 
motivou mais na busca de aprendizado do que os questionamentos dos pacientes e dos profissionais de 
saúde para quem eu era e sou referência. Pode comer cenoura? E beterraba? E manga? Qual a diferença 
entre o pão branco e o pão integral? Qual o melhor adoçante? Posso comer macarrão e mandioca? 
 Em minha opinião poucos profissionais estão preparados para atender pacientes com diabetes, não 
só nutricionistas, mas enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, médicos... As orientações são 
muitas vezes infundadas e trazem grandes prejuízos à qualidade de vida do paciente e a adesão ao 
tratamento. 
 Além disso, temos as crenças populares, os chás e todos os mitos que envolvem essa doença descrita 
desde a época do Egito. 
 Não faltam recursos para tratar os pacientes com Diabetes, mesmo no SUS temos tudo o que 
precisamos para começar (pelo menos em Blumenau), mas faltam momentos de educação em saúde e 
dispersão de conhecimento baseado em evidências, falta diálogo, falta capacitação e muitas vezes 
motivação. 
 Elaborar estes materiais foi uma oportunidade de dividir minhas experiências e espero que sejam 
boas sementes no seu aprimoramento profissional no campo do Diabetes Mellitus. 
 
 
Atenciosamente, 
Monique Neis 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
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CRCC01- 1 Curso Online: Contagem de Carboidratos 
 
 
 
CONSELHO BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA: Doenças: Retinopatia Diabética. Disponível em: < 
http://www.cbo.com.br/pacientes/doencas/doencas_retinopatia_diabetica.htm> Acesso em: 18 mar.2014. 
 
GOUVEIA, G. R.; BRUNO, L.P.C. Manual de contagem de carboidratos, 2001. 
 
NETTO, A. P. Atualização em Diabetes para profissionais de saúde. Europa press: 2012. 
MDcalc: cálculo da MDRD. Disponível em: < http://www.mdcalc.com/mdrd-gfr-equation/ Acesso em: 18 
mar. 2014. 
 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes 2011. São Paulo: AC Farmacêutica, 2011. 
 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes 2013/2014. São Paulo: AC Farmacêutica, 2014. 
 
SOUTO, D. L; ROSADO, E. L. Contagem de carboidratos no Diabetes Melito. Rubio:2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.cbo.com.br/pacientes/doencas/doencas_retinopatia_diabetica.htm

Outros materiais