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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Tríplice base principiológica fundamental do ECA:
Doutrina de proteção integral
Princípio do melhor interesse do menor
Prioridade absoluta
Súmula 108: A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela pratica de ato infracional é da COMPETENCIA EXCLUSIVA DO JUIZ.
Súmula 265: É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida socioeducativa.
Súmula 228: A prescrição penal é APLICÁVEL NAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS.
Súmula 342: No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente.
Súmula 383: A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.
Súmula 492: O ato infracional ANÁLOGO AO TRÁFICO DE DROGAS, por si só, não conduz obrigatoriamente a imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.
Súmula 500: A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.
A doutrina da proteção integral representou um grande avanço no país, passando a não possibilitar a responsabilidade penal de menores.
Apesar do art. 2, do ECA, indicar como únicos beneficiários da norma as crianças e adolescentes, ele admite a aplicação do ECA, de forma excepcional, as pessoas entre 18 e 21 anos, e não há que se falar na revogação deste art. pelo código civil, tendo em vista que a motivação de se ficar a idade de 21 anos em nada se relaciona com a antiga maioridade civil do código de 1916, mas sim com o prazo máximo da medida de internação que é de 3 anos.
 
O ECA baseia-se em fontes mediatas e imediatas. É um direito público, fazendo com que todos, inclusive o poder público, sejam obrigados a cumprir e respeitas suas normas.
PRINCÍPIOS
PRINCÍPIO DA PRIORIDADE ABSOLUTA: 
Previsto no art. 227 da CF e no art. 4 do ECA. Esse art. estabelece que a garantia da prioridade compreende:
1) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstancias. 
2) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública.
3) preferência da formulação e na execução das políticas sociais públicas.
4) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção a infância e a juventude.
PRINCIPIO DO MELHOR INTERESSE DO MENOR:
Origem anglo-saxônica, adotado na declaração de direitos da criança em 1959.
PRINCIPIO DA MUNICIPALIZAÇÃO
PRINCIPIO DA CIDADANIA:
Sendo sujeitos de direitos, crianças e adolescentes são cidadãos e assim precisam ser orientados e ensinados que cidadania consiste no exercício social de direitos e de deveres. 
PRINCIPIO DO BEM COMUM:
Não se pode prejudicar um para defender o outro. Com base nesse princípio, é possível, em tese, a expulsão de um aluno de uma escola, a punição de um infrator, etc. 
PRINCIPIO DO PECULIAR DESENVOLVIMENTO
UMA VEZ QUE O DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE POSSUI FONTES E PRINCIPIOS PROPRIOS, HÁ QUE SE AFIRMAR QUE ELE É AUTONOMO. 
CONCEITO DE CRIANÇA E ADOLESCENTE
ART. 2 – Considera-se criança, para efeitos desta lei, a pessoa até 12 anos incompletos. E adolescente aquela entre 12 e 18 anos incompletos, pois a partir do momento em que a pessoa completa 18 anos, ela é considerada adulta. No entanto há casos em que o ECA se aplica ao maior de 18 anos. O próprio parágrafo único do art. 2 traz tal disposição. 
A Lei 12.955/14 incluiu o parágrafo 9º, no artigo 47, passando a prever que:
Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica. 
Dentre outras alterações, a Lei 12.962/14 incluiu o parágrafo 2º, no artigo 23, do ECA, estabelecendo que:
A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito a pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha.
Já a Lei 13.010/14 alterou o artigo 18 do ECA, vedando a utilização de castigo físico e de tratamento cruel ou degradante. Ao incluir os artigos 18 A e 18 B, a lei conceituou esses tipos de tratamentos e elencou medidas que podem ser aplicadas pelo Conselho Tutelar para aqueles que desrespeitarem tais previsões.
Considera-se castigo físico: a ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou adolescente que resulte em: sofrimento físico ou lesão.
Além de tratamento cruel ou degradante, conduta ou forma cruel de tratamento em relação a criança ou ao adolescente que: humilhe, ameace gravemente ou ridicularize. 
Na parte concernente aos crimes, veremos ainda que, em 2015, a Lei 13.106alterou o artigo 243, tornando crime o fornecimento de bebida alcoólica a menor de 18 anos.
No ECA, a Lei 13.257/16 realizou as seguintes alterações:
Foi incluído o pg único, no art. 3, para dispor que os direitos enunciados no ECA aplicam-se a todas as crianças e adolescentes sem qualquer discriminação.
No art. 8, o caput passa a estabelecer que é assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e as políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo
O art. 9º passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos:
§ 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável, de forma contínua.
§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite humano.
No artigo 11, houve certa adequação para a preservação de um melhor diálogo de fontes entre o ECA e o Estatuto da pessoa com deficiência, Lei 13146/2015
No artigo 12, foram incluídas as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários para que também tenham o dever de propiciar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.
A redação do artigo 13 passa a estar adequada às expressões trazidas pela Lei 13.010/14, intitulada como Lei Menino Bernardo, passando a dispor que:
“Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.”
O art. 14 passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos, numerando-se o atual parágrafo único como primeiro:
§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança.
§ 3º A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal.
§ 4ª A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde.
No artigo 19, a disposição que mencionava a criação da criança e do adolescente em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes foi retirada e substituída por “em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.”
Ao parágrafo 3º foi dada nova redação: A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1º, do art. 23, dos incisos I e IV, do caput do art. 101 e dos incisos I a IV, do caput do art. 129 desta lei.
No artigo 22, foi incluído o parágrafo único, para estabelecer que a mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidadescompartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos no ECA.
O artigo 23, que estabelece que a falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar, tem nova redação em seu parágrafo primeiro: não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção.
O art. 34, da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos:
§ 3º A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em família acolhedora como política pública, os quais deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de crianças e de adolescentes em residências de famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção.
§ 4º Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e municipais para a manutenção dos serviços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a própria família acolhedora.
O artigo 87 prevê as linhas de ação da política de atendimento. O inciso II teve sua redação alterada. Na redação anterior, previa políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que deles necessitem.
O art. 88, que estabelece as diretrizes da política de atendimento , passa a vigorar acrescido de três novas diretrizes, que passam a estar previstas nos incisos VIII, IX e X
O artigo 92, estabelecendo princípios que devem ser adotados pelas entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional, passa a vigorar acrescido do parágrafo sétimo:
§ 7º Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto como prioritárias.
No rol das medidas de proteção, no artigo 101, o inciso IV deixa de prever a inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente para prever a inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente.
O artigo 102, estabelecendo que as medidas de proteção serão acompanhadas da regularização do registro civil, passa a vigorar acrescido dos seguinte parágrafos:
§ 5º Os registros e as certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
§ 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento e a certidão correspondente.
No rol das medidas aplicáveis a pais e responsáveis, no artigo 129, a medida antes intitulada “encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família”, no inciso I, passa a estar prevista como “encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família”;
Os seguinte parágrafos do art. 260, da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, passam a vigorar com a seguinte redação:
§ 1º-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância.
§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e para programas de atenção integral à primeira infância em áreas de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade.
Foi incluído o artigo 265 A: O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de comunicação social. Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será veiculada em linguagem clara, compreensível e adequada a crianças e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6 (seis) anos.
DIREITO À VIDA E À SAÚDE
Previstos no artigo 7º do ECA, que garante a proteção dos mesmos desde antes do nascimento. Um exemplo disto é a proteção indireta ao nascituro, garantindo à gestante o atendimento pré e perinatal, conforme consta do artigo 8º. O ECA tutela até mesmo a mãe, se ela manifestar a vontade de entregar seu filho à adoção, caso em que tal vontade deve ser comunicada à autoridade judiciária, sob pena de se consagrar a infração administrativa prevista no artigo 258 B do ECA
A Lei 12.010/09 concedeu ainda à gestante, a assistência psicológica nos períodos pré e pós-natal, como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal. Outra garantia importante é o direito ao aleitamento materno previsto pelo artigo 9º, que abrange, inclusive, os filhos de mães detentas, garantia esta também assegurada pelo artigo 5º, inciso L da CF. Esta proteção visa assegurar tanto a nutrição quanto os benefícios psicológicos e afetivos da amamentação.
No artigo 10, o legislador estabeleceu 5 obrigações aos hospitais públicos ou particulares, sendo estas:
I) MANTER REGISTRO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS, ATRAVES DE PRONTUÁRIOS INDIVIDUAIS, PELO PRAZO DE DEZOITO ANOS.
II) IDENTIFICAR O RECÉM-NASCIDO MEDIANTE O REGISTRO DE SUA IMPRESSÃO PLANTAR E DIGITAL E DA IMPRESSÃO DIGITAL DA MÃE, SEM PREJUÍZO DE OUTRAS FORMAS NORMATIZADAS PELA AUTORIDADE ADM COMPETENTE.
III) PROCEDER A EXAMES VISANDO AO DIAGNÓSTICO E A TERAPÊUTICA DE ANORMALIDADES NO METABOLISMO DO RECÉM-NASCIDO, BEM COMO PRESTAR ORIENTAÇÃO AOS PAIS.
IV) FORNECER DECLARAÇÃO DE NASCIMENTO ONDE CONSTEM NECESSARIAMENTE AS INTERCORRÊNCIAS DO PARTO E DO DESENVOLVIMENTO DO NEONATO.
V) MENTER ALOJAMENTO CONJUNTO, POSSIBILITANDO AO NEONATO A PERMANÊNCA JUNTO À MÃE.
O art. 12 assegura o direito de permanência nos estabelecimento de saúde da gestante, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários, de um dos pais ou responsáveis. Se o pai ou responsável não tiver equilíbrio para acompanhar o menor enfermo, poderá ser substituído por outro em condições. Basta que o hospital, por meio de seu serviço social, comunique o juiz da infância e juventude, para que ele tome as medidas cabíveis.
O artigo 13 foi alterado pela Lei 13010/14 e estabelece que “Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais”.
O art. 14 foi recentemente alterado pela Lei 13257, em 2016 e estabelece que:
O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
DIREITO À LIBERDADE
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIARE COMUNITÁRIA
A regra, pelo artigo 19 do ECA, é a família natural (pais ou qualquer deles com seus descendentes) ou extensa/ampliada (parente próximo, com o qual a criança/adolescente conviva e tenha afinidade e afetividade); e a exceção, a família substituta. E, para garantir esta convivência, o ECA sofreu alteração recente pela Lei 12962/14, que passa a estabelecer, no parágrafo 4º, do artigo 19, que será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe e o pai privado da liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial.
A criança ou o adolescente deve ser mantido em sua família de origem, em regra. Desta forma, a condenação criminal do pai ou da mãe não implicará na destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha. Um exemplo que podemos citar é o crime de estupro de vulnerável praticado contra o próprio filho.
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
Existem duas formas de acolhimento da criança/adolescente quando estes não puderem permanecer junto à sua família natural ou ampliada, que são:
Acolhimento institucional: abrigamento por instituições voltadas a proteção temporária da criança/adolescente, que não se confunde com privação de liberdade. A permanência este programa de acolhimento não se prolongará por mais de 2 anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade jurídica.
 Acolhimento familiar: programa a famílias dispostas a receber e proteger crianças/adolescentes que não possam permanecer com suas famílias de origem. Este programa prevalece sobre o acolhimento institucional, sempre que possível, e conta com o acompanhamento de profissionais como assistentes sociais e psicólogos. 
PODER FAMILIAR 
As obrigações decorrentes do poder familiar são a guarda, o sustento e a educação. O descumprimento desses deveres pode ocasionar a suspensão ou até mesmo a destituição do poder familiar.
PROCEDIMENTO DE PERDA OU SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR 
Terá início por provocação do MP ou de quem tenha legítimo interesse. 
A petição inicial deverá conter os seguintes requisitos: 
1) A indicação da autoridade judiciária a quem for dirigida. 
2) O nome, o estado civil, a profissão e a residencia do requerente e do requerido, dispensada a qualificação em se tratando de pedido formulado por representante do MP.
3) A exposição sumária do fato e o pedido.
4) As provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testeminhas e documentos. 
Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade.
FAMILIA SUBSTITUTA
Três modalidades:
GUARDA: (art 22) A guarda não retira o poder familiar dos pais, diferente da tutela, que pressupõe a perda ou a suspensão desse poder. Já a adoção rompe com todos os vínculos anteriores. A guarda é dever inerente ao poder familiar, no entanto, em determinadas situações, pode o dever de guarda de desprender do poder familiar, sem causar a perda deste. 
A GUARDA ESTÁ DIVIDIDA EM TRÊS ESPÉCIES:
TUTELA: (art. 36 a 38) Encargo de caráter assistencial, que tem por objetivo suprir a falta de representação legal, substituindo assim o poder familiar, em se tratando de menor de 18 anos. A tutela confere ao tutor plenos poderes de representação, em virtude da destituição ou suspensão do poder familiar ou ausência dos pais, o que não ocorre na guarda, que pode coexistir o poder familiar.
AS ESPÉCIES DE TUTELA SÃO:
TESTAMENTÁRIA: deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de ultima vontade, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la.
LEGÍTIMA: na falta de nomeação pelos pais, a nomeação pode ser feita judicialmente, dentre os parentes consanguíneos. 
DATIVA: será cabível na falta do exercício das possibilidades anteriores. Trata-se da nomeação judicial de tutor estranho, idôneo e residente do domicilio do tutelado. 
ADOÇÃO: (art. 39 a 52) medida excepcional e irrevogável, a qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa. Depende sempre de sentença judicial, que possui natureza constitutiva. O adotando deve contar com, no máximo, 18 anos a data do pedido, salvo se já estiver sob guarda ou tutela dos adotantes. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres.
PODE ADOTAR: 
Pessoas maiores de 18 anos, individualmente, e que tenham 16 anos a mais que o adotando, exceto os ascendentes e os irmão do adotando.
Casal, em que um dos cônjuges seja maior de 18 anos e comprove estabilidade familiar.
Divorciados ou separados judicialmente, desde que a criança ou o adolescente já estivesse sob o convívio do casal durante a sociedade conjugal.
Tutor/curador em relação ao tutelado/curatelado, desde que preste contas de sua adm.
 adoção deve oferecer reais vantagens para o adotando, por tratar-se de medida excepcional; deve haver o consentimento dos pais ou do representante legal do adotando, ou destituição do poder familiar. O consentimento é dispensado se os pais foram desconhecidos ou destituídos do poder familiar. É necessário ainda o consentimento do adotando maior de 12 anos e estágio de convivência: a adoção é precedida de estágio de convivência para fins de adaptação, pelo prazo que o Juiz fixar, dependendo das peculiaridades de cada caso. Isto se dá para verificar a adaptação da criança ou adolescente naquela família, e não dos adotantes.
Para os adotantes estrangeiros residentes ou domiciliados fora do Brasil, o estágio de convivência é obrigatório, e é cumprido em território nacional, pelo prazo de 30 dias.
Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica. 
O consentimento do adolescente é obrigatório e deve ser acolhido em audiência para que ele seja colocado em família substituta. 
A criança será ouvida sempre que possível e sua opinião será devidamente considerada. 
Na apreciação do pedido, será levado em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade e afetividade. 
Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda, na mesma família substituta. 
O procedimento de colocação em família substituta será gradativo e acompanhado posteriormente por equipe profissional. 
Em se tratando de criança/adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo é obrigatório que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia e que a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.
Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não governamentais, sem autorização judicial.
Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.
ADOÇÃO PÓSTUMA E ADOÇÃO UNILATERAL
PÓSTUMA: se refere a possibilidade de deferimento da adoção ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.
UNILATERAL: é quando um dos cônjuges ou companheiro adota o filho do outro, mantendo-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou companheiro do adotante e os respectivos parentes.
A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese de Adoção Póstuma, caso em que terá força retroativa à data do óbito. Isto é assim para possibilitar a transmissão de direitos sucessórios ao adotando.
A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, a possibilidade de determinar a modificação do prenome. Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, isto não poderá configurar uma imposição ao adotado. Será obrigatória a sua oitiva, observado o disposto nos §§ 1º e 2o, do art. 28 do ECA.
A sentença que defere a Adoção é irrevogável e nem mesmo a morte dos adotantes restabelece o poder familiar dos pais naturais.
O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 anos. Tal acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.
Será admitida a adoção internacional de crianças e/ou adolescentes brasileiros ou domiciliados no Brasil, quando esta modalidade de família substituta for adequada ao caso concreto, e quando forem esgotadas todas as possibilidades de colocação em família brasileira.
Alienação parental
A alienação parental ofende o direito à convivência familiar. O psiquiatra americano Richard Gardner denominou "alienação parental" a síndrome constatada em um dos pais. Ela acontece quando:
Um dos cônjuges tenta, a qualquer preço, afastar a criança ou adolescente do convívio do outro genitor.
DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER
As regras sobre a educação estão previstas na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394/96) e o ECA apenas enfatiza alguns aspectos lá contidos.
ARTIGO 53 – A criança e o adolescente tem direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando: 
Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola
Direito de ser respeitado por seus educadores
Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer as instancias escolares superiores
Direito de organização e participação em entidades estudantis
Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência
TENÇÃO
É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
ARTIGO 54
Esse artigo elenca, dos deveres do Estado, de assegurar a criança e ao adolescente:
Ensino fundamental, obrigatório e gratuito
Progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio
Atendimento em creche e pré-escola as crianças de 0 a 5 anos
Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segunda a capacidade de cada um
Oferta de ensino noturno regular, adequado as condições do adolescente trabalhador
Atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência a saúde e atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
Caso os pais ou responsáveis não matricule seus filhos na rede regular de ensino poderá responder pelo crime de abandono intelectual, previsto no CP.
Os dirigentes de estabelecimento de ensino fundamental comunicarão ao conselho tutelar os casos de:
MAUS TRATOS ENVOLVENDO SEUS ALUNOS 
REITERAÇÃO DE FALTAS INJUSTIFICADAS E DE EVASÃO ESCOLAR, ESGOTADOS OS RECURSOS ESCOLARES E ELEVADOS NIVEIS DE REPETENCIA. 
DIREITO A PROFISSIONALIZAÇÃO E A PROTEÇÃO NO TRABALHO
Quanto ao trabalho do menor, podemos afirmar que, ao menor de 18 anos, é vedado o trabalho noturno, insalubre e perigoso e que, ao menor de 16 anos, é vedado qualquer trabalho, salvo a partir dos 14 anos na condição de aprendiz.
ESTÁGIO DO ESTUDANTES: LEI 11.788/08
A formação técnico-profissional do adolescente deverá:
• Garantir o acesso e a frequência obrigatória ao ensino regular.
• Ser compatível com a etapa do desenvolvimento na qual se encontre o adolescente.
• Possuir horário especial para o exercício das atividades e assegurar condições adequadas para o desenvolvimento do adolescente.
 Desta forma, é vedado:
• O trabalho noturno (realizado entre as 22 horas de um dia e as 05 horas do dia seguinte);
• Perigoso, insalubre ou penoso;
• Realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
• E/ou realizado em horários e locais que inviabilizem a frequência à escola.
Com a entrada em vigor da Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13146/15), denominada por alguns de Estatuto da Pessoa com Deficiência, passa a haver a inclusão obrigatória em estabelecimentos públicos e privados de ensino, não se podendo separar crianças e adolescentes obrigando-os a estudar em escolas especiais. Além disso, qualquer custo com profissional de apoio dentro da escola não poderá ser cobrado dos pais. 
PRODUTOS E SERVIÇOS
O ECA veda expressamente a venda a criança ou ao adolescente de:
1) Armas, munições e explosivos
2) Bebidas alcoólicas
3) Produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida
4) Fogos de estampido e de artifício
5) Revistas e publicações mencionadas no art. 78 do ECA
6) Bilhetes lotéricos e equivalentes
O art. 82, do ECA, traz uma norma acauteladora que veda a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, sendo esta permitida somente quando a criança ou adolescente:
Estives acompanhada pelos pais, tutor ou guardião
Encontrar-se na companhia de alguém devidamente autorizado por seus pais ou representantes legais
Possuir autorização especial do juiz da infância e da juventude
AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR: 
Viagem dentro do território nacional: adolescente pode viajar sem autorização e sem a presença dos pais ou responsável. A criança deverá ter autorização judicial sendo essa dispensável quando a viagem se realizar para comarca contígua à da residência da criança, desde que a comarca esteja incluída na mesma unidade da Federação ou na mesma região metropolitana, ou que a criança esteja acompanhada de ascendente ou colateral maior, até terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco, ou de pessoa maior expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
Viagem para o exterior: VALE TANTO PARA A CRIANÇA TANTO PARA O ADOLESCENTE. É exigida autorização judicial, exceto quando a criança estiver acompanhada de ambos os pais ou responsável ou quando viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro por documento com firma reconhecida. A eventual recusa de genitor a autorizar a viagem pode ser suprimida por autorização judicial, nos termos da lei civil, que estabelece que, em caso de discordância entre os pais, caberá a decisão ao juiz.
POLÍTICA DE ATENDIMENTO
Entende-se por Política de Atendimento o conjunto de leis, instituições, políticas e programas criados pelo poder público que visa promover e atender aos direitos de crianças e adolescentes.
O ECA, no art. 87, indicou o rol das principaisações que compõem esta política.
Cumpre ressaltar que o elenco contido nos arts. 87 e 88 não se constitui em meras recomendações aos órgãos governamentais e não governamentais, mas sim, em verdadeiros comandos normativos e, como tais, de execução obrigatória.
Diretrizes da Política de Atendimento
No artigo 88, como vimos, o legislador traçou as diretrizes da política de atendimento. Ou seja, o conjunto de instruções que devem ser seguidas na elaboração e implementação desta política.
A lei da Primeira Infância (Lei 13257/16) incluiu novas diretrizes no artigo 88:
• Especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil;
• Formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente que favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento integral;
• Realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da violência.
Entidades de Atendimento
As governamentais são aquelas mantidas pelo Governo. Já as não governamentais são mantidas por entidades particulares, subvencionadas ou não com verbas públicas. Essas entidades destinam-se à execução das medidas protetivas e socioeducativas, atendendo a crianças e jovens em situações de risco pessoal e social, e acolhendo adolescentes autores de atos infracionais.
Os objetos das entidades estão determinados no artigo 90, do ECA, onde o legislador também preocupou-se em apresentar um rol exemplificativo das várias possibilidades de atuação das mesmas, que são:
Atendimento da criança ou adolescente e sua respectiva família
Apoio socioeducativo em meio aberto. Exemplo: reforço escolar, cursos de profissionalização, atividades artísticas e culturais
Programa destinado a colocação familiar, através da formação de cadastro de famílias acolhedores, por exemplo
Acolhimento institucional, para atender em caráter provisório e excepcional, crianças e adolescentes em situação de risco pessoal ou social
Prestação de serviço à comunidade (adolescente que praticou ato infracional)
Liberdade assistida, semiliberdade e internação (medida socioeducativa)
Vejamos alguns aspectos importantes destas entidades:
• O dirigente de entidade que desenvolve programas de acolhimento familiar ou institucional é equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito, podendo ser destituído, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal, caso descumpra as disposições legais;
• Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 meses, relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação prevista no § 1º, do art. 19, do ECA;
• As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.
As entidades de atendimento, sejam elas governamentais ou não, serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares. Esta fiscalização consiste na verificação das condições estabelecidas pela lei.
Vejamos as sanções referentes ao descumprimento de qualquer obrigação por essas entidades (independente da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos):
As entidades governamentais: advertências, afastamento provisório de seus dirigentes, afastamento definitivo de seus dirigentes, fechamento de unidade ou interdição de programa
As entidades não governamentais: advertência, suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas, interdição de unidades ou suspensão de programa, cassação do registro
O procedimento de apuração das irregularidades em entidades de atendimento encontra-se previsto nos artigos 191 a 193 do ECA. Este procedimento tem por fim identificar e suprir as irregularidades e deficiências no atendimento de entidades governamentais e não governamentais que executam programas de proteção ou socioeducativos destinados a crianças e adolescentes.
CONSELHO TUTELAR
O Conselho Tutelar é órgão permanente (não pode ser extinto, cabendo apenas a renovação de seus membros após mandato de 4 anos) e autônomo (não é subordinado a qualquer órgão público), não jurisdicional (podem praticar apenas atos adm e não judiciais), encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.”
Requisitos para a candidatura a membro do Conselho Tutelar:
Reconhecida idoneidade moral
Idade superior a 21 anos
Residir no município
No entanto, o STJ entendeu que esses requisitos são mínimos, sendo possível a exigência de outros, desde que razoáveis e relacionados à função que será exercida.
IMPEDIMENTOS: Não pode servir no mesmo Conselho Tutelar, marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhadas, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
ESCOLHA DOS CONSELHEIROS: Pela população local, serão eleitos. 
ATRIBUIÇÃO DO CONSELHO TUTELAR (ART. 136, ECA) 
COMPETENCIA: “Art. 147. A competência será determinada:
I - pelo domicílio dos pais ou do responsável;
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou o adolescente, à falta dos pais ou do responsável.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou o adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.”
No entanto, em caso de criança que pratique ato infracional, esta deve ser encaminhada ao Conselho Tutelar da localidade do ato.
MEDIDAS DE PROTEÇÃO, MEDIDAS APLICÁVEIS AOS PAIS OU RESPONSÁVEIS E MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
MEDIDAS:
I – Encaminhamento aos pais ou ao responsável, mediante termo de responsabilidade.
II – Orientação, apoio e acompanhamento temporários.
III – Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento de ensino fundamental.
IV – Inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente.
V – Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial.
VI – Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos.
VII – Acolhimento institucional.
VIII – Inclusão em programa de acolhimento familiar.
IX – Colocação em família substituta. 
A aplicação das medidas protetivas não é necessariamente judicial. As medidas dos incisos I a VII, do artigo 101, do ECA podem ser aplicadas também pelo Conselho Tutelar, ex vi do artigo 136, inc. I, do ECA.
As medidas socioeducativas encontram-se previstas, no artigo 112, do ECA, e são aplicáveis somente aos adolescentes que praticam atos infracionais. O artigo 103, do ECA, prevê que o ato infracional é a conduta descrita como crime ou contravenção penal, praticado por menores de 18 anos de idade.
Vale lembrar que crianças (menores de 12 anos de idade) também praticam atos infracionais. Porém, por força do artigo 105, do ECA, a elas são aplicáveis somente medidas de proteção, em razão de o legislador ter considerado a falta de maturidade das mesmas.
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS:
ADVERTENCIA
OBRIGAÇÃO DE REPARARO DANO
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO A COMUNIDADE
LIBERDADE ASSISTIDA
SEMILIBERDADE
INTERNAÇÃO: A internação não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada pelo juiz, no máximo, a cada 6 meses. E o seu período máximo não excederá a 3 anos, ocasião em que o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida. Além disso, haverá a liberação compulsória do infrator quando este completar 21 anos de idade. Em qualquer das hipóteses a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
A medida de internação só poderá ser aplicada nas seguintes hipóteses:
• Quando tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa;
• Por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
• Por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta (neste caso, excepcionalmente o prazo da internação não poderá ser superior a 3 meses).

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