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Produção e Consumo Sustentáveis Apostila Unidade 1

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CURSO DE INICIAÇÃO 
PROFISSIONAL – Unidade 1 
 
 
 
 
 
FICHA TÉCNICA 
 
Ministério do Meio Ambiente - MMA 
Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis 
Raquel Breda dos Santos - Diretora do Departamento de Produção e Consumo 
Sustentáveis 
Rivaldo Pinheiro Neto - Gerente de Projeto 
 
Apoio 
Gustavo de Oliveira – Analista Ambiental 
 
Departamento de Educação Ambiental 
 
Renata Rozendo Maranhão – Diretora do Departamento de Educação Ambiental 
Nadja Janke – Gerente de Projeto 
 
Apoio 
 
Ana Luisa Teixeira de Campos – Analista Ambiental 
 
 
Equipe de desenvolvimento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
 
Conselho Regional 
 
Antônio Ricardo Alvarez Alban 
 
Diretoria Regional Bahia 
 
Leone Peter Correia da Silva Andrade 
 
Departamento Regional Bahia 
 
Área de Meio Ambiente 
 
Edisiene de Souza Correia 
 
Núcleo de Inovação e Tecnologias 
Educacionais 
 
Ricardo Santos Lima 
 
 
 
 
 
 
 
Coordenação Técnica do Projeto 
 
Arilma Oliveira do Carmo Tavares 
 
Coordenação Educacional 
 
Marcelle Rose da Silva Minho 
 
Coordenação de Produção 
 
André Luiz Lima da Costa 
 
Autores 
 
Alexsandro dos Santos Reis 
Ana Karina da Silva Torres 
Arilma Oliveira do Carmo Tavares 
Edisiene de Souza Correia 
Flávia Bezerra Amorim 
José Rafael Nascimento Lopes 
Kátia Goés Macedo de Oliveira 
Marina Lordelo Carneiro 
Michelle Cruz Costa Calhau 
Patrícia Bahia da Silva 
Thiago Henrique Carvalho do Nascimento 
 
 
Revisão Técnica 
 
Alexsandro dos Santos Reis 
Arilma Oliveira do Carmo Tavares 
Flávia Bezerra Amorim 
Geovana Cardoso Fagundes Rocha 
Marina Lordelo Carneiro 
Patrícia Bahia da Silva 
Rosana Uildes Ferreira Benicio da Silva 
Vanessa de Souza Lemos 
 
Revisão Pedagógica 
 
Geovana Cardoso Fagundes Rocha 
Vanessa de Souza Lemos 
Rosana Uildes Ferreira Benicio da Silva 
 
Projeto gráfico e diagramação 
 
Fábio Ramon Rego da Silva 
 
Revisão 
 
Lídia Chagas de Santana 
 
 
 
 
Equipe de Ilustradores: 
 
Alex Romano 
Antônio Ivo 
Daniel Soares 
Fábio Ramon 
Leonardo Silveira 
Ricardo Barreto 
Vinicius Vidal 
 
Este curso foi desenvolvido a partir do Acordo de Cooperação de Pequena Escala, 
SSFA/BRA-002/2013, celebrado no âmbito do Projeto n° 61-P7 (Brazil Project): 
"Produção e Consumo Sustentáveis" entre o Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (PNUMA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Departamento 
Regional da Bahia – SENAI/DR/BA para o Ministério do Meio Ambiente – MMA. 
 
Departamento de Produção e Consumo Sustentável 
Ariel Cecílio Garces Pares 
 
Coordenação-Geral 
Rivaldo Pinheiro Neto 
 
Equipe do MMA 
Gustavo de Oliveira 
Vana Tercia Silva de Freitas 
Alan Ainer Boccato Franco 
Adeilton Santos Moura 
Anísia Batista Oliveira de Abreu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITOS INICIAIS 
A palavra meio ambiente pode ser conceituada de diferentes formas. De acordo com a 
Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio 
Ambiente define meio ambiente como “o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em 
todas as suas formas”. (BRASIL, 1981). Este conceito pode ser ampliado quando 
tomamos como base a Resolução CONAMA nº 306/2002 que inseriu, no conceito de 
meio ambiente, outros elementos: 
 
“o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química, biológica, social, cultural e urbanística que permite, abriga e 
rege a vida em todas as suas formas”. (BRASIL, 2002). 
 
Essas interações incluem o ser humano, bem como os demais elementos da natureza. 
Dessa forma, podemos concluir que o conceito de meio ambiente é amplo. Diferente de 
meio ambiente, o termo natureza tem um sentido mais restrito e refere-se ao conjunto 
dos seres vivos e os fenômenos de ocorrência natural, ou seja, sem a intervenção do 
homem ou de elementos artificiais. Agora que já sabemos a diferença entre meio ambiente 
e natureza, veremos alguns temas que estão relacionados a esses como: ecologia e 
recursos naturais. 
 
A palavra ecologia é originada por dois termos de origem grega Oikós (casa) e logos 
(estudo). Trata-se da ciência que estuda as interações entre os seres vivos e o ambiente 
onde vivem que é conhecido como ecossistema. 
 
 
 
O ecossistema é a unidade de estudo da ecologia na qual os seres vivos interagem entre 
si e com o meio natural, pela reciclagem de matéria através dos ciclos biogeoquímicos1 e 
é composto por elementos abióticos2 e bióticos3, e estes se relacionam e interagem, visto 
que compostos como o oxigênio e a água, por exemplo, estão em constante fluxo com os 
seres vivos (BRAGA et al,. 2005). 
Os recursos naturais podem ser classificados em dois tipos: os recursos renováveis e os 
não renováveis. Os recursos renováveis são aqueles que após utilização, ficam 
disponíveis após um tempo, em virtude dos ciclos naturais. Um exemplo de recurso 
 
 
 
1 Ciclos biogeoquímicos: É o movimento natural de elementos químicos no ecossistema entre os seres vivos e o meio 
ambiente. 
2 Abióticos: Matéria inorgânica ou sem vida. 
3 Bióticos: Elementos com vida. 
Oikós + Logos = ECOLOGIA 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.938-1981?OpenDocument
 
natural é a água, que retorna a natureza, por meio do seu ciclo hidrológico4. Já os recursos 
não renováveis são aqueles que, após uso, não podem ser reciclados, e existem em uma 
quantidade limitada no meio ambiente. Um exemplo de recurso não renovável é o 
petróleo. Veremos na figura abaixo, exemplos de recursos naturais renováveis e não 
renováveis. 
 
 
 
 
Você sabia? 
O alumínio é um metal, recurso natural, que possui uma gama de aplicações, podendo ser 
utilizado em navios, automóveis, aviões, embalagens e tintas, entre outras. Isso demonstra 
a importância dos recursos naturais no nosso cotidiano. 
 
Para finalizarmos, veremos a diferença entre os termos conservação e preservação que 
muitas vezes são confundidos como sinônimos, porém representam relações distintas 
entre o homem e a natureza. Enquanto, a conservação permite a utilização do espaço 
natural aliadas à práticas sustentáveis (desde que sejam adotadas medidas para reduzir os 
impactos ambientais), a preservação não permite o uso do espaço natural pelo ser humano. 
Saiba mais 
Amplie seus horizontes e busque em sites especializados em meio ambiente para aprender 
um pouco mais sobre a diferença entre conservação e preservação. Um exemplo é o site 
Rede Ambiente. 
 
 
4 Ciclo hidrológico: É o fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a 
atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada à gravidade e à rotação terrestre. 
 
Recursos Naturais
Renováveis
Ar, Água, Sol e 
Biomassa
Não renováveis 
Carvão, Gás Natural, 
Petróleo, Ferro, 
Cobre, dentre outros.
 
 
DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO E MEIO AMBIENTE 
 
Após a revolução industrial, durante muito tempo, utilizou-se a natureza a favor do 
crescimento e desenvolvimento econômico das nações, essa era a meta: crescer e se 
desenvolver. Mas você sabe a diferença entre os conceitos de crescimento e 
desenvolvimento econômico? 
 
 O crescimento econômico é visualizado com o aumento da produção de uma nação, em 
determinado período de tempo. Não devemos esquecer que o crescimento e o 
desenvolvimento econômico do nosso país estão diretamente ligados à nossa história, 
nossa origem e à história do mundo (VIEIRA et al,. 2007). 
 
E desenvolvimento? O que significa? Segundo Rebouças (s.p. ou 20--), o 
desenvolvimento é considerado um processo que requer estudos, planejamento e ações 
constantes e pode apresentar modificações e novas direções em virtude de algumas 
variáveis (políticas, ambientais, mercadológica, etc.). Dessa forma,o desenvolvimento 
econômico, significa o melhoramento dos serviços, estruturas e economia de uma região 
e resulta em melhor qualidade de vida para as pessoas. 
 
De modo geral, crescimento econômico está relacionado à produção de um lugar, de uma 
região ou de um país e o desenvolvimento econômico está ligado à qualidade de vida de 
uma população, medido por meio de indicadores5 como saúde, educação, pobreza, renda, 
etc. 
 
Você Sabia! 
Existem indicadores de desempenho ambiental que já são mundialmente utilizados, tais 
como a Pegada Ecológica, Pegada de Carbono, Pegada Hídrica e muito mais. Estes 
indicadores serão estudados em breve nos próximos capítulos! 
 
 
Mas será que existe algum indicador que associe valores econômicos com valores 
ambientais? 
 
 
Uma proposta metodológica inovadora desenvolvida pela ONU e utilizada por alguns 
países do mundo como Indonésia e Namíbia, associa a riqueza produzida pelas nações 
(capital físico), o capital natural6 e o capital humano7. Denominada de SEEA - Sistema 
Integrado de Contabilidade Econômica e Ambiental, essa metodologia proporciona a 
inclusão das variáveis ambientais no cálculo do produto interno bruto (PIB) e busca 
acompanhar o desempenho econômico e ambiental de um país (MEIO, 2014). 
 
 
5 Indicadores: são instrumentos utilizados para monitorar e avaliar projetos, programas e políticas 
6Capital natural: representa a soma de todos os benefícios que os ecossistemas equilibrados fornecem ao homem, assim como: água potável, alimento e madeira, como também 
os valores espiritual e cultural que os ambientes naturais representam para as comunidades.(STRUMPF, 2013). 
7 Capital humano: conjunto de investimentos destinados à formação educacional e profissional de determinada população.(ESCÓSSIA,2010) 
 
 
 
 
 
E quando falamos em desenvolvimento socioeconômico? 
 
Neste momento destacamos a importância de promover o equilíbrio tanto nos aspectos 
econômicos, quanto nos aspectos sociais. 
 
No contexto social, é pertinente a preocupação com a qualificação da população para o 
trabalho (capital humano) e o investimento nas redes de parceria (Estado, iniciativa 
privada e sociedade civil organizada), através do fortalecimento de organizações sociais 
que priorizem o alcance de objetivos coletivos, o chamado capital social8. 
 
O desenvolvimento socioeconômico significa, portanto, melhorias na distribuição de 
renda, na geração de empregos, na qualidade de vida das pessoas e proteção ambiental, 
potencializa os capitais humano e social, de uma nação, ou seja, condição primária para 
o desenvolvimento local. 
 
Pensando em proporcionar maior integração econômica e social, acompanhar o 
desenvolvimento das nações e propor soluções para possíveis problemas, o mundo se 
dividiu econômico e politicamente em grupos, chamados de blocos ou associações de 
países que se reúnem periodicamente para discutir regras, criar metas e fortalecer o 
desenvolvimento socioeconômico de suas nações. Paralelamente aos encontros dos 
grupos/blocos de países, muitos eventos globais são realizados para discutir formas de 
melhor distribuição de renda, diminuição dos problemas sociais e equilíbrio ambiental. 
 
Uma dessas importantes reuniões envolveu 189 países e resultou em um documento, 
produzido, defendido e aprovado, denominado Declaração do Milênio, documento criado 
em 2000, quando se avaliou os maiores problemas que afetam o mundo, ficando definidos 
8 objetivos (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM) com prazo até 2015 para 
que esses objetivos fossem atingidos (ALMEIDA, 2007). 
 
Você Sabia? 
No Brasil, surgiu um movimento nacional chamado Nós Podemos – 8 Jeitos de Mudar 
o Mundo, de iniciativa de empresas, governos e organizações sociais para o cumprimento 
dos ODMs. 
Um segundo documento denominado Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ou 
conhecidos como “ODS”, elaborado em 2013, liderado pelo Pacto Global das Nações 
Unidas, onde novas metas foram estabelecidas para serem alcançadas até 2030 com vistas 
a promover o crescimento econômico e desenvolvimento social sustentável que proteja o 
meio ambiente e beneficie a todos. 
 
Saiba Mais 
Para conhecer as metas estabelecidas no documento ODS acesse o site do Pacto Global. 
(www.pactoglobal.org.br) 
 
8Capital social: Expressa à capacidade de uma sociedade estabelecer redes de cooperação para produção de bens coletivos e dessa forma promover desenvolvimento 
econômico e social (JOHANNPERTER, 2012). 
 
 
 
 
 
Diante dessa discussão, chegamos à conclusão que crescer e desenvolver são primordiais 
para nossa sobrevivência, no entanto, as nações se desenvolveram socioeconomicamente, 
mas isso acarretou em problemas como poluição e escassez dos recursos naturais, que são 
imprescindíveis para a sobrevivência do ser humano e de todo ecossistema. É preciso 
assim, repensar o modelo de desenvolvimento que queremos, e, urgentemente, 
desenvolver estratégias que assegurem o bem estar de todos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EVENTOS GLOBAIS PARA PROTEÇÃO AMBIENTAL 
A partir da publicação do livro Primavera Silenciosa de Rachel Carson, em 1962, que 
relata os efeitos danosos para o meio ambiente do uso de pesticidas9, como o DDT10, 
diversos autores começaram a questionar o impacto de alguns produtos no meio ambiente 
e isto possibilitou o desenvolvimento de vários eventos relacionados à temática 
ambiental. 
Dessa forma, em 1972, foi realizada em Estocolmo, na Suécia, a Conferência Mundial 
sobre o Homem e o Meio Ambiente, também conhecida como Conferência de 
Estocolmo, considerada o primeiro grande evento organizado que visou alertar sobre os 
impactos decorrentes da ação humana no meio ambiente, contou com a participação e 
debates entre vários países e organismos da Organização das Nações Unidas (ONU). 
 
Este evento foi marcado pela forte discussão entre os países desenvolvidos que defendiam 
a ideia de crescimento zero e os países em desenvolvimento que, assolados com 
problemas como fome e miséria, buscavam o desenvolvimento econômico rápido. No 
entanto, constatou-se que os problemas ambientais eram devidos, sobretudo, ao modelo 
de desenvolvimento industrial adotado pelos países desenvolvidos que estava relacionado 
com a exploração excessiva dos recursos naturais. 
 
Esses debates foram possíveis, especialmente, devido à publicação do documento Os 
Limites do Crescimento do Clube de Roma11 divulgado pouco antes da Conferência de 
Estocolmo, que abordava as consequências do crescimento econômico. Pode-se dizer 
que, como avanço geral, a Conferência de Estocolmo (i) possibilitou a inclusão do tema 
ambiental na agenda dos participantes; (ii) incentivou a criação de órgãos nacionais 
voltados à questão de meio ambiente; e, (iii) consolidou as organizações não-
governamentais (LAGO, 2006; PITHON, 2013). 
 
Saiba mais 
Busque na internet a Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente 
Humano e fique por dentro dos seus 26 princípios. 
 
 
 
 
 
 
9 Pesticidas: Também conhecido como agrotóxicos são substâncias que têm como objetivo impedir, destruir, repelir 
qualquer praga. É lançado, por exemplo, em plantações para combater insetos, ervas daninhas, etc. 
10 DDT (diclorodifeniltricloroetano): Pesticida que foi muito utilizado durante a Segunda Guerra Mundial, como forma 
de proteção contra pragas na agricultura. 
11 Clube de Roma: Organização não governamental (ONG) surgida em 1968, cujo objetivo é debater assuntos como a 
relação entre o meio ambiente e o crescimento econômico. Isso foi fundamental para realização de eventos para 
proteção do meio ambiente que aconteceram em várias partes do mundo.Mais adiante, em 1992, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, Rio 92, Cúpula da Terra ou Eco 92, na cidade do Rio 
de Janeiro - Brasil. Na Rio 92 houve uma avaliação dos avanços mundiais desde a 
Conferência de Estocolmo, em 1972, até aquele momento. Outro ponto importante foi a 
aceitação do conceito de desenvolvimento sustentável divulgado em 1987 por meio do 
Relatório de Brundtland. Isso resultou na elaboração de diversos documentos ou acordos: 
 
 Agenda 21: A Agenda 21 Global é um documento com 40 capítulos que 
contempla as diretrizes para elaboração pelos países participantes de suas 
Agendas 21 (nacionais, regionais e locais). As Agendas devem abordar questões 
relativas à pobreza até mudanças nos padrões de consumo e proteção ao meio 
ambiente. 
 Convenção sobre Diversidade Biológica: É um tratado assinado por 156 países, 
cujo objetivo é a conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos 
naturais. 
 
 Convenção sobre Mudanças Climáticas: É um acordo firmado por vários 
países, com objetivo de reduzir a concentração de gases de efeito de estufa na 
atmosfera a níveis que reduza interferência no clima. 
 Declaração de Florestas: Primeiro documento relativo ao tema florestas de 
forma universal, cujo objetivo é a conservação e manejo, e o uso sustentável de 
todos os tipos de florestas. 
 Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: Conta com 27 
princípios e visa buscar ações para o desenvolvimento sustentável, mediante a 
cooperação entre os Estados, a sociedade e os indivíduos, trabalhando pela criação 
de acordos que priorizem os interesses de todos. 
 
Saiba mais 
Para enriquecer seu conhecimento e entender melhor a Conferência Rio 92, assista no site 
da ONU Brasil, o documentário “A Cúpula da Terra - Conferência da ONU sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (1992)”. 
 
Outro evento importante foi a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável ou 
Rio + 10 - após dez anos da realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (ou Rio 92) - no ano de 2002, em Johanesburgo, África do 
Sul, que contou com mais de 150 países, grandes empresas, associações setoriais, 
organizações não governamentais, cujo objetivo foi avaliar os avanços ocorridos durante 
a Rio 92, principalmente em relação às propostas da Agenda 21 que era aliar o 
crescimento econômico à preservação ambiental. 
 
Como pontos importantes deste evento destacam-se (i) um aumento do conhecimento 
científico; (ii) o fortalecimento das leis destinadas a proteção do meio ambiente na 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
maioria dos países; e, (iii) o aumento da informação e participação da sociedade refletindo 
no cumprimento de muitos compromissos assumidos pelos governos na Rio 92. Além 
disso, foi proposto um conjunto de programas com objetivo de dar aplicabilidade ao 
conceito de Produção e Consumo Sustentáveis (PCS) conhecido como Processo de 
Marrakesh. 
 
Posteriormente, foi realizado novamente no Rio de Janeiro - Brasil, em junho de 2012, 
outra grande conferência Mundial, a Conferência das Nações Unidas sobre 
Desenvolvimento Sustentável, mais conhecida como Rio + 20, reunindo representantes 
dos 193 Estados e a sociedade civil constituindo-se numa segunda fase da Cúpula da 
Terra. Ao final deste evento foram propostas ações para as próximas duas décadas e 
gerado o documento chamado “O Futuro Que Queremos”, com 53 páginas, que destaca 
aspectos sociais e ressalta a importância do esforço de todos para o combate à pobreza, à 
proteção das florestas, dos oceanos e da biodiversidade, entre outros temas. 
 
Além das conferências destacadas anteriormente é importante mencionar que um dos 
desdobramentos da Rio 92 foi o desenvolvimento da Conferência das Partes (COPs) sobre 
“Mudanças Climáticas” que teve sua primeira edição no ano de 1995, em Berlim, na 
Alemanha, focada na redução da emissão dos gases causadores do efeito estufa12. 
 
A partir dessas discussões pôde-se criar o Protocolo de Kyoto na terceira Conferência das 
Partes (COP-3), em 1997, na cidade de Kyoto, no Japão, que estabelecia as metas de 
redução de emissão de gases de efeito estufa, como o gás carbônico (CO2). No entanto, 
dentre os principais emissores de gases de efeito estufa, somente os Estados Unidos não 
ratificaram13 o Protocolo, alegando que isto influenciaria na economia do país. 
 
SAIBA MAIS! 
Para entender um pouco mais sobre a Conferências das Partes sobre Mudanças Climáticas 
(COPs) acesse o site do Planalto do Governo “A história das conferências da ONU sobre 
mudanças climáticas”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 Efeito estufa: Gases oriundos da queima de combustíveis fósseis, da decomposição dos resíduos sólidos, dentre outras 
fontes. Responsáveis pela intensificação do efeito estufa, influenciando no aumento da temperatura média do planeta. 
13 Ratificar: confirmar, aprovar. 
http://www.uncsd2012.org/thefuturewewant.html.
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 
Os eventos globais de proteção ao meio ambiente tiveram papel importante para a 
discussão de modelos de desenvolvimento, e, em especial, para a difusão do conceito de 
Desenvolvimento Sustentável. Assim, após a Conferência de Estocolmo, e, a partir de 
estudos presididos pela ministra da Noruega Gro Haalen Brundtland, em 1987, foi 
divulgado o Relatório de Brundtland, também conhecido como Relatório Nosso Futuro 
Comum, que trouxe a definição do termo desenvolvimento sustentável como: “aquele 
que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras 
gerações satisfazerem as suas próprias necessidades”. 
 
Essa definição foi ampliada a partir de outros eventos globais, como a Conferência de 
Johanesburgo (Rio+10) ou Cúpula de Johanesburgo, passando a ser definida como aquele 
desenvolvimento que “procura a melhoria da qualidade de vida de todos os habitantes do 
mundo sem aumentar o uso de recursos naturais além da capacidade da Terra”. 
 
Durante muito tempo a questão do desenvolvimento concentrou-se no crescimento 
econômico, no entanto, este modelo baseado na acumulação de bens provou ser 
insustentável ambientalmente. Dessa forma, após a disseminação do conceito de 
desenvolvimento sustentável, as questões ambientais passaram a ser mais compreendidas 
e este assunto foi amplamente discutido e revisado. Para Mikhailova, (2004) o 
desenvolvimento sustentável é aquele que, no qual, estão presentes os três pilares 
representados na imagem a seguir. 
 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, cada vértice da pirâmide representa um elemento importante para uma sociedade 
se desenvolver economicamente, ao mesmo tempo em que reduz o uso excessivo dos 
recursos naturais. Essas áreas chaves ou dimensões são detalhadas a seguir: 
 
a) Sustentabilidade econômica: É preciso haver crescimento assegurando um 
desenvolvimento econômico mais igualitário entre as nações, e que isso seja 
alinhado com a redução dos impactos no meio ambiente. 
b) Sustentabilidade ambiental: É importante que os países adotem modelos de 
desenvolvimento econômico que visem reduzir o consumo dos recursos naturais, 
pois estes devem ser assegurados às futuras gerações. 
c) Sustentabilidade social: Que seja assegurada à sociedade uma melhor 
distribuição de renda, melhor qualidade de vida e maior participação social. 
Existem ainda autores que citam outras dimensões como a sustentabilidade política que 
é um instrumento necessário para as coisas acontecerem, visto que um governo 
democrático14 é essencial para o estabelecimento do desenvolvimento sustentável, além 
da sustentabilidade cultural que prioriza o respeito à formação cultural das 
comunidades e sua relação com os ecossistemas locais (SACHS, 2004). 
 
Saiba mais 
Parasaber mais sobre Desenvolvimento Sustentável consulte o artigo Sustentabilidade: 
evolução e conceitos teóricos e os problemas da mensuração prática da autora Irina 
Mikhailova e entenda um pouco mais sobre desenvolvimento sustentável. 
O desenvolvimento sustentável é um processo de transformação da sociedade e que 
requer mudanças nos padrões de produção e consumo. Muitas vezes, o uso desse termo 
não reflete na prática seu significado, pois, para isso, é preciso romper paradigmas15 e 
interesses particulares de organizações que acreditam que desta maneira colocariam em 
risco seu padrão de desenvolvimento (CARMO, 2008). 
Em outras palavras, para ocorrer o desenvolvimento sustentável é necessário a inclusão 
de diversos aspectos e o empenho de atores sociais (governo, sociedade civil, população, 
empresas) para que o mesmo se estabeleça. É um processo contínuo e requer mudanças 
no padrão de desenvolvimento e de comportamento do homem em relação aos elementos 
da natureza, ou seja, é importante repensar nossos padrões de produção e consumo. 
 
14 Democrático: Do grego demo = povo e cracia = governo, ou seja, governo do povo. Um sistema democrático é 
aquele em que as pessoas de um país podem participar da vida política. Dentro de uma democracia, as pessoas possuem 
liberdade de expressão e manifestações de suas opiniões. 
15 Paradigmas: que pode ser utilizado como padrão, modelo, exemplo. 
 
 
 
 
 
Essa relação de produção e consumo é responsável pelo uso dos recursos da natureza, 
com intuito de satisfazer nossas necessidades, além dos impactos ambientais associados 
ao desenvolvimento dessas atividades e constitui um entrave ao desenvolvimento 
sustentável. Logo, tanto as indústrias quanto o cidadão são atores importantes para 
redução dos impactos no meio ambiente, e, para isso, deve-se ter o empenho de todos, 
alinhando teoria e prática. 
Portanto, quando nos referimos a desenvolvimento sustentável é primordial analisarmos 
um indicador de sustentabilidade ambiental, que é Pegada Ecológica, que indica, por 
meio de valores numéricos, o quanto o nosso padrão de produção e consumo está 
demandando da natureza no que se refere ao uso de área bioprodutiva16. Cada unidade de 
consumo é convertida em área bioprodutiva e posteriormente comparada com a 
biocapacidade17 do planeta. Se estivermos consumindo mais área bioprodutiva do que o 
planeta tem a oferecer, significa que estamos na contramão do desenvolvimento 
sustentável. 
Vale ressaltar que o poder aquisitivo de cada país tem uma relação direta com a sua 
pegada ecológica. Um estudo realizado pela WWF (2012) apontou que em geral, os países 
mais ricos possuem os maiores valores de pegada ecológica, conforme podemos observar 
na tabela a seguir. 
Colocação País Pegada Ecológica 
(gha/pessoa) 
1º Catar 11,68 
3º Emirados Árabes Unidos 8,44 
4º Dinamarca 8,25 
5º Estados Unidos da América 7,19 
56º Brasil 2,93 
131º Índia 0,87 
Fonte: WWF (2012) 
O estudo realizado pela WWF (2012) informa que em 2008, a biocapacidade mundial era 
de 1,8 gh18/pessoa. Se compararmos este valor com os dados da tabela chegamos a 
conclusão de que a maior parte das nações estão adotando um padrão de produção e 
 
 
 
16Área bioprodutiva: refere-se a uma área que possa produzir algo, a exemplo de área para agricultura. 
17 Biocapacidade: quantidade de área bioprodutiva que o planeta possui. 
18 GH: significa global hectare, uma conversão da unidade hectare realizada pelo método da Pegada Ecológica 
 
 
 
 
consumo insustentável. Ou seja, é como se tivéssemos uma empresa e tivéssemos mais 
despesas do que lucro. 
Saiba mais 
Para entender um pouco mais sobre este assunto leia a Cartilha “Pegada Ecológica: qual 
é a sua?” dos autores Fabiano Scarpa e Ana Paula Soares. 
 
O desenvolvimento sustentável busca garantir que tenhamos sempre a bioprodutividade 
do nosso planeta disponível com intuito de alcançarmos qualidade de vida em equilíbrio 
com os aspectos econômicos, sociais e ambientais que são fundamentais para qualquer 
cidadão, empresa ou governo. Precisamos buscar o equilíbrio entre produção e consumo 
a fim de alcançar o desenvolvimento sustentável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
 
Estudaremos algumas leis ambientais brasileiras que ajudaram na estruturação do nosso 
Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). Para tanto, é importante compreender 
a importância da questão ambiental ser contemplada na Constituição Federal, assim como 
o pioneirismo da Política Nacional de Meio Ambiente e a relevância da Política Nacional 
de Resíduos Sólidos. Vamos lá?! 
 
Fique Alerta! 
A Conferência de Estocolmo foi bem discutida no capítulo sobre Eventos Globais para 
Proteção do Meio Ambiente. Qualquer dúvida retorne a este conteúdo para uma revisão! 
 
Foi na década de 1980 que surgiram as primeiras políticas ambientais nacionais que 
apresentavam, de forma mais clara, planejamentos, programas e projetos, o que 
representou um grande salto para a questão ambiental brasileira. As propostas de defesa 
do meio ambiente marcaram a segunda metade do século XX no Brasil, com o chamado 
“crescimento sustentável”. 
 
Com a repercussão da Conferência de Estocolmo ocorrida em 1972, ampliaram-se as 
discussões sobre a temática ambiental no Brasil, repercutindo em dois importantes 
instrumentos legais que nortearam toda a política ambiental nacional: a Constituição 
Federal, de 1988 e a Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981. 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (CF/88) 
 
O mais importante instrumento, do ponto de vista hierárquico, foi a Constituição Federal 
de 1988, a primeira constituição brasileira a dedicar um capítulo inteiro à temática 
ambiental, sendo considerada por muitos juristas do país, como uma constituição verde 
(ARAÚJO, 2000; MILARÉ, 2007) e a mais avançada do planeta sob o ponto de vista 
ambiental. 
 
Os Arts. 170 e 225, da CF/88 
 
O Artigo 170, através de uma emenda constitucional estabelecida em 2003, adicionou à 
lista de princípios de ordem econômica, a defesa do meio ambiente, no inciso VI. Observe 
o texto legal a seguir: 
 
“... Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, 
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado 
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos 
de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
42, de 19.12.2003)...” 
(BRASIL, 1988) 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
 
 
 
 
 
O Art. 225 CF/88 
 
“... Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. ...” 
(BRASIL, 1988) 
 
 
Saiba Mais! 
Para uma consulta mais aprofundada, vale a pena analisar o capítulo da Constituição na 
sua íntegra. 
 
POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (PNMA) – Lei n° 6938/81 
 
A Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA foi criada antes da CF/88, apesar de ser 
hierarquicamente inferior. Este fato ocorreu devido aos desdobramentos da Conferência 
de Estocolmo, ocorrida em 1972, que motivou a criação de uma política voltada para a 
realidade ambiental brasileira, que estivesse de acordo com os dispostos nos acordos 
internacionais. A PNMA surgiu antes da reformulação do texto constitucional, e, 
podemos afirmar que este fato contribuiu paraa elaboração do posterior artigo 225 de 
forma mais segura e abrangente. Veremos a seguir, alguns dispositivos desta lei. 
 
 Objetivos da PNMA 
 
A PNMA tem o objetivo principal de tornar efetivo o direito de todos ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, ou seja, da qualidade ambiental propícia à vida das presentes 
e das futuras gerações. É nesta política que se inicia o controle ambiental das atividades 
empresariais públicas ou privadas, com foco na obrigação de recuperar e/ou indenizar os 
danos causados ao meio ambiente. 
 O SISNAMA 
O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) foi criado em 1981 com o objetivo 
de integrar as diferentes esferas legislativas do país, a união, os estados e os municípios. 
Desta forma, construiu uma estrutura que fosse capaz de organizar as decisões e 
fiscalizações no âmbito ambiental. O SISNAMA está dividido em seis grupos: órgão 
superior, órgão consultivo e deliberativo19, órgão central, órgãos executores, órgãos 
seccionais e órgãos locais. Observe cada um deles, conforme disposto na lei (BRASIL, 
1981): 
Órgão superior: o Conselho de Governo; 
Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA); 
 
 
19 Deliberativo: que delibera, toma decisões. 
 
 
 
 
 
 
Órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República (ou 
Ministério do Meio Ambiente); 
Órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – 
ICMBio; 
Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais; 
Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais. 
 
Saiba Mais! 
Para ler o texto da PNMA, acesse o portal do Planalto que apresenta a Lei, na íntegra. 
 
Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei n° 12.305/2010 
 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) articula-se com a Política Nacional de 
Educação Ambiental e com a Política Nacional de Saneamento Básico, e tem como 
objetivo principal estabelecer as “diretrizes relativas à gestão integrada20 e ao 
gerenciamento21 de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos 
geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis” (BRASIL, 
2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 Gestão Integrada: Conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar 
as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento 
sustentável (BRASIL, 2010). 
21 Gerenciamento: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, 
tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente 
adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de 
gerenciamento de resíduos sólidos (BRASIL, 2010). 
 
 
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL - SGA 
 
Vimos no capítulo anterior a legislação que trata das questões ambientais, porque as 
organizações devem estar preparadas para atender as obrigações legais, que também são 
denominadas de requisitos legais. Mas de que maneira as empresas devem se preparar 
para isso e ainda melhorar seu desempenho ambiental. 
 
Um instrumento que pode auxiliar nessa preparação e, ainda, ir além do caminho da 
sustentabilidade é a adoção do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Para Nascimento 
(2008) o SGA pode ser compreendido como um conjunto de procedimentos para 
administrar uma empresa, de forma a obter melhor eficiência em relação ao uso dos 
recursos, com menor impacto ao meio ambiente, mantendo assim, a Política 
Ambiental22da instituição. 
 
Para auxiliar as organizações a adotarem os procedimentos para melhorar seu 
desempenho ambiental, a organização não-governamental ISO (Organização 
Internacional para Padronização), sediada na Suíça, publicou, em 1986, a Norma 
Internacional denominada ISO14001, que foi revisada em 2004. No Brasil a norma foi 
traduzida pela – Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e publicada como o 
nome de NBR ISO 14001:2004. Esta norma especifica os requisitos para implementação 
do SGA. 
 
A seguir explicaremos os requisitos da Norma ISO 14001:2004. 
 
Etapas do SGA 
 
1. Política Ambiental 
 
A alta administração deve definir os princípios, os objetivos e metas da empresa em 
relação ao seu desempenho ambiental, declarar que provê uma estrutura para a ação (ISO 
14001:2004). 
 
 
 
2. Planejamento 
 
A série ISO 14001:2004 recomenda que a organização formule o planejamento das ações, 
estabelecendo um plano para cumprir sua Política Ambiental. Este plano deve incluir os 
seguintes tópicos: aspectos e impactos ambientais, requisitos legais e outros requisitos, 
objetivos e metas; e programas de gestão ambiental. 
 
 
 
 
22 Política Ambiental: Intenções e princípios gerais de uma organização em relação ao seu desempenho 
ambiental, conforme formalmente expresso pela alta administração. 
 
 
 
3. Implementação e Operação 
 
Nessa fase já estamos com a política ambiental da empresa definida e com os programas 
ambientais elaborados, como um passo a passo para a implementação e operação de forma 
a obter melhorias no desempenho ambiental da organização. 
 
4. Verificação 
 
Para garantir o atendimento aos objetivos e as metas da política ambiental e a operação 
adequada do SGA, os procedimentos e processos da empresa devem ser monitorados 
regularmente. Esta é a etapa da verificação, que irá identificar as não conformidades23 e 
executar as ações corretivas24 para mitigar (reduzir) os impactos e as ações preventivas 
para evitar a ocorrência de falhas através de auditorias. As auditorias internas deverão ser 
realizadas regularmente, em intervalos planejados, de forma a manter a qualidade do 
SGA. 
 
Você sabia? 
 
Com o parecer positivo da auditoria externa25 o certificado é emitido com validade de três 
anos, e, após esse prazo a empresa passará por uma auditoria de recertificação, que 
avaliará como a empresa tem implementado o SGA durante esse período. 
 
5. Análise pela Administração 
 
Após a auditoria, a administração avalia as oportunidades de melhoria e necessidades de 
adequação do SGA, mantendo todos os registros do processo para as próximas auditorias. 
Independente das auditorias internas e externas é importante que a organização defina 
uma periodicidade para realizar análise crítica do SGA. 
 
Saiba mais 
 
Leia a norma ABNT ISO 14001:2004 e aprofunde seus conhecimentos em cada etapa do 
sistema de gestão ambiental. 
 
Vimos neste capítulo como uma empresa pode tornar os seus processos mais eficientes, 
com vistas à preservação ambiental. A ISO 14001:2004 é uma norma que vem auxiliar a 
alta administração da empresa e padronizar a implantação de um Sistema de Gestão 
Ambiental, que seja possível identificar o que não está ocorrendo como planejado e, 
assim, melhorar continuamente para a garantia da proteção ambiental. 
 
 
 
23 Não conformidades: Não atendimento de um requisito 
24 Ações corretivas: Ação para eliminar a causa de uma não-conformidade 
25 Auditoria externa: tem como principal objetivo atender as necessidades de terceiros no que diz respeito as 
informações colhidas durante uma atividade decorrer da atividade. É realizada por profissionais especializados que 
não possuem vínculos empregatícios com a empresa, a fim de expressar um parecer imparcial sobre o segmento 
auditado. 
 
 
 
PRODUÇÃO E CONSUMO SUSTENTÁVEIS 
 
De acordo com o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis - PPCS 
(BRASIL, 2011) tanto a produção quanto o consumo são indispensáveispara satisfazer 
as necessidades humanas. Dessa forma, a produção e o consumo tornaram-se um 
problema, pois, com o crescimento populacional e as diversas mudanças no modo de vida 
das pessoas, aumentou-se a capacidade de retirar maiores quantidades de matéria-prima, 
possibilitando a produção de milhares de compostos químicos sintéticos, perigosos à 
saúde humana e resistentes aos processos naturais de degradação (BRASIL, 2011). 
 
O Plano articula as principais políticas ambientais e de desenvolvimento do País e que 
deve ser apropriado pela sociedade em geral. O PPCS contempla uma série de ações com 
enfoque participativo e de comunicação. Vamos conhecê-lo? 
 
Conceitos iniciais 
 
Para entender melhor do que trata o Processo de Marrakesh e o Plano de Ação para 
Produção e Consumo Sustentáveis – PPCS, vamos compreender primeiro os seus dois 
conceitos fundamentais: 
 
Produção Sustentável é a “incorporação, ao longo de todo o ciclo de vida26 de bens e 
serviços, das melhores alternativas possíveis para minimizar custos ambientais e sociais. 
Acredita-se que esta abordagem preventiva melhore a competitividade das empresas e 
reduza o risco para a saúde humana e ao meio ambiente. Vista numa perspectiva 
planetária, a produção sustentável deve incorporar a noção de limites na oferta de recursos 
naturais e na capacidade do meio ambiente para absorver os impactos da ação humana” 
(Ministério do Meio Ambiente, 2011, p.13). 
 
Consumo Sustentável é “o uso de bens e serviços que atendam às necessidades básicas, 
proporcionando uma melhor qualidade de vida, enquanto minimizam o uso dos recursos 
naturais e materiais tóxicos, a geração de resíduos e a emissão de poluentes durante todo 
ciclo de vida do produto ou do serviço, de modo que não se coloque em risco as 
necessidades das futuras gerações” (Ministério do Meio Ambiente, 2011, p.13). 
 
É dentro desta ótica de produção e consumo sustentáveis que está estruturado o 
documento que baseia o nosso curso, o Plano de Ação para Produção e Consumo 
Sustentáveis (PPCS). Dessa forma, entenderemos a aplicação desses conceitos dentro dos 
mais diversos temas estudados nos próximos capítulos deste curso. 
 
 
 
 
 
 
 
26Ciclo de vida: todo o processo da vida de um produto ou serviço, desde o projeto, extração de recursos, 
concepção, até o descarte, reuso ou reaproveitamento. 
 
 
 
 
 
Processo de Marrakesh 
 
O Processo de Marrakesh recebeu este nome porque as decisões foram tomadas a partir 
de uma reunião na cidade de Marrakesh localizada em Marrocos, na África. Coordenado 
pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pelo Departamento 
de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA), o processo de 
Marrakesh tinha o objetivo central de solicitar e incentivar que todos os países 
participantes do processo, desenvolvam um Plano de Ação, o qual será compartilhado 
com os demais países, em nível regional e mundial, contando com a participação de 
agências de desenvolvimento, sociedade civil e das organizações privadas (Ministério do 
Meio Ambiente, 2014). 
 
 
Pode-se observar que o Processo Marrakesh criou uma estrutura para reunir as iniciativas 
de diferentes regiões do mundo que inclui: a realização de reuniões regionais (para 
delineamento de prioridades e estratégias), mesas-redondas27 (para ampliar as discussões) 
e reuniões internacionais (para o delineamento28 efetivo das recomendações feitas nas 
consultas) (PORTILHO E RUSSO, 2008). 
 
Veremos a seguir como é atuação do Brasil no campo do Plano de Ação para Produção e 
consumo Sustentáveis. 
 
Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS) no Brasil 
 
O Brasil aderiu formalmente ao Processo de Marrakesh em 2007, comprometendo-se a 
elaborar seu Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), que foi 
finalizado e disponibilizado publicamente, em 2011, no site do Ministério do Meio 
Ambiente (MMA). Esta iniciativa do MMA cumpre um dos requisitos assinados no 
Processo de Marrakesh, concebendo e difundindo o Plano de Ação para a almejada 
mudança nos padrões de produção e consumo no Brasil. 
 
O 1º Ciclo PPCS contempla ações para o período de 2011-2014, o que compreende o 
primeiro ciclo da sua implementação. Está estruturado em dois volumes, o primeiro 
subdivide-se em introdução, missão, princípios e objetivos, estruturação, as propostas 
para sua estratégia, as prioridades e respectivos objetivos. Na segunda parte do Plano, 
encontram-se cinco anexos agrupados como “Subsídios à elaboração do Plano de Ação 
para Produção e Consumo Sustentáveis” (Ministério do Meio Ambiente, 2011) com 
diversas informações complementares que auxiliam na compreensão do Plano, sua lógica 
e o que se espera obter. 
 
 
 
 
 
27 Mesas-redondas: espaços abertos de discussão norteados por moderadores, com foco em um tema de discussão. 
28 Delineamento: traços gerais, descrição breve e sucinta. 
 
 
 
 
 
Para o 1º Ciclo PPCS brasileiro foram escolhidas seis linhas prioritárias de atuação29, 
essas linhas são: 
 
1. Educação para o Consumo Responsável; 
2. Compras Públicas Sustentáveis; 
3. Agenda Ambiental na Administração Pública; 
4. Aumento da Reciclagem; 
5. Varejo Sustentável; 
6. Construções Sustentáveis. 
 
De acordo com o documento, a escolha das linhas é estratégica para o alcance das metas, 
pois, promovem um rápido avanço em direção às práticas mais sustentáveis de produção 
e consumo (Ministério do Meio Ambiente, 2011). Não significa que outras práticas não 
possam ser contempladas, inclusive por conta das divisões que estas linhas apresentam e 
da revisão do documento após 2014. 
 
 Princípios norteadores 
 
O 1º PPCS está orientado por 8 princípios norteadores. São eles: 
 
 
 
- Princípio do Desenvolvimento Sustentável 
- Princípio da Responsabilidade Compartilhada 
- Princípio da Liderança Governamental por meio do exemplo 
- Princípio da Precaução 
- Princípio da Prevenção 
- Princípio da Participação da Sociedade Civil 
- Princípio da Cooperação 
- Princípio da Educação Ambiental 
 
 
 
Estes princípios garantem a transversalidade30 do Plano e estão em harmonia com 
Políticas Ambientais e acordos internacionais que o Brasil faz parte. 
 
Saiba mais 
O Governo Federal disponibilizou um site de consulta ao PPCS e seus desdobramentos. 
Acesse: http://www.consumosustentavel.gov.br/ 
 
29Linhas Prioritárias de Ação: De acordo com Teixeira (2011), ao selecionar tais prioridades, busca-se 
privilegiar ações convergentes com os objetivos centrais do Plano, com responsabilidades e recursos 
definidos, considerando também o momento atual e a capacidade de implementação dos diversos atores 
envolvidos. 
30 Transversalidade: Caráter ou qualidade transversal. 
http://www.consumosustentavel.gov.br/
 
 
 
 
 
 
Muitos desafios são encontrados na mudança cultural e comportamental de uma 
sociedade, por isso este primeiro ciclo do PPCS tem um papel de extrema relevância 
social, ao conceber a disseminação deste plano e reunir o maior número possível de 
documentos, casos e abordagens complementares. Mas, ainda assim, a aceitação é um 
processo individual, tornando uma verdade o clichê31 “cada um faz a sua parte”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 Clichê: ideia, expressão repetida. 
 
 
 
ÉTICA E CIDADANIA 
 
O termo ética surgiu com os filósofos na Grécia Antiga, mais precisamente por Sócrates, 
conhecido como o “pai da ética”. Segundo o dicionário de língua portuguesa Caldas 
Aulete (2008), por sua vez, a ética aborda as questões ligadas aos valores morais, e estes, 
por sua vez, se refletem diretamente na conduta dos cidadãos,estabelecendo um bom 
comportamento. 
 
A ética é, portanto, uma área da filosofia que reflete e analisa o comportamento do 
indivíduo, mediante suas ações, ou seja, seus valores, hábitos e costumes. A ética também 
se estabelece na relação do ser humano com o meio ambiente (animais, plantas e seres 
vivos). Somente em meados de 1970 é que passou a ser conhecida a relação da ética com 
o meio ambiente - ética ambiental, baseada no direito humano à natureza saudável e à 
qualidade ambiental, condições básicas para a qualidade de vida humana. 
 
Segundo Rolston (2007), a ética ambiental parte das preocupações humanas com a 
qualidade ambiental, ou seja, consiste em teoria e prática sobre preocupação apropriada 
com valores e deveres em relação ao mundo natural. 
 
É importante percebermos que para estarmos saudáveis, precisamos de ambientes 
saudáveis, sendo necessária uma relação saudável e equilibrada entre os dois. É 
importante ressaltar que os temas relacionados à ética precisam ser revistos e atualizadas 
e que o homem passa por constantes mudanças que o levam a refletir e agir em direção 
ao bem comum. 
 
Mas como vivemos em comunidade é inevitável que existam conflitos, sendo necessário 
que a sociedade reconheça, valorize e coloque em prática os princípios éticos. Para Boff 
(2009), há quatro princípios que regem a ética e que asseguram um meio ambiente 
saudável. 
 
 
- O Cuidado - Essencial para uma relação saudável com o meio em que vivemos. 
 
- O Respeito - Condição básica para uma boa convivência. 
 
- A Responsabilidade Ilimitada - Somos responsáveis por nossos atos, pois nossas ações 
provocam reações em toda a sociedade. 
 
- A Solidariedade - Essencial para existência humana, faz da cooperação o alicerce das 
sociedades, sem ela não seriamos capazes de existir. 
 
Nesse contexto, a ética é importante para nos proporcionar um ambiente socialmente 
justo, com garantia de direitos, com equilíbrio entre a conduta individual e o bem estar 
coletivo, para que a vida seja agradável, segura, integral e saudável. O comportamento 
 
 
 
 
 
 
 
ético, que seja com os seres humanos ou com o meio ambiente, nos faz julgar criticamente 
esse cenário e nos convida a tomar atitudes de mudança. 
 
Cidadania 
 
Devemos lembrar que a ética nos faz refletir que somos parte importante de um sistema, 
nos faz tomar consciência que, vivendo em sociedade, temos deveres e direitos, e isso 
tudo, nada mais é do que cidadania. 
 
Saiba Mais 
 
Para saber sobre os capítulos referentes aos direitos e deveres da Constituição Brasileira 
visite os sites: Portal do Planalto e Portal Brasil. 
 
Enquanto a cidadania é um processo contínuo da coletividade em busca do bem estar 
comum, o cidadão32 é parte importante nesse processo, este é o indivíduo que está 
presente em uma sociedade, que participa e colabora para a construção da cidadania 
(COELHO, 2011). 
 
Como cidadãos, devemos ter consciência de nossas responsabilidades, devemos nos sentir 
responsáveis por tudo à nossa volta, pensar e agir de forma coletiva, em consonância a 
nossos valores, princípios e normas, respeitando a vida e dignidade, para assegurar o bem 
estar social. 
 
Você Sabia 
Existem duas importantes leis brasileiras: O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) 
e o Estatuto do Idoso. Essas leis tratam dos direitos e deveres dos idosos das crianças e 
dos adolescentes. 
Ao relacionarmos a cidadania com o direito à qualidade de vida e bem estar social, nos 
faz questionar porque permitimos ou até contribuímos para que haja a destruição do meio 
ambiente? 
 
O Brasil, por exemplo, é um país rico em biodiversidade, visto que possuímos muitos 
rios, dispomos juntos com a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, da maior reserva de águas 
subterrâneas do mundo (o Aquífero Guarani), favorecido pelo clima, com sol o ano inteiro 
em grande parte do país, rico em formações geológicas como dunas e chapadões, e mesmo 
assim, passamos agora por racionamento de água, de luz, sofremos constantemente com 
apagão, secas prolongadas, fome, ou seja, mesmo com tanta riqueza vivemos em 
desequilíbrio ambiental. 
 
32 Cidadão: é aquela pessoa que participa, colabora e argumenta sobre as bases do direito. Em outras 
palavras, é aquele que exerce seus direitos e deveres. 
 
 
 
 
 
 
Essa crise ecológica é resultante do modelo de desenvolvimento insustentável focado em 
consumo, com uma produção acelerada que busca alimentar o consumo desenfreado da 
população (VIOLA, et. al., 2002). Lutar por um ambiente equilibrado e socialmente justo 
é função de todos os seres humanos, surgindo daí um termo denominado cidadania 
planetária. 
 
O Conceito de cidadania planetária expressa a inserção da ética no cotidiano dos seres 
humanos, possibilitando a tomada de decisões consciente, individuais ou coletivas, a 
serem praticadas com responsabilidade local e global, tendo como foco principal o 
respeito à vida, ampliando o sentimento de pertencimento, e respeito, à humanidade e a 
um planeta único (LOUREIRO, 2003). 
 
A cidadania planetária estimula o agir local e o pensar global, nos torna solidários uns 
com os outros e com o nosso meio e faz refletir os direitos humanos, propondo ações que 
integrem educação, ética, cidadania e meio ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
BRAGA, B; et al. Introdução à Engenharia Ambiental, 2.ed., Prentice Hall, São Paulo, 
2005. 
 
BRASIL. Política Nacional de Meio Ambiente, Lei Federal 6.938/81, 1981. 
 
______Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução 
CONAMA nº 306, de 5 de julho de 2002b. Estabelece os requisitos mínimos e o termo 
de referência para realização de auditorias ambientais. Diário Oficial [da] República 
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 19 jul. 2002. 
 
ODUM, E.P.; BARRETT, G.W. Fundamentos de Ecologia. São Paulo: Thomson 
Learning, 2011. 612 p. 
 
ALMEIDA, F. Os Desafios da Sustentabilidade. Elsevier. Rio de Janeiro. 2007 
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