Buscar

Produção e Consumo Sustentáveis Apostila Unidade 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO DE INICIAÇÃO 
PROFISSIONAL – Unidade 2 
 
 
 
 
 
FICHA TÉCNICA 
 
Ministério do Meio Ambiente - MMA 
Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis 
Raquel Breda dos Santos - Diretora do Departamento de Produção e Consumo 
Sustentáveis 
Rivaldo Pinheiro Neto - Gerente de Projeto 
 
Apoio 
Gustavo de Oliveira – Analista Ambiental 
 
Departamento de Educação Ambiental 
 
Renata Rozendo Maranhão – Diretora do Departamento de Educação Ambiental 
Nadja Janke – Gerente de Projeto 
 
Apoio 
 
Ana Luisa Teixeira de Campos – Analista Ambiental 
 
 
Equipe de desenvolvimento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
 
Conselho Regional 
 
Antônio Ricardo Alvarez Alban 
 
Diretoria Regional Bahia 
 
Leone Peter Correia da Silva Andrade 
 
Departamento Regional Bahia 
 
Área de Meio Ambiente 
 
Edisiene de Souza Correia 
 
Núcleo de Inovação e Tecnologias 
Educacionais 
 
Ricardo Santos Lima 
 
 
 
 
 
 
 
Coordenação Técnica do Projeto 
 
Arilma Oliveira do Carmo Tavares 
 
Coordenação Educacional 
 
Marcelle Rose da Silva Minho 
 
Coordenação de Produção 
 
André Luiz Lima da Costa 
 
Autores 
 
Alexsandro dos Santos Reis 
Ana Karina da Silva Torres 
Arilma Oliveira do Carmo Tavares 
Edisiene de Souza Correia 
Flávia Bezerra Amorim 
José Rafael Nascimento Lopes 
Kátia Goés Macedo de Oliveira 
Marina Lordelo Carneiro 
Michelle Cruz Costa Calhau 
Patrícia Bahia da Silva 
Thiago Henrique Carvalho do Nascimento 
 
 
Revisão Técnica 
 
Alexsandro dos Santos Reis 
Arilma Oliveira do Carmo Tavares 
Flávia Bezerra Amorim 
Geovana Cardoso Fagundes Rocha 
Marina Lordelo Carneiro 
Patrícia Bahia da Silva 
Rosana Uildes Ferreira Benicio da Silva 
Vanessa de Souza Lemos 
 
Revisão Pedagógica 
 
Geovana Cardoso Fagundes Rocha 
Vanessa de Souza Lemos 
Rosana Uildes Ferreira Benicio da Silva 
 
Projeto gráfico e diagramação 
 
Fábio Ramon Rego da Silva 
 
Revisão 
 
Lídia Chagas de Santana 
 
 
 
 
Equipe de Ilustradores: 
 
Alex Romano 
Antônio Ivo 
Daniel Soares 
Fábio Ramon 
Leonardo Silveira 
Ricardo Barreto 
Vinicius Vidal 
 
Este curso foi desenvolvido a partir do Acordo de Cooperação de Pequena Escala, 
SSFA/BRA-002/2013, celebrado no âmbito do Projeto n° 61-P7 (Brazil Project): 
"Produção e Consumo Sustentáveis" entre o Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (PNUMA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Departamento 
Regional da Bahia – SENAI/DR/BA para o Ministério do Meio Ambiente – MMA. 
 
Departamento de Produção e Consumo Sustentável 
Ariel Cecílio Garces Pares 
 
Coordenação-Geral 
Rivaldo Pinheiro Neto 
 
Equipe do MMA 
Gustavo de Oliveira 
Vana Tercia Silva de Freitas 
Alan Ainer Boccato Franco 
Adeilton Santos Moura 
Anísia Batista Oliveira de Abreu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL 
 
Nesse capítulo, você compreenderá a importância da prática da produção sustentável, 
frente ao Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis, bem como algumas 
ferramentas de atuação. Siga em frente e bons estudos! 
 
A ideia de produzir de forma menos poluidora, com o menor impacto ambiental possível, 
tem sido uma demanda cada vez mais frequente por parte dos governos devido às pressões 
das agências internacionais. No caso do Brasil, algumas ações de comando e controle1 
foram criadas para minimizar estes impactos de forma mais eficiente, estas ações 
desdobram-se a partir da criação de leis que punem e fiscalizam os empreendimentos. De 
forma independente dos marcos legais, algumas empresas adotaram o Sistema de Gestão 
Ambiental (SGA), como uma ferramenta que ajuda no controle e diminuição de aspectos 
e impactos ambientais, como visto anteriormente. De acordo com o Plano de Ação para 
Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), o conceito de Produção Sustentável 
amplamente utilizado é: 
 
“a incorporação, ao longo de todo o ciclo de vida de bens e serviços, das 
melhores alternativas possíveis para minimizar custos ambientais e 
sociais. Acredita-se que esta abordagem preventiva melhore a 
competitividade das empresas e reduza o risco para saúde humana e meio 
ambiente. Vista numa perspectiva planetária, a produção sustentável 
deve incorporar a noção de limites na oferta de recursos naturais e na 
capacidade do meio ambiente para absorver os impactos da ação 
humana”. 
Ministério do Meio Ambiente, 2011. 
 
FERRAMENTAS/LINHAS DE ATUAÇÃO 
 
A partir do conceito de Produção Sustentável, pode-se enumerar as diferentes 
ferramentas/linhas de atuação utilizadas para tentar alcançar o almejado patamar da 
sustentabilidade nos meios de produção. Algumas destas ferramentas/linhas de atuação 
serão apresentadas ao longo do curso, a saber: Prevenção da poluição; Produção mais 
limpa; Análise do ciclo de vida; Ecodesign; Desmaterialização; Eficiência energética, 
Responsabilidade corporativa; Economia verde; Logística verde; Construção sustentável; 
Varejo sustentável; Agricultura sustentável e Marketing verde. 
 
Todas as ferramentas de produção sustentável devem estar de acordo com o tripé da 
sustentabilidade, as três bases fundamentais: econômica, social e ambiental. A partir desta 
abordagem é fácil compreender que só há produção sustentável quando os três níveis são 
alcançados, e este desafio deve ser realizado diariamente pelas organizações. 
 
1 Comando e controle: termo usado para definir a postura adotada por empresas que apenas atendem aos requisitos 
legais (comando) com ações de controle ambiental. 
 
 
 
 
PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO 
 
UM BREVE HISTÓRICO 
 
Na década de 60, século XX, as organizações mundiais começaram a se preocupar com a 
geração de resíduos e com a escassez2 dos recursos naturais. Desta forma, foram criadas 
entidades internacionais para transformar esta preocupação em premissas3 a serem 
cumpridas. Entre essas instituições criadas, estavam a Organização das Nações Unidas 
para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO); o Programa de Meio Ambiente das Nações 
Unidas (UNEP); e a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América 
(EPA). 
 
Frente aos desastres ambientais ocorridos entre os anos de 1960 e 1980, como por 
exemplo, os ocorridos com usinas nucleares na Pensilvânia (1979, Estados Unidos) e o 
de Chernobyl (1984, Ucrânia), a EPA anunciou, em 1990, uma política para diminuir a 
quantidade dos resíduos industriais a serem tratados no final do processo (fim de tubo), 
com a ideia de estimular um pensamento inovador: reduzir o desperdício na fase inicial, 
na aquisição da matéria-prima e também durante o processo produtivo (BISHOP, 2000). 
As técnicas de fim de tubo relacionam-se com o fim do processo, ou seja, é quando a 
empresa deixa para reparar os aspectos ambientais no final do processo (resíduos, 
efluentes e emissões) depois que o problema já aconteceu. 
 
Prevenir a poluição tornou-se, então, a nova estratégia proposta para a proteção ao meio 
ambiente pelas organizações. 
 
FALANDO EM CONCEITOS 
 
Para entender o conceito de Prevenção da Poluição, é preciso compreender a palavra 
Poluição. 
 
“Poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de 
atividades que direta ou indiretamente: 
 
 a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
 b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
 c) afetem desfavoravelmente a biota; 
 d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
 e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos”. 
(BRASIL, 1981) 
 
NBR ISO 14001:2004 define Prevenção da Poluição como: 
 
 
2 Escassez: Pouca quantidade 
3 Premissas: Ideias ou fatos iniciais de que se partem para criar um raciocínio (AULETE, 2007) 
 
 
 
“O uso de processos, práticas, técnicas, materiais, produtos, serviços ou 
energia para evitar, reduzir ou controlar (de forma separada ou combinada)a 
geração, emissão ou descarga de qualquer tipo de poluente ou rejeito, para 
reduzir os impactos ambientais adversos”. 
ABNT, 2004 
 
Dessa forma, a partir da definição, fica evidente que a Prevenção da Poluição incorpora 
tanto elementos relacionados com a modificação de processos industriais com foco na 
minimização de desperdícios, quanto na implementação de práticas de sustentabilidade 
voltadas para a conservação dos recursos naturais. Esta estratégia, que deve ser 
considerada como uma ferramenta da gestão ambiental, pode partir da mudança de um 
insumo4, de processos ou até padrões de gerenciamento que atuam para reduzir ou 
eliminar os poluentes e resíduos na fonte geradora. 
 
PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO VERSUS FIM DE TUBO 
 
 
 
 
Prevenção da Poluição e Medidas fim de tubo 
Fonte: Kiperstok (2006), adaptado. 
 
Podemos observar na figura que nos degraus mais baixos estão as técnicas de fim de tubo. 
O foco destes métodos não é a redução da quantidade de resíduos ou poluentes, mas sim 
a correção dos impactos causados pela geração destes resíduos. Quando avançamos nos 
degraus de cima, encontramos as medidas que tem o foco na modificação do próprio 
processo produtivo dentro de uma organização ou em sua cadeia produtiva. O objetivo, 
desta vez, é identificar o que está causando os impactos ambientais, para corrigi-lo na 
fonte geradora, ajudando a prevenir a geração de resíduos, otimizando melhor as 
matérias-primas e a energia que entram no processo (KIPERSTOK, 2006). 
 
 
 
4 Insumo: Cada um dos elementos ou fatores que que se deve fornecer para que determinada atividade ou produto 
seja desenvolvido. 
 
 
 
 
Apesar das dificuldades em se implantar a prevenção da poluição, com o aprendizado e 
internalização deste conceito é possível aumentar o lucro das organizações a partir da 
redução do desperdício dos recursos naturais e gastos com tratamento e disposição de 
resíduos. 
 
FERRAMENTAS DE PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO 
 
A seguir, serão apresentadas algumas ferramentas de Prevenção da Poluição, que serão 
discutidas de forma mais detalhada no decorrer do curso. 
 
 Produção mais Limpa (P+L) 
 Ecoeficiência 
 Ecodesign 
 Simbiose Industrial 
 Análise de Ciclo de Vida (ACV) 
 
A partir desta breve apresentação das ferramentas de Prevenção da Poluição, podemos 
perceber as diferentes estratégias que foram criadas para alcançar a redução da poluição 
nos diferentes ramos - empresarial, industrial, de serviços – e, até mesmo, no aspecto 
pessoal de cada indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L) 
 
Ao estudar sobre os conceitos da Prevenção da Poluição vimos que a P+L é uma das 
ferramentas utilizadas para melhorar o desempenho das empresas e também adicionar 
ganhos ambientais, econômicos e técnicos, sempre respeitando os princípios da 
sustentabilidade. Pronto para começar? 
 
Produção Mais Limpa ou P+L, como é amplamente conhecida na literatura, é uma 
abordagem metodológica criada em 1994, pela UNIDO/UNEP, para tratar da prevenção 
da poluição nas indústrias, conforme vimos no capítulo anterior. 
 
Conforme verificamos no capítulo anterior, reduzir a poluição, ou seja, a degradação da 
qualidade ambiental é o combustível motivador das medidas de P+L. Desta forma, a 
Produção Mais Limpa sempre vai questionar a origem dos resíduos e das emissões, 
evitando o uso das técnicas de fim de tubo. Neste sentido, a proteção ambiental entraria 
como parte integral da ideia do produto, bem como do processo produtivo em si. As 
consequências da implantação de uma P+L são diretas: redução do consumo de material; 
economia de energia e água; redução de riscos ambientais; melhoria da imagem da 
empresa; e, cumprimento do princípio constitucional do desenvolvimento sustentável. 
 
Técnicas Para Redução da Poluição 
 
Para um melhor entendimento de uma Produção Mais Limpa, apresentaremos neste item 
um esquema com as técnicas para redução da poluição e os passos que conduzem a esta 
metodologia. 
 
Um dos mais importantes teóricos do assunto foi o Michael D. La Grega, que lançou em 
sua publicação, em 1994, uma figura que associava as técnicas de redução da poluição 
em uma escala hierárquica. A leitura da figura a seguir deve ser realizada no sentido da 
esquerda para direita e de cima para baixo, priorizando as medidas de prevenção, e, em 
último caso, as técnicas de fim de tubo5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Fim de tubo: As técnicas de fim de tubo relacionam-se com o fim do processo, ou seja, é quando a empresa deixa para 
reparar os aspectos ambientais no final do processo (resíduos, efluentes e emissões) depois que o problema já aconteceu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reduzir na fonte, ou seja, diminuir a extração/uso da matéria-prima (controle na fonte) 
ou mudanças no produto, sempre é a primeira ação ou possibilidade para minimizar a 
poluição do ponto de vista preventivo. A redução na fonte através da mudança no 
produto pode causar impactos diretos no negócio6, e, de forma geral, os empreendedores 
tem uma maior resistência a aceitar esta possibilidade. O controle na fonte pode ser 
realizado a partir de três alternativas: mudança nos insumos, mudança de tecnologia e 
boas práticas operacionais. 
 
Diferente do que muitos imaginam, a reciclagem é a segunda grande possibilidade de 
prevenção da poluição, e não a primeira. Ainda assim, a reciclagem interna na forma de 
regeneração e reuso ainda é preferível, pois, parte da lógica da reintegração do resíduo 
ao processo sem precisar enviar o resíduo para uma reciclagem em outro local, gerando 
consumo de combustível no transporte, emissões atmosféricas e outros aspectos 
 
 
 
 
6 Impacto direto no negócio: neste sentido, impacto no negócio, refere-se ao fato de o produto sofrer ampla modificação, 
o que pode influenciar diretamente no escopo do negócio, clientes e mercado. 
 
 
 
 
ambientais ou, ainda, dispor no ambiente7. A recuperação do resíduo para uso, como 
subproduto, entra como uma possibilidade posterior, pois, haverá consumo novamente de 
insumos para esta transformação, o que, ambientalmente, não é recomendado. 
 
Por fim, a última possibilidade trazida no diagrama de La Grega et al. (1994) é o 
tratamento dos resíduos. Esta última coluna reflete exatamente as medidas de fim de tubo, 
que ainda são necessárias em alguns casos, mas não devem ser prioritárias. Observe, por 
fim, que a prioridade da Produção mais Limpa está no topo (à esquerda) do fluxograma: 
evitar a geração de resíduos e emissões (nível 1). Os resíduos que não podem ser evitados 
devem, preferencialmente, ser reintegrados ao processo de produção da empresa (nível 
2). Na sua impossibilidade, medidas de reciclagem fora da empresa podem ser utilizadas 
(nível 3). 
 
A partir do fluxo descrito por La Grega et al. (1994), pudemos identificar diversos 
benefícios de aplicação do método: economia de recursos (naturais e financeiros), ganhos 
ambientais, devido à redução na fonte e consequente diminuição dos resíduos, além de 
repensar a lógica da produção frente à sustentabilidade. 
 
Neste sentido, de acordo com o Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL), 
primeira instituição difusora do método no Brasil autorizada pela UNIDO, o programa 
deve ser executado em 20 passos, que compõem cinco diferentes etapas. Veremos, a 
seguir, cada uma delas. 
 
 
ETAPA 1: Planejamento e Organização 
 
 
Passo 1: Obter comprometimento e envolvimento da alta direção 
Passo 2: Estabelecer a equipe do projeto (Ecotime) 
Passo 3: Estabelecer a abrangência da P+L 
Passo 4: Identificar barreiras e soluçõesETAPA 2 : Pré-avaliação e Diagnóstico 
 
 
Passo 5: Desenvolver o fluxograma do processo 
Passo 6: Avaliar as entradas e saídas 
Passo 7: Selecionar o foco da avaliação da P+L 
 
 
 
 
 
 
7 Dispor no ambiente: colocar o resíduo tratado corretamente no ambiente. 
 
 
 
 
ETAPA 3: Avaliação de P+L 
 
 
Passo 8: Originar um balanço material e de energia 
Passo 9: Conduzir uma avaliação de P+L 
Passos 10 e 11: Identificar e selecionar opções de P+L 
 
 
ETAPA 4: Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental 
 
 
Passo 12: Avaliação preliminar 
Passo 13: Avaliação ambiental 
Passo 14: Avaliação técnica 
Passo 15: Avaliação econômica 
Passo 16: Selecionar as opções a serem implementadas 
 
 
ETAPA 5: Implementação de Opções e Plano de Continuidade 
 
 
Passo 17: Preparar plano de implementação de P+L 
Passo 18: Implementar as opções de P+L 
Passo 19: Monitorar e avaliar 
Passo 20: Sustentar atividades de P+L 
 
A partir desses 20 passos, qualquer organização tem condição de implantar um programa 
de P+L em seus processos produtivos, e, dessa forma, melhorar a situação ambiental da 
empresa, economizando recursos naturais e tendo retornos econômicos. 
 
A partir da breve explanação sobre a metodologia de Produção Mais Limpa, pode-se 
observar os diversos benefícios trazidos às organizações. Claro que quando houver 
investimento (custo) por parte da empresa, sempre haverá resistência dos proprietários, 
por isso é importante evidenciar o tempo de retorno do valor investido no sistema, através 
do cálculo do quanto ele vai economizar anualmente com a aplicação da medida de P+L. 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA (ACV) 
 
Agora que você já sabe o que é Prevenção da Poluição e Produção mais Limpa, está na 
hora de conhecer uma poderosa ferramenta de avaliação ambiental de produtos e serviços. 
Essa ferramenta permite ampliar o nosso olhar, fazer uma avaliação ampla de todos os 
possíveis impactos, exercitando assim a visão sistêmica8. Para isso, estudaremos nesse 
capítulo a parte conceitual de Avaliação do Ciclo de Vida, incluindo a Aplicação e 
Softwares. 
 
O conceito de avaliação do ciclo de vida surgiu no intuito de identificar melhor os 
impactos ambientais associados às atividades humanas. Esse novo paradigma9 se 
configura como uma visão sistêmica, ou seja, completa, uma visão do todo, da relação do 
produto ou serviço com o meio ambiente, considerando todas as etapas do seu ciclo de 
vida. A Figura traz as etapas do ciclo de vida de um produto a partir da perspectiva 
ambiental, desde a extração dos recursos naturais até o fim de vida do produto. 
 
 
Ciclo de Vida de produtos e serviços 
Fonte: JRC-ELCD (2014). 
 
Analisando a Figura, podemos observar: 
 
 Todo ciclo de vida se inicia na extração de recursos naturais, ou seja, na retirada 
daqueles materiais que a natureza dispõe sem modificação humana. 
 Na indústria as matérias-primas10 são usadas para manufaturar11 produtos cada 
vez mais complexos e que exigem materiais de alta qualidade. 
 Após a manufatura, os produtos são distribuídos para seus mercados 
consumidores. 
 O consumo e utilização dos produtos é uma etapa que pode impactar o meio 
ambiente, se, por exemplo, o produto demandar uso de energia, de água, assim 
como gerar resíduos sólidos, efluentes e emissões. 
 
 
8 Visão sistêmica: refere-se a uma percepção e/ou compreensão do todo (sistema) e não de partes isoladas, ou seja, 
considera e analisa a interação entre as partes e seus possíveis efeitos. 
9 Paradigma: refere-se a um modelo ou padrão. 
10 Matérias-primas: recursos naturais utilizados para a produção de bens de consumo. 
11 Manufaturar: produzir bens de consumo em série e com grande quantidade. 
 
 
 
 
 A coleta dos resíduos (produto pós uso) deve ser pensada de modo que os 
materiais não sejam misturados e possivelmente contaminados, para que, assim, 
possa aumentar seu potencial de reaproveitamento. 
 
Você Sabia? 
 
Toda ACV deve ser feita do “berço ao túmulo”, ou seja, desde a extração da matéria-
prima até a sua disposição final. Porém, alguns estudos são feitos para partes menores do 
ciclo de vida, a exemplo do estudo de “portão ao portão”, ou seja, dentro dos limites da 
fábrica (do portão de entrada ao portão de saída). 
 
Aplicação da ACV 
 
O principal objetivo da aplicação da ferramenta do ciclo de vida é fornecer dados, através 
de indicadores12, para que sejam identificadas as oportunidades de eliminação ou 
minimização dos impactos ambientais, ao invés de apenas mudar o tipo de impacto ou 
transferi-lo para outra etapa. De uma forma geral, a ACV é usada para subsidiar decisões 
que promovam o aumento da ecoeficiência13 dos produtos, a partir da redução do uso de 
recursos e geração de resíduos em todas as fases do seu ciclo de vida. Como exemplo, 
Hawkins (2013) constatou, através de um estudo de ciclo de vida comparativo entre 
veículos convencionais e elétricos, que os carros elétricos emitem menos Gases de Efeito 
Estufa (GEE) do que os veículos convencionais a combustão, mesmo usando energia 
elétrica de fonte fóssil. 
 
Saiba Mais 
Para saber mais sobre ACV estude a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT) NBR ISO 14044 de 2009 - Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). 
 
Softwares de ACV 
 
Estudos de ACV envolvem uma grande quantidade de dados de inventário, portanto, 
demandam tempo da equipe para o levantamento desses dados. Dessa forma, os softwares 
e bases de dados são ferramentas imprescindíveis na ACV, pois auxiliam e viabilizam a 
condução do estudo de forma mais prática e rápida, além de garantir cálculos e conclusões 
com menores chances de erros. Existem diversos softwares e base de dados disponíveis 
no mercado, a exemplo do Simapro, Umberto e Gabi. 
 
Chegamos ao final dessa etapa! Estudamos a ferramenta Avaliação do Ciclo de Vida e 
você certamente ampliou a sua percepção sobre os possíveis impactos ambientais e a 
necessidade de uma avaliação ampliada, ou seja, sistêmica, para julgar, sob o aspecto 
ambiental, os produtos e serviços. 
 
12 Indicadores: são dados numéricos que indicam sobre algo que está sendo investigado. No caso da ACV os indicadores 
utilizados são, por exemplo, o consumo de água (m³), emissão de carbono (t), geração de efluente (m³). 
13 Ecoeficiência: “entrega de bens e serviços com preços competitivos que satisfaçam as necessidades humanas e 
tragam qualidade de vida, reduzindo progressivamente impactos ambientais dos bens e serviços, através de todo o ciclo 
de vida, em linha com a capacidade estimada da Terra em suportar” (WBCSD apud AGENDA EMPRESARIAL 21). 
 
 
 
 
ECODESIGN 
 
O design é aplicável a diversas áreas, tais como serviços, produtos e processos produtivos. 
São bem amplas as possibilidades de sua aplicação e, por isso, é muito importante que 
você a compreenda e a relacione com a questão ambiental. A pessoa que atua na área do 
Design é chamada de Designer e ela se dedica à “desenhar” produtos, ou seja, projetar a 
forma dos produtos para que atendam aos requisitos do consumidor e também aos demais 
aspectos de seu desenvolvimento. São vários aspectos que devem ser considerados para 
a realização de um bom design, que segundo Venzke (2002) podem ser ergonômicos14, 
tecnológicos, econômicos, ambientais, sociais, estéticos e antropológicos15. 
 
O termo Ecodesign surgiu na década de 1990, quando a indústria eletrônica dos EUA 
procurava minimizar o impacto no meio ambiente decorrente de sua atividade. Dessa 
forma, a Associação Americana de Eletrônica (American Electronics Association) buscou 
desenvolver projetos com a preocupação ambiental. A partir de então, o interesse pelo 
assunto cresceu e os termos Ecodesign e Designfor Environment (desenho para o meio 
ambiente) passaram a ser mencionados em programas de gestão ambiental 
(BORCHARDT et al., 2007 apud BORCHARDT et al, 2008). 
 
Você já consegue fazer o “link” entre design e meio ambiente, ou seja, Ecodesign? Vamos 
a um exemplo? Considere o produto “amaciante de roupa”. Observe na figura que existe 
o amaciante convencional (diluído) e o amaciante concentrado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 Ergonômicos: deriva da palavra ergonomia que trata do estudo das relações entre o homem e a máquina, esp. no ambiente de trabalho, com o objetivo de aumentar a sua 
produtividade (AULETE, 2008). 
15 Antropológicos: deriva da palavra antropologia que é a ciência que estuda a espécie humana, sua origem, seu desenvolvimento, seus hábitos (AULETE, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
O design apresentado para cada tipo de embalagem de amaciante é diferente não é 
mesmo? O material usado é o mesmo, mas o tamanho é diferente. Então, qual das duas 
embalagens é menos impactante para o meio ambiente? Enquanto você vai pensando na 
resposta, vamos ver alguns exemplos de Ecodesign: 
 
- Ventilador de teto convencional com 4 paletas e o inovador com 2 paletas; 
- Cadeira de sala de estar convencional e a inovadora (pequena e com pouco material); 
- Carro de passeio convencional e um carro de passeio inovador (pequeno e leve); 
- Garrafa de água mineral plástica convencional (resistente) e a inovadora (leve e mais 
frágil, ou seja, verdadeiramente descartável). 
 
 
Já sabe qual das duas embalagens é menos impactante para o meio ambiente? Você 
certamente está pensando que é a embalagem menor, pode até ser, mas antes analisaremos 
algumas questões: O que vai garantir que ela é menos impactante? Que outros aspectos 
estão associados aos ganhos ambientais do design da embalagem de amaciantes? Vamos 
listar alguns critérios para apoiar a nossa análise: Quantidade de uso do produto 
(rendimento), Material da embalagem, Peso da embalagem, Quantidade de produto, 
Gasto de matéria prima na produção, Número de viagens para transportar o produto até o 
mercado consumidor e Resíduo gerado pós uso. 
 
Avaliando os critérios, observamos que não basta ser menor para ser melhor 
ambientalmente, porque se a embalagem maior for capaz de amaciar uma quantidade 
maior de roupas (rendimento), então possa ser que a embalagem menor seja mais 
impactante, pois serão necessários vários amaciantes de embalagem menor para chegar 
ao resultado maior de lavagem, ou seja, não basta olhar apenas um aspecto do produto, 
temos que avaliar vários critérios os quais, na verdade, nada mais são do que aspectos 
ambientais que podem gerar impactos ambientais. No exemplo dado, o amaciante 
concentrado apresenta melhor opção sob o aspecto ambiental, você concorda? O que 
fizemos agora, avaliando qual embalagem é melhor ambientalmente, nada mais foi do 
que um exercício resumido de ACV (Avaliação do Ciclo de Vida)! 
 
Estes são alguns princípios de Ecodesign, de acordo com o MMA: 
 
a) Escolha de materiais de baixo impacto ambiental: menos poluentes, não tóxicos ou de 
produção sustentável ou reciclados, ou que requerem menos energia na fabricação. 
b) Eficiência energética: utilizar processos de fabricação com menos energia. 
c) Qualidade e durabilidade: produzir produto que dure mais tempo e funcione melhor a 
fim de gerar menos resíduos sólidos. 
d) Modularidade: criar objetos cujas peças possam ser trocadas em caso de defeito, pois 
assim não é todo o produto que é substituído, o que também gera menos resíduos sólidos. 
e) Reutilização/reaproveitamento: propor objetos feitos a partir da reutilização ou 
reaproveitamento de outros objetos; projetar o objeto para sobreviver após o uso, criar 
ciclos fechados. 
 
 
 
 
 
 
Você Sabia? 
O Ecodesign também pode ser aplicado na construção civil, ou seja, em projetos de 
edificações! Outro segmento é a Logística, que tem diminuído seus custos a partir de 
mudanças no design das embalagens. 
 
Veja que através do Ecodesign é possível a empresa gerar inovação, e, assim, alcançar 
novos mercados, se tornando diferenciada e mais atrativa aos seus clientes; ou seja, com 
o Ecodesign não apenas o meio ambiente é favorecido, mas, também, o aspecto 
econômico da empresa. Toda inovação tem um público alvo a ser beneficiado e, isso, 
também, é ganho social! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSOLESCÊNCIAS PROGRAMADA E PERCEPTÍVEL 
 
Neste capítulo estudaremos como a indústria aliou a tecnologia e o marketing para 
estimular o consumo. A seguir estudaremos essas práticas que são a obsolescência16: 
programada, perceptível e a obsolescência funcional. 
 
Obsolescência programada 
 
Utilizada por muitas empresas, a obsolescência programada consiste na redução da vida 
útil de um determinado produto, ou seja, a criação de produtos com curta durabilidade. 
Neste caso então, ao invés de usar a tecnologia para ampliar a vida útil do produto, ocorre 
o contrário, a tecnologia é usada para reduzir, e, como consequência, ocorre o aumento 
do consumo, que passa a ser ilimitado (GOETHE, 2012). 
 
O produto deixa de funcionar e muitas vezes não encontramos peças para reposição, além 
disso, o conserto é muito caro e o incentivo é que se compre outro. O marketing17 nesse 
momento entra em cena e tem como objetivo, por exemplo, sensibilizar e conduzir os 
consumidores a adquirir um novo produto. 
 
Nessa estratégia a redução do ciclo de vida do produto é justificada, sobretudo, pela 
necessidade de movimentação econômica e pela busca prazerosa do indivíduo ao 
consumir. Isso explica o fato dos produtos serem desenvolvidos com período curto para 
perder sua utilidade e serem substituídos por um novo (CARDOSO, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 Segundo o Ferreira (1983) apud Novaes (2012), obsolescência é o “fato ou processo de tornar-se 
obsoleto”, enquanto obsoleto é o bem que caiu em desuso, está arcaico (FERREIRA, 1989). 
 
17Marketing: técnica de comercialização de produto envolvendo como estratégia a publicidade e a 
propaganda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba Mais 
 
O documentário The Light Bulb Conspiracy (2010 – A Obsolescência Programada), da 
cineasta alemã, Cosima Dannoritzer, mostra as consequências ambientais geradas por 
essa prática em países desenvolvidos e em desenvolvimento e as alternativas criadas para 
resistir a esse padrão de consumo. 
 
Obsolescência Perceptível 
 
A obsolescência perceptível é uma prática realizada por diversas empresas e disseminada 
pelas campanhas publicitárias que tem como objetivo trabalhar o lado psicológico das 
pessoas, fazendo com que busquem a troca de produtos por satisfação pessoal, no intuito 
de possuírem produtos com uma aparência inovadora e com mais funções (CARDOSO, 
2013). 
 
 
 
 
 
 
O consumidor, atraído por uma nova estética, adquire um novo produto e descarta o 
anterior ainda sendo utilizável, por considerar ultrapassado, tornando-se assim obsoleto 
pela percepção. A aquisição de um novo produto traz consigo informações de status e 
poder, o consumidor passa a ser reconhecido para a sociedade. Um bom exemplo da 
obsolescência perceptível são os celulares e smartphones, trocados periodicamente, é a 
moda, com peças que são substituídas a cada nova estação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A moda e a obsolescência perceptível 
 
Saiba Mais 
 
 
Para ampliar seu conhecimento sobre como a obsolescência programada conduz a um 
consumo desenfreado assista ao vídeo “A História das coisas”. 
 
Obsolescência Funcional 
 
Esse tipo de obsolescência ocorrequando há evolução da tecnologia ou da funcionalidade 
do produto. Muitas vezes o produto se torna inútil devido à evolução tecnológica, 
podemos citar como exemplo a máquina de escrever, que foi substituída pela máquina de 
escrever eletrônica e posteriormente pelo computador (BATISTA, L. BARCELOS, 
2012). 
 
O consumidor avalia o produto e percebe que a vida útil do produto é afetada pela baixa 
qualidade dos materiais que o compõem ou quando partes essenciais não estão mais 
disponíveis sendo mais viável adquirir um produto novo ao invés de buscar peças de 
reposição para o conserto do antigo (PALARES, 2011). Podemos citar alguns exemplos 
clássicos dessa obsolescência a substituição do telégrafo pelo telefone e a substituição 
dos disquetes pelo pen drive. 
 
 
 
 
 
 
 
O assunto estudado nos leva a refletir que o consumo desenfreado, potencializado pelas 
estratégias de obsolescência dos produtos, gera impactos às vezes irreversíveis, como o 
esgotamento dos recursos naturais, utilizados como matéria prima, e o acúmulo de 
resíduos; ou seja, trata-se de um padrão de produção e consumo insustentável. Cabe ao 
consumidor saber que essa prática gera impactos ambientais e ter senso crítico para 
questionar seus direitos como cidadão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESMATERIALIZAÇÃO 
Neste capitulo iremos perceber que o mercado começou a criar necessidades para os 
consumidores e estes passaram a comprar produtos que antes não existiam. Mas será que 
existe preocupação do mercado com a qualidade dos produtos ofertados? Há preocupação 
com a sustentabilidade? 
 
Surgiram novos produtos e diversos serviços disponíveis para os consumidores, que, 
estimulados pelo mercado, absorvem essas novidades tecnológicas. Para alcançar seu 
público alvo e ter resultados positivos, o mercado passou a ter mais cuidado com o 
consumidor, tornou-se mais competitivo para atender às solicitações desse público, e 
passou a oferecer produtos de boa qualidade com tecnologia de ponta. 
 
Saiba Mais 
Existe um modelo denominado Sistema Toyota de Produção utilizado em empresas do 
mundo inteiro e que se caracteriza pela busca em eliminar, sistematicamente, toda e 
qualquer perda do início do processo, no estágio de matéria-prima, na etapa de 
processamento até o produto transformado. 
 
Com os avanços conquistados a partir da gestão da qualidade, começam a se integrar a 
esse sistema um maior número de parceiros, fornecedores e distribuidores. 
 
Sistema Produto-Serviço - PSS 
 
Utilizar a tecnologia a nosso favor foi uma das estratégias adotadas frente aos desafios 
impostos pela busca da qualidade. A proposta do sistema denominado Sistema Produto-
Serviço (PSS) é valorizar a função e a utilidade do produto, associando produto e serviço 
(IPT, 2011). 
 
Esse sistema trouxe um desafio com relação ao projeto do produto, considerado agora 
como pacote de serviços. Existem três categorias em que o sistema PSS normalmente é 
dividido (Turkker, 2004 citado em Borchardt, et. al.,2010): 
 
- PSS orientado ao produto/serviço: o produto é vendido e são oferecidos assessoria para 
obter um uso mais eficiente. Exemplo: manutenção de máquinas; 
 
- PSS orientado ao uso: um produto é disponibilizado para uso, mas o provedor (empresa 
fabricante) mantém direito sobre o bem e oferece manutenção, reparo e controle; paga-se 
normalmente taxa. Exemplo: Sinal digital das Tv´s à cabo. 
 
- PSS orientado ao resultado: parte das atividades de uma empresa é terceirizada - o 
consumidor não compra um produto e, sim, o resultado. Exemplo: pagar pela cópia 
impressa à empresa que realiza o serviço. 
 
 
 
 
 
Após essa explanação e reflexão sobre o ganho ambiental em cada uma dessas categorias, 
vamos conhecer algumas estratégias do Sistema Produto-Serviço. 
 
PSS e Meio Ambiente: Desmaterialização 
 
Estratégias de controle de qualidade são aplicadas desde a origem do produto, no design 
(ecodesign18) até na sua destinação final. Devemos entender que, ao associar produtos e 
serviços, o produto não perde qualidade, na verdade, evita-se o desperdício e a poluição, 
considerados símbolos de fracassos de qualquer projeto (Ideia Sustentável, 2010). 
 
Uma das estratégias do PSS é poupar recursos naturais/energéticos e expandir 
economicamente, e a prática a ser utilizada para alcançar esse objetivo é chamada 
tecnicamente de “desmaterialização do produto”, que busca reduzir o uso de materiais 
na produção, consequentemente reduzir o consumo (IPT, 2011). 
 
Podemos citar a experiência de algumas empresas que modificaram seus produtos para 
atender o PSS e diminuir o impacto gerado com a produção de resíduo: 
 
- Computador: Inicialmente os computadores eram compostos por CPU, tela, teclado e 
mouse, hoje quase obsoletos, eles foram substituídos por computadores portáteis, e 
ficaram popularmente conhecidos como notebook. O resultado é a redução do uso de 
matéria prima, sem perda de qualidade. 
- Aparelhos celulares: com o avanço da tecnologia as empresas desenvolveram soluções 
para gastar menos energia, ter matéria agregada, gerando menor custo e maior lucro. Hoje, 
um simples celular possui várias funções, tais como: telefone, GPS19, relógio, filmadora, 
máquina fotográfica, scanner, calculadora, TV, acesso à internet. Estes aparelhos recebem 
o nome de smartphone. 
 
As mudanças só foram possíveis porque os consumidores se sentiram incomodados com 
o atual modelo de produção, passaram a exigir produtos de melhor qualidade, 
pressionando o sistema, e, do outro lado, as empresas viram a necessidade e possibilidade 
de mudança, de forma a produzir com sustentabilidade gerando menor impacto ambiental, 
com consumidores mais conscientes das suas ações, com padrões de consumos mais 
sustentáveis. 
 
A desmaterialização se apresenta como uma rota alternativa frente ao atual padrão de 
produção e consumo, com o objetivo de poupar os recursos naturais. Estamos observando 
um momento de reconfiguração do modelo de crescimento econômico predominante, que 
começa a se preocupar com o desenvolvimento de tecnologias limpas, conservação dos 
recursos naturais, ou seja, processos produtivos sustentáveis. 
 
18 Ecodesign: processo onde há a associação da preocupação ambiental com o projeto do produto, com vistas à 
sustentabilidade ambiental e minimização dos impactos ambientais. 
19 GPS: Global Positoning System (Sistema de Posicionamento Global) tem função informar posicionamento 
individual no globo terrestre 
 
 
 
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 
 
Como o próprio nome diz Eficiência Energética é a utilização de energia20 de forma 
eficiente, com menor desperdício e menor consumo. É a maneira correta que temos de 
economizar energia, reduzir os níveis de contaminação e contribuir para o 
Desenvolvimento Sustentável. O conceito de Eficiência Energética está intimamente 
ligado com o conceito de Energia cuja origem vem do grego, energeia, que significa 
“operação, atividade”. Isso é importante para utilizar melhor os recursos naturais e obter 
menores custos, pois qualquer energia independente da fonte gera impactos ambientais e 
tem um custo para quem paga a conta no final do mês. Por isso, agora vamos aprender a 
calcular o consumo de energia para que possamos estabelecer metas para a sua redução e 
assim gerar ganhos ambientais e econômicos. 
 
Cálculo do Consumo de Energia 
Observando uma nota fiscal (conta) da companhia fornecedora de energia elétrica, você 
verificará que o consumo é cobrado em Quilowatts-horas (kWh). Para entender esta 
unidade de medida é necessário antes aprender alguns conceitos: 
 
 Tensão ou voltagem: é o fluxo (circulação) de eletricidade que flui através de um 
circuito alimentado por uma força eletromotriz21, que pode ser uma bateria. Sua 
unidadeé Volts (V). 
 Corrente Elétrica: dizemos que é a intensidade, o que flui em virtude da tensão. Sua 
unidade é Ampères (A). 
 Potência: é medida no momento em que temos a união da tensão e corrente em que 
um equipamento ou máquina é acionado; ou uma lâmpada é acesa. Indica a velocidade 
com que se consome a energia elétrica. A Potência Elétrica (P) = Tensão que se 
conecta ao receptor (V) x a intensidade da corrente que atravessa o receptor (A) = 
Watts (W). 
 
A unidade é o Watts (W), entretanto, você também encontrará a unidade em Quilowatts 
(kW). Para fazer essa conversão, basta dividir o valor em watts (W) por 1000. 
 
𝑘𝑊 = 
𝑊
1000
 
 
20Energia: A energia é capaz de fazer funcionar as coisas: movimenta motores, acionar eletrodomésticos, ilumina as 
lâmpadas e etc. A energia se apresenta de diversas formas como a energia eólica, nuclear, mecânica, térmica, etc. 
21 Força Eletromotriz - Força elétrica produzida pela conversão de qualquer forma de energia em energia elétrica, que 
gera uma corrente elétrica. 
 
 
 
Todo equipamento já sai de fábrica com o valor de sua Potência Elétrica, e, normalmente, 
já conta com placas indicativas ao fundo, ou no manual. Em último caso, temos que 
perguntar ao fabricante. Abaixo um exemplo de placa indicativa de potência elétrica: 
 
PLACA INDICATIVA DO EQUIPAMENTO 
 
Vamos calcular a potência elétrica de entrada e saída desse equipamento exemplificado 
na figura: 
 
Lembrando que: Potência Elétrica (P) = Tensão (V) x Corrente (A) = Watts (W) 
 
Potência elétrica de entrada (Input) = 240V x 160A = 38.400 W 
Potência elétrica de saída (Output) = 240V x 145A = 34.800 W 
Média da Potência Elétrica em Watts = (38.400W + 34.800W) / 2 = 36.600W 
Média da Potência Elétrica em kWatts = 36.600W / 1000 = 36,6kW ~ 37kW 
Você observou que o valor médio da Potência Elétrica é igual a 37kW ou 50 HP? 
 
Isto acontece porque alguns países utilizam como unidade de medida de Potência Elétrica, 
o Cavalo de Força ou Horse Power - HP. 
 
 
 
 
 
 
 
A outra unidade de medida de Potência Elétrica é o Cavalo de Vapor (C.V). Alguns 
autores consideram H.P e C.V, iguais, entretanto outros autores consideram que: 
 
 
- 1HP=746W = 0.746kW 
- 1CV =735W = 0.735kW 
 
Agora vamos converter a Potência Elétrica de 37kW da figura acima em HP? É muito 
fácil, basta aplicar uma regra de três simples: 
 
1 H.P 
 
= 
 
0,746kW 
 
X 
 
= 
 
37kW 
 
 
X= 
37𝑘𝑊𝑥 1𝐻.𝑃
0,746𝐾𝑤
= 49,60 = ~50H.P 
 
Está lembrado que no início falamos que o Consumo de Energia Elétrica é medido em 
kWh (Quilowatts/hora)? Ou seja: Energia = Potência Elétrica x tempo. E= kW x h. Então, 
com o valor em kW que já aprendemos a calcular, vamos associar ao número de horas 
em que o equipamento ou a lâmpada, ficou em funcionamento (ligado ou acesa). 
 
Consumo Energia = kWatts x horas. 
 
Caso você queira calcular o Consumo da Energia por semana, ou mês ou ano, basta 
multiplicar pelos dias do período em questão: (sete dias - semanal), (trinta dias - mensal) 
ou (365 dias – anual). Além disso, se quiser calcular o custo do Consumo Semanal, 
Mensal ou Anual da Energia consumida por um equipamento, basta multiplicar o valor 
de kWh consumido pelo período requerido, pelo valor da tarifa. Veja alguns exemplos. 
 
 
 
 
Exemplo1:Vamos calcular o custo do Consumo Mensal de Energia para uma residência, 
considerando um Consumo Mensal de Energia Elétrica de 264kWh, e uma tarifa de R$ 
0,53 por kWh consumido: 
 
Custo de Consumo Mensal de Energia = kWh x tarifa 
Custo de Consumo Mensal de Energia = 264kWh x R$0,53 
Custo de Consumo Mensal de Energia =R$ 139,92 
 
Exemplo2:Vamos calcular o custo de energia mensal de uma lâmpada, considerando que 
ela tem potência igual a 60W e permanece acesa 4h por dia durante um período de 30 
dias, e que a tarifa é de R$ 0,44kWh. 
 
Primeiro devemos converter a potência de W para kW: 
 
kW=
𝑊
1000
 = 
60
1000
 = 0,060kWh 
 
Consumo Mensal de Energia = kW x h x 30 
Consumo Mensal de Energia = 0,060 kW x 4h x 30 = 7,2 kWh 
Custo de Consumo Mensal de Energia = kWh x tarifa 
Custo de Consumo Mensal de Energia = 7,2 kWh x 0,44 = R$ 3,17 
 
O custo mensal da lâmpada será de R$ 3,17 reais. 
 
Acabamos de aprender como calcular o consumo mensal de energia e o custo mensal do 
consumo de uma lâmpada. Desta maneira, é possível saber, dentro de uma mesma 
categoria, que eletrodoméstico consome menos energia; ou seja, aquele que apresenta um 
melhor nível de eficiência energética. Trata-se do que chamamos de “Selo PROCEL 
Eletrobrás de Economia de Energia, ou simplesmente Selo PROCEL. É o Programa de 
Conservação de Energia Elétrica que, através do seu selo, comprova a eficiência 
energética de um eletrodoméstico. De acordo com seus níveis de eficiência energética, os 
 
 
 
 
aparelhos são classificados pelo Inmetro22 em categorias que vão de "A" a "G". O 
INMETRO é o órgão executor do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), cujo 
principal produto é a 
 
Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE). Normalmente, os produtos 
contemplados com o Selo Procel são caracterizados pela faixa "A" da 
ENCE. A seguir, figura da etiqueta PROCEL e exemplo de etiqueta 
ENCE e informações que ela apresenta 
 
 
Saiba Mais 
Aprofunde seus conhecimentos acessando o Portal do PROCEL (Programa Nacional de 
Conservação de Energia Elétrica), no site da Eletrobrás. 
 
Voltando ao caso das lâmpadas, como fazer para obter menor consumo, ou seja, eficiência 
energética? Precisamos procurar lâmpadas mais eficientes. A etiqueta PROCEL 
atualmente só existe para as lâmpadas fluorescentes circulares e compactas. É necessário, 
portanto, entender sobre Eficiência Energética em Sistemas de Iluminação. 
 
22 Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia 
 
 
 
Eficiência Energética em Sistemas de Iluminação 
 
Normalmente a iluminação representa o maior percentual de consumo de energia elétrica 
nas indústrias e consome 19 % de toda a eletricidade do mundo (LIGHTING PHILIPS, 
2014). É também muito utilizada em residências, vias públicas, etc., e, por isso, é 
necessário conhecer bem as lâmpadas para saber que tipo utilizar. Quanto menos watt 
uma lâmpada consome e mais luz ela emite, mais eficiente ela é. Vejamos alguns 
exemplos. 
Eficiência Energética Estimada de Alguns Tipos de Lâmpadas 
 
Lâmpada Incandescente Vapor de Sódio Lâmpada 
Econômica23 
Potência 100 Watts 150 Watts 20 Watts 
Fluxo Luminoso 1350 Lm 17.000 Lm 1350 Lm 
Eficiência 13.5 Lm/W 113 Lm/W 68 Lm/W 
 Fonte: Adaptado do site da PHILLIPS (LIGHTING PHILIPS, 2014) 
 
Agora que você já aprendeu um pouco sobre as lâmpadas, leia sobre algumas medidas de 
Eficiência Energética que podem ser aplicadas em sistemas de iluminação: 
 
Medidas de eficiência energética em sistemas de iluminação 
 
Já existem várias soluções/medidas de eficiência energética para iluminação de diferentes 
ambientes, pelas empresas fabricantes de lâmpadas, onde até a escolha da tonalidade da 
cor da luz que a lâmpada emite é importante, pois vai gerar temperaturas diferentes. 
Observe algumas medidas de eficiência energética no uso das lâmpadas: 
 
• Utilize lâmpadas que emitam muita luz e consumam menor quantidade de energia. 
• Utilize lâmpadas que possuam uma maior vida útil. 
 
 
23 Lâmpada Econômica – Fluorescentes e LED 
 
 
 
• Aproveite sempre a iluminação natural (luz do dia). É aconselhável a instalação de telhas 
translúcidas ou transparentes em galpões. 
• Estude a viabilidade de substituir as lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes e 
LED, que são mais econômicas. 
• Limpe as lâmpadas e luminárias periodicamente. A poeira acumulada na superfície 
reduz o fluxo de luz.• Verifique a possibilidade de instalação de sensores de presença em ambientes como 
halls, banheiros, corredores, almoxarifados, etc. 
•Use luminárias espelhadas para aumentar a eficiência da iluminação. Assim, você pode 
reduzir o número de lâmpadas por luminárias e obter economia de energia. 
• Desligue as lâmpadas ao se ausentar da sala ou local de trabalho. 
 
Saiba Mais 
Aprenda mais sobre lâmpadas no site da PHILIPS. 
Acabamos de ver algumas medidas de Eficiência Energética em Sistemas de Iluminação. 
Vamos aprender um pouco agora sobre Eficiência Energética em Edificações? 
 
Eficiência Energética em Edificações 
 
Os edifícios - sejam residências, escritórios, hospitais, indústrias, etc. - consomem uma 
grande quantidade de energia, não apenas com o sistema de iluminação, mas, também 
com o sistema de aquecimento ou resfriamento, com a movimentação de máquinas, etc. 
É necessário então que haja um consumo consciente desta energia para que o meio 
ambiente não seja impactado negativamente. 
 
É onde entra a Eficiência Energética, que deve ser pensada desde a concepção da 
construção de um edifício. Desde o projeto já se deve pensar em posição adequada para 
um melhor aproveitamento de ventilação natural, no uso de energias renováveis como o 
aproveitamento da luz solar em painéis solares, dentre outras medidas. Vamos conhecer 
algumas delas? 
 
 
 
 
 
Medidas de eficiência energética em edificações 
 
 Projetar a localização do edifício de acordo com os pontos cardeais (norte, sul, 
leste e oeste), pensando em um melhor aproveitamento da luz solar e ventilação 
natural. 
 Incentivar o uso de energias renováveis como utilização de energia solar térmica 
e energia solar fotovoltaica. 
- Energia Solar Térmica. A energia do sol pode ser captada através de painéis 
solares e transferida para um meio portador de calor (água ou o ar), aquecendo 
esses meios, e, se necessário, gerar vapor para posterior produção de energia 
elétrica. 
 
Placa Solar Térmica em Telhado 
 
Fonte:http://www.solostocks.com/img/venta-de-placas-solares-termicas-depositos-acumuladores-bombas-
intercambiador-1770919z0.jpg 
 
- Energia Solar Fotovoltaica. Consiste na transformação direta da energia solar 
em energia elétrica. É possível devido às propriedades de materiais 
semicondutores de eletricidade através das células fotovoltaicas, que tem como 
material básico o silício. 
 
Placa Solar Fotovoltaica em Telhado 
 
Fonte:http://www.solariberica.es/blog/ 
 
 
 
 
 
 
 
 Utilizar materiais de isolamento adequado para prevenir perdas de calor e não 
ocorrer um maior consumo de energia pelo uso de ventiladores e aparelhos de ar 
condicionado. 
 
 Substituir elevadores convencionais elétricos pelos elevadores hidráulicos de 
última geração. 
 
Bem, você já aprendeu um pouco sobre eficiência energética em sistemas de iluminação 
e edificações, veremos alguns exemplos que poderiam ser aplicados em uma indústria. 
 
Medidas de Eficiência Energética em uma Indústria 
- Evitar infiltrações em ambientes com ar condicionado. 
 - Operar equipamentos em horários “fora de ponta24”. 
 - Usar lâmpadas mais eficientes. 
 - Evitar perdas de ar nos compressores. 
 - Evitar fugas nos dutos de distribuição de vapor. 
- Revisar e fazer manutenção contínua no isolamento do sistema de vapor de 
equipamentos térmicos. 
 - Utilizar combustíveis mais econômicos e menos poluentes. 
 - Reaproveitar, onde possível, a água utilizada nos processos industriais. 
 
 Você deve estar se perguntando quais são os benefícios da eficiência energética? 
Podemos destacar como benefícios: a redução dos custos de produção no caso de uma 
indústria; a redução do valor da conta de luz, no caso de uma residência; a redução de 
consumo de fontes de energia; a diminuição da contaminação ambiental, que, no caso de 
empresa, estará cumprindo com requisitos solicitados pelas normas internacionais: ISO 
9000, ISO 14000 e a mais recente, ISO 50001; e a melhoria da imagem da empresa frente 
a seus clientes, pois demonstra o comprometimento da alta direção com o meio ambiente. 
A partir daqui é possível concluir que a Eficiência Energética interessa a todos: 
residências, microempresas, empresas de pequeno e grande porte, etc. Todos os 
equipamentos que utilizamos - seja nos locais de trabalho ou em casa; a iluminação 
pública; e os veículos, entre outros, consomem fonte de energia e envolvem custo. 
 
24 Fora de ponta- Período de maior consumo e mais caro. 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CORPORATIVA 
 
O conceito de Responsabilidade Corporativa é relativamente recente no âmbito 
empresarial. Quando uma organização é realmente preocupada: (i) com o bem-estar dos 
seus funcionários e oferece condições dignas de trabalho; (ii) com o meio ambiente; (iii) 
em gerar empregos decentes; e, (iiii) em ajudar a movimentar a economia de seu país de 
forma correta e positiva, pode-se afirmar que a empresa se configura como responsável. 
 
O tema de Responsabilidade Corporativa25ficou conhecido como a responsabilidade da 
organização com os funcionários e a sociedade. Porém, é importante fazer um breve 
histórico do conceito e das abordagens da Responsabilidade Social Corporativa. 
Segundo AECA (2004), Responsabilidade Social Corporativa incorpora o termo 
“social” e vai mais além. É a relação ética e transparente com todos os públicos que se 
relacionam com a empresa para o desenvolvimento do seu negócio e da sociedade, 
preservando-se os recursos ambientais e humanos para as gerações futuras. Uma empresa 
que adota este conceito como uma premissa dentro da sua cultura organizacional não está 
interessada apenas em lucro ou em seu desenvolvimento. Sua responsabilidade é para 
além do negócio, encontrando-se comprometida com o desenvolvimento da sociedade. 
 
Seguindo a mesma lógica da realidade ambiental do mundo, na década de 80 ocorreu o 
despertar para a preocupação com o bem-estar, a saúde e a integridade dos trabalhadores. 
Dessa forma, é possível afirmar que a Responsabilidade Social busca a inclusão social, 
em harmonia com a promoção da cidadania e da sustentabilidade; e esse 
compromisso das organizações ajuda na melhoria da qualidade de vida de toda a 
sociedade. 
 
Para poder garantir o entendimento e a uniformidade do cumprimento das diretrizes que 
orientam os princípios da responsabilidade social, foram criadas algumas normas para 
orientar a sua implantação e manutenção. No que se refere a esse compromisso social 
com os trabalhadores, houve três importantes marcos históricos que aconteceram no 
mundo nos anos de 1997, 2004 e 2010, e que repercutiram no Brasil. 
 
Em 1997 foi lançada nos Estados Unidos, e, no mesmo ano no Brasil, a SA268000 que se 
tornou o primeiro padrão global de certificação relacionado à Responsabilidade Social, 
garantindo os direitos dos funcionários. 
 
Em 2004 foi publicada no Brasil a Norma Brasileira - NBR 16001:2004 de 
Responsabilidade Social – Sistema de Gestão. Enquanto a SA 8000 se baseia nas 
diretrizes da OIT, fundamentadas em critérios restritivos, a NBR 16001 adapta um 
modelo mais gerencial e aplicado na melhoria da organização e alinhado as outras normas 
ISO. 
 
 
 
 
25 Responsabilidade corporativa: Responsabilidade das organizações 
26 SA: do inglês Social Accountability, que em português significa responsabilidade social. 
 
 
 
 
 
Exclusivamente nacional, a NBR 16001:2004 refletiu a preocupação do país com o bem-
estar e o direito dos trabalhadores, garantindo a promoção da cidadania, a ascensão do 
desenvolvimento sustentável e a transparência das atividades. Esta Norma segue a 
estrutura das outras NBRs, contendo política, planejamento, requisitos de documentação, 
e monitoramento dos processos com foco na melhoria contínua do sistema. 
 
Em primeirode novembro de 2010, foi publicada na Suíça a ISO27 26000:2010 - 
Diretrizes em responsabilidade social, com lançamento no Brasil em dezembro do mesmo 
ano. Do ponto de vista internacional, a responsabilidade social assume uma projeção 
diferenciada, e ficou amplamente reconhecida por nortear as organizações sobre os 
princípios e as diretrizes que devem ser seguidos por aquelas que desejam serem 
socialmente responsável. 
 
Relatório de Sustentabilidade 
 
Uma forma interessante de demonstrar o comprometimento com os princípios do 
desenvolvimento sustentável é através da publicação dos “Relatórios de 
Sustentabilidade” gerados periodicamente. Essa iniciativa é promovida por uma 
organização não-governamental denominada Global Report Initiative (GRI) fundada em 
1997 pela CERES e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). 
A GRI tem atuação mundial e disponibiliza ferramentas e recursos para ajudar 
organizações a elaborarem seus relatórios. 
 
De acordo com a Global Reporting Initiative28 (GRI) o Relatório de Sustentabilidade 
divulga o desempenho econômico, ambiental, social e de governança da organização 
relatora. Seguindo a estrutura proposta pela GRI a empresa faz uso de maior transparência 
organizacional. 
 
De acordo com o site da GRI (2014), este relatório é “uma plataforma fundamental 
para comunicar os impactos de sustentabilidade positivos e negativos bem como 
para obter informações que podem influenciar na política, estratégia e nas operações 
da organização de uma forma contínua”. 
 
Apesar de uma excelente estratégia para divulgar o compromisso da organização em 
diferentes frentes de atuação, os relatórios de sustentabilidade devem ser feitos com as 
premissas da responsabilidade corporativa, da mesma forma que deve ser recebido pela 
comunidade com cuidado, para não criar uma imagem “verde” de uma empresa que 
simplesmente cumpre requisitos legais. Afinal, o desafio da sustentabilidade convida as 
empresas a um esforço muito maior, ou seja, à produção sustentável! 
 
 
 
 
27 ISO: internationalorganization for standardization -organização internacional de padronização. 
28Global ReportingInitiative: uma Organização Não-Governamental composta por uma rede multistakeholders, 
fundada em 1997 pela CERES e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). 
 
 
 
 
ECONOMIA VERDE 
 
As atividades desenvolvidas com a finalidade de produzir, distribuir e entender o fluxo 
de consumo de bens e serviços necessários à sobrevivência e à qualidade de vida é 
chamado de Economia. Como desdobramento desse conceito, há alguns anos surgiu o 
conceito de Economia Verde, mas o que significa este termo? 
 
O conceito de Economia Verde foi lançado pelo Programa das Nações Unidas para o 
Meio Ambiente - PNUMA, em inglês United Nations Environment Programme (UNEP). 
Em 2011, o PNUMA definiu economia verde como: “aquela que resulta na melhoria do 
bem-estar humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz 
significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica”. É aquela apoiada em três 
estratégias principais: a redução das emissões de carbono, uma maior eficiência 
energética e no uso de recursos e a prevenção da perda da biodiversidade e dos serviços 
ecossistêmicos. 29 
 
Inicialmente bastante criticado e politicamente pressionado, considerado por muitos 
como uma reiteração de “velhas ideias”, o conceito foi adaptado com a inserção da a 
questão social na sua finalidade. Após alguns ajustes, a Economia Verde passou a ser 
definida como: 
"aquela que resulta na melhoria do bem-estar humano e da igualdade 
social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos 
ambientais e das limitações ecológicas"; em síntese, uma economia de 
baixo-carbono, eficiente no uso de recursos naturais e socialmente 
inclusiva (UNEP, 2011, p.16). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: ORLANDI (2012). 
 
 
29 Serviços Ecossistêmicos: benefícios que as pessoas obtêm da natureza e que sustentam a vida na terra, 
por exemplo: fornecimento de água e ar puros, água doce dos sistemas fluviais, solos férteis e absorção do 
CO2. 
 
 
 
 
 
 
Com esse novo conceito, o PNUMA conseguiu inserir a Economia verde como tema 
central na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável 
("Rio+20"). 
 
Para embasar as discussões durante a Rio+20, o PNUMA publicou o documento de 
referência: “Rumo à uma economia verde”, no qual se defende a ideia que 
‘esverdeamento’ de economias não inibe a criação de riqueza ou oportunidades de 
emprego (PNUMA, 2011). Segundo Stern (2002), citado em “Economia verde: a 
reiteração de ideias à espera de ações”, a Economia Verde tem como pilar o 
desacoplamento (decoupling). 
 
O termo “decoupling” pode ser entendido como uma tentativa de desvinculação entre 
crescimento econômico e a depleção30 de recursos naturais ou degradação ambiental, ou 
seja, busca de estratégias para redução da quantidade de recursos naturais, como a água 
ou combustíveis fósseis, utilizados na produção que, caso continuem sendo utilizados no 
ritmo atual, podem gerar deterioração ambiental. 
 
Assim sendo, a Economia Verde é constituída de mecanismos que estão relacionados a 
três vertentes: 
1. A primeira é a diminuição do uso de combustíveis fósseis, procurando alternativas 
para a matriz energética instalada no mundo desde a Revolução Industrial; 
2. A segunda é inovar tecnicamente para manter o crescimento econômico sem 
afetar as reservas de biodiversidade, ou seja, mantendo ou conservando os ativos 
ambientais; 
3. E a terceira é o incentivo aos programas de erradicação da pobreza e diminuição 
das desigualdades sociais. 
 
Para centralizar os esforços na Economia Verde, foram priorizados os seguintes temas 
em destaque (PEREIRA, 2011): 
 
- Energia e Mudanças Climáticas 
 
A Economia Verde promove ações que levem a processos relacionados ao combate às 
mudanças climáticas de origem antrópica, além de impulsionar mecanismos que 
promovam processos produtivos limpos e de geração de energia limpa, com a priorização 
de energias sustentáveis para todos. Propõe também um maior acesso à energia 
sustentável, à duplicação da eficiência energética e à duplicação do uso de recursos 
renováveis de energia, tudo até 2030. 
 
- Cidades Habitáveis: Construção Civil e Transporte Sustentável 
 
 
 
30Depleção de recursos naturais: diminuição da quantidade de recursos naturais provocada por seu consumo 
indiscriminado. 
 
 
 
 
Envolve melhorias em transporte público e na construção civil, através de compromissos 
de governos, instituições financeiras internacionais, autoridades locais e comunidades, 
buscando uma melhor qualidade de vida nas cidades, através do fortalecimento dos 
serviços sociais. 
 
Assim, planejamento urbano focado na melhoria da mobilidade para usuários de 
transporte público, ciclistas e pedestres; aumento da eficiência de água; melhoria da 
qualidade dos empreendimentos de habitação de interesse social, energia nas habitações, 
bem como redução do impacto nos ecossistemas naturais, foram temas inseridos na 
agenda da Economia Verde para promoção de cidades habitáveis. Podemos citar como 
exemplo o Transporte de Baixo Carbono e o sistema BRT (Bus Rapid Transit), sistema 
de transporte sustentável, compostos por ônibus de alta capacidade que circulam por 
corredores exclusivos. 
- Agricultura e Alimentos 
Para promoção de um futuro de “fome zero” com desnutrição zero entre crianças, zero 
desperdício de comida, a Economia Verde busca disseminar boas práticas agrícolas 
usando tecnologias acessíveis a pequenas propriedades rurais e famílias de agricultores, 
objetivando uma agricultura sustentável,o aumento acentuado na produção de comida e 
na renda de pequenos agricultores. 
- Oceanos e Pesca 
 
Segundo a ONU (2012), 85% de todas as espécies de peixes estão sobre-exploradas, 
esgotadas, em recuperação ou plenamente exploradas, assim foi enfatizada a necessidade 
de ações neste segmento, que envolvam governos, a ONU e as organizações regionais e 
não governamentais para conter a sobrepesca. Além disto, propõe-se também a expansão 
da proteção de áreas marinhas, visando proteger a biodiversidade marinha, reduzir a 
poluição dos oceanos e os impactos da mudança climática, como a acidificação31 dos 
oceanos. O Banco Mundial anunciou, durante a Rio+20, que mais de 80 países, grupos 
da sociedade civil, companhias privadas e organizações internacionais declararam apoio 
à nova Parceria Global pelos Oceanos. 
 
- Indústria, Químicos e Resíduos 
 
Em relação ao setor industrial, há proposição de ações que busquem ampliar o uso de 
fontes de energia ou de matérias-primas renováveis, alternativas de não contaminação ou 
substituição de produtos perigosos aos ecossistemas, uso mais eficiente dos recursos 
ambientais (energia, materiais, solo, água etc.) e a redução de qualquer forma de 
desperdício (resíduos, efluentes, gases de efeito estufa, etc.). A Economia Verde busca 
também incentivar a construção de políticas públicas que favoreçam a inovação e a 
 
 
31 Acidificação: impacto resultante do aumento do teor de acidez no ar, na água ou no solo, provocado pela 
disposição de rejeitos ácidos. 
 
 
 
 
formação de parcerias público privada para estímulo do processo de mudança para a 
Produção e Consumo Sustentáveis. 
 
- Florestas e Uso da Biodiversidade 
 
A Economia Verde propõe atividades que visem à conservação ou a recuperação 
ambiental, considerando que as florestas sejam indutoras de emprego, além de gerarem 
benefícios relacionados à produção e gerenciamento dos serviços ecossistêmicos 
florestais, que incluem o gerenciamento de carbono/regulação do clima, o gerenciamento 
da qualidade da água, o fornecimento de energia e o ecoturismo. 
 
Os serviços chamados de ecossistêmicos ocorrem quando o homem trabalha para a 
preservação do ecossistema, executando um serviço ambiental. Essas práticas são 
essenciais para a manutenção da qualidade de vida no planeta (clima, qualidade dos 
recursos hídricos e manutenção da biodiversidade). Hoje existe um instrumento de 
Pagamento por Serviços ecossistêmicos (PES) ou Serviços Ambientais (PSA), que é uma 
política de incentivo a adoção ou manutenção de práticas conservacionistas, baseado no 
princípio do provedor-recebedor. 
 
- Água 
 
O acesso à água confiável e limpa e aos serviços sanitários adequados para todos são 
premissas da Economia Verde, que lançou uma iniciativa global para prover acesso 
universal à água potável até 2030, melhorar os sistemas de água onde ocorram 
desperdícios e aumentar a eficiência do uso de água na agricultura, na área energética e 
na indústria. 
 
- Economia Solidária e Finanças Sustentáveis 
 
A Economia Verde propõe o desenvolvimento de Políticas Sociais que visem à 
erradicação de pobreza, acesso à educação e a empregos dignos, ou seja, que consideram 
o atendimento aos diretos humanos e a capacidade das pessoas de se desenvolverem 
continuamente. 
 
Saiba Mais 
Para saber mais sobre Economia Verde leia a publicação do PNUMA: Rumo à Economia 
Verde. Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza. 
 
A prática do conceito da Economia Verde exigiu vários desdobramentos, como cidades 
habitáveis, agricultura e pesca sustentável, etc. Agora, o desafio é conseguir, em curto 
prazo, a quebra de padrões de produção e consumo, sabidamente insustentáveis, bem 
como a disseminação das iniciativas provocadas por este conceito. 
 
Saiba mais: 
Para saber mais sobre esse assunto, pesquise no site Pensamento Verde. 
 
 
 
 
LOGÍSTICA VERDE 
 
Para começarmos a compreender a Logística Verde, reflita: O que é Logística? Para que serve a 
Logística? Onde podemos verificar a presença da Logística em nosso dia-a-dia? Estamos falando 
de uma área do conhecimento que tem evoluído muito com a tecnologia da informação, com os 
equipamentos de Global Position System (GPS)32 e com a abertura do comércio entre os países, 
dentre outros, é a Logística! 
 
A Logística, segundo Simonato (2011, p.123), é: 
 
...um conjunto de recursos (mão-de-obra, recursos de produção, máquinas, 
elementos de movimentação e armazenagem) empregados para desenvolver 
fisicamente todas as operações de fabricação, espaço físico para armazenagem e 
movimentação, que permitam assegurar o fluxo de matérias desde os 
fornecedores até o cliente. 
 
Você pode estar se perguntando: o que a Logística tem a ver com a produção e consumo 
sustentáveis? Pois é, tem tudo a ver! Vamos entender? Como apresentado na definição acima de 
Simonato, a Logística consiste de várias atividades, e dentre elas podemos destacar o transporte, 
seja o transporte da matéria-prima até a fábrica, ou mesmo do produto até a loja distribuidora. Até 
aqui já podemos compreender o que é logística, porém para avançarmos no entendimento de 
Logística Verde vamos adotar a atividade de transporte como exemplo. 
 
 
Vamos ver alguns aspectos e seus possíveis impactos ambientais, relacionados à atividade de 
transporte na figura a seguir. 
 
Você já tinha refletido que existem muitos aspectos ambientais associados à atividade de 
transporte? Foi refletindo sobre esses aspectos e possíveis impactos que surgiu a Logística Verde, 
ou seja, a Logística que se realiza levando em consideração os cuidados necessários com o meio 
ambiente, economizando combustível, minimizando a geração de resíduos e poluição em geral. 
Dessa forma, observa-se que a gestão ambiental está sendo aplicada à Logística e, por isso, ela 
passou a ser denominada de Logística Verde, que segundo Donato (2013): 
 
“É a área da logística que se preocupa com os aspectos e impactos da 
atividade logística sobre o seu entorno (comunidade e meio ambiente). 
Este é o termo usado para definir um instrumento de gestão que irá 
mensurar os aspectos e impactos da atividade logística e desta forma 
criar mecanismos para: conter o aumento abusivo de emissão de 
resíduos ao meio ambiente, o armazenamento desprotegido de 
materiais, seu mau uso e/ou ausência de reaproveitamento.” 
 
 
32 GPS: em português significa Sistema de Posicionamento Global, trata-se de um sistema de navegação, o 
qual através de satélites os pontos podem ser georreferenciados e assim serem identificados a partir de suas 
coordenadas geográficas. 
Parte Aspecto Ambiental Impacto Ambiental 
Tanque de combustível Consumo de combustível Escassez de recursos naturais 
Pneu Geração de resíduos de pneu Proliferação de mosquitos da dengue 
Motor Emissão de ruído ambiental Poluição sonora 
 
 
 
 
 
 
Você Sabia? 
 
Os caminhões pesados correspondem a 56 % da frota brasileira e são responsáveis por 30 % das 
emissões de gás carbônico (CO2) derivadas do transporte (BRASIL, 2011). 
 
Agora que você já compreende o que é a Logística Verde, vamos ver mais alguns exemplos de 
aspectos e impactos ambientais associados à atividade de armazenamento, que faz parte da 
Logística: 
 
São várias as ações a serem tomadas para garantir um sistema logístico verde. Iremos relacionar 
algumas, mas você pode identificar outras: Definir roteiros mais curtos para reduzir o gasto de 
combustível, pneu, óleo, baterias, dentre outros itens relacionados ao transporte, assim como as 
emissões atmosféricas; Utilizar combustível renovável ou com baixa emissão de carbono, a 
exemplo do álcool, biodiesel e gás natural; Reciclar os resíduos gerados, tais como pneu, óleo 
lubrificante e baterias; Utilizar transporte menos impactanteconsiderando não somente rodovia, 
mas também as hidrovias, ferrovias e aéreo. 
 
A Logística Verde além de ajudar na proteção ambiental, confere ganhos econômicos às empresas 
porque reduz o gasto de pneus, combustíveis, óleos lubrificantes, acidentes ambientais, emissões 
 
 
 atmosféricas, dentre outros; melhora a imagem da empresa para todas as partes interessadas 
(comunidade, clientes, governo...) e confere melhor qualidade de vida à população que fica menos 
exposta à poluição. 
 
Saiba Mais 
Para saber mais sobre e Logística Verde ou Ecologística leia o livro de Vitório Donato: Logística 
Verde. Uma Abordagem Socioambiental. 
Veja o quanto podemos melhorar os nossos processos de produção! Sempre teremos 
oportunidades de sermos sustentáveis. Fique atento! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aspecto Ambiental Impacto Ambiental 
Vazamento de produto químico Contaminação do solo 
Consumo de energia Escassez de recursos naturais 
Geração de resíduos de embalagens contaminadas Contaminação do solo 
 
 
 
CONSTRUÇAO SUSTENTÁVEL 
 
A construção civil é um dos setores econômicos que mais gera emprego em nosso país. 
No entanto, apesar de sua importância, este segmento é responsável por alto consumo de 
recursos naturais e impactos ambientais significativos, visto que a sua cadeia produtiva 
envolve empresas de construção de edificações, obras viárias, infraestrutura (rodoviária 
e portuária) e industriais (MMA). Dessa forma, essa área vem ganhando destaque por 
promover a construção sustentável, que visa conciliar ganho financeiro, proteção ao meio 
ambiente e qualidade de vida através da adoção de práticas sustentáveis. 
 
De acordo com a Agenda 21 para a Construção Sustentável em Países em 
desenvolvimento o conceito de construção sustentável é “um processo holístico que 
aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído, 
e a criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade 
econômica" (MMA). 
 
A construção sustentável, tem como principal compromisso a redução de possíveis 
impactos ambientais que possam vir a surgir com as construções desde a fase de obra até 
o seu uso. 
 
Essa nova tendência foi inicialmente disseminada em 1992, quando o evento Rio-92 
abordou as possíveis práticas sustentáveis na construção civil. Nesse momento se 
estabeleceu diretrizes para alcançar um modelo de edificações que refletisse as 
características do ambiente natural, aliando aos processos da construção o conceito de 
ecologia. Após a Rio 92, encontros e conferências foram realizadas para discutir esse 
novo modelo, e, em 1998, no Reino Unido, foi lançada a primeira entidade de certificação 
de prédios sustentáveis no mundo a BREEAM – Building Research Establishment 
Environmental Assessment Method que significa Método de Avaliação Ambiental do 
Estabelecimento de Pesquisa para Edifícios (IDHEA, 2014). 
 
Iremos estudar suas estratégias e benefícios, além de refletir e disseminar soluções viáveis 
que assegurem a sustentabilidade. 
 
 
 
 
Projeto de Construção Sustentável 
 
 
Para conseguir vencer os desafios e realizar projetos de construções sustentáveis é 
necessário que haja adoção de práticas sustentáveis, desde a elaboração do projeto até a 
execução da obra. Pensando nas estratégias sustentáveis para a construção, foi lançado 
em 2010 pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) o Programa de 
Construção Sustentável. 
 
A figura a seguir apresenta os sete temas definidos pela CBIC como prioritários para a 
elaboração de projetos sustentáveis na construção civil (CBIC, 2014): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Meio ambiente, infraestrutura e desenvolvimento urbano: 
Esse tema propõe associar os aspectos ambientais e sociais na elaboração dos projetos, 
tendo em vista elaboração de propostas sistêmicas em harmonia com o ambiente. Uma 
estratégia a ser utilizada é o planejamento do uso e ocupação do solo, essencial para a 
sustentabilidade, propondo soluções para adensamento populacional, alteração de 
paisagem natural, desmatamento, desvio de cursos d´água, formação de barreiras 
arquitetônicas1, alteração de microclimas3, mobilidade urbanas e resíduos sólidos 
produzidos. 
 
Nesse tema, algumas das ações sugeridas pelo Programa de Construção Sustentável são: 
 
• Incentivo a iniciativas para a recuperação de áreas degradadas, com o estabelecimento 
de critérios e procedimentos para agilizar processos de recuperação; 
• Participação na estrutura e criação da Câmara Técnica da Construção Civil, no 
Conama. 
• Estímulo a iniciativas para aproveitamento da madeira apreendida pelo Ibama. 
• Valorização das boas práticas e dos atores dos municípios para a formulação de 
políticas públicas em sintonia com necessidades e interesses dos habitantes das cidades. 
 
 
Água: as estratégias devem promover o uso eficiente da água, proporcionando 
diminuição do custo e redução dos impactos socioambientais. São exemplos de algumas 
 
 
 
 
ações: formulação de políticas públicas que estimulem o reaproveitamento das águas 
pluviais em edifícios residenciais, comerciais e públicos; propor uma legislação para a 
medição individual de consumo nas edificações novas e construídas; reduzir perdas na 
distribuição e etc. 
 
Energia: As estratégias de ação devem se preocupar em oferecer qualidade de vida ao 
consumidor e cuidado ambiental com redução de consumo de energia. Podemos citar 
como ações prioritárias: capacitar atores e consultores que atuam na cadeia produtiva; uso 
de fontes renováveis e da criação de redes que permitam o compartilhamento da energia 
local excedente nas edificações. 
 
Mudanças climáticas: um dos fatores responsáveis pelas mudanças climáticas é a 
atuação dos gases de efeito estufa. Para redução desses gases, a estratégia de ação é a 
aquisição de materiais de construção oriundos de produção sustentável, com baixa 
emissão de CO2. Podemos citar como ações: estímulo a legislação específica, inclusive 
nos códigos de obras e elaboração de ferramentas para produção de inventários de gases 
de efeito estufa. 
 
Materiais e sistemas: a estratégia é utilizar materiais reciclados ou ecológicos na 
estrutura e no acabamento, tornando a construção mais sustentável. Sugere-se como 
ações: reforçar a obrigatoriedade de compra de produtos em conformidade com as 
Normas ABNT (PSQs – do SiMAC/PBQP-H), visando garantir padrões mínimos de 
qualidade e fomentar a pesquisa, desenvolvimento e inovação de novos materiais, com 
menor impacto ambiental. 
 
Você Sabia? 
Existem inúmeros materiais e sistemas considerados sustentáveis criados por fabricantes 
de materiais de construção civil que apresentam segurança, salubridade, preço acessível, 
menor impacto ambiental e social. 
 
Resíduos: a estratégia é incentivar a gestão dos resíduos, e, como ações, podemos citar a 
promoção de parcerias público-privadas para implementação das áreas de manejo de 
resíduos e estabelecer, efetivamente, a logística reversa33, por parte dos fornecedores, a 
ser prevista nos acordos setoriais34. 
 
Você Sabia? 
O Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA através da Resolução CONAMA 
n. 307, de 5 de julho de 2002, alterada pela Resolução n. 448/2012, estabelece diretrizes, 
critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil disciplinando as 
ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais. 
Fonte: Brasil (2002). 
 
33 instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios 
destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu 
ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. 
34 Ato de natureza contratual firmado entre

Outros materiais