Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
TERAPIA ANTIMICROBIANA Tauany Milan Ribeiro Lacerda CLASSIFICAÇÃO Origem (modo obtenção) Espectro de ação Mecanismo de ação Ação Biológica Antibiótico Sintetizado a partir de um microorganismo EX: penicilina Amplo espectro Ativo contra diversos grupos GRAM +, GRAM –, anaeróbios Parede celular Inibem a síntese do peptídeoglicano Bacteriostático Inibem o crescimento/reprodução Utilizado em pacientes com Sistema Imunológico preservado Infecções por bacterias GRAM – que podem levar a choque endotóxico (LPS) Membrana Plasmática Interagem com os fosfolípideos = desorganização = aumento da permeabilidade e extravasamento do conteúdo intracelular para o meio externo. Quimioterápico Obtido por síntese em laboratório EX: sulfas Curto espectro Ativo contra grupos bacterianos específicos EX: GRAM + (vancomicina) Conteúdo intracelular •Inibem a síntese de ácidos núcleicos •Inibem a síntese protéica •Inibem a síntese de metabólitos essenciais Bactericida Mata a bacteria Utilizado quando não dá para esperar resposta imunológica Pacientes imunodeprimidos, neutropênicos, endocardite bacteriana (céls de defesa não alcançam) RESISTÊNCIA BACTERIANA Intrínseca Bactéria é naturalmente resistente ao antibiótico EX: Klebsiella – resistente à ampicilina Adquirida Mutação cromossômica Modificação genética durante a replicação bacteriana. Não é tão comum Transferência de DNA TRANSFERÊNCIA DE DNA 1) Conjugação: bacteria A e B entram em contato através do pili sexual e uma bactéria passa informação para outra. 2) Transdução: informação genética transferida por um bacteriófago (vírus) 3) Transformação: bactéria doadora sofre lise. Material genético disperso no Meio - é integrado por uma bactéria receptora. 4) Transposição: mecanismo de resistência causada por “transposons” – genes “saltadores” que transportam pedações de plasmídeos de uma bacteria a outra. MECANISMO DE RESISTÊNCIA INATIVAÇÃO ENZIMÁTICA Produção de enzimas que inativam o antibiótico Constitutiva: fisiologicamente produzida pela bactéria Induzível: bacteria produz ao entrar em contato com o AB O que era sensível passa a ser resistente – não é erro de laboratório! ALTERAÇÃO DO SÍTIO DE LIGAÇÃO DO ANTIBIÓTICO (ALVO) Alteração do alvo. Não reconhecimento. Ex: proteína ligadora de penicilina (PLP) ALTERAÇÃO DA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA (PORINAS) Porina permite a entrada do AB no citoplasma. Contato com o AB fecha porinas, entra [AB] insuficientes para exercer o efeito. EFLUXO ATIVO (BOMBA DE EFLUXO) Proteínas transportadoras de AB. Do jeito que o AB entra, é excretado para fora da célula. EFEITOS TÓXICOS E REAÇÕES ADVERSAS AMINOGLICOSÍDEO: NEFROtoxicidade e ototoxicidade TETRACICLINA: HEPATOtoxicidade CLINDAMICINA: colite pseudomembranosa CLORAFENICOL: depressão da medula óssea ASSOCIAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS Busca Tratar infecções mistas Evitar a tolerância bacteriana Impedir a inativação do antibiótico por enzimas Ex: amoxicilina + clavulamato. O clavulamato se liga a beta lactamase produzida por bacterias, deixando a amoxicilina exercer seu efeito. Minimizar a toxicidade Associação permite utilização de doses menores. Se assim não fosse, seria ser danoso ao paciente. ESCOLHA DO ANTIMICROBIANO SINERGISMO Uma droga ajuda a ação da outra Ex: PENICILINA (parede) + AMINOGLICOSÍDEOS (síntese protéica + ribossomos) ANTAGONISMO Uma droga inibe a ação da outra EX: PENICILINA (bactericida – atua durante a síntese de parede) + TETRACICLINA (bacteriostático – inibe a divisão bacteriana) Bases para uma ANTIBIOTERAPIA DE SUCESSO Identificação e caracterização do patógeno Seleção da droga baseada nos locais de infecção e nas lesões Obtenção de [AB] mínimas efetivas por período suficiente Concentração Inibitória Mínima – CIM Seleção da FREQUÊNCIA, DOSAGEM, VIA DE ADMINISTRAÇÃO e TEMPO DE TRATAMENTO adequados Terapia de suporte: importante para pacientes debilitados Não utilizar AB contraindicados em pacientes com problemas específicos PRINCIPAIS CAUSAS DE FALHA NA TERAPIA AB Diagnóstico incorreto Escolha da droga incorreta Resistência antimicrobiana Antibiótico insuficiente para múltiplos patógenos Associação de drogas incompatíveis Superinfecção por patógenos oportunistas resistentes Esquema terapêutico falho: sub ou super Permitem a sobrevida das bactérias mais resistentes Via de administração Tempo, intervalo entre as doses, dosagem insuficientes Efeitos colaterais Interação medicamentosa USO DE ANTIBIÓTICOS : SEGUROS GRAVIDEZ LACTAÇÃO PENICILINAS (β lactâmico) PENICILINAS CEFALOSPORINAS (β lactâmico) CEFALOSPORINAS ERITROMICINA LINCOSAMINAS ERITROMICINA (macrolídeos) METRONIDAZOL USO DE ANTIBIÓTICOS : CONTRAINDICADOS GRAVIDEZ LACTAÇÃO TETRACICLINA Interfere na formação óssea CLORAFENICOL CLORANFENICOL Aplasia de medula óssea TETRACICLINA TRIMETOPRIMA METRONIDAZOL SULFAS Kernicterus: encefalopatia tóxica SULFAS Kernicterus: encefalopatia tóxica QUIMIOPROFILAXIA Prevenir a colonização ou infecção Profilaxia da meningite Próteses – predisposição a endocardites Material da prótese cria superfície com possibilidade de formação de biofilme Cirurgias com risco de infecção Meningite – meningocócica Colonização do trato respiratório superior (mucosa nasal) Tratamento dos contatos próximos Transmissão para outras pessoas Desenvolvimento da meningite SULFAS ou SULFONAMIDAS Classificação: Quimioterápicos: não tem origem em microorganismo Bacteriostáticos: inibem o crescimento bacteriano de Amplo Espectro: • GRAM + • algumas GRAM – : Enterobacteriaceae •Atividade precária contra: Proteus indol-positivo e Klebsiella •Não atua contra: Pseudomonas aeruginosa e Serratia spp. • Parasitas: Chlamydia, Toxoplasma gondii, Plasmodium falciparum SULFAS ou SULFONAMIDAS Estrutura análoga ao PABA (ácido para amino benzóico) Precursor para síntese do ácido fólico Ácido fólico: precursor para síntese de DNA Necessário para a reprodução celular Bactérias sintetizam ácido fólico para reprodução Precisam incorporar PABA para sintetizar ácido fólico Em humanos, adquirimos o folato pré-formado através da alimentação MECANISMO DE AÇÃO Bactérias sintetizam ácido fólico para reprodução Precisam incorporar PABA para sintetizar ácido fólico Bactérias reconhecem as SULFAS como se fosse PABA reconhecimento pela enzima diidropteroato sintase Antagonista metabólico competitivo do ácido para amino benzóico Análogo estrutural: bloqueia competitivamente a incorporação do PABA. Antimetabólitos do PABA Inibem a síntese do ácido fólico bacteriano e, conseqüentemente, do DNA. MECANISMO DE RESISTÊNCIA Mutação ou plasmídios Alteração nas características físicas ou enzimáticas da enzima ou das enzimas que metabolizam o PABA Vias alternativas para a síntese de PABA Capacidade de eliminar ou inativar a sulfonamida Bacterias que utilizam o folato pré-formado não são inibidas pelas sulfonamidas. SINERGISMO COM SULFAS Sulfas inibem a síntese do ácido fólico ao competir com o PABA Algumas cepas bacterianas começaram a fazer estoque de PABA até 70 vezes superior o normal Assim a bactéria conseguia se reproduzir mesmo na presença das SULFAS 1968 – Introdução da Trimetoprima Ampliou o espectro e o uso pela potencialização do efeito antimicrobiano Não é uma sulfonamida SINERGISMO 2 drogas inibem vias distintas da cadeia do ácido fólico, permitindo ampliar o espectro de ação. Sulfametoxazol + trimetoprima (Bactrim®, Septra® Sulfadiazina + trimetoprima TRIMETOPRIMA-SULFAMETOXAZOL E. coli (exceto êntero-hemorrágica) Enterococos P. mirabilis Proteus spp. (algumas cepas). Klebsiella pneumoniae. Streptococcus pneumoniae Haemophilus influenzae tipo b (Hib) Shigella spp. (resistente à ampicilina) Salmonela spp. (resistente a antibióticos) Salmonella typhi Gonorreia, febre tifóide, brucelose Nocardia Pneumocystis carinii: pneumonite grave pcts neoplasia hematológica e AIDS Prostatites: trimetoprima pode ser utilizada pura em pacientes alérgicos ao componente sulfonamida. Classificação segundo a APLICAÇÃO TERAPÊUTICA Sulfas sistêmicas Sulfas intestinais (entéricas) Ação somente no lúmen. Ionização no meio aquoso do intestino: ficam retidas na luz do intestino. Sulfas tópicas: efeito local tópicas Oftálmicas Vaginais SULFONAMIDAS SISTÊMICAS AÇÃO CURTA (meia vida 4 a 7 horas) Sulfamerazina Sulfatiazol Sulfisoxazol AÇÃO INTERMEDIÁRIA (10-12 horas) Sulfadiazina + trimetoprima (Triglobe®, Enterodina®) Sulfametoxazol + trimetoprima : Bactrin®, Trimaxazol® AÇÃO LONGA (35-40 horas) Pouco utilizada: meia-vida muito longa (+ 40h) e muito tóxica. Sulfadoxina SULFONAMIDAS ENTÉRICAS Ativas no lúmen intestinal Sulfassalazina Sulfadiazina de prata Sulfacetamida Mafenida SULFONAMIDAS TÓPICAS USOS TERAPÊUTICOS INFEÇÕES DO TRATO URINÁRIO ANTIBIOGRAMA obrigatório. Paciente adulto – escolha quinolona (não pode ser utilizado em crianças) INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR Em pacientes alérgicos à penicilina Hoje, a primeira escolha em IVAS é a penicilina, se paciente alérgico: 2ª escolha; macrolídeos. Como 3ª opção: Sulfas SHIGELOSE E MENIGITE Somente se comprovado sensibilidade: ANTIBIOGRAMA Quase todas as cepas são resistentes. INFEÇÕES POR Plasmodium falciparum (malária) Somente em casos resistente à mefloquina Tratamento da malária: grupo de base: quinino. Sulfa é escolha se resistente: Sulfadoxina + pirimetamina INFEÇÕES POR Toxoplasma em pacientes com AIDS Toxoplasmose sintomática – tratamento de escolha Sulfadiazina + primetamina INFECÇÕES TÓPICAS OCULARES Não é escolha. Escolha conjutivite bacteriana: 1ª tobramicina (Tobrex®). 2ª: quinolona, 3ª cipro, 4ª clorafenicol, 5ª sulfa: SULFACETAMIDA. PACIENTES QUEIMADOS Profilaxia: sulfa tópica Mafenida ou Sulfadiazina de prata 1% INFEÇÕES POR Nocardia spp. Pacientes imunodeprimidos Sulfas + trimetoprima Terapia da COLITE ULCERATIVA e ENTERITES Na colite, o uso de sulfas se dá por sua ação ANTIINFLAMATÓRIAS e IMUNODEPRESSORAS. Conversão em aminosalicilato (ASA) – ação antiinflamatória Ação bacteriostática não influencia na escolha SULFASSALAZINA PNEUMONIA POR Pneumocystis carinii Infecção oportunista. Em pacientes imunodeprimidos. OBSERVAÇÕES Atualmente as sulfas não são escolha para a população comum Bacterias resistentes à antimicrobioterapia atual Nestes casos a utilização de sulfas podem ser eficazes, já que por ficar longo tempo sem utilização, as bacterias perderam sua sensibilidade REAÇÕES ADVERSAS Mais comum: fotossensibilidade Hipersensibilidade: erupções, febre medicamentosa, vasculite, fotossensibilidade Síndrome de Steve-Johnson: considerada grave. Febre, mal estar, eritema multiforme, ulcerações da mucosa da boca e genitália (acomete mais mulheres). Discrasias sanguíneas: tóxica para medula óssea leucopenia, agranulocitose, trombocitopenia. Anemia aplásica: raro Anemia hemolítica: pacientes com deficiência genética de 6-fosfato-desidrogenase eritrocitária. Mais suscetível em negros. Kernicterus: deposição de bilirrubina no SNC causando encefalopatia tóxica em recém- nascidos. Sulfas: alta taxa de ligação com proteínas plasmáticas. Bilirrubina circula ligada a proteínas. A presença das sulfas causa competição pelo sítios das proteínas – deslocando a bilirrubina. Bilirrubina livre (não ligada a proteínas) atravessa a barreira hematoencefálica, se depositando no SNC (gânglios da base e núcleos subtalâmicos. Quadro inflamatório. Pode levar a óbito. Não indicada para gestantes de 1º e 3º trimestre – proíbe tudo Não indicada para lactantes ou recém-nascidos. Danos renais: cristalúria (formação de cálculo renal) Obstrução renal (sulfadiazina) Outros: náusea, vômitos, mal estar, zumbido, tontura. Interação medicamentosa: anticoagulantes, sulfonilureias, hipoglicemiantes e anticonvulsivantes da hidantoína.
Compartilhar