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Violência escolar

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Prévia do material em texto

Introdução à Sociologia da Educação 
1 
 
 
 
 
ESTÁGIO SETORIAL DE MONITORES - SCMB 
 
 
 
Introdução à Sociologia da 
Educação 
 
 
 
DEPA 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
2 
 
 
 
 
ESTÁGIO SETORIAL DE MONITORES DO SCMB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução à Sociologia da 
Educação 
(VIOLÊNCIA ESCOLAR) 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pág 
 Apresentação 4 
 Estrutura de Estudo e Pesquisa da Apostila 4 
 Nossa intenção educativa 4 
 Mapa Concetual 7 
 Desafio 9 
 Unidade I- Violência Escolar 
 -Texto Único- Caracterização do Fenômeno 13 
 Unidade II- Potenciais Vítimas de Bullying 
 
 
 - Texto Único: O Bullying e o Cyberbullying 
 
 
 
18 
 Unidade III-Possíveis formas de atuação dos Monitores 
 - Texto Único- Os Colégios Militares, Bullying e a prevenção 
 
22 
 Pra (não) Concluir 
- Referências/Leituras complementares indicadas 
26 
28 
 
 
 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
4 
 
 
O QUE VOCÊ VAI ESPERAR NESTE ESTÁGIO 
 
 
Apresentação 
 
Diariamente temos uma práxis pedagógica automatizada 
encoberta pela rotina escolar: formaturas diárias, 
aplicação de Fichas de Observação (FO), 
acompanhamento das atividades de Educação Física e 
Turno Integral, atendimento aos pais e aos responsáveis 
dos discentes, dentre outras atividades. 
 
A importância de todos os membros da escola merece 
uma atenção de estarem bem preparados na atuação 
competente em educar os alunos. 
 
Nesta apostila veremos os seguintes aspectos sobre 
violência escolar: 
 
 Violência Escolar. 
 Potenciais vítimas de Bullying. 
 Possíveis formas de atuação dos monitores.. 
 
Mapa Conceitual 
 
Observe que o mapa conceitual (página 07) mostra os 
conteúdos abordados nesta disciplina. Os conteúdos 
estão legatos por setas que se relacionam e se 
completam, sendo importantes para apreensão da 
aprendizagem. Perceba que os conceitos mais amplos 
vêm em destaque e o principal está localizado no centro. 
 
 
ESTRUTURA DE ESTUDO E PESQUISA DA 
APOSTILA 
 
O desenho educacional desta apostila, visa proporcionar-
lhe aprendizagens significativas, a partir da construção 
de competências e o desenvolvimento de habilidades 
que serão úteis para uma atuação competentes na 
educação de nossos alunos do SCMB. 
 
 
A apostila de Estudos e Pesquisa apresenta os 
seguintes elementos: 
 
INTENÇÃO EDUCATIVA 
 
Descrevemos aqui as competências e habilidades que você 
deverá desenvolver. Para facilitar seu estudo, você 
encontrará relacionados todos os descritores que deverá 
alcançar nesta disciplina. 
 
 
 
TEXTOS BÁSICOS 
 
São os textos que desenvolvem os temas. 
 
 
DESAFIO 
 
Você encontrará no início da apostila um texto colocado 
para desafiar com reflexões sobre as suas expectativas e 
seus sentimentos em relação à sua formação. É importante 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
5 
 
que você pense muito sobre as questões propostas. Elas 
são o ponto de partida de nossa aprendizagem. 
 
 
O QUE VOCÊ PENSA DISTO? 
 
 
Foram colocadas no início e/ou ao longo de cada texto 
questões para estimulá-lo a verificar o que você pensa a 
respeito do tema que vai ser estudado. Faça uma 
síntese de suas reflexões. Elas são parte integrante da 
avaliação de sua caminhada no curso. 
 
 
 
 
INTERVALO 
 
 
 
Ao lado dos textos básicos, você encontrará “em 
INTERVALO” novos textos, novas visões sobre o tema 
abordado no texto básico, exemplos, atividades e 
sugestões para enriquecer ou concretizar o seu estudo. 
 
MÍDIAS INTEGRADAS 
 
Nesse espaço você encontrará indicação de vídeos sobre o 
tema em estudo que fará o link com o seu aprendizado. 
 
 
 
SINTETIZANDO E ENRIQUECENDO NOSSAS 
INFORMAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
Você encontrará neste espaço questões que visam ajudá-lo 
a fazer um resumo dos textos e enriquecê-los com a sua 
contribuição pessoal. 
 
 
 
 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
6 
 
PARA PESQUISAR OU REFLETIR 
 
 
 
Neste espaço são propostas questões para estimular você 
a realizar pesquisas ou refletir de forma a conhecer melhor 
a realidade em estudo e buscar novas soluções. 
 
 
 
Para (não) concluir 
 
Você encontrará um texto no final desta Apostila, com a 
intenção de estimulá-lo a prosseguir refletindo e se 
aperfeiçoando sempre. Lembre-se de que um profissional 
que busca a excelência deverá ter em mente da busca 
infindável. 
 
 
Referências 
 
Compreende a bibliografia consultada para a elaboração do 
curso e que você poderá consultar também. 
 
Portfólio 
 
O Portfólio é o instrumento de avaliação preparado para 
possibilitar o registro de sua caminhada no curso: suas 
reflexões, suas sínteses, suas dúvidas, suas soluções, seus 
feedbacks, etc. 
 
Tutoria 
 
A tutoria é um serviço de apoio e orientação ao aluno. Você 
pode solicitar a ajuda do tutor por meio do próprio Ambiente 
Virtual de Aprendizagem (AVA), no campo “Contato com o 
Tutor”.
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
7 
 
Mapa conceitual 
 
Verifique os temas ministrados nesta disciplina e suas interrelações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Violência 
Escolar 
Violência 
Escolar 
Potenciais 
Vítimas de 
Bullying 
Possíveis 
formas de 
atuação dos 
monitores 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
8 
 
 
Nossa intenção educativa 
 
Este Estágio focaliza o entendimento de violência 
escolar e as possíveis formas de atuação dos monitores 
e o que esses influenciam em sua prática como Monitor 
do SCMB, bem como pretendemos que você mobilize 
um conjunto de recursos cognitivos – como saberes, 
habilidades e informações – para, com pertinência e 
eficácia, utilizar na prática os conhecimentos aqui 
disponibilizados, ou seja, que você desenvolva 
habilidades específicas para construir sua competência 
pedagógica. 
 
 Competências, Habilidades e Descritoresda 
Disciplina 
 
Plano de Sequência Didática- Matriz de referência 
da Disciplina de Sociologia da Educação 
Eixo Temático: 1-Violência Escolar/2- Atuação dos 
Monitores/3-Prevenção da Violência Escolar 
C1 
Conhecer/Diferenciar (Perceber) os diversos 
contextos em que o Bullying poderá ser 
empregado, sobretudo no ambiente escolar. 
H1 
Identificar o fenômeno do Bulyying no 
Contexto Escolar dos CM’s. 
H2 
Agir proativamente em situações específicas 
de Bullying Escolar dos CM’s. 
H3 
Conhecer as possíveis vítimas potenciais de 
Bullying dos CM’s. 
C2 
Conhecer a nova modalidade de Bullyng- 
Cyberbulluing. 
H4 Perceber os meios tecnológicos na atuação 
dos agressores do Cyberbullying. 
C3 
Observar os sinais de comportamento de 
Bullying emitidos pelos discentes. 
H6 
Agir de forma positiva quanto ao 
aparecimento de sinais de Bullying nos CM’s. 
C4 
Agir quanto ao afastamento de diversos 
sentimentos agressivos nocivos que 
depauperam as relações humanas no SCMB. 
H7 
Preocupar-se com a adaptação escolar dos 
alunos transferidos. 
H8 
Agir antecipadamente a possíveis 
ocorrências de violência escolar nos CM’s. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
9 
 
Desafio 
 
Leia o texto, a seguir, que tem a finalidade de instigar você arefletir sobre a Violência Escolar. 
 
 A violência escolar 
 
Tipos de violência escolar, os fatores que levam os jovens a praticar atos violentos, 
diferença entre violência e agressividade,... 
 
A violência é hoje uma das principais preocupações da sociedade. 
Ela atinge a vida e a integridade física das pessoas. É um produto de modelos de 
desenvolvimento que tem suas raízes na história. 
A definição de violência se faz necessária para uma maior 
compreensão da violência escolar. É uma transgressão da ordem e das regras da 
vida em sociedade. É o atentado direto, físico contra a pessoa cuja vida, saúde e 
integridade física ou liberdade individual correm perigo a partir da ação de outros. 
Neste sentido Aida Monteiro se expressa " entendemos a violência, enquanto 
ausência e desrespeito aos direitos do outro"[1]. No estudo realizado pela autora 
em uma escola, buscou-se perceber a concepção de violência dada pelo corpo 
docente e discente da instituição. 
Para o corpo discente " violência representa agressão física, 
simbolizada pelo estupro, brigas em família e também a falta de respeito entre as 
pessoas ". Enquanto que para o corpo docente " a violência, enquanto 
descumprimento das leis e da falta de condições materiais da população, 
associando a violência à miséria, à exclusão social e ao desrespeito ao cidadão”. É 
importante refletirmos a diferença entre agressividade, crime e violência. 
A agressividade é o comportamento adaptativo intenso, ou seja, o 
indivíduo que é vítima de violência constante tem dificuldade de se relacionar com 
O QUE VOCÊ PENSA 
DISSO? 
 
 
 
 
 
Muitos dos casos de bullying 
apresentados no espaço 
escolar devem-se a fatores 
socioeconômicos e 
psicossocial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Registre suas reflexões no 
Portfólio 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
10 
 
o próximo e de estabelecer limites porque estes às vezes não foram construídos no âmbito 
familiar. O sujeito agressivo tem atitudes agressivas para se defender e não é tido como 
violento. Ele possui "os padrões de educação contrários às normas de convivência e respeito 
para com o outro ." ABRAMOVAY ; RUA ( 2002) A construção da paz vem se apresentando em 
diversas áreas e mostra que o impulso agressivo é tão inerente à natureza humana quanto o 
impulso amoroso; portanto é necessária a canalização daquele para fins construtivos, ou seja, a 
indignação é aceita porém deve ser utilizada de uma maneira produtiva. 
O crime é uma tipificação social e, portanto, definido socialmente é uma rotulação 
atribuída a alguém que fez o que reprovamos. " Não reprovamos o ato porque é criminoso. É 
criminoso porque o reprovamos"(Émile Durkheim). 
Violência pode ser também “uma reação consequente a um sentimento de 
ameaça ou de falência da capacidade psíquica em suportar o conjunto de pressões internas e 
externas a que está submetida” LEVISKY (1995) apud DIAS;ZENAIDE(2003) 
Tipos de violência 
A violência que as crianças e os adolescentes exercem, é antes de tudo, a que 
seu meio exerce sobre eles COLOMBIER et al.(1989). A criança reflete na escola as frustrações 
do seu dia-a- dia.. 
É neste contexto que destacamos os tipos de violência praticados dentro da 
escola. 
 Violência contra o patrimônio - é a violência praticada contra a parte física 
da escola. " É contra a própria construção que se voltam os pré-adolescentes e os 
adolescentes, obrigados que são a passar neste local oito ou nove horas por dia." 
COLOMBIER et al.(1989). 
 Violência doméstica - é a violência praticada por familiares ou pessoas 
ligadas diretamente ao convívio diário do adolescente. 
 Violência simbólica - É a violência que a escola exerce sobre o aluno 
quando o anula da capacidade de pensar e o torna um ser capaz somente de reproduzir. 
 
 
 
 
PARA PESQUISAR 1 
 
 
 
 
 
 
Verifique pelo menos dois 
registros de indisciplinas 
na Cia Alu que atua. Que 
medidas foram tomadas? 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Registre suas reflexões 
no Portfólio 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
11 
 
" A violência simbólica é a mais difícil de ser percebida ... porque é exercida pela sociedade quando esta não 
é capaz de encaminhar seus jovens ao mercado de trabalho, quando não lhes oferece oportunidades para o 
desenvolvimento da criatividade e de atividades de lazer; quando as escolas impõem conteúdos destituídos 
de interesse e de significado para a vida dos alunos; ou quando os professores se recusam a proporcionar 
explicações suficientes , abandonando os estudantes à sua própria sorte , desvalorizando-os com palavras e 
atitudes de desmerecimento". (ABRAMOVAY ; RUA , 2002, p.335) a violência simbólica também pode ser 
contra o professor quando este é agredido em seu trabalho pela indiferença e desinteresse do aluno. 
ABRAMOVAY ; RUA ( 2002) 
 Violência física - "Brigar , bater, matar, suicidar, estuprar, roubar, assaltar, tiroteio, espancar, 
pancadaria, neguinho sangrando, Ter guerra com alguém, andar armado e, também participar das atividades 
das gangues " ABRAMOVAY et al. (1999) 
Os fatores que levam os jovens a praticar atos violentos 
São inúmeros os fatores que podem levar uma criança ou um adolescente a um ato delitivo, a seguir, 
abordaremos os que acreditamos serem os mais relevantes. 
A desigualdade social é um dos fatores que levam um jovem a cometer atos violentos. A situação de 
carência absoluta de condições básicas de sobrevivência tende a embrutecer os indivíduos, assim, a pobreza seria 
geradora de personalidades destrutivas. " A partir desse ... de estar numa posição secundária na sociedade e de 
possuir menos possibilidades de trabalho, estudo e consumo, porque além de serem pobres se sentem maltratados, 
vistos como diferentes e inferiores. Por essa razão, as percepções que têm sobre os jovens endinheirados são 
muito violentas e repletas de ódio..." ABRAMOVAY et al. (1999) é uma forma de castigar à sociedade que não lhe 
dá oportunidades. 
 
A influência de grupos de referência de valores, crenças e formas de comportamento seria também 
uma motivação do jovem para cometer crimes. 
" o motivo pelo qual os jovens...aderem às gangues é a busca de respostas para suas necessidades 
humanas básicas, como o sentimento de pertencimento, uma maior identidade, autoestima e proteção, e a gangue 
parece ser uma solução para os seus problemas a curto prazo" ABRAMOVAY et al. (1999), assim, o infrator se 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
12 
 
sente protegido por um grupo no qual tem confiança. " Valores como solidariedade, humildade, companheirismo, 
respeito, tolerância são pouco estimulados nas práticas de convivência social, quer seja na família, na escola, no 
trabalho ou em locais de lazer. A inexistência dessas práticas dá lugar ao individualismo, à lei do mais forte, à 
necessidade de se levar vantagem em tudo, e daí a brutalidade e a intolerância", (MONTEIRO,2003) a influência 
das gangues que se aliam ao fracasso da família e da escola. A educação tolerante e permissiva não leva a ética na 
família. Os pais educam seus filhos e estes crescem achando que podem tudo. 
É dentro das gangues ou das quadrilhas como se refere Alba Zaluar que os jovens provam sua 
audácia , desafiam o medo da morte e da prisão. É uma subcultura criminosa marcada pela atuação masculina 
(ZALUAR, 1992, p.27). 
O indivíduo enfrenta uma grande oferta de oportunidades: o uso de drogas, uso de bebidas alcoólicas, 
uso da arma de fogo aliada a inexistência do controle da polícia, da família e comunidade tornam o indivíduo 
motivado a concluir o ato delitivo. " Carências afetivas e causas socioeconômicas ou culturais certamente aí se 
misturam, para desembocar nestas atitudes”. (COLOMBIER,1989,p.35) . " A Disponibilidade de armas de fogo e as 
mudanças que isso impõe às comunidadesconflituosas, contribuindo para o aumento do caráter mortal dos conflitos 
nas escolas " ABRAMOVAY ; RUA ( 2002, p.73) " a falta de policiamento agrava a situação na medida em que a 
polícia pode ser sinônimo de segurança e ordem" ABRAMOVAY ; RUA ( 2002, p.337). 
Disponível em: http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/sociologia/violencia-escolar.htm. Acessado em: 02 de 
maio de 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
13 
 
 
UNIDADE I—VIOLÊNCIA ESCOLAR 
 
 
Texto 1 — Caracterização do fenômeno 
 
Qualquer cidadão está sujeito a se tornar vítima de brincadeiras 
desagradáveis. As situações podem ocorrer em ambiente familiar ou profissional. 
Crianças e adolescentes são seres mais propensos e vulneráveis a esse tipo de 
manifestação porque têm menos condições de se defender sozinhos. Contudo, em 
razão de características próprias, o fenômeno, que será aqui apresentado, não pode 
ser confundido com brincadeira. 
De acordo com Lopes (2005), para alguns autores, o bullying está 
associado ao complexo campo da violência escolar, que por sua vez, está 
diretamente vinculado às manifestações de atos violentos com ocorrência na 
sociedade. As formas de violência, eivadas por sentimentos de egoísmo, 
agressividade e de intolerância buscam ocupar espaço. A mídia captura por toda 
parte, registra e divulga, diariamente, cenas em que preponderam sujeitos 
envolvidos com atos agressivos. 
A impaciência e o desrespeito no trânsito são geradores de violência. 
Desentendimentos entre casais, cujas relações são permeadas pelo ciúme, levam, 
muitas vezes, os cônjuges às vias de fato. Assaltos, assassinatos, sequestros, 
tumultos em praças esportivas, estádios de futebol – paradoxalmente fala-se em 
paixão por um time, ou agremiação esportiva. Nos grandes centros urbanos, o medo 
gerado pelo receio em sofrer atos de violência preocupa as pessoas. 
Muitas e variadas são as causas da violência que impregna a 
sociedade. As principais estão relacionadas ao estresse gerado pelas necessidades 
ENRIQUECENDO 
NOSSAS 
INFORMAÇÕES 
 
 
 
Leia as reportagens a 
seguir sobre violência 
escolar: 
 
(Click nos textos para 
acessar as reportagens 
acionando Ctrl e um click) 
 
Bullying continua 
desafiando escolas 
 
 
Lei antibullying ainda tem 
lacunas, dizem 
especialistas 
 
 
Pais e escola trocam 
acusações após bullying 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
14 
 
da vida contemporânea, às desigualdades socioeconômicas e 
culturais, à desestrutura familiar, à falta de valores sobre os quais os 
cidadãos possam apoiar seus comportamentos e suas decisões, 
dentre outras. O bullying, nesta perspectiva, é uma espécie de 
violência com prevalência entre os estudantes. 
 
 
Consoante Ferreira e Silva (2012, p. 89) a palavra 
bullying pode ser utilizada em diversos contextos “Bullying não é uma 
ação que está inserida apenas no âmbito escolar, podendo ocorrer em 
distintos contextos de inserção dos sujeitos, tais como: no espaço do 
trabalho, nas relações familiares, (...) prisões, condomínios 
residenciais, clubes e asilos". 
 
Em que pese a consideração acima, destacaremos, 
neste trabalho, a incidência crescente da problemática abordada nas 
comunidades escolares. O termo ocupa espaço informal nas rodas de 
conversa entre profissionais da área da educação. É fonte de 
preocupação para discentes, docentes, gestores e também para os 
responsáveis pelos alunos. Além disso, é atualmente alvo de 
pesquisas científicas no mundo todo, incluindo estudos de casos. 
O fato é que o assunto ganhou popularidade, destaque e 
avolumou-se ainda mais pela rápida e maciça divulgação nos meios 
eletrônicos, sobremodo pela internet, e pelas redes de “TV” 
brasileiras. Com o impacto da comunicação, a opinião pública se 
interessou por debater e acompanhar os casos, além de, em certa 
medida, cobrar das autoridades providências no tocante às 
ocorrências de bullying. 
ENRIQUECENDO NOSSAS 
INFORMAÇÕES 
 
 
 
Veja a imagem e pense em que atitude você 
como monitor deverá observar se há o 
aparecimento de Bullying na Cia Alu que você 
atua. 
 
 
 
(Disponível em: 
http://www.familiamaissegura.com.br/campanha-
antibullying/. Acessado em:04/05/2017.) 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
15 
 
Especialistas não só da educação, mas também da saúde e do direito têm se interessado pelo tema. 
Vejamos a respeito, a manifestação do Sr. Guilherme Schelb, Procurador da República e autor do livro Violência e 
Criminalidade infanto-juvenil: “O fato de ter consequências trágicas 
– como mortes e suicídios – e a impunidade proporcionaram a necessidade de se discutir 
de forma mais séria o tema” (Revista Nova Escola, 2013). 
Se muitos adultos já presenciaram, tiveram conhecimento, ou mesmo sofreram, quando jovens 
estudantes, alguma modalidade de bullying, tal fenômeno não pode ser considerado algo recente. E não é. 
Segundo Marra (2007), o bullying sempre existiu. Melo esclarece: “O que há de novo no bullying é o seu estudo 
sistematizado numa metodologia científica, utilizando-se métodos e procedimentos adequados e atribuindo-se 
uma importância nova aos comportamentos antigos, sobretudo, no âmbito da escola” (2010, p. 24). 
Pelas ideias apresentadas, podemos considerar que as informações com as consequências sobre o 
fenômeno foram disseminadas e o grau de atenção dos envolvidos mudou. Concluímos que a grande novidade 
está na preocupação com o assunto, com o caráter científico, com a sistematização e com as formas de 
tratamento que os casos têm recebido. 
Mas de onde surgiram as primeiras demandas sobre a temática em pauta? Embora a origem histórica 
dos estudos acerca de bullying registros de referências anteriores, foi a partir dos anos setenta do século passado, 
nos países que integram a região da Escandinávia – área norte da Europa: Dinamarca, Suécia, Finlândia e 
Noruega que se consolidaram as primeiras investigações. Rolim (2008). 
Segundo o mesmo autor, a primazia nas pesquisas coube ao pesquisador norueguês Dan Olweus. 
Em 1983, três jovens de mesma nacionalidade de Olweus cometeram suicídio. O contexto e as circunstâncias 
permitiram o levantamento da hipótese que estabelecia relação entre o fato e algum tipo de ameaça sofrida na 
infância. O governo daquele país encomendou a Olweus uma pesquisa cuja finalidade seria aprofundar o tema. O 
resultado foi a criação de um programa de prevenção ao bullying. (2008). 
O vocábulo cunhado em língua inglesa tem origem na expressão bully, cuja tradução nos oferece os 
termos valentão e brigão. Conforme Rolim (2008), em língua portuguesa, sobremodo em Portugal, utiliza-se para 
identificar o fenômeno às expressões agressão no contexto escolar, coação, provocação. No Brasil, adotou-se 
intimidação. Trata-se, portanto, de uma expressão que comporta uma série de significados associados a 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
16 
 
sentimentos de inferioridade e violência. 
Após breve sinopse histórica sobre a origem da palavra bullying e depois de conhecermos sua 
tradução, é necessário pensarmos sobre os conceitos produzidos para o fenômeno ora analisado. O objetivo é 
reunir ideias de autores cuja preocupação foi definir o problema. Observemos o conceito formulado por Tattum & 
Tattum (1992 apud ROLIM, 2008, p. 12) sobre o tema que os autores investigaram: “bullying é um desejo 
consciente e intencional de ferir alguém e colocá-lo sob estresse”. 
 
Acerca de uma possível caracterização do fenômeno bullying, observemos o seguinte excerto: 
 
As ações realizadas por intermédio do bullying são verdadeiros atos de intimidação 
preconcebidos, ameaças,que, sistematicamente, com violência física ou psicológica são 
repetidamente impostos a indivíduos mais vulneráveis e incapazes de se defenderem, o que 
os leva a uma condição de sujeição, sofrimento psicológico, isolamento e marginalização 
(COSTANTINI, 2004 p.69). 
 
Consoante, Farrington (1993 apud ROLIM, 2008, p. 14) “(...) o bullying é uma ação repetida, de 
natureza física ou psíquica, de uma com menos poder por outra com mais poder”. 
A partir da síntese referenciada, Rolim (2008) apontou seis elementos-chave e considerados 
importantes para a definição do fenômeno bullying. 
- práticas de agressão física, verbal e psicológica são geradoras de intimidação. 
- o poder do agressor, na visão da vítima, é maior. 
- existe a intenção explícita de causar medo ou dor à vítima. 
- a vítima não pode ser considerada agente provocador. 
- as agressões são por várias vezes repetidas. 
- o resultado é alcançado pelo agente provocador ou causador do bullying. 
 
A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à adolescência – Abrapia – mostrou 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
17 
 
compartilhar da visão anteriormente exposta. É dessa instituição o seguinte conceito para 
o tema: “compreende todas as formas de atitudes agressivas, realizadas de forma 
voluntária e repetitiva, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais 
estudantes contra outro(s), causando dor e angústia e realizada dentro de uma relação 
desigual de poder”. Ministério Público (2013). 
 
Apreciemos, por fim, a definição dada por uma jovem de 8 (oito) anos, 
apresentada pelo pesquisador cuja dissertação de mestrado serve de apoio para o 
presente trabalho: 
bullying é quando alguém pega no pé de outro porque ele é 
diferente por sua raça, altura, peso ou aparência... (é sobre) 
preconceito e discriminação é quando alguém é ferido 
fisicamente ou mentalmente, ou quando alguém não é respeitado 
(ROLIM, 2008 p. 12). 
 
Onde estarão as raízes do problema? Parecem estar, em primeira análise, 
nas diversas manifestações de preconceito. O preconceito, embora não possa ser 
confundido com discriminação, poderá ser o embrião de manifestações geradoras de 
discriminação racial, cultural, social, política, religiosa, sexual. “O preconceito alimenta o 
bullying. As situações de discriminação que ocorrem em sala de aula fomentam o 
preconceito. Não reconhecer o outro nas suas qualidades, mas apenas ressaltando os 
seus defeitos favorece a discriminação” Melo (2010 p. 63). 
Junto com as formas de preconceito acima aludidas, podemos estabelecer 
ligação com as formas de fofoca e boatos. Para Castro (1996) “Entre os romanos, boato 
significava mugido ou berro de bois. Entre nós, corresponde à „notícia anônima que corre 
publicamente sem confirmação‟ , segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira” (p. 57). 
Conforme veremos adiante, quando tratarmos de cyberbullying, as fofocas 
SINTETIZANDO 
 
 
Faça uma síntese 
das ideias principais 
do texto. 
 
 
 
 
 
 
 
Registre sua 
síntese no 
Portfólio. 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
18 
 
constituem matéria-prima básica nas redes sociais quando queremos difamar 
alguém. 
UNIDADE II—POTENCIAIS VÍTIMAS DE BULLYING 
 
Texto Único — O Bullying e Cyberbulling 
 
a. O Bullying 
 
Mas quem são as crianças ou os jovens potencialmente vítimas de 
bullying? Segundo Rolim (2008), a tendência é das ocorrências atingirem os seres 
humanos diferentes. Aqueles cujas características físicas ou de personalidade 
destoam dos demais integrantes do grupo. Citamos como algumas dessas 
características mais marcantes, no aspecto físico, os gordinhos, as crianças muito 
magras, altas, afrodescendentes, aquelas com necessidade de uso de óculos 
cujas lentes apresentam-se muito grossas e as portadoras de alguma 
necessidade especial. 
 
 
 
As formas de bullying são: Verbal (insultar, ofender, falar mal, colocar apelidos 
pejorativos, “zoar”), física e material (bater, empurrar, beliscar, roubar, furtar ou 
destruir pertences da vítima), psicológica e moral (humilhar, excluir, discriminar, 
chantagear, intimidar, difamar), sexual (abusar, violentar, assediar, insinuar) e 
virtual ou Ciberbullying (bullying realizado por meio de ferramentas tecnológicas: 
celulares, filmadoras, internet etc.) (SILVA, 2010 p. 07). 
 
 
ENRIQUECENDO NOSSAS 
INFORMAÇÕES 
 
 
 
Leia a Cartilha Orientativa 
―Ética e Segurança Digital‖ 
elabora pelo Conselho 
Nacional de Justiça 
 
 
http://www.familiamaissegura.co
m.br/wp-
content/uploads/2014/01/Cartilha-
Orientativa.pdf 
 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
19 
 
Outros aspectos também precisam ser considerados: a timidez em 
excesso, assim como aqueles jovens de personalidade extrovertida e que falam 
demasiadamente. Ademais, devemos destacar ainda como sujeitos com maior 
propensão para serem vítimas de bullying os alunos cuja dedicação aos estudos é 
merecedora de destaque. O desempenho destes jovens alcança invejáveis índices de 
aproveitamento e eles são criticados pela própria turma em que estão inseridos. 
Manifestações físicas ou não, ocorrem de forma intencional e repetitiva 
contra um ou mais alunos que se encontram impossibilitados de reagir frente às 
agressões sofridas. Esses comportamentos não apresentam motivações específicas ou 
justificáveis. Silva (2010, p. 07) explica que “os mais fortes utilizam os mais frágeis como 
objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e 
amedrontar suas vítimas”. 
 
 
b. O Cyberbullying 
 
Nos últimos anos ocorreu um desenvolvimento e aperfeiçoamento cada 
vez maior das mídias eletrônicas. O uso da internet sofreu um processo de expansão. 
Mais sujeitos a utilizam e de formas diferentes. Às pesquisas e troca de mensagens 
eletrônicas por e-mail foram somadas outras ferramentas como orkut, facebook, twitter, 
instagram. As pessoas passaram a fazer uso das tecnologias da comunicação com o 
intuito de se aproximar, divulgar imagens, mensagens, fazer contatos, tudo isso sem as 
fronteiras do tempo e do espaço 
Na esteira do uso destes novos instrumentos e quase com a mesma 
velocidade surgiu uma nova modalidade de bullying – o Cyberbullying, considerado 
como uma extensão ou vertente do bullying. Nesta modalidade o sujeito ou grupo de 
sujeitos busca prejudicar ou causar danos a outro de maneira repetitiva, fazendo uso 
de tecnologias da comunicação. 
MÍDIAS INTEGRADAS 
 
 
Assista o vídeo sobre 
Cyberbulling: 
 
Cyberbullying – 
Movimento Família 
Mais Segura na 
Internet 
 
http://www.familiamais
segura.com.br/cyberbu
llying-movimento-
familia-mais-segura-
na-internet/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
20 
 
De acordo com Silva: 
 
Além de a propagação das difamações ser praticamente instantânea o efeito multiplicador do 
sofrimento das vítimas é imensurável. O ciberbullying extrapola, em muito, os muros das 
escolas e expõe a vítima ao escárnio público. Os praticantes desse modo de perversidade 
também se valem do anonimato e, sem nenhum constrangimento, atingem a vítima da forma 
mais vil possível. Traumas e consequências advindos do bullying virtual são dramáticos 
(SILVA, 2010 p. 8). 
 
 
Stelko-Pereira e Williams (2010) esclarecem que, nessa modalidade de violência, os autores superam 
a relação tempo-espaço, uma vez que agridem suas vítimas, por meio de mensagens ou imagens, como vídeos e 
emails, em qualquer horário do dia e em qualquer local. 
 
Além disso, a tecnologia eletrônica permite que o autor do atoviolento haja de modo 
velado. 
 
No cyberbullying, supõe-se, que a diferença de poder entre agressor e vítima, se configure por 
diferença na habilidade de utilização da tecnologia eletrônica para intimidar outros e não 
necessariamente em características físicas, popularidade e outras mais relacionadas ao 
bullying tradicional (STELKO-PEREIRA e WILLIAMS, 2010 p. 03). 
Quais são as consequências? A partir da opinião da jovem citada acima, sintetizamos a ideia de Silva, 
acerca dos principais problemas que uma vítima de bullying pode enfrentar na escola e ao longo da vida, 
vejamos: 
 
 
As consequências são as mais variadas possíveis e dependem muito de cada indivíduo, da 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
21 
 
sua estrutura, de vivências, de predisposição genética, da 
forma e da intensidade das agressões. No entanto, todas as 
vítimas, sem exceção, sofrem com os ataques de bullying (em 
maior ou menor proporção). Muitas levarão marcas profundas 
provenientes das agressões para a vida adulta, e necessitarão 
de apoio psiquiátrico e/ou psicológico para a superação do 
problema (SILVA 2010, p. 9). 
 
Os problemas mais comuns são: desinteresse pela escola; problemas 
psicossomáticos; problemas comportamentais e psíquicos como transtorno do 
pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade 
generalizada, entre outros 
UNIDADEIII— POSSÍVEIS FORMAS DE ATUAÇÃO DOS MONITORES 
 
Texto único — Colégios Militares, Bulying e a prevenção 
 
O Exército Brasileiro é uma instituição cujas bases estão assentadas 
em valores excelsos de amizade, camaradagem, companheirismo, respeito e cujos 
pilares-mores, disciplina e hierarquia, são parâmetros fundamentais para 
desenvolvimento das relações humanas na Caserna. Por tudo isso, estará o EB 
isento da ocorrência de atos de violência escolar nas unidades de ensino? 
Podemos afirmar com certa segurança que não há, em nossos 
educandários, o registro de atos de vandalismo com semelhança ao que ocorre em 
estabelecimentos de ensino das redes públicas municipais, estaduais e também, em 
menor escala, com as escolas da rede privada em todo país. Entretanto, temos 
nossas particularidades e precisamos refletir sobre seus pontos vulneráveis e agir 
de forma a antecipar possíveis ocorrências de bullying em nosso sistema. 
 
ENRIQUECENDO 
NOSSAS 
INFORMAÇÕES 
 
 
 
Leia a reportagem a seguir 
sobre como adotar 
estratégias de combater a 
violência escolar 
 
(Click nos textos- para 
acessar as reportagens 
pressione Ctrl e depois um 
click) 
 
Lei Antibullying: como 
tratar o preconceito de 
maneira lúdica e 
construtiva em sala de 
aula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARA PESQUISAR 2 
 
 
 
 
 
 
Verifique, pelo menos dois 
registros, casos de Bullying 
e de Cyberbullying na Cia 
Alu que atua. Que medidas 
foram tomadas? 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Introdução à Sociologia da Educação 
22 
 
O SCMB tem suas origens na criação do Colégio Imperial do 
Rio de Janeiro – atual Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ) por decreto-
lei assinado por D. Pedro II em 1889. A finalidade da criação foi atender aos 
filhos dos órfãos de guerra. Tem como uma de suas mais relevantes missões 
oferecer apoio à familiar militar submetida ao constante trânsito, por 
necessidades do serviço e para o cumprimento da missão constitucional de 
defesa da pátria. O sistema cresceu e hoje atende alunos cujos responsáveis 
são oriundos do meio civil. 
Reside aí, na forma de ingresso dos alunos ao SCMB, uma de 
nossas características sui generis e, por conseguinte, um de nossos pontos 
de vulnerabilidade. O acesso dos estudantes ao sistema acontece de duas 
formas: concurso público para o 6º ano do ensino fundamental e 1º do ensino 
médio e atendimento ao amparo previsto na legislação em vigor. Os alunos 
não- concursados têm como característica o trânsito entre as escolas do 
sistema e ou entre CM e outros estabelecimentos de ensino. 
O processo de transferência traz uma série de novidades para o 
jovem estudante. É necessário que ele se adapte à nova cidade e ao novo 
Colégio. Outra cultura, novos hábitos, jeito de ser e conviver, diferentes do 
lugar de origem. Trata-se de momento de insegurança advinda da 
instabilidade. Formar novas amizades, ser aceito pelo grupo, obter bons 
resultados para alcançar sucesso ao final do ano. Criar a identidade. 
Os educadores da escola, em geral e os monitores, em 
particular devem estar atentos a esse momento de adaptação do aluno-
migrante ao novo lócus, uma vez que podem surgir manifestações de 
deboche por causa do jeito de ser do aluno. 
Outro momento merecedor de nossa atenção é quando o aluno 
permanece no mesmo ano. A percepção de que seus companheiros 
ENRIQUECENDO NOSSAS 
INFORMAÇÕES 
 
 
Veja alguns exemplos de como 
pode se prevenir do Bullying e 
Cyberbullying 
 
 
Colégio Militar de Belém – 
Palestra sobre Bullying 
 
(http://www.eb.mil.br/en/web/resiscoms
ex/eb-em-revista/-
/asset_publisher/9766RQsIbBlC/content
/colegio-militar-de-belem-alunos-do-
colegio-militar-de-belem-participam-de-
palestra-sobre-
bullying?inheritRedirect=false) 
 
9 maneiras de combater o 
bullying: Dicas para crianças e 
responsáveis 
http://www.iasea.org.br/9-maneiras-de-
combater-o-bullying 
 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
23 
 
alcançaram êxito e ele não. Sentimento de inferioridade. A não-aceitação pela 
nova turma também poderá ser geradora de instabilidade emocional para o 
sujeito. 
O problema bullying tem solução? A quem cabe a missão de 
resolvê-lo? Como fazer para afastá-lo de nossas realidades? Enquanto 
educadores inseridos em ambientes de aprendizagens, precisamos acreditar que 
podemos transformar a sociedade em que vivemos em uma sociedade melhor, 
cujos membros tenham suas ações pautadas na dignidade humana e no respeito 
ao outro. 
A escola, em que pese todas as circunstâncias alheias a sua 
vontade, somadas a todas as negatividades, como a falta de educação nos lares 
precisa reunir forças e aceitar que é o campo para reverter a situação de 
individualismo. 
 
Mas como agir? Para resolver o problema, o monitor precisa 
desenvolver sua percepção sobre a realidade. Observar, acompanhar, estar 
próximo aos alunos, dar atenção, dialogar. Sempre que procurado, deve ouvir 
com atenção o relato do discente. A fala do (a) jovem poderá ser a centelha para 
o início da ação; podem residir aí os primeiros indícios do aparecimento do 
fenômeno bullying. 
É de fundamental importância atentar para alguns sinais no 
comportamento dos discentes no ambiente escolar, a fim de tomar providências 
necessárias à contenção e tratamento da problemática. Apreciemos alguns 
indícios apontados por Silva (2010) é que podem sinalizar o aparecimento do 
fenômeno. 
 Durante o recreio encontram-se isoladas do grupo, ou perto de 
adultos que possam protegê-las; 
ENRIQUECENDO NOSSAS 
INFORMAÇÕES 
 
 
Veja alguns exemplos de como 
pode se prevenir do Bullying e 
Cyberbullying 
 
Escola desenvolve ações 
contra prática do bullying 
 
 
http://diariodonordeste.verdesmare
s.com.br/cadernos/regional/escola-
desenvolve-acoes-contra-pratica-
do-bullying-1.463220 
 
Estratégias e prevenção e 
contenção de Bullying 
 
https://repositorio.unesp.br/bitstrea
m/handle/11449/136467/frick_lt_d
r_prud.pdf?sequence=3 
 
 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
24 
 
 Na sala de aula apresentam postura retraída, faltas frequentes às 
aulas; 
 Mostram-se comumentetristes, deprimidas ou aflitas; 
 Nos jogos ou atividades em grupo sempre são as últimas a serem 
escolhidas ou são excluídas; 
 Aos poucos vão se desinteressando das atividades e tarefas 
escolares; e em casos mais dramáticos apresentam hematomas, arranhões, cortes, 
roupas danificadas ou rasgadas 
 
A escola é, na ausência dos protetores diretos, pais ou responsáveis, a 
responsável pela proteção da integridade dos jovens que adentram os portões da 
instituição. Observemos a redação dada ao Art. 245º da Lei 8.069/90: “Deixar o 
médico, professor, ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de 
ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os 
casos de maus tratos contra criança ou adolescente [...]” (BRASIL, 1990 apud 
MELO, 2010, p. 62). 
Se os monitores têm a corresponsabilidade por proteger os alunos, é 
necessário rechaçar de imediato qualquer forma de comentários agressivos. Sempre 
que necessário, encaminhar os alunos para a Seção Psicopedagógica parece ser 
uma boa medida. Para que isso aconteça, o papel do monitor de alunos é 
fundamental visto que, junto com o corpo docente, é este profissional quem 
acompanha por mais tempo e em diversas oportunidades o grupo de alunos. 
 
 
 
 
 
SINTETIZANDO 
 
 
Faça uma síntese das 
ideias principais do texto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Registre sua síntese no 
Portfólio. 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRA (NÃO) CONCLUIR 
Pela análise realizada e pelo estudo proposto ao longo deste módulo, 
somos levados a acreditar que o fenômeno bullying está diretamente associado à 
nossa atividade fim de educadores. Ele aparece como uma forma de violência 
escolar herdeira de manifestações de violência em um espectro maior na sociedade. 
Se por um lado o bullying não ocorre somente em estabelecimentos de ensino, por 
outro o problema está próximo aos nossos jovens em seu cotidiano. 
Tenhamos claro em nossas mentes que para ocorrer aprendizagem faz-
se mister uma série de fatores conjugados. Condições materiais mínimas – área de 
estudo, livros, cadernos e outros apetrechos. Apoio dos familiares. Boas condições 
de alimentação, saúde e higiene. Organização, dedicação, esforço e disposição para 
aprender por parte do estudante. Além disso, é fundamental que o aluno seja 
atendido por profissionais preparados e conhecedores de sua área de atuação. 
Cabe ainda, ressaltar a importância de ser acompanhado por uma 
equipe docente e psicopedagógica capaz de criar situações de aprendizagem 
 
 
 
 
PARA REFELTIR 
 
 
 
 
 
 
Diante dos textos 
apresentados, quais 
contribuições você como 
monitor pode oferecer no 
cenário do surgimento de 
bullying ou cyberbulling 
em seu CM? 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Registre suas reflexões 
no Portfólio 
 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
26 
 
estimuladoras, desafiadoras, prazerosas, lúdicas e cujos conhecimentos posam ser aplicáveis às situações que 
enfrentarão em seu dia a dia. Enfim, são muitos os fatores concorrentes para o sucesso escolar. Dentre os quais 
podemos destacar a estabilidade emocional erigida em ambiente familiar e escolar nos quais medrem sentimentos 
de cooperação e ajuda ao próximo. 
Para não concluir, não podemos deixar de sublinhar alguns aspectos deste assunto que precisam 
compor a bagagem teórica dos profissionais que atuam como monitores de alunos nos Colégios Militares em todo 
o Brasil. Conhecer para atuar de forma reflexiva, consciente, segura, tranquila e com a finalidade de auxiliar com 
qualidade nossos alunos e assessorar com sabedoria os comandantes de Subunidade, de forma direta e na lide 
diária, e a todos os demais integrantes do CM, inclusive aos pais de alunos, sempre que necessário. 
Embora a linha que divisa o simples apelido da agressividade seja por demais tênue, as ocorrências 
de bullying não podem ser tratadas como uma forma de brincadeira inofensiva. Devem, ao contrário, merecer 
toda atenção e os cuidados requeridos pela situação. Lembramos que não cabe aos monitores decidir em situação, 
no calor dos fatos, se o que está presenciando é ou não bullying. O comportamento deve ser orientado para não 
ganhar corpo e transformar-se em um problema maior. 
Ressaltado várias vezes, nossos CM não são palco de manifestações de violência. Assim fica fácil 
adotarmos o princípio da prevenção. Você, Monitor, tem papel importante nas ações, cujo teor busque afastar de 
nossos discentes os sentimentos de violência, desprezo, orgulho, individualismo, indelicadeza, desatenção, 
brutalidade, sentimentos de menoscabo, inacessibilidade, rispidez, ações de malcriado, que tanto depauperam as 
relações humanas. 
Disseminemos boas ações e boas condutas. Que nos faltem adjetivos para qualificar os jovens 
estudantes militares de nossos educandários. Dóceis, afáveis, amorosos, afeitos ao coleguismo, ao amor pelo 
próximo, leais, companheiros, simples, dispostos a transformar o mundo em uma sociedade marcada por atos 
fraternos. Valores que viçosamente permeiam os meandros das atividades profissionais desenvolvidas na 
Caserna. 
Em consonância com nossa proposta pedagógica, não estamos preocupados somente em formar 
bons estudantes, alunos de destaque em certamos diversos, primeiros lugares em concursos militares ou 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
27 
 
universidades civis públicas ou particulares. Queremos um cidadão cujas ações em sociedade sejam pautadas 
pelo respeito pela ética, pelo cuidado com o próximo, com a natureza e com o planeta. Parece claro que a oficina 
onde este caráter será complementado é a escola. Daí nossa grande responsabilidade na formação da jovem – 
futura – nação brasileira. 
Eia Monitores! Aqui mais uma etapa concluída com pleno êxito. Sinta-se revigorado pela conquista! 
Dela brota o enredo para mais um grande desafio: fazer prosperar ações e atitudes de respeito, carinho e amizade 
verdadeiras entre nossos estudantes. Boa sorte!
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
28 
 
Referências/Leituras complementares indicadas: 
 
BALLONE, G. J. (2005) Maldade da Infância e Adolescência: Bullying. 
 
FANTE, C. A. Z. (2002) O fenômeno bullying e as suas conseqüências psicológicas. 
 
LEITE, R. L. O. (1999) A supervisão dos recreios: Uma medida eficaz na prevenção do bullying. 
 
LOPES NETO, A. A. (2004) “Diga não para o bullying”: Programa de redução do comportamento agressivo entre 
estudantes. 
A brincadeira que não tem graça – Disponível em: 
http://www.educacional.com.br/reportagens/bullying/default.asp. 
 
Bullying”: uma violência psicológica não só contra crianças – Disponível em: 
http://www.espacoacademico.com.br/043/43lima.htm. 
Como lidar com brincadeiras que machucam a alma – Disponível em: 
revistaescola.abril.com.br/edicoes/0178/aberto/bullying.shtml. 
GOFFMAN, Erving. Estigma: Notas Sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. Rio de Janeiro: Zahar, 
1975. 
LEONTIEV, Alexis N. Activité, Conscience, Personnalité. Moscou: Ed. Du Progrès, 1984. Em espanhol: 
Actividad, conciencia, personalidad. La Habana: Editorial Pueblo y Educación, 1983. 
WILLIS, Paul. Aprendendo a ser trabalhador: escola, resistência e reprodução social. Porto Alegre: Artes 
Médicas, 1991. 
WOODS, Peter. Investigar a arte de ensinar. Porto: Porto Editora, 1999. 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
29 
 
 
UNESCO. Além da questão da reprodução: mobilização, relação com o saber, eficácia da atividade. In: 
IRELAND, Vera et al. (Eds.). Repensando a escola: um estudo dos desafios de aprender, ler e escrever. 
Brasilia: UNESCO,MEC/Inep, 2007. Disponível em: 
<http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001512/151253por.pdf>. acesso em 08/03/2013, às 23:20h. 
CASTRO. João Bosco de. Essência Doutrinária 1. Polícia Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte. Oficina 
Redatorial “Guimarães Rosa”, 1996. 
COSTANTINI, Alessandro. Bullying: como combatê-lo? São Paulo. Itália Nova, 2004. 
 
FERREIRA, Taíza Ramos de Souza C. e SILVA, Tatiane Tavares. Bullying como um subtipo de violência no 
âmbito escolar e suas repercussões no campo da saúde e do direito. 2012. Disponível em: 
<http:www.observatoriodainfancia.com.br> Acesso em: 03 mar. 2013. 
LOPES NETO, AA. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria (Rio de Janeiro). 
2005: (S Supl): S164 – S172. 
MARRA, Célia Auxiliadora dos Santos. Violência escolar: a percepção dos atores escolares e a repercussão 
no cotidiano da escola. São Paulo: Annablume, 2007. 
MELO, Josevaldo Araújo de. Bullying na escola: como identificá-lo, como preveni-lo, como combatê-lo. 
Pernambuco. Editora Universidade de Pernambuco (EDUPE), 2010. 
REVISTA NOVA ESCOLA. Questões sobre bullying. Disponível em <http: www.revistaescola.abril.com.br> 
acesso em: 26 de fev de 2013. 
ROLIM, Marcos. Bullying: o pesadelo da escola. Um estudo de caso e notas sobre o que fazer. Dissertação 
de mestrado apresentada UFRGS, 2008. 
 
 Introdução à Sociologia da Educação 
30 
 
 
 
 
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: Cartilha 2010 – Projeto justiça nas escolas. Brasília - DF. 2010. 
 
 
 
STELKO-PEREIRA, Ana Carina; WILLIAMS, Lúcia Cavalcanti de Albuquerque. Reflexões sobre o conceito de 
violência escolar e a busca por uma definição abrangente. Temas psicol., Ribeirão Preto, v. 
18, n. 1, 2010. Disponível em 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141389X2010000100005&lng=pt &nrm=iso>. 
Acesso em 08 mar. 2013. 
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. Bullying não é legal! Disponível em 
<http:www.mp.sp.gov.br/portal/Page/Cartilhas/bullying.pdf> Acesso em: 27 de fev. 2013.

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