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ACONSELHAMENTO PASTORAL 2017

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ACONSELHAMENTO PASTORAL
Mateus 8.23 V
É a parábola de Jesus em que Ele compara o reino dos céus com um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. Chega um que lhe deve dez mil talentos, mas não tem como pagar. Seu senhor manda, então, que ele, toda sua família e seus bens sejam vendidos como pagamento da dívida. Desesperado, o servo prostra-se e pede paciência, perdão e misericórdia. Diz a Bíblia: “O senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida”.
Só que o mesmo servo logo depois encontra um conhecido que lhe devia uma quantia, o agride e exige que lhe pague. O conservo devedor humilha-se e implora, pedindo paciência e perdão. Em vez disso, o homem que havia sido perdoado pelo rei o lança na prisão. Ao tomar conhecimento do ocorrido, o monarca manda chamar o homem, lhe recorda do perdão que tinha recebido e o entrega aos carrascos, para que o torturem até que pague toda a dívida. E Jesus conclui: “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão”. Segue a síntese da pregação:
“Essa passagem deixa claro que perdoar é o único caminho para se ter saúde espiritual. Quem não perdoa vive uma vida espiritual pobre e moribunda. Quem não perdoa está morto diante de Deus em seu coração. É como um sino que ressoa (1 Co 13.1): algo que faz barulho, tem aparência e volume… mas não tem vida própria. Pior: quem não perdoa não será reconhecido por Jesus no último dia, pois não está pondo em prática um dos fundamentos da fé cristã: a certeza de que o bem que quero que me façam devo fazer ao outro. Se você gosta de ser perdoado, perdoe, para que haja saúde e sua vida espiritual não se perca.
O que seria perdoar? 
Romanos 12.17 nos dá a resposta:
“Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: ‘Minha é a vingança; eu retribuirei’, diz o Senhor.  Pelo contrário: ‘Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele’. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem”.
Não devolver mal com mal. Vencer o mal com o bem. Eis a resposta. Pois vingar-se significa vencer alguém mas deixar Satanás vencer você.
O grande engano dos cristãos é achar que perdão é algo emocional. Não é. Não tem a ver com “sentir” algo, mas com “fazer” algo. O perdão está relacionado a atos e atitudes. É ação. É agir como se o pecado nunca tivesse existido. As emoções, de acordo com a Bíblia e o Evangelho, estão sujeitas à razão. Assim, perdoar é um ato de sã consciência, é saber o que Deus quer. Se eu não perdoo, simplesmente isso mostra que não sou alimentado pela graça de Deus.
Então, o perdão ocorre em duas etapas: Primeiro se perdoa racionalmente (sabendo que aquilo é necessário, que é a vontade de Deus). É uma decisão mental, racional. O segundo passo são as ações. É não se alegrar com o mal que quem lhe ofendeu sofre. É orar pedindo que Deus ajude a pessoa que lhe ofendeu e que está em dificuldades. Mais ainda: é procurar quem lhe ofendeu e se oferecer para ajudá-lo no que ele precisa, com obras da graça e da bondade de Deus. E, por fim, é não causar danos ou perdas a quem lhe ofendeu.
É ao fazermos – ou não – tudo isso que demostramos quem de fato somos. Se pensamos em nós e em cumprir o que nossa justiça manda mais do que pensamos em Deus e na justiça dele, simplesmente estamos pecando. Pois nada é imperdoável quando contamos com a ajuda de Deus, nenhuma ofensa que nos fizeram é imperdoável. Tudo pode ser zerado.
Temos sempre que lembrar: não perdoar só satisfaz e alegra… o diabo.
Se dizemos que perdoamos nossos ofensores mas não retomamos a vida como tudo seguia antes da ofensa… na verdade não perdoamos. Pois isso mostra que ainda guardamos rancores, ressentimentos, medos, mágoas ou sentimento do gênero. É perdoar de boca mas não por obras. E a fé sem obras é morta. Fé sem perdão expresso em atitudes em prol de quem nos ofendeu não é fé cristã.
Não adianta eu saber orar se eu não souber perdoar. Minha oração não será respondida (Mt 6.14,15). Pois, se estou em litígio com Deus ao não perdoar meu próximo, o que posso esperar do Senhor? Nada.
A natureza desse assunto é grave. Pois Deus é perdoador. E, se eu não perdoo, não estou identificado com Deus. Não ando com Deus se não perdoo como Ele perdoa. E o perdão de Deus é absoluto, é uma quitação total da dívida e não parcial. O perdão verdadeiro nunca põe seus próprios interesses acima dos daquele que precisa de perdão (1 Co 13).
E para que perdoamos?  Primeiro, para ter paz com os outros. Segundo, para ter paz com Deus (Mt 6.15
A renovação da mente de Romanos 12.2 passa por demonstrar perdão. Pois só tem a mente de Cristo quem perdoa, esquece das ofensas e retoma a vida a partir do ponto onde ocorreu a ofensa. Quem não o faz não perdoou, não teve a mente renovada e não age conforme a natureza de Cristo. É um cristão que não age como Cristo. Que Deus nos ensine a perdoar e a praticar o perdão. Em cada situação e a cada dia. Que Deus cure quem não perdoa. Pois a falta de perdão é uma grave doença espiritual. Quem nasceu de novo tem obrigação de perdoar.
Que Deus nos perdoe da nossa demora em fazer o que Ele quer. Que Deus nos perdoe por não perdoar. Podemos encontrar mil desculpas para não perdoar, mas não perdoar aos olhos de Deus… não tem desculpa
 perdão é algo tão poderoso que tem efeitos positivos diretos na vida de quem perdoa e danosos na vida de quem não perdoa. A pessoa que não perdoa facilmente se denuncia. Primeiramente, pela face, porque a primeira coisa que vai embora do rosto daquele que acumula mágoa é o brilho e o sorriso espontâneo e gentil. Em segundo lugar, basta alguns minutos de conversa para que a pessoa esteja revele o interior, mostrando suas dores e ofensas não curadas no coração. Aos poucos surgem críticas, nomes, defeitos, inveja, sentimentos e traços negativos de quem está perdendo o melhor da vida e não está vendo.
Uma das faces ocultas da falta de perdão e que cega o indivíduo é que o maior prejudicado é ele mesmo, aquele que não perdoa. Essa pessoa fica cada dia mais ilhada, cercada de outros que carregam o mesmo sentimento. Por vezes, esse “adoecimento” da alma começa com uma ofensa não tratada, se desenvolve em uma mágoa e gera ao longo dos anos um rancor, que por si mesmo promove a inveja, normalmente nunca admitida, e que se não for tratada, chega ao ódio. Esse pecado, se não confessado e deixado, se transforma em uma ferida que dificilmente não deixará cicatrizes. A falta de perdão tem a capacidade de envelhecer uma pessoa jovem. Aos poucos, esse indivíduo vai se achando superior, pois para o orgulho ferido e falta de perdão, apenas os outros precisam mudar.
Você tem facilidade para lidar com o perdão? Acredito que a resposta seja “não”, porque lidar com o perdão não é uma tarefa tão fácil. Todavia, perdoar é um dos atos básicos da fé cristã. Nossa entrada na vida cristã só foi possível porque recebemos perdão de nosso Deus e Pai. Trata-se de um assunto bem tratado e claro em toda a Escritura Sagrada. Deus nos perdoou, mediante a obra de seu Filho Jesus, feita na cruz do Calvário em nosso favor. Amor e perdão sempre caminham juntos. “Deus é amor”, é a mais formosa definição que a Bíblia apresenta. E a maior prova do Seu amor para conosco foi perdoar todos os nossos pecados. Porque Ele nos ama, Ele nos perdoou. O perdão é, então, um atributo comunicável de Deus para todos nós.
Perdoar é um mandamento da Palavra de Deus. Não é um sentimento, nem depende da nossa vontade ou emoção, mas é fruto de uma decisão de obediência a Deus e Sua Palavra. A Bíblia diz: “Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo vos perdoou” (Efésios 4.32). E também: “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha queixa contraoutrem. Assim como o Senhor nos perdoou, assim também perdoai vós” (Colossenses 3.13).
Quando Deus nos perdoou, colocou um fim à situação desastrosa em que nos encontrávamos, pois, estávamos condenados a morte como consequência do nosso pecado de desobediência. Deus nos chamou para uma nova vida, na qual o amor e o perdão sempre têm a sua máxima expressão. Perdoada a nossa ofensa, o relacionamento amoroso que nos une ao Pai Eterno foi restaurado. Diante desse ato de misericórdia e amor imerecido devemos, do mesmo modo, estender perdão a todo aquele que nos ofender. O perdão de Deus deve gerar em nosso coração o desejo de perdoar, incondicionalmente, tal como Ele fez conosco.
Perdoar significa deixar de considerar o outro com desprezo ou ressentimento. É ter compaixão, deixando de lado toda a ideia de vingar-se daquilo que foi feito ou das consequências que sofremos. O perdão é libertação para nossa alma e para nossa vida interior. A base para o ato de perdoar é o completo e livre perdão que recebemos do Pai. Assim como Ele nos perdoou, nós perdoamos. Como filhos de Deus, o perdão que expressarmos deve ser análogo ao Seu perdão: “Perdoando-vos uns aos outros como, também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Efésios 4.32), ensina o apóstolo. É inconcebível viver sob o perdão de Deus sem perdoar ao próximo. Quando Jesus ensinou Seus discípulos a orar, colocou um pedido ao Pai: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado os nossos devedores” (Mateus 6.12). É esse espírito de perdão que deve permanecer em nós. Se o Pai, antecipadamente, nos perdoou quando não éramos merecedores, em gratidão ao Seu amor perdoador, devemos também perdoar aos que nos ofendem. O perdão deve ser uma característica do nosso viver cristão. Se o amor perdoador de Cristo foi sacrificial – Ele se deu por nós –, da mesma forma devemos expressar amor dando-nos, em amor, por aquele que nos ofendeu.
Quando devemos perdoar? Há dois momentos, em especial, que o perdão deve se expressar:
• No momento em que somos atingidos, ou injuriados, maltratados, ofendidos e perseguidos. O exemplo de Estêvão mostra que ele perdoou no mesmo momento da agressão recebida: “Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado” (Atos 7.60). Apedrejado até a morte, Estevão não pensou em si, apenas na situação dos agressores diante de Deus; perdoou-os e rogou por eles. Eis aí manifesto o mais elevado e magnífico espírito cristão de perdão. Esse primeiro mártir da fé cristã imitou o Senhor Jesus, que orou na cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.34).
• Quando aquele que ofendeu pede perdão. Devemos estar preparados para perdoar, tão logo nos for solicitado o perdão. Deve ser uma atitude imediata e sem guardar ressentimento algum. Isso se expressará mais facilmente na medida em que amadurecemos em nossa vida espiritual. O perdão tem de ser um ato de nossa vontade disciplinada. Ele não é um sentimento, nem é facultativo. Ele resulta em colocar a nossa vontade sob a vontade de Deus.
Quantas vezes devemos perdoar? Essa foi a pergunta que Pedro fez a Jesus. A resposta do Senhor trouxe algo novo, demonstrando que já não estamos sob a Lei, mas sobre a graça de Deus. “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mateus 18.21, 22). Se a Lei determina um número de vezes para perdoar, o Evangelho de Cristo não determina números, mas a aplicação do amor em grau infinito. E o perdão a si próprio? Muitas vezes, antes de podermos perdoar os outros, devemos perdoar a nós mesmos. Habitualmente, somos mais duros conosco do que com os outros. Devemos recordar que Cristo nos perdoou. Mateus 22.39 nos ensina: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Precisamos sentir que Ele nos ama e já nos perdoou. Para que isso ocorra, devemos lembrar a posição em que Deus já nos colocou: “Nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Efésios 2.6). Precisamos nos ver como somos aos olhos de Deus e não segundo os nossos incorretos sentimentos. Em Cristo está a nossa vitória!
Quem perdoa vive mais e melhor, vive por cima e não por baixo. Vive para o céu! Perdoar é essencial ao nosso bem estar interno e ao testemunho externo da igreja. Sem essa prática, as ervas daninhas da amargura, do ódio e do ressentimento impedirão que você desfrute de uma vida plenamente feliz.
Você não pode obrigar que todos gostem de você, ou mesmo que aceitem seu perdão; porém, o seu coração precisa estar livre para dar e receber. Com 43 anos de idade e 21 de ministério pastoral, imagine quantas vezes precisei e preciso viver esse mandamento de Deus para poder prosseguir e continuar? Perdoar não é gostar do estilo de vida do outro, perdoar é poder orar para que Deus abençoe e prospere aquele que deseja o seu mal. Perdoe e sua vida será transformada e sua fé, fortalecida! Que Deus nos ajude!

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