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revisao av2 processo penal 1

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ATÍPICA, POSSIBILIDADE, PRODUÇÃO, EFEITO, COISA JULGADA MATERIAL. Pet 3943 / MG - MINAS GERAIS PETIÇÃO Relator(a): Min. CEZAR PELUSO Ementa EMENTA: INQUÉRITO POLICIAL. Arquivamento. Requerimento do Procurador-Geral da República. Pedido fundado na alegação de atipicidade dos fatos. Formação de coisa julgada material. Não atendimento compulsório. Necessidade de apreciação e decisão pelo órgão jurisdicional competente. Inquérito arquivado. Precedentes. O pedido de arquivamento de inquérito policial, quando não se baseie em falta de elementos suficientes para oferecimento de denúncia, mas na alegação de atipicidade do fato, ou de extinção da punibilidade, não é de atendimento compulsório, senão que deve ser objeto de decisão do órgão judicial competente, dada a possibilidade de formação de coisa julgada material. CASO 6 Paula, com 16 anos de idade é injuriada e difamada por Estevão. Diante do exposto, pergunta-se : a) De quem é a legitimidade ad causam e ad processum para a propositura da queixa? b) Caso Paula fosse casada, estaria dispensada a representação por parte do cônjuge ou do seu ascendente? Em caso positivo por quê? Em caso negativo quem seria seu representante legal? c) Se na data da ocorrência do fato Paula possuísse 18 anos a legitimidade para a propositura da ação seria concorrente ou exclusiva? CASO 6 Resposta Sugerida: A ) Paula tem capacidade de ser parte ( legitimatio ad causam) uma vez que foi vítima do crime, entretanto não possui capacidade para estar em juízo praticando atos processuais válidos ( legitimatio ad processum). Assim sua incapacidade terá que ser suprida através da representação. B - Para alguns Paula, sendo emancipada, não teria mais representante legal, podendo, assim, propor a queixa. Segunda a melhor doutrina ainda que emancipada Paula é inimputável, já que a emancipaçõ só gera efeitos civis, e caso fizesse falsas afirmações não estaria sujeita as sanções pela prática do injusto penal de Denunciação Caluniosa. Assim necessária a intervenção do representante legal e não possuindo Paula representante legal, seria viável a nomeação de curador especial ( artigo 33 do CPP). C ? De acordo com o disposto no art. 5ºdo Código Civil a menoridade cessa a partir dos 18 completos. Assim não faz sentido que no processo penal permaneça a legitimação concorrente para os maiores de 18 e menores de 21 anos , pois os maiores de 18 anos são pessoas habilitadas para todos os atos da vida civil. Segundo a melhor doutrina o artigo 34 do CPP, assim como outros dispositivos do Código de Processo Penal, perdeu o objeto e foram revogados. Ver: Rangel, Paulo. Direito Processual Penal , Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, 15ª ed., pág. 233-244. Lima, Marcellus Polastri. Manual de Processo Penal. 2009. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 4ª ed., pág 240-241 CASO 7 Antonio, professor conceituado, certa noite, ao chegar à casa, depara-se com Alfredo, que a havia invadido com a finalidade de furtar bens móveis. Alfredo, tão logo vê Antonio, efetua vários disparos na direção do mesmo, tendo este também sacado de sua arma e efetivado dois disparos em Alfredo, que o atinge mortalmente. Antonio, por orientação de seu advogado, preparava-se para deixar o local, de modo a que não fosse preso em flagrante. Entretanto, antes que Antonio saísse de casa, chegou José, que é Promotor de Justiça. O Promotor, depois de ouvir a versão acerca dos fatos, deixou de efetivar a prisão de Antonio por entender que ele agiu em legítima defesa e, por isso, não seria justo prendê-lo em flagrante. Indaga-se:
 
a) Estaria o Promotor, diante de tal circunstância, obrigado a efetuar a prisão em flagrante? b) Se José fosse delegado de polícia a situação se alteraria? Caso não efetuasse a prisão por ser amigo de Antônio, poderia estar incurso em algum dispositivo do código penal. CASO 7 Resposta sugerida: O promotor de justiça e o juiz podem efetuar a prisão em flagrante, mas não estão obrigados a fazê-lo, pois o flagrante nesse caso é facultativo; analisam inclusive a possibilidade de uma legítima defesa no caso narrado. Em relação à letra b), o delegado é obrigado a efetuar a prisão em flagrante; trata-se de flagrante obrigatório, previsto no art. 301 do CPP; se o delegado efetuasse a prisão em flagrante estaria agindo no estrito cumprimento do dever legal, em deixando de efetivar a prisão estaria cometendo o delito de prevaricação, nos moldes do art. 319 do CP. CASO 8 Maneco Branco estava sob suspeita de traficar drogas nas imediações de uma casa noturna frequentada por jovens da classe média da zona sul da cidade. Foi assim que policiais da circunscricional local postaram-se em condições de observar a dinâmica do negócio espúrio: de tempos em tempos, Maneco entrava e saía da de uma casa próxima, para entregar alguma coisa a pessoas, que iam na direção da referida casa noturna. Sendo assim, os policiais, às 22h, ingressaram na casa mediante pontapés, e lograram encontrar 100kg de cocaína, 1000 papelotes de ácido e 5000 comprimidos de êxtase. Maneco foi preso em flagrante. A prisão de Maneco foi legal? CASO 8 Resposta sugerida: Maneco estava em flagrante delito, pois tinha em depósito a substância entorpecente. Trata-se de crime permanente e o agente está em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. Art. 302, I e 303 do CPP. Sendo assim, a CRFB, no seu art. 5º, XI, autoriza o ingresso na residência de alguém em situação flagrancial. CASO 9 Claudão estava na porta de uma casa noturna, pretendendo nela ingressar, de qualquer maneira, mesmo não dispondo de dinheiro para pagar o ingresso ou de convite distribuído a alguns frequentadores. Vendo que não conseguia o seu intento, resolveu apelar para o golpe: vou entrar só para ver se encontro um amigo, que marcou aqui na porta, disse ao porteiro. Como o porteiro não foi na conversa, Claudão começou a insultá-lo e nele desferiu dois socos bem colocados, causando-lhe um inchaço na testa e escoriações no cotovelo direito, ferimento esse decorrente da queda do agredido ao chão. Policiais-militares, chamados ao local, deram voz de prisão ao Claudão, e o conduziram, juntamente com a vítima, à circunscricional, onde Claudão foi logo autuado em flagrante delito. Indaga-se: a. foi correta a prisão de Claudão pelos policiais militares? b. O fato narrado, por si só, ensejava a lavratura do auto de flagrante? CASO 9 Respostas sugeridas: a- Foi correta pois o mesmo encontrava-se em flagrante delito, haja vista ter sido encontrado agredindo o porteiro, art. 302, I do CPP b- A lesão corporal leve, por se tratar de infração de menor potencial ofensivo, a teor do que dispõe o art. 61 da lei 9099/95, a autoridade policial deveria lavrar termo circunstanciado, na forma do art. 69, p. único da citada lei, e não o auto de prisão em flagrante. CASO 10: Wladimir e Otaviano, policiais civis, vão até a uma favela da região e, no intuito de incriminar Godofredo como traficante de droga, fingem ser compradores de maconha e o induzem a lhes vender a erva. Quando Godofredo traz a droga, os policiais efetuam a prisão em flagrante por infringência do art. 33, da Lei nº 11.343/06. Pergunta-se: Essa prisão é legal? Resposta fundamentada. CASO 10 Resposta sugerida: Segundo a jurisprudência sumulada no STF, ?não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação (Verbete 145, STF). Todavia, o caráter permanente da infração
 
autoriza concluir que estava o agente em estado flagrancial, posto que levava consigo a substância entorpecente, sendo certo tratar-se de uma das modalidades do tipo múltiplo do art. 33 da Lei nº 11.343/06. Observa-se que não houve induzimento do policial para que o traficante portasse a droga. Ele já a portava, de forma permanente. No caso de entorpecente, o estado de flagrante é permanente, infração chamada delicta facti permanentis, nas modalidades de guardar, ter em depósito, trazer consigo. A prisão é, portanto, legal, tanto que não restou impedida a consumação do ilícito penal, logo o IP será instaurado pelo APF. CASO 11 Genésia, 19 anos de idade,foi vítima do crime previsto no art. 213 caput do CP praticado por Regiclécio. Genésia, assustada, foi pra casa e comunicou o fato a seu pai, que imediatamente noticiou o fato à delegacia local. Após algumas diligências, horas depois do crime, a autoridade policial logrou prender Regiclécio em sua residência. O auto de prisão em flagrante foi lavrado nos termos do art. 306 do CPP. Diante do exposto, pergunta-se: a) A situação acima caracteriza flagrante delito? Em caso positivo, diga qual a espécie, indicando o dispositivo legal. b) Agiu corretamente a autoridade policial na condução da diligência, bem como na lavratura do auto de prisão em flagrante?
 Resposta sugerida: A hipótese caracteriza o flagrante presumido, previsto no art. 302, IV do CPP. Não agiu corretamente a autoridade policial, haja vista tratar-se de crime de ação penal pública condicionada à representação, nos termos do art. 225 caput do CP. Dessa forma, Genésia, vítima maior e capaz, é a única legitimada a ofertar a representação em sede policial necessária à lavratura do auto de prisão em flagrante.
 CASO 12 Rosivaldo Loureiro foi preso em flagrante por policiais militares pela prática do crime previsto no art. 12 da lei 10.826/03. Narra o auto de prisão em flagrante, que o preso guardava em sua residência 03 (três) revólveres calibre 38, em desacordo com a regulamentação legal. O APF foi comunicado ao juiz no prazo legal acompanhado da folha de antecedentes criminais de Rosivaldo, onde não constava nenhuma anotação. À luz das características da prisões cautelares, diga se é possível que Rosivaldo responda ao processo em liberdade.
 Resposta sugerida: É possível que Rosivaldo responda ao processo em liberdade haja vista que o crime tem pena de detenção de 1 a 3 anos, e ainda que condenado a pena máxima, caberá a substituição por pena restritiva de direitos, por se tratar de réu primário e de bons antecedentes, e não ser o crime praticado com violência ou grave ameaça. É a aplicação do princípio da homogeneidade que regem as prisões cautelares, que nos informa que ?a medida cautelar a ser adotada deve ser proporcional a eventual resultado favorável ao pedido do autor, não sendo admissível que a restrição, durante o curso do processo, seja mais severa que a sanção a ser aplicada caso o pedido seja julgado procedente? (RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 15ª ed., pág. 659-660). OBSERVAR OS ARTS. 282, 313 E 3

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