Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ELEMENTOS DO ESTADO – TERRITÓRIO INTRODUÇÃO A noção de território como componente necessário do Estado só apareceu com o Estado Moderno Na cidade-Estada não havia ensejo para conflitos de fronteiras, logo, não chegou a surgir a necessidade de uma clara delimitação territorial Durante a Idade Média, com a multiplicação de conflitos envolvendo ordens e autoridades, tornou-se indispensável essa definição que estaria atrelada a duas noções: 1. Soberania: que indicava o poder mais alto 2. Território: onde esse poder seria efetivamente mais alto Obs: a definição não ocorreu na idade média. Até porque ainda vivia-se sob uma política expansionista. ATRAVÉS DA DELIMITAÇÃO QUE SE PODE ASSEGURAR A EFICÁCIA DO PODER E ESTBILIDADE DA ORDEM MANEIRAS DE COMO AS DOUTRINAS PODEM EXPLICAR A IMPORTÂNCIA DO ESTADO EM RELAÇÃO AO TERRITÓRIO O território é elemento constitutivo essencial ao Estado, que o delimita fisicamente. O território é condição necessária exterior ao Estado, já que delimita o espaço de atuação do poder público. (Burdeau) O território não chega a ser um componente do Estado, e sim, é o espaço de validade da ordem jurídica estatal. Onde vigora com exclusividade. (Kelsen) TEORIAS RELATIVAS AO RELACIONAMENTO DO ESTADO COM SEU TERRITÓRIO Teoria do domínio - LABAND A relação seria de domínio, atuando o Estado como proprietário do seu território, sobre o qual têm direitos, podendo, por exemplo, dele usar e dispor segundo regras próprias Princípios que não se aplicam a propriedade privada Espécie de direito: direito real de natureza pública: exercido diretamente sobre a coisa, o território, independentemente de saber se ele é ocupado ou não. E/ou direito real institucional ( exercido diretamente sobre o solo, e seu conteúdo é determinado pelo que exige o serviço da instituição estatal. CONCILIAÇÃO: A doutrina concilia as duas posições, considerando que entre o Estado e o território existe um domínio eminente, enquanto que, entre o particular e a porção que ocupa do território, existe um domínio útil Teoria do Império – Jellinek O Estado possui o imperium, um poder exercido sobre pessoas e é através destas que o Estado tem poder sobre o território Quanto aos territórios desabitados, o Estado poderia agir sempre que alguém estivesse nessas partes Espécie de direito: direito reflexo. Pois, o direito do Estado ao território é apenas um reflexo da dominação sobre as pessoas Teoria sui generis – NELLETTI O território é o espaço dentro do qual o Estado exerce seu poder de império. Este poder se exerce sobre tudo, pessoas e coisas, que se encontra no território Espécie de direito: o direito do Estado sobre o seu território, isto é, pessoas ou coisas, é expressão de seu ius imperium QUAIS OS PONTOS COMUNS ÀS TEORIAS JURÍDICAS QUE EXPLICAM O CONCEITO DE TERRITÓRIO E SUA RELAÇÃO COM O ESTADO? Não existe um Estado sem território O território delimita o espaço de soberania do Estado O território é objeto de direitos do Estado A PERDA TEMPORÁRIA DO TERRITÓRIO FAZ DESAPERECER O ESTADO? Não. O Estado permanece existindo enquanto não for comprovada a impossibilidade de voltar a exercer seu poder soberano sobre o território perdido. TERRITÓRIO É o componente espacial do Estado. É a porção de terra pela qual o Estado exerce sua soberania. Princípio da Impenetrabilidade: reconhece ao Estado o monopólio de ocupação de determinado espaço, sendo impossível que no mesmo lugar e ao mesmo tempo convivam duas ou mais soberanias. EXISTEM DUAS ESPÉCIES DE TERRITORIO 1. Território em sentido amplo/ estrito/ propriamente dito É a porção circunscrita pela fronteira nacional elementos: solo, subsolo, mar territorial, espaço aéreo nacional e plataforma continental Mar Territorial Nacional: a lei territorial define mar territorial como 12 milhas náuticas. Depois das 12 milhas a lei faz referência à chamada zona contígua que também é de 12 milhas. A partir das 12 milhas náuticas têm mais 180, é a chamada zona econômica explorável. Diferença: Na zona contígua, o Estado pode exercer o seu poder de polícia para proteger seu território, exercer fiscalização aduaneira, sanitária e de imigração. Na zona econômica, o Estado tem a preferência na exploração econômica Plataforma continental: é o solo e subsolo do mar territorial Espaço Aéreo: vai até a linha de Karman (100 km acima do nível do mar) 2. Território em sentido amplo/ficto ou por extensão Embarcação pública nacional onde quer que esteja Embarcação particular no mar territorial nacional e no mar internacional Aeronave pública nacional onde quer que esteja Aeronave particular nacional no espaço aéreo nacional ou no internacional Princípio da Passagem Inocente: Se um fato é cometido a bordo de um navio ou avião estrangeiro de propriedade privada, que esteja apenas de passagem pelo território brasileiro, não será aplicado a nossa lei, se o crime não afetar em nada nossos interesses. Princípio do Pavilhão ou da Bandeira: quando a embarcação ou aeronave estiver em alto-mar ou em espaço aéreo correspondente, aplica-se a lei do país cujo pavilhão, estiver matriculado. Quanto às embarcações e aeronaves militares brasileiras, são consideradas como parte do território nacional, mesmo quando em Estado estrangeiro. MODO DE AQUISIÇÃO DO TERRITÓRIO OCUPAÇÃO: se dá quando o Estado se apropria de um território que não é de nenhum outro Estado (res nullius), exercendo posteriormente, sua soberania quando ocupado ACESSÃO: acréscimo de um território Natural Aluvião: lento e gradual. Ex: rio que foi secando. Avulsão: repentino e violento. Ex: vulcão que expele magma. Artificial ( ex: “ enterrar o mar”) CESSÃO: Ceder ou comprar. Transferência de território. Pode ser voluntária ou involuntária, total ou parcial. PRESCRIÇÂO AQUISITIVA OU USUCAPIÃO: posse de território por domínio efetivo, ininterrupto e pacífico por longo prazo de duração, de modo, que seja suficiente para presumir a renúncia de seu antigo soberano. PELA GUERRA: CONQUISTA: domínio de todo o território ANEXAÇÃO: domínio de uma parte do território CLASSIFICAÇÃO DOS TERRITÓRIOS E DAS FRONTEIRAS ESPÉCIES Político: o Estado exerce sua soberania sem restrição Metropolitano. ( ex: Portugal) Colonial. (ex: Brasil) Comercial. (ex: ÁFRICA) LIMITE Corresponde a uma “linha”, é de cunho interno FRONTEIRAS Corresponde a uma região, é de cunho internacional Limite geográfico de entidades políticas ou jurisdições Podem ser: Artificiais: fixadas por meio de tratados Naturais: estabelecidas por acidentes geográficos Esboçadas: quando não estabelecidas com precisão Vivas: quando há muita movimentação humana Mortas: quando há pouca movimentação humana CONSIDERAM-SE EXTENÇÕES DO TERRITÓRIO NACIONAL As aeronaves ou embarcações públicas, onde quer que estejam, e os aviões ou navios de guerra em serviço militar ou em serviço oficial Às aeronaves e navios particulares aplicam-se as seguintes regras: Se no Brasil, aplica-se a lei brasileira Se no exterior, aplica-se a lei estrangeira Se em águas internacionais ou espaço aéreo correspondente, a lei do país cuja bandeira estiver ostentando ( Princípio do Pavilhão ou da Bandeira) EX: Em um navio mercante sueco atracado no porto do Rio Grande, um tripulante mata outro, ambos naturais do país da embarcação. Aplica-se a lei brasileira. A bordo de embarcação brasileira de propriedade privada, em alto-mar, um estrangeiro pratica crime contra brasileiro. Aplica-se a lei brasileira. A bordo de um avião comercial brasileiro, procedente de Buenos Aires, com destino a Florianópolis, mas ainda em espaço aéreo argentino, ocorre um crime, sendo autor e vítima naturais do país vizinho. A lei brasileira não é aplicável.
Compartilhar