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Resumo Civil Direito das obrigações – reflexo do direito Informações históricas: Antiguidade: conforme o nascimento da sociedade. Lei de talião – responsabilidade civil Direito Romano: nexum (empréstimo), manus datio (compromisso), contractum (pacto) Direito canônico: servia para manter o poder fazendo surgir o contrato (Igreja, monarca, senhores feudais) Revolução industrial: assim como no direito canônico, os burgueses usavam dos contratos para manter o seu poder Contemporaneidade: devido as duas grandes guerras há uma mudança nos contratos, surgem contratos que variam conforme a circunstância. No Brasil, pela CF/88 há uma humanização das obrigações mas poucos dispositivos mudaram Importância: São obrigações de origem privada. Através do direito obrigacional os bens circulam na sociedade, podendo de forma licita ou ilicitamente (responsabilidade civil) Em um contrato há a vontade das partes estabelecendo uma obrigação, já em um ato ilícito não há essa vontade e a obrigação vem da força da lei, ou seja, da reparação Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. Conceito CC/16: obrigação é a relação transitória de direito, que nos constrange a dar, fazer ou não fazer alguma coisa economicamente apreciável, em proveito de alguém que, por ato nosso, de alguém conosco relacionado, ou em virtude de lei, adquirem o direito de exigir de nós esta ação ou omissão Álvaro Villaça Azevedo: obrigação é a relação jus-transitoria de natureza econômica pela qual o devedor fica vinculado ao credor, devendo cumprir determinada prestação social positiva ou negativa, cuja inadimplência enseja a este executor o patrimônio daquele para a satisfação de seu interesse Decomposição do conceito Relação Jurídica Transitória Entre credor e devedor Objeto: prestação positiva ou negativa Convertível em valor monetário Garantia pelo patrimônio do devedor Obrigação é o vínculo jurídico que confere ao credor o direito de exigir do devedor o cumprimento de determinada prestação. Corresponde a uma relação de natureza pessoal, de crédito e débito, de caráter transitório, cujo objeto consiste numa prestação economicamente aferível. Fontes das obrigações Primaria/imadiata: lei Secundaria/mediata Negócios jurídicos: há uma negociação entre as partes que estabelecem os efeitos Atos jurídicos lícitos: não há negociação mas a vontade das partes se faz presente Atos jurídicos ilícitos: não possui nenhum dos dois elementos, lesa a Le Elementos da relação obrigacional Pessoais Elemento subjetivo ou sueito: são elas o credor e devedor, ou seja, sujeito ativo e sujeito passivo respectivamente As relações vindas dos negócios jurídicos se misturam, isto é, depende do objeto analisado - em questões objetivas o referencial é o bem da vida, objeto. Pelo art. 104 os agentes tem que ser capazes, deve possuir uma determinabilidade. Podem físicas ou jurídicas e pode haver mais de uma pessoa em seus pólos Materiais Elemento objetivo. Pode ser positivo ou negativo, uma entrega ou omissão (por exemplo). Precisa ser apreciável economicamente – convertível em dinheiro Licito possibilidade e determinabilidade Objeto mediato: obrigação de dar - fazer ou não fazer Objeto imediato: bem da vida – objeto Jurídica Elemento imaterial. Trata-se do vinculo que liga as partes aos bens, não visível Faz com que as partes fiquem ligadas transitoriamente por interesses antagônicos Estrutura da relação jurídica obrigacional Dever de prestar (-): debito ou dever de prestar, é certo cumprir - SCHULD Direito de crédito (+): conseqüência do descumprimento do dever, responsabilidade – HAFTUNG Resumo: o débito (Schuld), consiste na obrigação de realizar a prestação e dependente de ação ou omissão do devedor, e o da responsabilidade (Haftung), na qual se faculta ao credor atacar e executar o patrimônio do devedor a fim de obter o pagamento devido ou indenização pelos prejuízos causados em virtude do inadimplemento da obrigação originária na forma previamente estabelecida. O dever e a responsabilidade são forças que levam ao cumprimento de um dever Toda obrigação natural/moral há o SCHULD, mas não o HAFTUNG. Em poucos casos há apenas a responsabilidade como no caso dos fiadores Classificação doutrinaria das obrigações Agente / objetos Simples Complexo Responsabilidade Fracionaria: divide-se Solidaria: o credor tem a possibilidade de cobrar o quanto ele quiser de apenas uma das pessoas, ele decide. As partes que participam disso e não pagam diretamente ao devedor na primeira situação tornam-se devedores da primeira pessoa que pagou Disjuntiva: têm como objeto duas ou mais prestações (objeto múltiplo), e o devedor exonera-se cumprindo apenas uma delas. Altera o objeto inicial simples para um complexo, não há relação inicial entre os devedores que igualmente em razão do fato exterior podem ser alterados Subsidiaria: há uma ordem a ser cobrada Objeto buscado Cumulativo: entrega de todos (e) Alternativo: entrega de um ou outro, cabe ao devedor escolher qual entregar Facultativo: alguma coisa abre essa outra opção para o devedor Divisível: apenas pela sua natureza Indivisível: pode ser indivisível por sua natureza ou por vontade das partes/lei Conteúdo Resultado: o que interessa é o resultado final. Ex: pedreiro, cirurgião plástico. Meio: interessa o procedimento, como atividades médicas Garantia: não é nenhuma prestação, mas uma garantia de algo – segurança. Ex: seguro, fiador Autonomia: Principais: independente do acessório Acessórios: sempre segue o principal Elementos acidentais Obrigação condicional: evento futuro incerto Modal: Termo: um ônus Liquidez: Liquida: total ciência do valor a ser prestado Iliquida: valor a ser determinado. Ex: divida por ato ilícito de dano moral Natureza Civis: quando há debito e responsabilidade exigíveis, bem como um direito a que o credor é titular. Ex: pagamento de alimentos Naturais: há apenas o dever Comerciais: vem da atividade mercantil – sociedade e empresas individuais Propter REM: ela é própria do bem. Ex: multa de carro Modalidades legais das obrigações DAR Definição: é aquela obrigação havida em virtude do qual o devedor fica jungido a promover, em beneficio do credor, a tradição da coisa (móvel oi imóvel) já com o fim de outorgar em novo direito, já com o de restituir a mesma a seu dono. Tradição: é a entrega, se for de coisa móvel pequena é pela entrega física e de bens grandes são feitos de forma simbólica. A entrega dos bem imóveis é feita pela escritura publica e registrada Decomposição: DAR: coisa certa (definida, individualizada, determinada) ou coisa incerta (determinável). RESTITUIR: há uma transferência de posse temporária. RESUMO: na de dar, quem recebe algo é o credor, na de restituir quem recebe é o dever, como um empréstimo. Efeitos jurídicos: DAR Perecimento: Com culpa do devedor:: equivalente em dinheiro + perdas e danos Sem culpa:ela se resolve, acaba a obrigação Deterioração da coisa Com culpa do devedor: equivalente em dinheiro, aceitar + perdas e danos Sem culpa do devedor: resolve ou aceita abatido do valor o prejuízo Melhora: se é antes da tradição o dono pode aumentar o valor, o credor pode aceitar e pagar a diferença ou resolve a obrigação. FRUTO PERCEBIDO: separado do principal, são do devedor. FRUTOS PENDENTES: ligado ao principal (acessório), são do credor RESTITUIR Perecimento Com culpa: equivalente + perdas e danos Sem culpa: resolve Deterioração da coisa Com culpa: equivalente ao estrago + perdas e danos Sem culpa: recebe como ta Melhora: se não houve investimento do devedor passa o “lucro” para o credor, mas se há trabalho do devedor isso vai depender da benfeitoria: Úteis: melhora Necessárias: faz para não estragar o bem Voluptuárias: por puro deleite Obrigação de dar coisa incerta Identificação: por gênero e quantidade Escolha: chamado de concentração,momento em que se individualiza. Havendo o perecimento ANTES da concentração é possível a substituição não afetando o resultado final. – a obrigação será sempre exeqüível. Se o perecimento ocorrer DEPOIS da concentração, sendo caso fortuito ou força maior (sem culpa do devedor) a obrigação se resolve, caso seja por culpa do devedor ele dara o equivalente em dinheiro + perdas e danos As partes definem quem fará a escolha, no silencio delas cabe ao devedor fazer a concentração, buscando um “meio-termo” Execução: se houver um descumprimento da obrigação é possível ajuizar uma ação. Se for um bem móvel é pelo mandato de busca e apreensão, se for imóvel é pelo mandado de imissão Obrigação de fazer Definição: abrange o serviço humano em geral, seja material ou imaterial, a realização de obras e artefatos, ou a prestação de fatos que tenham utilidade para o credor. A prestação consiste, assim, em atos ou serviços a serem executados pelo devedor. Pode-se afirmar, em síntese, que qualquer forma de atividade humana, lícita, possível e vantajosa. ao credor, pode constituir objeto da obrigação DAR x FAZER: de houver tradição é de dar, caso contrario é de fazer Espécie: podem ser infungíveis que é o caso de profissionais de confiança, caso a obrigação não seja realizada por culpa é por perdas e danos, se for sem culpa ela se resolve. Também podem ser fungíveis, caso de técnicos em geral, se puder se executada por terceiros ele paga perdas e danos + outra pessoa para executar Execução: aplicação de multa para cada dia de desobediência, tem que pagar 50 mil que leva a pessoa com certa agilidade Obrigação de NÃO FAZER Definição: impõe ao devedor um dever de abstenção - o de não praticar o ato que poderia livremente fazer, se não se houvesse obrigado Limitação: liberdades individuais Inadimplemento: caso seja por ordem judicial, força maior, coerção é sem culpa, portanto extingue-se. Com culpa ele deverá desfazer + perdas e danos, quando apenas desfazer não funcionar aplica-se perdas e danos referentes ao período Execução: Obrigações divisíveis e indivisíveis Definição: são aquelas obrigações complexas ou compostas com uma relação juridica obrigacional na qual se apresentam mais de um credor ou mais de um devedor cumprindo-se indagar se a prestação se divide ou não entre as partes Divisíveis: é a coisa que se pode fracionar em porções reais ou distintas, formando cada qual um todo perfeito sem que este altere a sua substancia. Ex: dinheiro Indivisíveis: é aquela prestação que não se pode fracionar em porções reais e distintas. Pode advir da sua natureza (jóia), de convenção (coleção) das partes ou da lei (espolio da massa falida). Se o há uma pluralidade de devedores cada um será obrigado pela divida toda (espécie de solidariedade) Efeitos: pluralidade de devedores e credores Perdão: remição – pagar, remissão – perdoar Perda ou perecimento: Obrigações alternativas: Definição: obrigação com múltiplos objetivos iniciais e quando há escolha um satisfaz o credor ALTERNATIVA x INCERTA: a alternativa é complexa, tem seu objeto certo ou incerto. No caso da coisa incerta há dois atos de concentração Concentração: tem como efeito transformar objeto de complexo em simples, caso haja trato sucessivo ela renova-se. A escolha é feita de acordo com a vontade das partes, em seu silencio cadê ao devedor e em ultimo caso cabe ao juiz Inadimplemento: se for sem culpa ele entrega o que sobrar, se todas perecerem a obrigação se extingue. Se ocorrer com culpa dependerá de cabe a escolha, se ela for do devedor ele da a que sobra e caso não sobre nada cabe perdas e danos + equivalente ao que por ultimo se impossibilitou. “a pagar o valor da que por último se impossibilitou mais as perdas e danos que o caso determinar” (CC, art. 254). Se a escolha couber ao credor cabe perdas e danos ou o que sobrar, se todos perecerem cabe equivalente + perdas e danos Obrigação solidária: “joint obligation”: obrigações aglutinadas Definição: exceção da regra da obrigação de dividir em tantas partes quantas forem os sujeitos, podendo cada um exigir do devedor a totalidade e vice-versa Fonte: vontade das partes ou lei. Não se presume Espécie: ativa (muitos credores), passiva (muitos devedores) Solidariedade Ativa: Pluralidade de credores cada qual com o direito de exigir o pagamento inteiro do devedor. O credor que recebe a prestação age na qualidade de representante dos concredores Efeitos: pagamento para qualquer um extingue a divida, o pagamento parcial extingue a divida na proporção em que foi paga. Quem recebe a divida tem que repassar as partes a sua cota Processo: pode pagar para qualquer um até que se ajuíze um processo Falecimento: se um credor morrer deixando herdeiros, eles só podem exigir a parte que o morto já ganhou, mas dividido entre os herdeiros Perdão: o perdão é pessoal então ele não vale para todos os credores, o credor que perdoou repassa aos outros o que seria a sua parte Inadimplemento: equivalente + perdas e danos do CULPADO Solidariedade Passiva: Pluralidade de devedores Efeitos: Renuncia: possível a cobrança de tudo de apenas um devedor, se o pagamento for parcial a obrigação de pagar o resto continua. Pelo enunciado 348 se a pessoa renuncia a cobrar a divida toda ele faz isso com quem quiser mas ai ela só pode cobrar a parte dela e do resto que não renunciou é o que falta a ser paga - mesma coisa que o perdão Impossibilidade de prestação: cobra o equivalente (qualquer um) + perdas e danos do CULPADO Insolvência: a parte do insolvente é dividida entre os outros devedores para preservar o credor Processo:ajuizada uma ação não implica a renuncia da solidariedade dos demais. A opção de acionar os devedores é do credor, quem for demandado pode opor exceção pessoais suas ou dos gerais Transmissão das obrigações Cessão de crédito Definição:negocio jurídico de caráter oneroso, por meio do qual o sujeito ativo de uma obrigação a transfere a terceiro estranho ao negocio original o crédito que faria jus, com todos os seus acessórios Fontes: contratos inter vivos ou mortis causa Partes: cedente – credor, cessionários – quem recebe, cedido – devedor Espécies: Parcial: parte do crédito Total: tudo Onerosa: o valor cedido não garante o recebimento pelo cessionário, garante a existência e a titularidade do crédito Gratuita: cede exatamente o valor do credito Pro soluto: o cedente não garante o recebimento pelo cessionário, garante a existência do credito Pro solvendo: o cedente paga se o devedor cedido for insolvente, assume o risco da insolvência Pressupostos: requer agente capaz, objeto licito, conteúdo patrimonial Forma: em regra não exige forma especial para valer entre as partes Notificação: pode ser extrajudicial ou judicial, pelo cedente ou cessionário. Até a notificação ele pode pagar para o credor originário Efeitos: tranfere-se o pólo ativo da relação jurídica. Garantia de recebimento do crédito pode ocorrer por parte do cedente ou por ele e o devedor. Independentemente de garantia pro soluto ou pro solvendo o cedente sempre responderá pela existência do crédito C.C. penhorado: penhora - precisa de um processo. Quando se tem um credito ele é penhorado não pode mais ser cedido, pois é uma garantia em juízo Assunção de crédito Definição: negocio jurídico pelo qual o devedor transfere sua posição na relação jurídica Elementos: consentimento expresso do credor, nunca presumido Efeitos: pode liberar o devedor primitivo ou não. As garantias pessoais não se tranferem. Ex: aval, fiança. Os encargos obrigacionais transferem-se ao novo devedor, que assume a mesma posição do devedor originário Pressupostos: agente capaz, objeto licito, possível, determinado ou determinável Espécie: Acordo: pode ser a expromissão feita entre assuntor e credor, ou a delegação que é feita entre devedor e assuntor Liberatórios: libera o devedor originário, ele não faz mais parte. As garantias especiais e pessoais do devedor original extinguem-se Cumulativa: não liberao devedor originário Cessão de contrato: Definição: transferência do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma pessoa derivados de um contrato já realizado, mas de execução ainda não concluída Efeitos: pode liberar o devedor originário ou não. O cedente (credor) perde os créditos e as expectativas integradas na posição contratual cedida Restrições: direitos fundamentais e personalíssimos
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