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Resumo – Os princípios constitucionais penais – Luiz Luisi – Parte 1 até parte 2 Legalidade, intervenção mínima, humanidade, pessoalidade da pena, individualização da pena. O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Reserva legal quanto às fontes das normas penais incriminadoras. “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Esse princípio tem seu fundamento na teoria do contrato social do iluminismo. O iluminismo preconiza a limitação do poder do Estado. Somente a lei, e anteriormente ao fato, pode estabelecer que este constitui delito, e a pena a ele aplicável. O processo de universalização do princípio acontece a partir de sua inserção da DDHC de 1789 da França. O postulado da reserva legal é um patrimônio comum da legislação penal dos povos civilizados. Do princípio da Reserva legal decorre a proibição do direito costumeiro e da analogia como fonte do direito penal. Determinação taxativa quanto à enunciação das fontes das normas penais incriminadoras. Exigência de que as leis penais sejam claras e o mais possível certas e precisas. É vetado ao legislador usar expressões ambíguas, vagas. A lei deve estar dotada da clareza e certeza necessária. Esse postulado tem um objetivo político de proteger o cidadão do arbítrio judiciário. Irretroatividade quanto à validade das disposições penais no tempo. Exigência da atualidade da lei. A lei só alcança os fatos cometidos após a sua vigência, não incidindo sobre fatos anteriores. Dá ao cidadão a segurança de não ser punido por fatos que no momento de sua comissão não eram apenados. Penas estabelecidas ou agravadas a lei nova não se aplicam a fatos anteriores. CRFB/88 “A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. Leis excepcionais só adquirem eficácia quando ocorrem fatos e situações especiais. Ex.: normas aplicáveis só em ocasião de guerra, uma vez cessada a guerra perdem a eficácia, entretanto, continuam vigentes. Caso uma lei excepcional seja aplicada após o prazo de sua decorrência ocorre uma retroatividade. Leis temporárias Quando cessa o prazo de sua vigência elas perdem a eficácia e não continuam vigentes, deixam de existir. Por se tratar de uma norma que não mais existe, a sua aplicação, após encerrado o prazo de sua vigência, implica em dar a lei uma atividade em desfavor do réu. Nessa hipótese pode se arguir a inconstitucionalidade dessa aplicação da lei penal temporária. O Princípio da Legalidade e o Estado Social Entre o princípio da legalidade dos delitos e das penas e as exigências do Estado Social não existem reais incompatibilidades. O Estado Social contemporâneo tem inserido em seu contexto certos postulados do Estado iluminista, como o da liberdade pessoal. O PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA Restringir e se possível eliminar o arbítrio do legislador. Somente se a sanção penal for instrumento indispensável de proteção jurídica é que a mesma se legitima. Esse princípio não se encontra explícito nas legislações penais e constitucionais contemporâneas. É um princípio vinculado ao pensamento iluminista, consagrado no texto da DDHC editada na revolução francesa, que pretendeu reduzir a legislação em geral. Entretanto, a excessiva extensão da legislação penal ocorreu. O direito penal tem um caráter fragmentário. O direito penal deve ser a ‘ratio estrema’, um remédio último, cuja presença só se legitima quando as demais maneiras protetoras do bem jurídico predispostas por outros ramos do direito fracassarem. O PRINCÍPIO DA HUMANIDADE Consiste no reconhecimento do condenado como pessoa humana. Princípio derivado do iluminismo. DDHH Art. 5° “Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano e degradante”. CRFB/88 Art. 5°, inciso XLIX, XLVII OS PRINCÍPIOS DA PESSOALIDADE E DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA O princípio da pessoalidade A pena pode atingir apenas o sentenciado. Nenhuma pena deve passar da pessoa do delinquente. O princípio da individualização “A lei regulará a individualização da pena”. Individualização da pena Retribuir o mal concreto do crime, com o mal concreto da pena, na concreta personalidade do criminoso. Três momentos: Legislativo Judicial Executório/administrativo
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