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DIREITO PENAL

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DIREITO PENAL
CONCEITOS
*Aspecto formal/estático: É o conjunto de normas que qualifica certos comportamentos humanos como infrações penais, define seus agentes e fixa sanções a serem-lhes aplicadas.
*Aspecto material: Refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à própria conservação e progresso da sociedade. 
*Aspecto sociológico/dinâmico: É mais um instrumento de controle social visando assegurar a necessária disciplina para a harmônica convivência dos membros da sociedade.
-A manutenção da paz social demanda a existência de normas destinadas a estabelecer diretrizes.
- Quando violadas as regras de conduta, surge para o estado o dever de aplicar sanções (civis ou penais).
ATENÇÃO: Nessa tarefa de controle social, atuam vários ramos do direito.
-Quando a conduta atenta contra bens jurídicos especialmente tutelados, merece reação mais severa por parte do Estado, valendo-se do direito penal.
IMPORTANTE: O que diferencia a norma penal das demais é a espécie de consequência jurídica (pena privativa de liberdade).
DIFERENÇA ENTRE DIREITO PENAL, CRIMINOLOGIA E POLITICA CRIMINAL:
Direito penal: Analisa os fatos humanos indesejados, define quais devem ser rotulados como crime ou contravenção, anunciando as penas. Ocupa-se do crime enquanto norma.
Criminologia: Ciência empírica que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o comportamento da sociedade. Ocupa-se do crime enquanto fato.
Politica criminal: Trabalha as estratégias e meios de controle social da criminalidade. Ocupa-se do crime enquanto valor.
*MISSÃO DO DIREITO PENAL:
-Mediata: Controle social e limitação ao poder de punir do estado. Se de um lado o estado controla o cidadão, impondo-lhe limites, de outro lado é necessário também limitar seu próprio poder de controle evitando excessos. (hipertrofia da punição).
-Imediata: 1ª Corrente: A missão imediata do direito penal é proteger bens jurídicos mais importantes para a convivência em sociedade. (ROXIM-Funcionalismo teleológico) Prevalece
2ª Corrente: A missão imediata do direito penal é assegurar o ordenamento jurídico, a vigência da norma. Mostrar que a norma é maior que seu violador.( Jakobs-Funcionalismo sistêmico).
*CLASSIFICAÇÃO DOUTRINARIA DO DIREITO PENAL
-Direito penal SUBSTANTIVO: Corresponde a norma penal material. (Crime e pena)
-Direito penal ADJETIVO: Corresponde ao direito processual penal. Visão ultrapassada. Direito processual penal.
-Direito penal OBJETIVO: Traduz o conjunto de leis penais em vigor no país. Ex: Código Penal)
-Direito penal SUBJETIVO: Direito de punir do estado.
- Direito penal subjetivo positivo: É a capacidade de criar e executar normas penais.
-Direito penal subjetivo negativo: É o poder de derrogar preceitos penais ou restringir seu alcance. (STF em seu controle de constitucionalidade).
OBS: O direito de punir estatal não é absoluto/incondicionado/ilimitado.
LIMITES AO DIREITO DE PUNIR DO ESTADO
1- Quanto ao modo: O direito de punir estatal deve respeitar os direitos e garantias fundamentais.
2- Quanto ao espaço: Em regra, aplica-se aos fatos ocorridos no território nacional. (Princípio da territorialidade)
3- Quanto ao tempo: O direito de punir do estado não é eterno. (Prescrição: Limite temporal ao direito de punir ou executar a pena).
OBS: O direito de punir é monopólio do estado, ficando proibida a justiça privada, podendo caracterizar o crime de exercício arbitrário das próprias razões.
CUIDADO: Há um caso em que o estado tolera a punição privada paralela à punição estatal.
No estatuto do Índio, em seu artigo 57, é tolerada a aplicação, pelos grupos tribais, de acordo com as instituições próprias, de sanções penais ou disciplinares contra seus membros, desde que não revistam caráter cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte.
O TPI É EXCEÇÃO AO MONOPÓLIO DO DIREITO DE PUNIR DO ESTADO? O TPI não representa exceção a exclusividade do direito de punir do estado. Pois o art. 1º do estatuto de Roma consagrou o princípio da complementaridade, segundo o qual, o TPI será chamado a intervir somente quando a justiça repressiva interna falhar, se tornar omissa ou insuficiente.
O que significa criminalização primária? Diz respeito ao poder de criar a lei penal e introduzir no ordenamento jurídico a tipificação criminal de determinada conduta.
O que significa criminalização secundária? Atrela-se ao poder estatal para aplicar a lei penal introduzida no ordenamento, com a finalidade de coibir determinados comportamentos antissociais.
DIREITO PENAL DE EMERGÊNCIA X DIREITO PENAL PROPORCIONAL/POLÍTICO/DEMAGOGO
Direito penal de emergência: Atendendo as demandas de criminalização, o estado cria normas de repressão ignorando garantias do cidadão. FINALIDADE: Devolver o sentimento de tranquilidade para a sociedade. EX: Lei dos crimes hediondos – sequestro do Abílio Diniz (pressão da mídia).
Direito penal promocional/político/demagogo: O estado, visando à consecução dos seus objetivos políticos, emprega leis penais desconsiderando o princípio da intervenção mínima. FINALIDADE: Usar o direito penal para a transformação social. EX: Estado criando contravenção penal de mendicância (revogada) para acabar com os mendigos ao invés de melhorar politicas públicas.
Direito penal Simbólico: Lei que nasce sem qualquer objetividade/eficácia jurídica ou social.
VELOCIDADES DO DIREITO PENAL: Silva Sánchez
Trabalha com o TEMPO que o estado leva para punir o autor de uma infração penal mais ou menos severa.
1ª Velocidade: Enfatiza infrações penais mais graves, punidas com pena privativa de liberdade, exigindo procedimento mais demorado, observando todas as garantias penais e processuais.
CRIMES MAIS GRAVES COM PENAS MAIS SEVERAS, COM PROCEDIMENTO MAIS DEMORADO.
Pena privativa de liberdade, com procedimento garantista.
2ª Velocidade: Flexibiliza direitos e garantias fundamentais, possibilitando punição mais célere, mas, em contrapartida, prevê penas alternativas.
CRIMES MENOS GRAVES COM PENAS ALTERNATIVAS, PROCEDIMENTO MAIS RÁPIDO E FLEXIBILIZAÇÃO DE GARANTIAS.
Penas alternativas, com procedimento flexibilizado.
3ª Velocidade: Mescla a 1ª velocidade e a 2ª velocidade. (Utilizado no direito penal do inimigo)
- Defende a punição do criminoso com pena privativa de liberdade (1ª velocidade).
- Permite, para determinados crimes, a flexibilização de direitos e garantias constitucionais (2ª velocidade).
CRIMES MAIS GRAVES, PODENDO FLEXIBILIZAR GARANTIAS.
Pena privativa de liberdade, com procedimento flexibilizado.
4ª Velocidade(Ligado ao direito penal internacional): Ligada ao direito penal internacional, mirando suas normas proibitivas contra aqueles que exercem (ou exerceram) chefia dos estados e, nessa condição, violam ( ou violaram) de forma grave tratados internacionais de tutela de direitos humanos. Foi criado pelo estatuto de Roma, TPI, primeira instituição global permanente de justiça penal internacional, com competência para processar e julgar crimes que violam as obrigações essenciais para manutenção da paz e da segurança da sociedade internacional em seu conjunto.
FONTES DO DIREITO PENAL: Lugar de onde vem e como se exterioriza o Direito Penal.
1- Fonte Material: De onde vem o direito penal, a fábrica do direito penal.
2- Fonte Formal: Como se exterioriza o direito penal, como se revela o produto fabricado.
FONTE MATERIAL: É a fonte de produção da norma, órgão encarregado de criar o direito penal. O órgão encarregado de criar direito penal é a União.
OBS: Lei complementar pode autorizar o estado a legislar sobre questões especificas das matérias penais.
FONTE FORMAL: É o instrumento de exteriorização do direito penal, o modo como a regra é revelada (fonte de conhecimento ou cognição).
	FONTE FORMAL (Doutrina Clássica)
	FONTE FORMAL (Doutrina Moderna)
	IMEDIATA: Lei
CF?
Tratados internacionais de direitos humanos?
Jurisprudência?
Princípios?
Atos administrativos?Obs: só a lei é.
	IMEDIATA:
1-Lei
2- CF/88
3-TIDH
4- Jurisprudência 
5- Princípios 
6- Atos administrativos
	MEDIATAS:
-Costumes;
-Princípios gerais do direito.
	MEDIATA:
Doutrina, somente.
FONTE FORMAL PRA DOUTRINA MODERNA
1.1 LEI: Fonte formal imediata, é o único instrumento normativo capaz de criar crimes e cuminar penas. Única fonte incriminadora.
1.2 CF: Fonte formal imediata. 
ATENÇÃO: Não cria crimes nem comuta penas, em razão de seu processo moroso e rígido de alteração.
OBS: Embora não possa criar infrações penais ou cominar sanções, a CF nos revela o direito penal estabelecendo patamares mínimos (mandado constitucional de criminalização) abixo dos quais a intervenção penal não se pode reduzir.
EXISTEM MANDADOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS?
De acordo com a maioria, existem mandados de criminalização implícitos, com a finalidade de evitar proteção eficiente ao estado. ( Ex: Direito à vida).
OBS: Com base neste mandado implícito, questiona-se a legalização do aborto.
1.3 TIDH: Fonte formal imediata.
Podem ingressar no nosso ordenamento jurídico de 2 formas: 
Com status constitucional: se aprovado com quórum de emenda.
Com status supralegal e infraconstitucional: Se não aprovado com quórum comum;
OBS: Respeitável corrente doutrinaria se posiciona no sentido de que os tratados, versando sobre direitos humanos (e somente eles), uma vez subscritos pelo Brasil, se incorporam automaticamente e possuem (sempre) caráter constitucional, a teor do disposto nos §§ 1º e 2º, do art. 5º da cf/88. (Flávia Piovesan)
CUIDADO: Importante esclarecer que os tratados e convenções não são instrumentos hábeis à criação de crimes ou cominação de penas para o direito interno (apenas para o direito internacional). Assim, antes do advento das Leis 12.694/12 e 12.850/13 (que definiram, sucessivamente, organização criminosa), o STF manifestou–se pela impossibilidade da utilização do conceito de organização criminosa dado pela Convenção de Palermo, trancando a ação penal que deu origem à impetração, em face da atipicidade da condita (HC nº 96007).
1.4 JURISPRUDÊNCIA: Fonte formal imediata.
Revela direito penal, pode inclusive ter caráter vinculante.
1.5 PRINCÍPIOS: Fonte formal imediata.
Não varias vezes, os tribunais absolvem ou relaxam penas com fundamento em princípios.
1.6 ATO ADMINISTRATIVO: Fonte formal imediata.
Quando complementa norma penal em branco.
FONTE MEDIATA
1.1 DOUTRINA: 
OBS: Os costumes são classificados como fontes informais do direito.
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL: O ato de interpretar é necessariamente feito por um sujeito que. Empregando determinado modo, chega a um resultado.
1- Interpretação quanto ao SUJEITO (ORIGEM):
a) Interpretação autêntica (ou Legislativa): É aquela fornecida pela própria lei. É a lei interpretando ela mesmo.
a.1) Contextual: É editada conjuntamente com a norma penal que à conceitua.
a.2) Posterior: Lei distinta e posterior conceitua o texto objeto da interpretação.
b) Interpretação doutrinária (científica): É a interpretação feita pelos estudiosos.
c) Interpretação jurisprudencial: É o significado dado as leis pelos tribunais.
OBS: Pode ter caráter vinculante.
A EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DO CÓDIGO PENAL É UMA INTERPRETAÇÃO AUTENTICA, DOUTRINÁRIA OU JURISPRUDENCIAL?
É exemplo de interpretação doutrinaria, feita pelos doutos que trabalharam no projeto. Não é interpretação autentica ou legislativa.
2- Interpretação quanto ao MODO:
a) Gramatical/Filológica/Literal: O interprete considera o sentido literal das palavras.
b) Teleológica: O interprete perquire a intenção objetivada na lei.
c) Histórica: O interprete indaga a origem da lei.
d) Sistemática: Interpretação em conjunto com a legislação em vigor e com os princípios gerais do direito.
e) Progressiva (ou evolutiva): Busca o significado legal de acordo com o progresso da ciência.
3- Interpretação quanto ao RESULTADO:
a) Declarativa/Declaratória: É aquela em que a letra da lei corresponde exatamente aquilo que o legislador quis dizer, sem suprimir ou adicionar algo.
b) Restritiva: A interpretação reduz o alcance das palavras da lei para corresponder à vontade do texto.
c) Extensiva: Amplia-se o alcance das palavras para que corresponda a vontade do texto.
ADMITE-SE INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA CONTRA O RÉU?
1ª Corrente (NUCCI e LUIZ REGIS PRADO): É indiferente se a interpretação extensiva beneficia ou prejudica o réu (a tarefa do interprete é evitar injustiças).
A CF/88 não proíbe, se quer implicitamente, a interpretação extensiva contra o réu.
2ª Corrente (LUIZ FLÁVIO GOMES/DEFENSORIA PÚBLICA): Socorrendo-se do princípio do “in dubio pro reu”, não admite interpretação extensiva contra o réu (na duvida, o juiz deve interpretar em benefício do réu).
Esta corrente ganhou importante aliado, o Estatuto de Roma. Em seu art. 22 diz que: “em caso de ambiguidade, a norma será interpretada a favor da pessoa objeto do inquérito acusado ou condenado”.
3ª Corrente (ZAFFARONE): Em regra não cabe a interpretação extensiva contra o réu, salvo quando interpretação diversa resultar num escândalo por sua notória irracionalidade.
Esta corrente é adotada pelo STF e STJ.
CUIDADO: Não se pode confundir INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA com INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA.
Interpretação Analógica (INTERLEGEM)
O código, atento ao Princípio da legalidade, detalha todas as situações que quer regular e, posteriormente, permite que aquilo que a elas seja semelhante, passe também a ser abrangido no dispositivo. São exemplos dados pelo legislador, seguidos pela forma genérica de encerramento.
ATENÇÃO: A INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA não se confunde com ANALOGIA.
ANALOGIA: Não é forma de interpretação, mas de integração. Parte-se do pressuposto de que não existe lei a ser aplicada ao caso concreto, motivo pelo qual é preciso socorrer-se de previsão legal empregada à outra situação similar.
OBS: Pressupõe lacuna, não tem que interpretar, tem que integrar.
Pressuposto da Analogia no Direito Penal
a) Certeza de que sua analogia será favorável ao réu (In bonam partem);
b) Existência de efetiva lacuna involuntária a ser preenchida (Omissão involuntária do legislador).
	INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
	INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
	ANALÓGIA
	Forma de interpretação
	Forma de interpretação
	Forma de Integração
	Existe norma para o caso concreto.
	Existe norma para o caso concreto.
	Não existe norma para o caso concreto.
	Amplia-se o alcance da palavra.
	Exemplos seguidos de encerramento genérico.
	Cria-se nova norma a partir de outra (só quando favorável ao réu).
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL
1º Princípios relacionados com a MISSÃO FUNDAMENTAL DO DIREITO PENAL
Princípio da EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS BENS JURÍDICOS: O direito penal deve servir apenas para proteger apenas bens jurídicos relevantes. 
OBS: É um ente material ou imaterial, haurido do contexto social, de titularidade individual ou metaindividual, reputado como essencial para a coexistência e o desenvolvimento do homem em sociedade. Protege bens materiais e imateriais, individuais ou metaindividuais.
O que é ESPIRITUALIZAÇÃO DO DIREITO PENAL?
Percebe-se uma expansão da tutela penal para abranger bens jurídicos de caráter metaindividuais, difusos, coletivo. Ensejando a denominada espiritualização/desmaterialização/dinamização/liquefação do bem jurídico. Ex: Direito penal tutelando o meio ambiente.
1.2 Princípio da INTERVENÇÃO MÍNIMA: Só interessa com fatos humanos indesejados. Tem as seguintes características: subsidiariedade e fragmentariedade.
O direito penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, de modo que sua intervenção fica condicionada ao fracasso das demais esferas de controle (caráter subsidiário), observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado (caráter fragmentário).
O princípio da intervenção mínima tem sido invocado no debate sobre oalcance das disposições relativas à lavagem dedinheiro, especialmente após a alteração da Lei 9613/98. Sabe-se que, em sua redação original, o art. 1º da referida lei trazia um rol de crimes, em geral graves, que poderiam ser considerados antecedentes à lavagem. Uma vez em vigor a Lei 12683/12, aboliu-se o rol antecedente, razão por que qualquer infração penal da qual resulte bens, direitos ou valores passíveis de ocultação ou de dissimulação pode caracterizar a conduta pressuposta. É nesta circunstância que a intervenção mínima ganha destaque, pois há apontamentos no sentido que deve ser observada a carga de gravidade da infração penal anterior para que eventualmente se legitime a punição do branqueamento (dinheiro lavado) de recursos dela advindos.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
É um princípio limitador do direito penal, é causa de atipicidade material do comportamento.
REQUISITOS (STF/STJ)
-Ausência de periculosidade social da ação;
- Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
- Mínima ofensividade da conduta do agente;
- Inexpressividade da lesão jurídica causada.
OBS: Para aplicação do princípio da insignificância, consideram a capacidade econômica da vítima (STF/STJ).
OBS: Prevalece no STF e STJ ser incabível o princípio da insignificância para o reincidente, portador de maus antecedentes, ou criminoso habitual.
OBS: Tem-se admitido o princípio nos crimes contra o patrimônio, praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa. O delito de furto é o exemplo clássico. Quando qualificado, porém, a regra é não admitir, considerando ausente o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento do agente.
OBS: Percebemos a tendência de parcela da doutrina em não admitir a aplicação do princípio da insignificância quando o bem tutelado é difuso ou coletivo. O STF e STJ negam o princípio nos crimes de estelionato previdenciário, moeda falsa, posse de drogas para uso próprio, tráfico de drogas e tráfico de armas.
OBS: STF, no entanto, admite o princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública praticados por funcionário público. STJ não admite.
OBS: STF e STJ admitem o princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública praticados por particulares. STF: R$ 20.000,00: STJ: R$ 10.000,00
OBS: STF e STJ têm decisões admitindo o princípio da insignificância nos crimes ambientais (há importante divergência sobre o assunto).
OBS: Apesar de exigir acórdão em sentido diverso, o STF aplica o princípio da insignificância em se tratando do crime de apropriação indébita previdenciária nos casos em que o valor suprimido não ultrapasse R$ 20.000,00, valor insignificante para o fim de ajuizamento da execução fiscal.
CUIDADO: o STJ tem decisões aplicando o princípio, mas considerando, para tanto, o valor limite de R$ 10.000,00.
É possível aplicar o princípio da insignificância ou bagatela nos atos infracionais?
O estado está obrigado a aplicaras medidas previstas no ECA ao menor infrator, considerando seu caráter educativo, preventivo e protetivo. Excepcionalmente, porém, diante de peculiaridades do caso concreto, é possível incidir o princípio da insignificância, desde que verificados os requisitos necessários para a configuração do delito de bagatela. O STJ firmou posição nesse sentido, reconhecendo possível o princípio da insignificância nas condutas regidas pelo estatuto da criança e do adolescente.
IMPORTANTE: O princípio da insignificância é desdobramento lógico de qual característica da intervenção mínima? Da fragmentariedade, pois o direito penal só recai em casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
	PRINCÍPIO DA BAGATELA
	
	Princípio da bagatela PRÓPRIA 
	Princípio da Bagatela IMPRÓPRIA
	Os fatos já nascem irrelevantes para o direito penal
	Embora relevante o fato praticado, a pena no caso concreto mostra-se desnecessária.
	Causa de atipicidade material (irrelevância do bem jurídico)
	Fato típico, ilícito e culpável, mas o estado perde o interesse de punir.
	Ex: Subtração de uma caneta bic
	Ex: “A” subtrai o carro de “B”, mas logo devolve o carro, demostrando sincero arrependimento.
CUIDADO!!!! NÃO confundir o princípio da insignificância com o princípio da adequação social
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL (Apesar de uma conduta se ajustar a um tipo penal, não será considerada materialmente típica, se for socialmente adequada ou reconhecida como tal).
	PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
	PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL 
	Os dois princípios limitam o direito penal (causa de atipicidade material)
	Considera a irrelevância da lesão ao bem jurídico, pouco se importando se o comportamento é adequado ou inadequado.
	Considera a aceitação da conduta pela sociedade, não importando a importância da lesão ao bem jurídico. 
2º Princípios relacionados com o FATO DO AGENTE
2.1 Princípio da EXTERIORIZAÇÃO ou MATERIALIZAÇÃO DO FATO:
O Estado só pode incriminar condutas humanas voluntárias, isto é, FATOS.
ATENÇÃO!!!!! Veda-se o direito penal do autor: Consistente na punição do indivíduo baseada em seus pensamentos, desejos e estilo de vida.
CONCLUSÃO: O direito penal brasileiro é um direito penal do fato. Não se pode punir o individuo baseado em seus pensamentos.
O nosso ordenamento penal, de forma legítima, adotou o direito penal do fato, mas que considera circunstâncias relacionadas ao autor, especificamente quando da análise de pena.
2.2 Princípio da LEGALIDADE:
2.2.1. INTRODUÇÃO:
Art. 5º, II, CF- “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude delei;”
Art. 5º, XXXIX, CF- “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;”
Art. 1º, CP- “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”
QUAIS DOCUMENTOS INTERNACIONAIS TRATAM DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
a) Convênio para a proteção dos direitos humanos e liberdades fundamentais (Roma, 1950);
b) Convenção americana de direitos humanos (pacto de são José da Costa rica, 1969);
c) Estatuto de Roma (Criação do TPI, 1998).
OBS: O princípio da legalidade está previsto na bíblia. 
2.2.2. CONCEITO:
Real limitação ao poder estatal de interferir na esfera das liberdades individuais.
OBS: Daí sua inclusão na CF(garantias do individuo) e nos tratados internacionais de direitos humanos.
LEGALIDADE= reserva legal + anterioridade. 
2.2.3 FUNDAMENTOS DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
2.2.3.1 Fundamento Político: 
Vincula o poder executivo e o judiciário a leis formuladas de forma abstrata e impede o poder punitivo arbitrário.
2.2.3.2 Fundamento Democrático: Representa o respeito ao princípio da divisão/separação de poderes. Compete ao parlamento a missão de elaborar leis.
2.2.3.3 Fundamento Jurídico: Lei previa e clara produz importante efeito intimidativo.
CRIME, abrange contravenção penal? 
O princípio da legalidade abrange contravenção penal. Não há infração penal...
PENA, abrange medidas de segurança? 
O princípio da legalidade abrange medidas de segurança. Não há sanção penal...
CONCLUSÃO: Não há infração penal (crime + contravenção) ou sanção penal (pena + medida de segurança) sem lei anterior.
2.2.4 DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
a) NÃO HÁ CRIME OU PENA SEM LEI (Não deve ser tomada no seu sentido amplo)
Principio da reserva legal: 
- lei ordinária (regra)
-lei complementar
OBS: Os decretos leis são recepcionados pela CF/88, salvo disposição expressa em contrário com o status de leis.
OBS: MEDIDA PROVISÓRIA PODE CRIAR LEI?
Não sendo lei, mas ato do poder executivo com força normativa, a medida provisória não cria crime, não comina pena.
É possível medida provisória versando sobre direito penal não incriminador? Medida provisória pode extinguir punibilidade?
OBS: O art. 62 §1º,I,”b” CF/88, proíbe Medida provisória versando sobre direito penal.
1ª Corrente: Com o advento da EC 32/01, ficou claro que Medida Provisória não pode versar sobre Direito Penal (incriminador ou não incriminador). Essa correnteprevalece entre os constitucionalistas.
2ª Corrente: A EC 32/01 reforça a proibição da Medida Provisória sobre direito penal incriminador, permitindo matéria de direito penal não incriminador. Posicionamento do STF.
OBS: Resoluções de quaisquer espécies podem criar infrações penais e cominar penas?
Não pode, pois não sendo leis em sentido estrito, não podem criar crimes e cominar penas.
CUIDADO!!!!!! As menções a condutas criminosas indicadas nas resoluções do TSE são mera consolidações de tipos penais previamente tipificadas por lei.
b) NÃO HÁ CRIME OU PENA SEM LEI ANTERIOR: 
-Princípio da anterioridade: Proibição da retroatividade maléfica da lei penal (a retroatividade benéfica é garantia constitucional do individuo).
c) NÃO HÁ CRIME OU PENA SEM LEI ESCRITA:
- Proíbe-se o costume incriminador.
#Para que serve o costume no Direito Penal?
O costume serve como importante instrumento de interpretação, chamado de costume interpretativo (segcundum legin).
#Costume pode revogar infração penal?
Ex: Discute-se essa questão na contravenção penal do jogo do bicho.
1ª Corrente: Admite-se o costume abolicionista ou revogador da lei nos casos em que a infração penal não mais contraria o interesse social deixando de repercutir negativamente na sociedade.
CONCLUSÃO: Jogo do bicho não deve ser punido, pois a contravenção foi formal e materialmente revogada pelo costume.
2ª Corrente: Não é possível o costume abolicionista. Entretanto, quando o fato já não é mais indesejado pelo meio social, a lei não deve ser aplicada pelo magistrado.
CONCLUSÃO: Jogo do bicho, apesar de formalmente contravenção, não serve para punir o contraventor, pois a infração foi materialmente abolida. (Princípio da adequação social)
3ª Corrente: Somente a lei pode revogar outra lei. Não existe costume abolicionista. (PREVALECE) STF/STJ
CONCLUSÃO: Jogo do bicho permanece infração penal, servindo a lei para punir os contraventores enquanto não revogada por outra lei.
d) NÃO HÁ CRIME OU PENA SEM LEI ESTRITA
Proíbe-se a utilização da analogia para criar tipo incriminador. (Analogia “in malam partem”)
OBS: Cabe analogia “in bonam partem”, desde que beneficie o réu e seja lacuna involuntária do legislador.
A 2ª turma do STF, no julgamento do HC 97261 declarou a atipicidade da conduta do agente que subtrai sinal de TV a cabo asseverando ser impossível a analogia incriminadora com o crime de furto de energia elétrica.
e) NÃO HÁ CRIME OU PENA SEM LEI CERTA: 
-Princípio da taxatividade (ou da determinação)
OBS: Exige-se clareza dos tipos penais. A norma incriminadora tem que ser de fácil entendimento.
f) NÃO HÁ CRIME OU PENA SEM LEI NECESSÁRIA:
Consequência lógica do princípio da intervenção mínima. 
2.2.5 LEGALIDADE FORMAL x LEGALIDADE MATERIAL
	LEGALIDADE FORMAL
	LEGALIDADE MATERIAL
	A lei penal obedece ao devido processo legislativo
	O conteúdo do tipo deve respeitar direitos e garantias do cidadão.
	Lei vigente
	Lei válida
Ex: Regime INTEGRAL fechado da lei dos crimes hediondos. O STF entendeu que a lei é vigente, mas não é valida no relativo ao regime integral fechado.
2.3 Princípio da OFENSIVIDADE/LESIVIDADE:
Exige que do fato praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
- CRIME DE DANO: Exige efetiva lesão do bem jurídico. Ex: Homicídio 
-CRIME DE PERIGO: Contenta-se com o risco de lesão ao bem jurídico. Ex: Abandono de incapaz.
a) Perigo abstrato: O risco de lesão advindo da conduta é absolutamente presumido por lei.
OBS: Temos doutrina entendendo que o crime de perigo abstrato é inconstitucional. Presumir prévia e abstratamente perigo significa, em última análise, que o perigo não existe. (Viola os princípios da legalidade e ampla defesa).
OBS: Essa tese, no entanto, hoje não prevalece no STF. No HC 104410, o supremo decidiu que a criação de crimes de perigo abstrato não representa, por si só, comportamento inconstitucional, mas proteção eficiente do Estado.
b)Perigo concreto: O risco de lesão deve ser demonstrado.
3º Princípios relacionados com o AGENTE DO FATO
3.1 Princípio da RESPONSABILIDADE PESSOAL
Proíbe-se o castigo pelo fato de outrem, está vedada a responsabilidade coletiva.
OBS: Parcela da doutrina utiliza este princípio para negar a responsabilidade da pessoa jurídica nos crimes ambientais.
a) Obrigatoriedade da individualização da acusação:
É proibida a denuncia genérica, vaga ou evasiva. O MP deve individualizar os comportamentos na peça acusatória. Exceção crimes societários.
b) Obrigatoriedade da individualização da pena: 
O juiz no momento da sentença deve individualizar a pena dos vários concorrentes do crime.
3.2 Princípio da RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
Não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente, ficando a sua responsabilidade condicionada à existência da voluntariedade (dolo/culpa).
Em resumo, está proibida a responsabilidade penal objetiva.
OBS: Para parcela da doutrina, trata-se de mais um empecilho pra responsabilização da pessoa jurídica.
ATENÇÃO!!! EXISTEM DOIS CASOS DE RESPONSABILIDADE PENAL OBJETIVA AUTORIZADAS EM LEI.
1- Embriaguez voluntária: Não proveniente de caso fortuito e força maior.
CRÍTICA: A teoria da “actio libera in causae” exige não somente uma análise pretérita da imputabilidade, mas também da consciência e vontade do agente.
2- Rixa Qualificada: Pela lesão grave ou morte.
CRÍTICA: Todos os briguentos respondem pela qualificadora, pois a rixa, com lesão grave, é mais perigosa, e todos concorreram para esse perigo. Só responde pela lesão grave (em concurso com a rixa) quem, com o dolo, produziu o ferimento na vítima.
3.3 Princípio da CULPABILIDADE: É postulado limitador do direito penal. Só pode o estado impor sanção penal, ao agente imputável (plenamente capaz), com potencial consciência da ilicitude (possibilidade de conhecer o caráter ilícito do comportamento), quando dele exigível conduta diversa (podendo agir de outra forma).
3.4 Princípio da ISONOMIA: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo aos brasileiros e estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, nos termos seguintes.
Isonomia Substancial (e não formal): Deve-se tratar de forma igual o que é igual e desigualmente o que é desigual. Com base nesse princípio, o STF, no julgamento da ADC 19 afirmou a constitucionalidade da lei Maria da penha.
3.5 Princípio da PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA:
Convenção americana de direitos humanos – artigo 8º “Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas”.
A CF/88, ADOTA O PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU DE NÃO CULPA?
1ª Corrente: A CF/88 adotou o princípio da presunção de não culpa, mais coerente com o sistema de prisão provisória prevista em nosso ordenamento.
2ª Corrente: O princípio de não culpa tem origem nazista/fascista. A CF/88 adotou a presunção de inocência .
DICA:
Concurso da Defensoria Pública: Não trabalha com o princípio da presunção de não culpa (só com o princípio da presunção de inocência).
Demais concursos: Trabalham com os princípios como sinônimos (presunção de inocência ou não culpa).
DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU NÃO CULPA
a) Qualquer restrição à liberdade do agente somente se admite após a condenação definitiva.
OBS: A prisão provisória (temporária e preventiva) é cabível quando imprescindível.
b) Cumpri a acusação o dever de demonstrar a responsabilidade do réu e não a este comprovar sua inocência.
c) A condenação deve derivar da certeza do julgador (indubio pro réu).
4º Princípios relacionados à PENA
LEI PENAL
1 CLASSIFICAÇÃO:
1.1 Lei penal completa: É aquela que dispensa complemento valorativo (dado pelo juiz) ou normativo (dado por outra norma).
Ex:art. 121,CP
1.2 Lei penal incompleta: É a norma que depende de complemento valorativo (tipo aberto) ou normativo (norma penal em branco).
1.2.1 TIPO ABERTO
Conceito: Espécie de lei penal incompleta depende de complemento valorativo (dado pelo juiz na análise do caso concreto).
Ex: Crimes culposos: pois são descritos em tipos abertos, uma vez que o legislador não anuncia os tipos de negligencia, ficando a critério do juiz na análise do caso concreto.
ATENÇÃO: O tipo aberto para não violar o principio da legalidade, deve ser redigido com o mínimo de determinação.
OBS: Excepcionalmente, o legislador descreveu a negligência (em sentido amplo), subtraindo do juiz, de forma legítima, a sua valoração no caso concreto. 
1.2.2 NORMA PENAL EM BRANCO
Conceito: Espécie de lei penal incompleta que depende de complemento normativo (dado por outra norma).
a) Norma penal em branco PRÓPRIA/EM SENTIDO ESTRITO/HETEROGÊNEA
O complemento normativo não emana do legislador, mas sim de fonte normativa diversa.
Ex: Lei complementada por uma portaria do executivo. (Lei de drogas).
b) Norma penal em branco IMPRÓPRIA/EM SENTIDO AMPLO/HOMOGÊNEA
O complemento normativo emana do legislador.
Lei complementada por outra lei.
Obs: Se a lei posterior que for complementar a lei anterior, versar sobre o mesmo ramo do direito, será NPB Homogênea HOMOVITELINA, se for de outro ramo do direito, será NPB Homogênea HETEROVITELINA. 
c) Norma penal em branco AO REVÉS:
O complemento refere-se não ao conteúdo proibitivo, mas em relação ao preceito secundário (sanção).
	NORMA PENAL EM BRANCO
	NORMA PENAL EM BRANCO AO REVÉS
	LEI PENAL
a) Preceito primário (conteúdo criminoso): Incompleto;
b) Preceito secundário (sanção penal): Completo/determinado.
Ex: Lei de drogas
	LEI PENAL
a) Preceito primário (conteúdo criminoso): Completo;
b) Preceito secundário (sanção penal): Incompleto.
Ex: Art. 1º lei 2889/56 (GENOCÍDIO)
CUIDADO: O complemento na NORMA PENAL EM BRANCO AO REVÉS só pode ser dado por lei penal, sendo necessariamente HOMOGÊNEA.
Obs: A NORMA PENAL EM BRANCO HETEROGÊNEA É CONSTITUCIONAL?
1ª Corrente: A norma penal em branco heterogênea impossibilita a discussão amadurecida pela sociedade a respeito do seu complemento. Fere o art. 22,I da CF/88. Portanto é inconstitucional.
2ª Corrente: A norma penal em branco heterogênea é constitucional. O legislador já discutiu e criou o tipo penal com todos seus requisitos. A remissão ao executivo é absolutamente excepcional e necessária por razoes de técnica legislativa. O executivo só esclarece o requisito do tipo. (PREVALECE) STF/STJ.
Obs: A norma penal em branco pode ser complementada por norma estadual ou municipal?
Pode, um exemplo é o art. 63 da lei dos crimes ambientais. 
EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO:
Como decorrência do princípio da legalidade, em regra, aplica-se a lei penal vigente ao tempo da realização do fato criminoso (tempus regit actum).
Excepcionalmente, será permitida a retroatividade da lei penal para alcançar os fatos passados, desde que benéfica ao réu. É possível que a lei penal se movimente no tempo (extra - atividade da lei penal).
a) Ultartividade: Ocorre quando a lei penal que estava em vigência na época do fato criminoso, mesmo que revogada, continua sendo aplicada no momento do julgamento, evitando assim a retroatividade da lei penal maléfica.
b) Retroatividade: Ocorre quando a lei penal em vigência no momento do julgamento é mais benéfica que a lei vigente à época dos fatos. Ela retroage por ser mais benéfica ao réu.
#QUANDO, NO TEMPO, UM CRIME SE CONSIDERA PRATICADO?
a) Teoria da Atividade: O crime considera-se praticado no momento da conduta. ( adotado pelo C.P.)
OBSERVAÇÕES: 
OBS 1: PRINCÍPIO DA COINCIDÊNCIA/CONGRUÊNCIA/SIMULTANEIDADE:
Todos os elementos do crime (Fato típico, ilicitude, culpabilidade), devem estar presente no momento em que o delito é praticado.
OBS 2: O tempo do crime, EM REGRA, marca a lei que vai reger o caso concreto.
	
	TEMPO DA CONDUTA
	LEI POSTERIOR
	(IR)RETROATIVIDADE
	1
	Fato ATÍPICO
	Fato TÍPICO
	IRREtroatividade
	2
	Fato TÍPICO
	Aumento da pena
	IRREtroatividade
	3
	Fato TÍPICO
	Supressão da figura criminosa
	REtroatividade
	4
	Fato TÍPICO
	Diminuição da pena
	REtroatividade
	5
	Fato TÍPICO
	Migra o conteúdo criminoso para outro tipo penal
	Princípio da continuidade normativo-típica. (A retroatividade ou irretroatividade vai depender do caso concreto).
OBS: Nos casos de crimes continuados/permanentes, a lei que será aplicada ao agente é a que estiver em vigor no momento da cessação da conduta, mesmo que mais maléfica. (Súmula 711, STF).
OBS: ABOLITIO CRIMINIS
Revogação de um tipo penal pela superveniência de lei descriminalizadora. (Desdobramento do princípio da intervenção mínima). 
#QUAL A NATUREZA JURÍDICA DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA?
1ª Corrente: Causa extintiva ou excludente da tipicidade. (Flávio monteiro de barros).
2ª Corrente: Causa extintiva da punibilidade. (Adotada pelo C.P)
#QUAL A CONSEQUÊNCIA DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA?
Cessação da execução da pena (lei abolicionista não respeita coisa julgada) e cessação dos efeitos penais da sentença condenatória (Os efeitos extrapenais são mantidos).
OBS: E o art. 5, XXXVI, CF/88?: O art, 5º é uma garantia do individuo contra o estado e não do estado contra o individuo.
OBS: Reincidência?: Trata-se de efeito penal que desaparece com a abolitio criminis.
OBS: Reparação do dano?: Não desaparece com abolitio criminis.
#Depois do trânsito em julgado qual é o juiz competente para aplicar a lei mais benéfica?
Prova objetiva: Súmula 611, STF, o competente é o juiz da execução penal.
Prova subjetiva: A doutrina diverge.
1ª Corrente: Juiz da execução, súmula 611, STF.
2ª Corrente: Depende do caso concreto, pois se a aplicação da nova lei exigir conhecimento matemático, juiz da execução, mas se demandar juízo de valor, exige revisão criminal.
# PODE-SE APLICAR A LEI MAIS BENÉFICA MESMO QUE DURANTE A VACATIO LEGIS?
1ª Corrente: Sim, o tempo de vacatio tem como finalidade principal promover o conhecimento da lei promulgada. Não faz sentido que aqueles que já se inteiraram do conteúdo da nova lei fiquem impedidos de lhe prestar obediência quanto aos preceitos mais brandos. (Rogerio Greco).
2ª Corrente: Não, no período de vacatio a lei não possui eficácia jurídica ou social. (Maioria da doutrina).
# Para beneficiar o réu, admite-se a combinação de leis penais?
1ª Corrente: Não, o juiz ao combinar as duas leis, na verdade está legislando, criando uma terceira lei (Lex tercia). (Nelson Hungria)
2ª Corrente: Sim, se o juiz pode aplicar o tudo de uma ou de outra lei para favorecer o agente, pode escolher parte de uma ou de outra para o mesmo fim. (Nucci). 
OBS: O STJ sumulou o entendimento vedando a combinação de leis penais. Súmula 501.
NÃO SE CONFUNDE ABOLITIO CRIMINIS COM CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA
	ABOLITIO CRIMINIS
	CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA
	Supressão da figura criminosa (formal e material)
	Supressão formal do tipo.
	A conduta não será mais punida (o fato deixa de ser punível)
	O fato permanece punível. A conduta criminosa apenas migra para outro tipo penal.
	A intenção do legislador é não mais considerar o fato criminoso.
	A intenção do legislador é manter o caráter criminoso do fato, mas com outra roupagem.
b) Teoria do Resultado: O crime considera-se praticado no momento do resultado.
c) Teoria mista/Ubiquidade: O crime considera-se praticado no momento da conduta ou do resultado.
LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA: 
A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstancias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
a) LEI TEMPORÁRIA: É aquela instituída por um prazo determinado, vem prefixado no seu texto o lapso de duração. 
b) LEI EXCEPCIONAL: É editada em função de algum evento transitório (guerra,calamidade pública), perdura enquanto persistir o estado de emergência.
CARACTERÍSTICAS: 
1- Autorrevogabilidade: São leis autorrevogáveis. Consideram-se revogadas assim que encerrado o prazo fixado (temporária) ou cessada a situação de anormalidade (excepcional).
2- Ultra-atividade: Alcançam os fatos cometidos em sua vigência, mesmo que tenham sido revogadas. Trata-se de hipótese excepcional de ultra-atividade maléfica.
ATENÇÃO: A revogação das leis temporária e excepcional, não implica abolitio criminis.
# As leis temporárias e excepcionais são inconstitucionais?
1ª Corrente: O art. 3º do CP é de duvidosa constitucionalidade, posto que a exceção é irretroatividade legal que consagra a CF, não admite exceções, possui caráter absoluto. A extra-atividade deve ser sempre em benefício do réu. (Zaffaroni, Greco).
2ª Corrente: O art. 3º não viola o princípio da irretroatividade da lei prejudicial. Não existe sucessão de leis penais. Não existe tipo versando sobre o mesmo fato sucedendo lei anterior. Não existe lei para retroagir. (Prevalece)
# RETROATIVIDADE DA LEI PENAL NO CASO DE NORMA PENAL EM BRANCO:
1ª Corrente: A alteração do complemento da norma penal em branco deve sempre retroagir, desde que mais benéfica para o réu. (Paulo José Junior)
2ª Corrente: A alteração na norma complementadora, mesmo que benéfica, é irretroativa (a norma principal não é revogada com a simples alteração de complementos). (Frederico marques)
3ª Corrente: Só tem importância a variação da norma complementar na aplicação retroativa da Norma penal em branco quando esta provoca uma real modificação da figura abstrata do direito penal (quando benéfica), e não quando importe a mera modificação de circunstância que, na realidade, deixa subsistente a norma penal. (Mirabete)
4ª Corrente: A alteração de um complemento na norma penal em branco homogênea (lei complementada por outra lei) terá efeitos retroativos, se benéfica. Quando tratar de norma penal em branco heterogênea (lei complementada por portaria), a alteração mais benéfica só ocorre quando a legislação complementar não se reveste de excepcionalidade (se excepcional, não retroage). (STF)
Lei intermediária: Se mais benéfica que a lei em vigor no momento do fato e mais benéfica que a lei em vigor no momento do resultado, ele tem duplo efeito retroagindo e ultragindo, ou seja, ela é extra-ativa.
# É POSSÍVEL A RETROATIVIDADE DE JURISPRUDÊNCIA MAIS BENÉFICA?
A cf/88 se refere somente à retroatividade da lei (proibindo-a quando maléfica e permitindo-a quando benéfica). O código penal também só disciplina a retroatividade da lei (não da jurisprudência). O entendimento que prevalece é o de que a extra-atividade só se refere à lei, não se estendendo à jurisprudência.
ATENÇÃO: Para Paulo Queiroz deve ser proibida a retroatividade desfavorável da jurisprudência e aplicada a retroatividade benéfica, autorizando revisão criminal.
CUIDADO: Não se pode negar a retroatividade da jurisprudência quando dotada de efeitos vinculantes (Súmula vinculante, ADI, ADC, ADPF).
EFICÁCIA DA LEI PENAL NO ESPAÇO:
Princípios aplicáveis na solução do aparente conflito:
1- PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE: Aplica-se a lei penal do local do crime. (Adotado no brasil, em regra (territorialidade temperada)).
OBS: Não importa a nacionalidade do agente ou o bem jurídico tutelado.
2- PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE ATIVA: Aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente.
OBS: Não importa o local do crime, a nacionalidade da vítima ou do bem jurídico.
3- PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE PASSIVA: Divergência doutrinaria.
1ª Corrente: Aplica-se a lei da nacionalidade da vítima, não importa a nacionalidade do agente, do bem jurídico ou o local do crime. (hoje prevalece).
2ª Corrente: Aplica-se a lei da nacionalidade do agente quando ofender um concidadão (mesma nacionalidade do autor), não importa o bem jurídico ou o local do crime. (Capez).
4- PRINCÍPIO DA DEFESA (OU REAL): Aplica-se a lei penal da nacionalidade do bem jurídico lesado.
OBS: Não importa o local do crime ou a nacionalidade dos sujeitos.
5- PRINCÍPIO DA JUSTIÇA PENAL UNIVERSAL: O agente fica sujeito à lei penal do país em que ele for encontrado.
OBS: Não importa o local do crime, a nacionalidade dos sujeitos ou o bem jurídico, o que importa é a lei penal do país em que o agente for capturado. Este princípio está normalmente presente nos tratados internacionais de cooperação e repressão a determinados delitos de alcance transnacional.
6- PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO (DO PAVILHÃO, DA BANDEIRA, DA SUBSTITUIÇÃO OU DA SUBSIDIARIEDADE): A lei penal aplica-se aos crimes cometidos em aeronaves e embarcações privadas quando praticados no estrangeiro e aí não sejam julgados (inercia do país estrangeiro).
OBS: Não importa a nacionalidade dos sujeitos, do bem jurídico ou o local do crime, basta que tenha ocorrido no estrangeiro.
	TERRITORIALIDADE
	EXTRATERRITORIALIDADE
	INTRATERRITORIALIDADE
	Local do crime: Brasil
	Local do crime: estrangeiro
	Local do crime: Brasil
	Lei aplicável: brasileira
	Lei aplicável: brasileira
	Lei aplicável: estrangeira
Ex: Imunidade diplomática.
OBS: A lei penal estrangeira será aplicada pelo juiz estrangeiro, mesmo que o crime tenha sido cometido no Brasil.
# O que é TERRITÓRIO NACIONAL?
Espaço geográfico mais espaço jurídico (por ficção, equipação) Art. 5º, §1º.
CONCLUSÕES: 
a) Quando os navios ou aeronaves brasileiros forem públicos ou estiverema serviço do governo brasileiro, quer se encontre em território nacional ou estrangeiro, são considerados parte do território.
b) Se privados, quando em alto-mar ou espaço aéreo correspondente, seguem a lei da bandeira que ostentam.
c) Quando estrangeiros, em território brasileiro, desde que privados, são considerados parte de nosso território.
# A embaixada é extensão do território que representa?
O código penal não trouxe qualquer regra específica atinente às embaixadas, motivo pelo qual prevalece, até mesmo no STF, que são invioláveis, mas não são extensão do território que representam. 
#Embarcação brasileira privada naufraga em alto mar, sobre os destroços dessa embarcação, holandês mata americano.
A lei aplicada será a lei brasileira em virtude do princípio da bandeira.
# Embarcação brasileira privada colide com a embarcação holandesa privada em alto mar, é feita uma jangada com partes brasileira e com partes holandesa. Americano mata argentino sobre a jangada.
Aplica-se a lei da nacionalidade do agente.
# Embarcação pública colombiana atracada em porto brasileiro, ocorre crimes dentro da embarcação (aplica a lei colombiana). Marinheiro colombiano comete crime no território nacional.
Se o marinheiro desceu a serviço do país, aplica-se a lei colombiana pelo princípio da bandeira.
Se desceu, e não estava a serviço do país, aplica-se a lei brasileira.
DIREITO DE PASSAGEM INOCENTE: Art 3º da lei 8617/93
# Aplica-se a lei brasileira ao crime cometido a borde de embarcação privada estrangeira de passagem pelo mar territorial brasileiro?
Não se aplica a lei brasileira.
É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro.
a) A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida.
b) A passagem poderá compreender o parar e o fundear, mas apenas na medida em que tais procedimentos constituam incidentes comuns de navegação ou sejam impostos por motivos de força maior ou por dificuldade grave, ou tenham por fim prestar auxílio a pessoas a navios ou aeronaves em perigo ou em dificuldade grave.
# O direito de passagem inocente é só para embarcações ou também abrange aeronaves?
A doutrina aplica também para aeronaves.
LUGAR DO CRIME:
Quando o crime se considera praticado no nosso território?
1- TEORIA DA ATIVIDADE: O crime considera-se praticado no lugar da conduta.
2-TEORIA DO RESULTADO/DO EVENTO: O crime considera-se praticado no lugar do resultado.3- TEORIA MISTA/UBIQUIDADE: O crime considera-se praticado no lugar da conduta ou do resultado. (Adotada pelo código penal. Art. 6º).
OBS: Se no Brasil ocorre somente o planejamento e/ou preparação do crime, o fato, em regra, não interessa ao direito brasileiro, salvo quando a preparação, por si só, caracterizar crime (ex: associação criminosa).
	CRIME À DISTÂNCIA/DE ESPAÇO MÁXIMO
	CRIME EM TRÂNSITO
	CRIME PLURILOCAL
	O crime percorre território de 2 países soberanos.
Ex: Brasil e Argentina
	O crime percorre território de mais de 2 países soberanos.
Ex: Brasil, Argentina e Uruguai.
	O crime percorre 2 ou mais territórios do mesmo país.
Rx: SP, BH, RJ
	Conflito internacional de jurisdição (a lei de qual país será aplicada?).
	Conflito internacional de jurisdição (a lei de qual país será aplicada?).
	Conflito interno de competência (qual juízo aplicará a lei?)
	Resolve-se pelo art. 6º CP-teoria da ubiquidade.
	Resolve-se pelo art. 6º CP-teoria da ubiquidade.
	Art 70 CPP (regra)-teoria do resultado.
Art. 70 CPP- A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração.
EXTRATERRITORIALIDADE:
Em casos excepcionais, a nossa lei poderá extrapolar os limites do território, alcançando crimes cometidos exclusivamente no estrangeiro. Art 7º CP.
	Art. 7º, I CP EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA §1º
	a) Crime contra a vida ou a liberdade do presidente da República (Princípio da defesa)
b) crime contra o patrimônio público brasileiro (princípio da defesa)
c) crime contra a administração pública (princípio da bandeira)
d) genocídio (princípio da justiça universal)
	Art. 7º,II CP EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA § 2º
	a) crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (princípio da justiça universal)
b) crimes praticados por brasileiro (princípio da nacionalidade ativa)
c) crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e ai não sejam julgados (princípio da repercução)
	Art. 7º, §3º CP EXTRATERRITORIALIDADE HIPERCONDICIONADA
	Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (princípio da nacionalidade passiva)
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA (condições cumulativas)
a) ENTRAR O AGENTE NO TERRITÓRIO NACIONAL
OBS: Entrar não significa permanecer.
OBS: Território nacional é espaço geográfico mais espaço jurídico (embarcações e aeronaves)
b) SER O FATO PUNÍVEL TAMBÉM NO PAÍS EM QUE FOI PRATICADO.
c) ESTAR O CRIME INCLUÍDO ENTRE AQUELES PELOS QUAIS A LEI BRASILEIRA AUTORIZA A EXTRADIÇÃO.
OBS: Art. 77 do estatuto do estrangeiro.
OBS: Art. 77, IV “a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 ano.
d) NÃO TER SIDO O AGENTE ABSOLVIDO NO ESTRANGEIRO OU NÃO TER AÍ CUMPRIDO A PENA
e) NÃO TER SIDO O AGENTE PERDOADO NO ESTRANGEIRO OU, POR OUTRO MOTIVO, NÃO ESTAR EXTINTA A PUNIBILIDADE, SEGUNDO A LEI MAIS FAVORÁVEL. 
# Brasileiro em Portugal mata dolosamente cidadão português. O agente foge e retorna ao território brasileiro antes do fim das investigações. A lei brasileira alcança este fato?
1- O agente entrou no nosso território? Sim
2- O fato é punível também em Portugal? Sim
3- O crime coincide com aqueles pelos quais o Brasil autoriza a extradição? Sim
4- O agente foi absolvido no estrangeiro ou cumpriu pena no estrangeiro? Não
5- O agente foi perdoado ou está extinta a punibilidade? Não
A lei brasileira vai ser aplicada a esse fato. 
# O autor será julgado pela justiça estadual ou federal?
Ausentes os requisitos do art. 109, CF/88, o agente será processado e julgado pela justiça estadual.
#Qual comarca competente para o processo e julgamento?
Art 88 CPP- No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da capital da república.
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO (Art 8º CP) É UM BIS IN IDEM atenuado.
A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada quando idênticas.
É possível que suceda a hipótese de ser o agente processado, julgado e condenado tanto pela lei brasileira como pela estrangeira (em especial nos casos de extraterritorialidade incondicionada).

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