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CASO CONCRETO
Em depoimento, testemunhas dizem que viram trava de brinquedo abrir
Adolescente de 14 anos morreu após ser lançada de atração em parque de diversão
Três das quatro testemunhas ouvidas pelo delegado titular da Polícia Civil de Vinhedo, Álvaro Santucci Noventa Júnior, sobre o acidente no parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, no interior de São Paulo, que matou uma adolescente de 14 anos, disseram ter visto a trava do brinquedo onde a vítima estava abrir antes da queda. A auxiliar de escritório Cátia Damasceno contou que o dispositivo de segurança do brinquedo abriu na descida. "No primeiro 'tranco' da descida, eu vi a trava do assento dela abrir. Só a trava dela abriu', conta a testemunha. "Depois disso, o corpo dela foi lançado para o chão", completou Cátia. A jovem caiu de bruços e chegou morta ao hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí, com sinais de traumatismo craniano.
Além da auxiliar de escritório, o delegado de Vinhedo ouviu o marido dela e um outro casal. Álvaro Santucci Júnior disse que apenas o marido de Cátia Damasceno relatou, em depoimento, não ter visto o momento exato da abertura da trava porque não estava olhando fixamente para o assento onde a adolescente estava.
Os funcionários do parque que trabalhavam na atração só serão ouvidos pela Polícia Civil no início da próxima semana, de acordo com Álvaro Santucci Noventa Júnior, a pedido dos advogados do parque. O delegado acredita que a hipótese mais provável para o acidente tenha sido falha mecânica. Ele acompanhou o trabalho dos peritos no Hopi Hari e acredita que a menina caiu de uma altura entre 25 e 30 metros.
A trava, segundo o delegado, deve ter aberto durante a frenagem do brinquedo. O equipamento, também conhecido como elevador, leva o visitante a 69 metros de altura e, depois de um tranco, despenca a uma velocidade que pode chegar a 94 quilômetros por hora, segundo anunciado no site do parque.
A assessoria de imprensa do parque de diversões informou que a queda aconteceu às 10h20min. A adolescente estava no parque acompanhada dos pais. Em nota, o Hopi Hari lamentou o incidente e informou que está prestando toda a assistência à família da vítima e apoiando os órgãos responsáveis na investigação sobre as causas do acidente. A direção do parque decidiu encerrar as atividades no começo da tarde desta sexta-feira, mas o local será reaberto neste sábado (25), das 10h às 19h. A atração La Tour Eiffel permanecerá fechada até que as causas do acidente sejam esclarecidas.
 
Veja abaixo a íntegra da nota divulgada pelo parque de diversões:
COMUNICADO - O Hopi Hari informa que por volta das 10h20min de hoje houve um acidente envolvendo uma visitante de 14 anos que estava no brinquedo La Tour Eiffel. A visitante foi socorrida e levada para o Hospital Paulo Sacramento, na cidade de Jundiaí, aonde chegou em óbito. Após o acidente, o Parque decidiu encerrar as suas atividades do dia. Hopi Hari reabre amanhã, sábado, das 10h às 19h. A La Tour Eiffel permanecerá fechada até que as causas do acidente sejam esclarecidas. A perícia do brinquedo foi realizada pela Polícia Técnica, que vai investigar as hipóteses do acidente. O parque lamenta profundamente o ocorrido e está prestando toda a assistência à família da vítima e apoiando os órgãos responsáveis na investigação sobre as causas do acidente.
(Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2012/02/em-depoimento-testemunhas-dizem-que-viram-trava-de-brinquedo-abrir.html>. Acesso em: 25 fev. 2012).
 
SE JULGAR CONVENIENTE, RECORRA ÀS FONTES:
Art. 6º do CDC: São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
Art. 14 do CDC: O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
Caso concreto 
Seguindo os procedimentos recomendados
Situação de conflito: Adolescente de 14 anos morreu após ser lançada de atração em parque de diversão.
Fato jurídico: Responsabilização pela lesão a bem jurídico (a vida).
Identificação das partes: Vítima, representada por seus pais ou Ministério Público (sujeito ativo) e proprietário do parque de diversões Hopi Hari (sujeito passivo).
Onde o fato ocorreu: Parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, interior de São Paulo.
Quando o fato ocorreu: às 10:20 horas, do dia 24/MM/AAAA, sexta feira.
Situação de conflito: Fulana de Tal, adolescente de 14 anos, morreu após ser lançada de atração do parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, interior de São Paulo. Os procedimentos para apuração das causas e responsáveis pelo incidente estão em andamento.
Tese: O(s) proprietário(s) do parque de diversões Hopi Hari terá (ão) de indenizar a família da vítima, independente das penalidades cabíveis aos responsáveis.
Contextualização do real
	A adolescente, Fulana de Tal, morreu ao ser lançada de atração no parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, interior de São Paulo. Ela estava acompanhada de seus pais – Cicrano de Tal e de sua mãe, Beltrana de Tal – que presenciaram a queda da filha.
	Várias testemunhas relataram que viram o momento em que a trava do brinquedo se soltou e a adolescente foi lançada de uma altura superior a 20 m.
	O fato ocorreu às 10:30 horas, do dia 24.02.2012, sexta feira e a adolescente, conduzida para o hospital de Vinhedo, lá chegou sem vida em virtude de traumatismo craniano e várias fraturas.
	As investigações sobre o fato foram iniciadas imediatamente e prosseguidas nos dias que se seguiram, comprovando que a cadeira onde a adolescente estava sentada apresentava defeito e estava inoperante há dez anos. A bobina que energizava a trava havia sido retirada e, no dia, alguém acionou manualmente as travas, equivocadamente ou não.
	A administração do parque havia informado que a adolescente estava sentada em outra cadeira que não a defeituosa. Porém, uma fotografia tirada na ocasião comprovou que a adolescente estava sentada na cadeira defeituosa.
	O advogado – Bechir Ale Júnior – de dois funcionários do parque de diversões afirma que eles avisaram aos responsáveis pela atração que o assento apresentava defeito e mesmo assim a adolescente foi autorizada a sentar na cadeira defeituosa.
	Todas as perícias realizadas, inclusive pelo Ministério Público, comprovaram que a cadeira em que a adolescente estava sentada apresentava problemas.
Fatos favoráveis à tese
O brinquedo, comprovadamente, já apresentava defeito há muitos anos
O problema com a cadeira de onde a adolescente caiu foi comunicado aos responsáveis e estes permitiram que o assento continuasse a ser usado
Todas as perícias realizadas comprovaram o problema
A administração do parque tentou encobrir o fato de que a adolescente estava sentada na cadeira defeituosa
Fatos contrários à tese
	Não percebi algum fato contrário à tesede indenização, uma vez que o proprietário de qualquer empresa prestadora de serviços é responsável por qualquer dano aos seus usuários, independentemente de que a culpa seja de seus funcionários ou da empresa responsável pela manutenção de seus equipamentos.
Conclusão
	O(s) proprietário(s) do parque Hopi Hari deverá indenizar os pais da adolescentes por danos matérias, morais e dolo eventual, independentemente das demais penalidade cabíveis a ele(s) – e demais envolvidos –, uma vez que, sabedores do problema com a atração, permitiram seu uso continuado, assumindo o risco de matar.

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