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A importância do marketing sustentável para micro e pequenas empresas (MPEs) Natanny Simões Rosa - FATEC JAHU – natanny_simoes@hotmail.com RESUMO Assim como qualquer outra corporação, as Micro e Pequenas Empresas tem como principal objetivo obter altos lucros por meio de suas atividades comerciais. Seguindo esta lógica capitalista, esse modelo de desenvolvimento, ao longo dos anos, mostrou-se nocivo ao meio ambiente. Além do mais, as questões ambientais se tornaram alvo de discussões devido aos desastres ambientais e o aumento da temperatura global. Sendo assim, coagindo moralmente as MPEs e consumidores a terem uma nova forma de pensar as suas relações comerciais que, hoje, devem ser pautadas para o desenvolvimento sustentável. O objetivo desta pesquisa é verificar a importância do marketing sustentável para as MPEs. O estudo do tema é importante, pois o marketing sustentável as auxilia na competitividade e as tornam mais fortes no mercado onde a concorrência é cada vez mais acirrada. Para a elaboração deste artigo foi utilizado o método hipotético-dedutivo que, neste contexto, oferece meios de construir, metodologicamente, a análise do tema da pesquisa e a formação de uma conjectura para responder ao problema inicialmente posto. A problemática que esta pesquisa propõe é a de compreender: qual a importância do marketing sustentável para as Micro e Pequenas Empresas. PALAVRAS-CHAVE: Micro e Pequenas Empresas. Marketing. Marketing Sustentável. ABSTRACT As well as any other corporation, the Micro and Small Enterprises has as main objective to obtain high profits by means of its commercial activities. Following this logic, this model of capitalist development, over the years, has proved to be harmful to the environment. In addition, environmental issues have become the target of discussions due to environmental disasters and the increase in global temperature. Thus, coercing morally the MSEs and consumers have a new way of thinking their trade relations that, today, should be guided toward sustainable development. The objective of this research is to verify the importance of sustained marketing for the MSEs. The study of the topic is important, because the sustainable marketing assists in competitiveness and become stronger in the market where the competition is increasingly fierce. For the preparation of this article was used the hypothetical-deductive method that, in this context, provides the means to build, methodologically, the analysis of the topic of research and the formation of a conjecture to respond to the problem initially tour. The problem that this research proposes is to understand: What is the importance of sustained marketing for Micro and Small Enterprises. Keywords: Micro and Small Business. Marketing. Sustainable Marketing. 1. Introdução Uma das principais características do sistema capitalista é a competitividade entre as Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Segundo Silva (2001, p. 36), a competição econômica existe em um ambiente que se denomina sistema concorrencial, no qual duas ou mais firmas disputam mais pela sobrevivência no mercado que pela própria busca do maior lucro possível. No universo neoliberal, elas, atualmente, têm ganhado importância na economia brasileira. Neste sentido, o governo federal, analisando esse crescimento implementou medidas que facilitassem a abertura e beneficiassem a saúde financeira dessas MPEs. Segundo Aguiar (2013, p. 3), as microempresas e empresas de pequeno porte optante pelo Simples foram, em geral, contempladas nos seguintes aspectos: facilitação do cálculo e desoneração quanto ao pagamento dos tributos. Devido às pressões que as MPEs sofrem por causa da competitividade inerente à economia capitalista, se faz necessário utilizar o marketing sustentável para que este auxilie as Micro e Pequenas Empresas e as torne mais competitivas e lucrativas na economia de mercado. O objetivo desta pesquisa é de verificar a importância do marketing sustentável para as MPEs. O estudo do tema é importante, pois o marketing sustentável as auxilia na competitividade e as tornam mais fortes no mercado onde a concorrência é cada vez mais acirrada. O método hipotético-dedutivo, neste contexto, oferece os meios de construir, metodologicamente, a análise do tema desta pesquisa e a formação de uma conjectura para responder ao problema inicialmente posto. A problemática que esta pesquisa propõe é o de compreender a importância do Marketing sustentável para as MPEs. 2. Breve análise histórica a respeito das micro e pequenas empresas (mpes) O governo federal, em 1960, após perceber o potencial econômico das micro e pequenas empresas, criou o Grupo Executivo de Assistência à Média e Pequena Empresa Industrial, que Segundo o SEBRAE (2015) tinha o objetivo de melhorar a produtividade e fortalecer a estrutura econômica e financeira das empresas industriais. Nesse mesmo ano também foi criado o Programa de Financiamento à Pequena e Microempresa que, segundo o SEBRAE (2014), eram as linhas de créditos de instituições financeiras oficiais como: Banco do Brasil, CAIXA, Banco da Amazônia e Agência de Fomento do Amapá. E ainda, orientações sobre o acesso do cartão de credito do BNDES com a finalidade de orientar os empresários e instrumentalizar os técnicos do SEBRAE de informações sobre as linhas de crédito disponíveis para os pequenos negócios na hora de buscar financiamento. Em 27/11/1984, foi sancionada a lei 7.256/84, que regulamentaria o Estatuto da Microempresa que, segundo a Câmara dos Deputados (2012, p.9), veio responder a determinações de nossa lei maior, equilibrando múltiplos interesses e necessidades que constituem a sociedade brasileira, ao instituir um regime jurídico, tributário e administrativo caracterizado, sobretudo pela simplicidade e propício ao desenvolvimento, à produção, à distribuição, à inclusão social e à cidadania. Em 1988 foi criado o art.179 da Constituição Federal sinalizando que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensariam às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. Posteriormente, em 5 de dezembro de 1996, foi criada a lei 9.317/96, que criava o Sistema Integrado de Pagamento de Imposto e Contribuições (SIMPLES), que tem como objetivo, segundo Coelho e Domingos (2014, p.4), reduzir a complexidade do sistema tributário, facilitar o acesso ao crédito e ao mercado das MPEs. Segundo o Art.3º desta lei, implicam no recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação: Do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), Contribuição para o PIS/Pasep, Contribuição Patronal Previdenciária (CPP) para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica; Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Em 05/10/1999 foi aprovada a Lei nº 9.841/99, mais conhecida por Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte que, segundo Mídia Contábil (2015), estabeleceu as normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Por fim, no dia 14 de dezembrode 2006, foi aprovada a Lei Complementar nº123, conhecida por Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas que, segundo o SEBRAE (2016), tem como objetivo a desburocratização do processo de legalização de empresas; o incentivo à participação das micro e pequenas empresas nas licitações municipais; o fortalecimento da atuação do agente de desenvolvimento local e o estímulo à formalização do Microempreendedor Individual. As medidas politico-jurídicas tomadas pelo governo federal, neste contexto, possibilitaram que as MPEs se tornassem parte da realidade socioeconômica do país e aumentassem a sua participação na estrutura ocupacional do mercado brasileiro. 3. A inserção das micro e pequenas empresas (mpes) na realidade socioeconômica nacional Não há unanimidade acerca da conceituação das micro e pequenas empresas, cada nação adota formas particulares de acordo com suas realidades de mercado.. Contudo, na legislação nacional as mesmas são definidas no artigo 3º da lei 123/2006, como toda a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais). Nos últimos anos, as MPEs alcançaram alto nível de importância na economia brasileira. Segundo o SEBRAE (2016), os pequenos negócios respondem por mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Juntas, as cerca de 9 milhões de micro e pequenas empresas no país representam 27% do PIB, resultado que vem crescendo nos últimos anos. Neste sentido, elas são um dos principais símbolos do capitalismo e elementos expressivos da realidade econômica nacional. As MPEs, neste contexto, produzem bens ou serviços que vão ser demandados pelos consumidores durante o processo de satisfação de suas necessidades. Segundo Miranda (2009, p.3), sua atividade econômica é organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Agora, no que se refere à produção de bens, estas dependem da disponibilidade dos seus recursos produtivos que, segundo Nogami (2012, p.28) são a capacidade empresarial, capital, mão de obra ou trabalho e recursos naturais ou terra. A principal atividade destas é a produção e seu principal objetivo é a maximização de lucros. Segundo Santos (2007, p.19), na visão neoclássica, a firma é tida como um agente que toma decisões de produção e de tamanho da planta, motivada por uma lógica maximizadora, visando obter a maior lucratividade no âmbito das opões tecnológicas existentes. Assim as MPEs, devem buscar maximizar a produção a um determinado custo total ou minimizar o custo total para certo nível de produção com o intuito de obter resultados satisfatórios e alcançar o chamado equilíbrio da firma que, segundo Cavalcante e Zeppeline (2012, p.9), ocorrem quando o nível de operação das micro e pequenas no qual as receitas cobrem os gastos variáveis mais fixos e deixam o lucro mínimo esperado pelos acionistas e que pode ser calculado de 2 maneiras: 1) em quantidade, e 2) em receita. Um fato importante analisado ao longo desses anos é que as MPEs aumentaram a sua participação na estrutura ocupacional do mercado brasileiro. Neste tocante, CESIT (2005, p.4) explica que um componente importante desse aumento de participação na estrutura ocupacional deveu-se às estratégias de sobrevivência diante da explosão do desemprego, da falta de oportunidades de ocupação em estruturas mais organizadas, que levaram milhões de pessoas a buscarem a abertura de um pequeno negócio, em meio ao reduzido ritmo de crescimento econômico brasileiro dos últimos 25 anos. A importância delas para o desenvolvimento nacional no âmbito da geração de empregos e renda é inegável. Conforme explicam Cezarino e Campomar (2004), no Brasil, elas representavam 70% da força de trabalho, 21% do PIB nacional e 98% do total de estabelecimentos em 1994. No país, entre 1995 e 2000 a diferença de contratações e demissões nas MPEs foi de mais de 1.400.000, enquanto nas grandes empresas foi de 29.652 novos postos de trabalho. Em 2000, havia 2.161.783 MPE representando 93% do total de estabelecimentos empregadores proporcionando emprego a 26% dos trabalhadores formais. O segmento de MPEs apresenta participação expressiva em setores importantes da economia brasileira como comércio, indústrias e serviços. Segundo SEBRAE (2014, p.6), as Micro e Pequenas Empresas já são as principais geradoras de riqueza no comércio no Brasil (53,4% do PIB deste setor). No PIB da indústria, a participação delas (22,5%), aproxima-se das médias empresas (24,5%). Além disso, no setor de Serviços, mais de um terço da produção nacional (36,3%) tem origem nos pequenos negócios. Em relação aos postos de trabalho criados pelas MPEs, nota-se expressivo crescimento no período de 2000 a 2010. Segundo SEBRAE (2011, p. 2), nesse período as micro e pequenas empresas criaram 6,1 milhões de empregos com carteira assinada, elevando o total de empregos nessas empresas de 8,6 milhões de postos de trabalho, em 2000, para 14,7 milhões, em 2010 e em toda a década, o crescimento médio do número de empregados nas MPE foi de 5,5% a.a. Ao analisar o perfil social dos empresários do segmento de MPEs, verificamos que os empregadores estão inseridos na classe alta e média. Segundo Almeida e Benevides (2005, p. 10), esse pequeno e micro empresário, apresenta maior concentração na faixa etária compreendida entre 18 e 28 anos, com pequena prevalência do sexo feminino. Além disso, sua faixa de renda familiar encontra-se no patamar compreendido entre 0 e 5 salários mínimos, com nível de escolaridade majoritariamente formado por superior completo. Há indícios, contudo, de que os funcionários das MPEs recebam remuneração média real inferior às ocupadas nas grandes empresas em todas as regiões do país. Segundo Duarte (2013, p.39), essas dificuldades se devem à falta de dinheiro na empresa para conseguir pagar alto salário aos profissionais que já possuem experiência, para gerenciar pessoas e manter comunicação constante entre eles. Além disso, há a rotatividade do emprego neste segmento que, segundo Borges (2011, p.36), tem causas múltiplas como: “a insatisfação quanto à política salarial da organização; ofertas mais atraente por outras empresas; descontentamento quanto ao local de trabalho (distância, estrutura física, ambiente em geral); insatisfação quanto à política de benefícios; problemas de relacionamento com os colegas; insatisfação quanto à função exercida pelo colaborador; política inadequada de desenvolvimento e crescimento profissional; critérios de avaliação de desempenho”. A rotatividade pode atrapalhar a produtividade das MPEs, pois um novo integrante da equipe precisa de tempo para adaptação as novas funções. Isso significa tempo e dinheiro gastos com a entrada de um substituto, segundo IPEA (2012, p.24), uma empresa onde a troca de funcionários é muito grande, só tem a perder porque há sempre aquele novo funcionário que precisa de uma atenção maior e acaba por atrapalhar o rendimento dos outros. Enfim, mesmo com os avanços alcançados pelo segmento das MPEs nas últimas décadas, o IPEA (2012, p.113) explana que é onde se concentra maior informalidade, empregos mais precários e de curta duração, os menores salários e os maiores índices de acidentes de trabalho e de ilegalidades, contando com acentuada ausência de proteção social. 4. A importância do marketing sustentável para as micro e pequenas empresas A partir do século XX, com a Revolução Industrial, começaram a surgir às primeiras preocupações com as questões ambientais, devido ao aumento da temperatura no planeta causado pela emissãode co2 na atmosfera. Segundo Silva e Paula (2009, p. 43), O aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão, é o aumento da temperatura média superficial global, provocado por fatores internos e/ou externos. As potências econômicas, passaram a desenvolver mecanismos políticos, econômicos e sociais em escala global, que propunham a discussão, análise e tentativa de solução destes problemas. Acerca dessa crescente preocupação como as questões ambientais no âmbito das Relações Internacionais Duarte (2004, p.4) afirma que [a] partir do século XIX, e sob o impacto da Revolução Industrial, sociedades européias, notadamente a inglesa, demonstram preocupação crescente com os efeitos da poluição e degradação urbana na qualidade de vida dos cidadãos; além disso, tratados visando á exploração de recursos transfronteiriços começam a se multiplicar. É na segunda metade do século XX, porém, que os problemas ambientais se tornam efetivamente globais, e passam a suscitar medidas governamentais e não governamentais, politicas, jurídicas, econômicas e educacionais em escala mundial”. Os Estados, no século XX, com o intuito de cooperarem internacionalmente, procuraram desenvolver políticas globais com vistas a resolver os problemas ambientais, entre estes: o aumento da temperatura global e a questão das chuvas ácidas que começavam a influenciar o modo de vida das sociedades. Sobre este comportamento cooperativo dos Estados, Lima (2012) explana que, [foi] a partir da segunda metade do século XX que os Estados passaram a considerar mais seriamente a aplicação do dever da cooperação, notadamente no âmbito do meio ambiente, em suas políticas globais e em suas relações internacionais com vistas a resolver questões internacionais de caráter comum. Observa-se que há uma primazia em relação às questões da economia em detrimento aos problemas ambientais. Os interesses econômicos dos Estados fizeram com que a situação do espaço natural chegasse a esse ponto deplorável, a priori, motivados pelas ideologias neoliberais que alavancam o consumismo desmedido conforme explica Queiroz (2010, p.118): A corrente ambientalista tem chamado a atenção acerca dos níveis insustentáveis de consumo e da crescente demanda dos países desenvolvidos por recursos naturais que, exacerbados pelas políticas de liberalização comercial, dentre outras consequências, afetam a integridade da diversidade biológica e dos ecossistemas dos países menos desenvolvidos constituindo, então, um entrave à adoção de práticas sustentáveis. Apesar de todos os esforços para que as normas e regimes ambientais internacionais sejam cumpridos, eles não são considerados fortes quando comparados aos regimes comerciais. A Organização Mundial do Comércio, por exemplo, possui normas mais claras, aceitas e observadas pelos atores da política internacional, o que não ocorre com os demais regimes de caráter ambiental. Neste sentido comenta Barros-platiauet AL (2007, p. 25): Na questão da interface entre o regime comercial da OMC e os regimes ambientais, é preciso enfatizar que mesmo tendo sido construídos com lógicas distintas e sem uma hierarquia no direito internacional, o primeiro tende a prevalecer, por ter mostrado, em menos de 10 anos e existência, que na regulação por meios multilaterais institucionalizados é desejável. A clareza (precisão) das normas estabelecidas, e a sua observância, bem como o nível de delegação por parte dos membros são suficientemente assegurados para que o regime seja forte, o que não ocorre na maioria dos regimes internacionais ambientais. O termo desenvolvimento sustentável surgiu em 1987 no Relatório Brundtland que segundo a ONU (1987, p.1), propõe o desenvolvimento sustentável, que é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades. A opinião pública preocupada com as questões de qualidade de vida da humanidade passou a apoiar variados grupos de pressão que almejam posicionamento efetivo da Organização das Nações Unidas. Segundo Gomes (2009, p.5), A opinião pública se volta cada vez mais para problemas ligados à qualidade de vida e ao futuro do planeta, dando crescente apoio a grupos ambientais e partidos políticos “verdes”. O tema tem sido observado pela mídia mundial que cobra dos governantes soluções rápidas para o problema que tem ocorrido em velocidade sem precedentes na história da humanidade. Segundo Aímola e Dias (2007, p.2), A mídia mundial tem chamado o ano de 2007 de “o ano das mudanças climáticas”. Isso se deve, primeiramente, ao fato de o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) ter publicado neste ano a quarta série de três relatórios de avaliação sobre o aquecimento global [...]. A preocupação com as questões ambientais tem crescido no decorrer dos anos, de modo que, criou-se uma legislação ambiental internacional que exige dos países rigor em seu cumprimento, segundo Adame, Gallo e Granziera (2009, p.5), o meio ambiente é objeto de interesse universal, sendo insuficiente à proteção explicitada nas normas internas. É necessária a aplicação de um Direito Internacional Ambiental na proteção de tão valioso bem e, a partir dessa base, desenvolver as normas nacionais, adequadas às características e necessidades particulares. A mídia mundial, a opinião pública e a legislação ambiental internacional têm forçado as empresas a repensarem suas estratégias de marketing com o objetivo de se encaixarem nessa realidade e levar os consumidores a mudar o modo que outrora era direcionado pela sociedade de consumo. O conceito de marketing vem ao longo dos anos se adaptando aos contextos históricos. De acordo com Kotler (2006, p.9), marketing é um processo social por meio do quais pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca de produtos e serviços. Na realidade não existe um consenso acerca do conceito de marketing, sendo possível notar duas linhas de pensamento distintas. Segundo Larentis e Minuzzi (2014, p.82), uma delas aborda principalmente a ideia da satisfação dos clientes. E outra linha de pensamento opta por uma via mais gerencial, no sentido de análise de mercado, planejamento de estratégias e medição de resultados. No Brasil, o conceito de marketing encontra-se, bastante desfocado, geralmente está vinculado às questões comerciais sendo associado à venda de produtos de qualquer modo, mesmo que as pessoas não os desejem. Acredita-se também se tratar de uma maneira de fazer com que os consumidores comprem o que não precisam, com um dinheiro que não tem. De acordo com o Art. 2º do Código de Defesa do Consumidor (CDC), consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Relacionar o conceito de marketing apenas às questões mercadológicas é compreensível, vivemos na era da globalização onde para ser cidadão é necessário ser consumidor. Os indivíduos, atualmente, procuram inserir-se na sociedade de consumo. Segundo Barbosa (2004, p. 8), a sociedade de consumo englobaria características sociológicas para além da commodity sign, com consumos de massas e para massas, alta taxa de consumo e de descarte de mercadorias per capita, presença da moda, sociedade de mercado, sentimento permanente de insaciabilidade e o consumidor como um de seus principais personagens social. O marketing sustentável tem o desafio de fazer com que as MPEs repensem seu funcionamento. Segundo Vieira (2012), as empresas que não se modificarem e trabalharem suas estratégias e imagem dentro deste contexto, no futuro podem não sobreviver no cenário de mercado que está sendo desenhado. Sendo assim, o marketing sustentável procura levar as MPEs e consumidoresa se debruçar em uma nova consciência voltada a preservação do meio ambiente e sobrevivência das gerações futuras. Segundo Vieira (2012), O profissional de marketing sustentável desempenha um papel crucial na discussão sobre responsabilidade social e sustentabilidade nas empresas.Ele deve se preocupar não só em vender o produto de sua empresa, mas também vender suas ações sustentáveis. Por fim, a MPE que desejar sobreviver no atual mercado de intensa competição deve pensar nas questões da sustentabilidade, conscientização de seus clientes e na sua inserção neste mercado que tem tendência de crescimento em curto prazo. 5. Considerações finais Analisar a importância do marketing sustentável para as MPEs foi de suma importância, pois evidenciou a importância deste para a competitividade destas no mercado. Para isso, utilizaram-se as teorias da gestão de empresas, pois nos permite investigar o contexto histórico das MPEs; analisar a inserção destas na economia brasileira; e verificar a importância do marketing sustentável para as MPEs. Sendo assim, este tema foi verificado por meio de revisão bibliográfica, do tipo exploratório, com abordagem qualitativa, utilizando a técnica de análise de conteúdo. A pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema (LAKATOS; MARCONI, 2003). Isto significa que se buscou analisar por fontes primárias referentes aos conteúdos. As fontes secundárias, ou seja, a bibliografia especializada no tema de marketing sustentável foi analisada por meio de livros, artigos científicos, teses e revistas. A interpretação que se buscou, neste sentido, foi importante para evidenciar as relações existentes entre as MPEs e o marketing sustentável. A revisão bibliográfica oferece a estimativa mais confiável da eficácia de uma intervenção específica e pode identificar lacunas em nosso conhecimento que requereu mais investigação, também pode nos dar uma noção da força da evidencia disponível e da qualidade dos estudos (BOOTH, 2011). A pesquisa bibliográfica, sendo assim, não foi uma mera repetição do que foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propiciou o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem. Esta proposta pretendeu aprofundar o pertinente diálogo com outras ciências, como as ciências sociais, geografia humana, ciências econômicas e gestão de empresas, com objetivo de ampliar o conhecimento e auxiliar na obtenção das respostas aos questionamentos levantados. O método hipotético-dedutivo ofereceu os meios de construir, metodologicamente, a análise do tema desta pesquisa, de maneira a traçar o levantamento das variáveis por meio da formulação inicial de um problema, resultado de eventuais contradições e a formação de uma conjectura para responder ao problema inicialmente posto. Esta investigação não se preocupou com a representatividade numérica, mas sim, com a objetivação do fenômeno, das ações de descrever, compreender e explicar as relações entre o global e o local, respeitar o caráter interativo entre os objetivos buscados por meio de orientações teóricas e seus dados empíricos, buscando resultados fieis. Sendo assim, verificou-se que o marketing sustentável é importante para as MPEs, porque as insere no novo contexto de mercado voltado para as questões ambientais, permite à participação nesse novo mercado crescente, melhora a imagem desta diante à sociedade. 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