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RESUMO - OBRIGAÇÕES (Direito Civil II)

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DIREITO CIVIL II – OBRIGAÇÕES 2018.1 
Apresentação do PED da disciplina e a metodologia de casos concretos. 
Conceito de obrigação (ob+ligatio) 
 
A palavra obrigação pode assumir vários significados, dependendo do contexto a que 
estiver se referindo. Dessa forma, em sentido amplo, obrigação é um dever, que pode 
estar ligada a uma acepção moral ou jurídica uma vez que exprime qualquer espécie de 
vínculo. 
Do ponto de vista moral, as pessoas têm obrigações diversas, fruto da cultura, dos 
costumes e da própria convivência social. Assim, são exemplos de obrigações morais, a 
obrigação de ir à missa, comparecer a eventos familiares, contribuir com campanhas 
sociais, pagar dízimo em Igreja, dentre outras. 
 
Quando a obrigação está dentro da órbita jurídica, há um dever jurídico, que se relaciona 
à observância de uma lei específica, ou um contrato firmado entre as partes. Assim, 
exemplos de obrigações jurídicas seriam: a obrigação de pagar um tributo, de 
comparecer a uma audiência, de cumprir um contrato de prestação de serviços, dentre 
muitas outras. 
 
Segundo Silvio Venosa (2003), obrigação é a relação jurídica transitória, de cunho 
pecuniário, unindo duas (ou mais) pessoas, devendo uma (o devedor) realizar uma 
prestação à outra, credor. 
 Algumas diferenciações: 
 1) Obrigação e responsabilidade: a obrigação se refere a um dever de realizar uma 
prestação (schuld/débito), sendo, portanto, dever originário. A responsabilidade (haftung) 
é a consequência jurídica patrimonial do credor ao descumprimento de uma obrigação 
(decorrente da lei ou da vontade das partes), portanto, trata-se de um dever secundário 
(derivado). 
 2) Obrigação e estado de sujeição: Antunes Varela explica que na obrigação ter-se-
á, ao lado do dever jurídico de prestar, um direito à prestação. No estado de sujeição 
haverá tão somente uma subordinação inelutável a uma modificação na esfera jurídica 
de alguém, por ato de outrem. Assim, no estado de sujeição uma pessoa não terá 
nenhum dever de conduta, devendo sujeitar-se, mesmo contra sua vontade, a que sua 
esfera jurídica seja constituída, modificada ou extinta pela simples vontade de outrem, 
ou melhor, do titular do direito potestativo, eventualmente coadjuvado pela autoridade 
pública. 
3) Obrigação e ônus jurídico. Ensina Inácio de Carvalho Neto (2009, p. 26) que 
dever jurídico é a necessidade que corre a todo indivíduo de observar as ordens ou 
comandos do ordenamento jurídico, sob pena de incorrer numa sanção, como o dever 
universal de não perturbar o exercício do direito do proprietário. A sujeição, a 
necessidade de suportar as consequências jurídicas do exercício regular de um direito 
potestativo, tal como é o caso do empregado ao ser dispensado pelo empregador. 
 
O Direito das Obrigações consiste num complexo de normas que regem relações 
jurídicas de ordem patrimonial que tem por objetivo prestações de um sujeito em 
proveito de outro (Clóvis Beviláqua). 
 
CARACTERÍSTICAS: 
 
1) prevalência da autonomia privada; 
2) possui cunho pecuniário (patrimonialidade); sem este aspecto econômico, pode ser 
obrigação jurídica, mas não se insere no mundo do Direito das Obrigações, como o caso 
da obrigação de servir às forças armadas e obrigações do proprietário de cumprir certos 
regulamentos administrativos sentido lato. 
3) temporário: possui início e término. 
 
 
FIGURAS HÍBRIDAS 
 
Direitos Reais e Direitos Obrigacionais não se confundem. 
No Direito das Obrigações, as relações são pessoais (não ligadas especificamente a 
uma coisa determinada), e se dão entre duas ou mais pessoas determinadas. 
No Direito das coisas, a relação ocorre entre o titular do direito real e todas as demais 
pessoas que devem respeitar o direito daquele titular, aquilo que se chama de relação 
jurídica absoluta, expressão que por vezes sofre crítica da doutrina. 
 
Os direitos reais são poderes jurídicos, direitos e imediatos, do titular sobre a coisa e, 
por isso, tem como elementos essenciais: sujeito ativo, coisa e relação de poder. Os 
direitos obrigacionais são vínculos jurídicos pelos quais o credor pode exigir do devedor 
uma determinada prestação, então, possui como elementos essenciais: sujeito ativo; 
sujeito passivo; prestação. 
 
 Obrigações propter rem 
 
As obrigações in rem, ob, ou propter rem, para Arnold Wald derivam da vinculação de 
alguém a certos bens, sobre os quais incidem deveres decorrentes da necessidade de 
manter-se a coisa. Assim, considera que as obrigações reais, ou propter rem, passam a 
pesar sobre quem se torne titular da coisa. Logo, sabendo-se quem é o titular, sabe-se 
quem é o devedor. Portanto, são obrigações que se constitui entre duas determinadas 
pessoas, mas em função de uma coisa. Então, o devedor está ligado ao vínculo não em 
razão da sua vontade, mas em decorrência de sua particular situação em relação a uma 
coisa. Essas obrigações só existem em razão da situação jurídica do obrigado, de titular 
do domínio ou de detentor de determinada coisa. 
Ex: pagamento de IPTU, art. 1345 do CC. 
 
Ônus Reais: São obrigações que limitam a fruição e a disposição da propriedade, mas 
que não se confundem com os direitos reais de garantia. Os ônus reais representam 
direitos sobre coisa alheia e se impõem erga omnes gerando créditos pessoais em favor 
do titular. São, portanto, gravames que incidem sobre determinados bens como, por 
exemplo, a constituição de renda (art. 804, CC), enfiteuse, servidão, usufruto ..... 
(estudadas em direito das coisas). 
 
FONTE DAS OBRIGAÇÕES 
Diz-se fonte de obrigação o fato jurídico (fonte genérica) de onde nasce o vínculo 
obrigacional. 
Diz-se fonte de obrigação o fato jurídico de onde nasce o vínculo obrigacional. 
Segundo Silvio Rodrigues(2012), a fonte imediata é sempre a lei, sendo as demais 
fontes consideradas mediatas: 
a) Lei – Obrigações em espécie, art. 233 do CC 
b) contratos: acordo de vontades celebrado entre partes. 
b ato ilícito: constituem-se por meio de uma ação ou omissão, dolosa ou culposa do 
agente, causando dano à vítima, art. 186 do CC. 
c) atos unilaterais: são as declarações unilaterais de vontade, por exemplo, a promessa 
de recompensa, art. 854 do CC. 
d) títulos de crédito: são documentos autônomos que a lei confere força executiva, 
quem os possui é credor, art. 585 do CPC. 
ex: cheque, nota promissória 
Pelo inadimplemento das obrigações, segundo art. 391 do CC, respondem todos os 
bens do devedor, porém, essa regra sofre mitigação do art. 649 do CPC, pois existem 
bens que são impenhoráveis. 
A responsabilidade é sempre patrimonial, ou seja, com o de cumprimento da obrigação 
se busca no patrimônio do devedor o cumprimento compulsório da obrigação, por meio 
de seus bens móveis e imóveis, com exceção do devedor de alimentos. 
Súmula vinculante n. 25 STF, Súmula 309 do STJ. 
Os princípios da socialidade, eticidade e efetividade, que caracterizam o novo Código Civil, 
revelam-se, ainda mais, no complexo e desafiante mundo das obrigações e dos contratos, 
submetido que foi a um intenso processo de releitura. 
 
A boa-fé objetiva, que passa a exigir dos contratantes uma efetiva conduta honesta, leal e 
transparente, transformou-se em dever jurídico, em cláusula geral, implícita em todos os 
contratos, substituindo o velho conceito de boa-fé subjetiva, que traduzia mera exortação 
ética, que pouco contribuía para garantir equações econômicas justas. 
 
Elementos Constitutivos das Obrigações e Classificação das Obrigações Obrigação é a 
relação jurídica de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto 
consiste num prestação pessoal econômica, positiva ou negativa devida pelo primeiro ao 
segundo, garantindo-lhe adimplemento por meio de seu patrimônio. 
 
Orlando Gomes (1999, p. 10) define assim obrigação: vínculo jurídico entre duas partes, em 
virtude do qual uma delasfica adstrita a satisfazer uma prestação patrimonial de interesse da 
outra, que pode exigi-la, se não for cumprida espontaneamente, mediante agressão ao 
patrimônio do devedor. 
 
Fica claro a partir desta definição que, diferentemente do que ocorria no Direito Romano, a 
ausência de prestação por parte do devedor gerará conseqüências no patrimônio deste, e não 
na sua pessoa. É possível, portanto, a alienação do crédito e a substituição de um devedor 
por outro. 
 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS OBRIGAÇÕES 
 
Elemento subjetivo: é composto por sujeito ativo (accipiens/credor/ titular subjetivo de 
crédito) e sujeito passivo (solvens/devedor). Em qualquer dos polos o sujeito pode ser pessoa 
natural (capaz, representada ou assistida) ou jurídica (de qualquer natureza), bem como, as 
sociedades de fato. 
 
Elemento objetivo (ou material): compõe a prestação debitória que é sempre uma conduta 
humana positiva (dar e fazer) ou negativa (não fazer). A prestação é considerada o objeto 
imediato (próximo ou direto), que é a atividade do devedor destinada a satisfazer o credor 
(dar, fazer ou não fazer). O objeto mediato (indireto ou distante) significa dar, fazer ou não 
fazer: dar, por exemplo, o carro; fazer, por exemplo, pintura de uma casa. 
 
O vínculo jurídico (elemento abstrato ou imaterial) é o liame que une sujeito ativo e passivo, 
conferindo ao primeiro o direito de exigir do segundo determinada prestação. Integram o 
vínculo obrigacional: o direito à prestação (obligatio); o dever correlato (solutio) e a 
responsabilidade. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 
Obrigações Consideradas em si mesmas 
 
i. Quanto ao vínculo obrigacional: 
a. Moral: são obrigações que decorrem apenas de deveres de consciência ou 
princípios morais. 
b. Natural: são aquelas cuja execução o devedor não pode ser constrangido a 
realizar, uma vez que seu pagamento é voluntário. Constitui relação de fato sui generis, uma 
vez que em determinadas situações pode gerar efeitos jurídicos. 
c. Civil: é o vínculo jurídico transitório que confere ao credor o direito de exigir do 
devedor uma determinada prestação. 
 
 1. Quanto ao objeto em relação à sua natureza: 
a. Dar: tem por objeto a entrega de uma coisa móvel ou imóvel, certa ou incerta, 
pelo devedor ao credor. 
b. Fazer: tem por objeto a realização de um ato ou a confecção de uma coisa 
pelo devedor no interesse do credor. 
c. Não fazer: tem por objeto a abstenção lícita de um ato pelo devedor da qual 
resulta benefício patrimonial ao credor. 
 
 2. Quanto à liquidez 
a. Líquida: são certas quanto à existência e determinadas quanto ao objeto. 
b. Ilíquida: são obrigações cujo objeto depende de apuração (prestação incerta). 
Deve converter-se em líquida para que seja possível o seu cumprimento. 
 
 3. Quanto à estrutura 
a. Simples: é aquela que possui um único devedor; um único credor e uma única 
prestação. 
b. Complexa: é obrigação em que há mais de um devedor; mais de um credor 
ou mais de uma prestação. 
 4. Quanto ao modo de execução 
a. Simples: são obrigações cuja prestação recai somente sobre uma coisa ou 
ato, ficando o devedor liberado ao cumpri-la. 
b. Cumulativa: são obrigações em que o devedor se compromete a várias 
prestações, só ficando liberado ao cumprir todas elas. 
c. Alternativa: são obrigações que têm por objeto duas ou mais prestações, 
estando o devedor desobrigado a cumprir qualquer uma delas. 
d. Facultativa: confere ao devedor a possibilidade de alterar o objeto da 
prestação. 
 5. Quanto aos elementos acidentais 
a. Pura e simples: não estão sujeitas a termo, condição ou encargo. Produzem 
efeitos imediatos. 
b. Condicional: estão subordinadas a eventos futuros e incertos, podendo a 
condição ser suspensiva ou resolutiva. 
c. Com encargo ou modal: é obrigação que se encontra onerada por cláusula 
acessória que impõe ônus ao beneficiário. 
d. 
 6. Quanto à pluralidade de sujeitos 
a. Fracionárias ou parciais: são obrigações em que há pluralidade de sujeitos, 
respondendo cada um por parte da dívida ou podendo cada um só exigir a sua respectiva 
quota. Pressupõe, portanto, obrigação divisível. 
b. Conjuntas ou unitárias: são obrigações em que há pluralidades de sujeitos, 
respondendo todos os devedores por toda a dívida uma vez que não há divisão de 
responsabilidade. 
c. Solidárias: são obrigações quem que há pluralidade de credores ou 
devedores, cada um com direito ou obrigado à dívida toda. 
d. Disjuntivas: são obrigações em que há pluralidade de devedores que se 
obrigam alternativamente. 
 7. Quanto ao conteúdo: 
a. De meio: ocorrem quando o devedor promete empregar seus conhecimentos, 
meios e técnicas para a obtenção de um determinado resultado, sem, no entanto, 
comprometer-se por este. 
b. De resultado: ocorrem quando o devedor apenas se exonera da obrigação 
quando o resultado prometido é alcançado. 
 8. Quanto ao objeto 
a. Divisíveis: têm por objeto coisa ou fato passível de divisão 
b. Indivisíveis: têm por objeto coisa ou fato que não pode ser fracionado por sua 
natureza, por motivo de ordem econômica ou por vontade das partes. 
 
• DIREITO DAS OBRIGAÇÕES - DAS OBRIGAÇÕES DE DAR (artigos 233 a 242 CCB) 
“É a entrega de alguma coisa, ou seja, na tradição de uma coisa pelo devedor ao credor.”(Sílvio 
Rodrigues) 
 Coisa certa é aquela que é específica, individualizada. Ex. bem imóvel. 
 A obrigação de dar coisa certa confere ao credor direito pessoal, apenas. 
 Direito real → tradição simples (bens móveis) ou tradição solene (bens imóveis) (1.226/1.227 
CCB). 
 A tradição pode ser real, simbólica ou ficta. 
DIFERENÇAS ENTRE DIREITO PESSOAL E DIREITO REAL 
 O Direito Pessoal existe quando assumimos uma obrigação - ex.: contrato de 
compra e venda de uma casa (pagar e entregar). 
 O contrato não transmite o domínio (posse, propriedade), para obtê-lo é necessária a 
tradição, assim se torna Direito Real. 
Tradição Real: entrega material da coisa 
DAR COISA CERTA (art.237, CCB) 
 Conceito: trata-se de obrigação cujo objeto é constituído por um corpo certo e 
determinado, estabelecendo entre as partes da relação obrigacional, um vínculo em que o 
devedor deverá entregar ao credor uma coisa individuada, por exemplo, o iate do Roberto 
Carlos, o quadro da monalisa, etc. 
 Assim, o devedor é obrigado a entregar a coisa que foi designada, ou seja, aquela que foi 
previamente acertada entre as partes. 
 Sobre essa obrigação de entregar a coisa certa por parte do devedor, vejamos o que diz o 
art. 313 do CC: 
 “ o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que 
mais valiosa.” 
 A obrigação de entregar coisa certa está ligado ao princípio de que o acessório segue o 
principal. 
 Se a obrigação de dar diz respeito, por exemplo, a um automóvel marca fiat, ano, cor, etc. 
se o citado objeto for equipado com um cd player, etc., estes objetos também fazem parte da 
obrigação. 
 Todavia, pode ser acertado entre as partes que, conforme exemplo anterior, o cd player 
pode ser retirado do carro, temos a autonomia da vontade das partes que podem livremente 
transacionar, então estando expressamente descrito em clausula contratual essa situação o cd 
player não faz parte da obrigação. 
 Esse entendimento está disciplinado no art. 233 do CC 
 Abrangência dos acessórios 
 “A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela, salvo se o contrário resultar do título 
ou das circunstâncias do caso” (233, CCB). Ex. Benfeitoriase melhoramentos na venda de imóvel. 
 A regra geral acima não se aplica às pertenças. (art. 94, CCB) Ex. mobília em caso de imóvel. 
 
 Regra geral - Melhoramentos ou acrescidos antes da tradição = incorporação ao patrimônio do 
devedor. 
 Ex. venda de uma vaca que dá cria. 
 
Frutos: são benefícios que a coisa periodicamente produz. 
Por exemplo: frutos naturais - as colheitas 
 frutos civil – aluguel 
 frutos percebidos – já foram retirados da coisa 
 frutos pendentes – ainda não foram colhidos 
 Conclusão - Os frutos percebidos até a tradição(entrega) pertencem ao devedor, cabendo ao 
credor o direito aos pendentes. 
Regra geral o acessórios segue a coisa principal. 
 
RESTITUIÇÃO DE COISA CERTA 
 Regra I - se o acrescido ou melhoramento adveio “sem despesa ou trabalho do devedor” → lucra o 
credor (CC, 241) Ex. poço de petróleo. 
 Regra II – se o acrescido ou melhoramento adveio “mediante despesa ou trabalho do devedor” → 
regra – benfeitorias (são melhoramentos realizados na cousa) - possuidor de boa-fé(ignora qualquer 
vício, impedimento para realizar a melhoria da coisa) ou de má-fé (sabe, por exemplo, que a coisa 
pertence a outrem, porém faz o melhoramento para se beneficiar)”. (CC, 242, 1.219 e 1.220) Ex – 
troca de telhados. 
• Impossibilidade de entrega de coisa diversa 
 “O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais 
valiosa”. (313 CCB) 
 De igual modo, o credor não pode exigir produto diferente, ainda que menos valioso. 
 E se houver consentimento do credor? – Dação(mudança do objeto da obrigação) em pagamento 
(356, CCB) 
 PERECIMENTO DA COISA (PERDA TOTAL) 
 Hipótese 1 – Sem culpa do devedor, antes da tradição OU pendente condição suspensiva. (ex. se 
passar no vestibular) art. 234 do CCB 
 Solução → “Res perit domino” – A coisa perece para o dono. Resolve-se a obrigação para 
ambas as partes. (devedor suporta o prejuízo) 
 
 Vide art. 492 do CCB. “Até o momento da tradição os riscos da coisa correm por conta do 
vendedor (...)” 
 Perecimento da coisa (cont.) 
 Hipótese 2 – com culpa do devedor 
 Solução → “responderá o devedor pelo equivalente em dinheiro e mais perdas e danos”. (art. 234 
do CCB) 
 Ex – devedor que, bêbado, bate o carro antes da tradição. (perda total) 
 De acordo com o art. 234 do CC, o devedor deverá devolver o valor pago corrigido e 
indenizar o credor pelas perdas e danos sofridos, devem ser apurados os prejuízos 
efetivamente suportado pelo credor, como também, os lucros que por ventura deixou 
de perceber em virtude da perda da coisa. 
 Danos materiais: 
• Dano emergente: o que efetivamente perdeu, art.402 do CC 
• Lucro cessante: o que razoavelmente deixou de lucrar, art. 402 do CC 
 Danos morais 
 Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos 
devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que 
razoavelmente deixou de lucrar. 
 DETERIORAÇÃO DA COISA (PERDA PARCIAL) 
 Hipótese 1 – Sem culpa do devedor 
 Solução → faculta-se ao credor resolver a obrigação ou aceitar a coisa, com o respectivo 
abatimento correspondente à depreciação. (art. 235 do CCB) 
 Deterioração da coisa (cont.) 
 Hipótese 2 – com culpa do devedor 
 Solução → as mesmas da hipótese anterior (resolução da obrigação ou abatimento), acrescidas 
de perdas e danos. 
 PERECIMENTO NAS OBRIGAÇÕES DE RESTITUIR 
 Sem culpa do devedor - sofrerá o credor a perda. Ex. Incêndio florestal que destrói uma casa 
dada em comodato. (art. 238 do CCB) 
 Com culpa do devedor – responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. Ex. Incêndio 
acidental (causado por cigarro) que destrói uma casa dada em comodato. 
 DETERIORAÇÃO DA COISA NAS OBRIGAÇÕES DE RESTITUIR 
 Sem culpa do devedor – receberá o credor o bem no estado em que se ache, sem indenização. 
(art. 240 do CCB) 
 Com culpa do devedor – deverá o credor receber o equivalente em dinheiro, acrescido de perdas 
e danos. (art. 240 do CCB, 2ª parte) 
 Em caso de descumprimento da obrigação? 
 Nesse caso, após a Reforma do CPC, é lícito ao credor perseguir a coisa. 
“Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor mandado de 
busca e apreensão ou de imissão de posse, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. ” 
(461,CPC). 
 
 
Obrigações pecuniárias 
A obrigação de dar quantia certa tem por objeto uma prestação em dinheiro e não uma coisa. (315 
CCB). 
 
 Principio da Pacta Sunt Servanda: diz respeito à força obrigatória dos contratos, como foi 
acertado entre as partes deve ser cumprido obrigatoriamente. 
 
Teoria da imprevisão-cláusula rebus sic stantibus (317 CCB) 
Proibição de pagamento em ouro ou moeda estrangeira, excetuados casos previstos em legislação 
especial. (318 CCB) 
Se "A" se comprometer perante "B", a demolir uma casa em ruínas ou a fazer melhoramentos nesse 
prédio, e não consegue licença da autoridade competente para a realização da reforma: 
a) o credor pode exigir ou a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos. 
b) liberado está o devedor. 
c) o débito subsiste quanto à prestação remanescente. 
 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES – TIPOS DE OBRIGAÇÕES 
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA 
 Coisa incerta é aquela que é indeterminada, mas pode ser especificada pelo gênero e quantidade. 
(art. 243 do CCB). Ex. Entregar 10 toneladas de açúcar. 
Conceito: Trata-se de obrigação na qual o objeto é a entrega de coisa não considerada em sua 
individualidade, mas de acordo com o gênero, conforme determina o art. 243 do CC. Assim, no 
inicio da relação obrigacional o objeto é indicado de forma genérica, vem a ser determinada no 
momento da escolha. 
 Tal obrigação deve sempre consignar o gênero e a quantidade, sob pena de indeterminação 
absoluta. 
Coisa certa ≠ Coisa incerta 
 A coisa certa é específica, individualizada desde o nascimento da obrigação. Ex. entregar um carro 
específico. 
 A coisa incerta, no nascimento da obrigação, é indeterminada, genérica; porém caracterizada pelo 
menos pelo gênero e quantidade. 
Assim, na obrigação de dar coisa incerta, este termo não é absoluto, pois a coisa pode ser 
indicada pelo gênero e pela quantidade: 30 cavalos, 50 caminhões, 30 sacas de café, etc. 
A determinação dar-se-á pela escolha, conforme artigo 244 do Código Civil. Ocorrendo, pois, a 
escolha, tomando ciência o credor, acaba a incerteza da obrigação, passando a vigorar as 
normas relativas às obrigações de dar coisa certa. 
Escolha ou concentração 
A escolha é o ato de seleção das coisas constantes da espécie, isto é, a identificação quanto à 
qualidade da coisa a ser entregue. Denomina-se de Concentração para o processo de escolha da 
coisa devida, ressaltando-se que a coisa deve ser de média qualidade, realizada pelo devedor, 
conforme art. 244 do CC, isso de não for estipulado no contrato que tal escolha cabe ao credor ou 
mesmo a uma terceira pessoa. 
 Escolha ou concentração é o ato de seleção das coisas constantes do gênero, para serem 
entregues ao credor. (Sílvio Rodrigues) 
 Obs - Apenas no cumprimento da obrigação a coisa será determinada. Ex. Entregar 100 toneladas 
de tabaco. 
A quem pertence a escolha? 
 A escolha, salvo estipulação em contrário, pertence ao devedor. 
 “Nas coisas determinadas pelo gênero e quantidade, a escolha pertence ao devedor, se contrário 
não resultar do título da obrigação (...)” (art. 244 do CCB) 
Em relação à escolha, nada obsta que fique a cargo do credor ou de terceira pessoa estipulada 
pelas partes, art. 244 do CC. 
Assim, de acordo com o art. 244 do CC, alguns critérios devem ser levados em consideração no 
que diz respeito à escolha, senão vejamos: 
a) quando nada mencionar o contrato, caberá a escolha ao devedor; 
b) o devedor não poderá dar a coisa pior, nem seráobrigado a prestar a melhor. Tal critério deve 
ser entendido no sentido de que o devedor deve escolher pela média, visando equilíbrio entre as 
partes, conforme visto alhures. 
Portanto, nas obrigações que tem por objeto coisa incerta, não temos como objeto uma coisa 
única, singular, exclusiva e preciosa como ocorre na obrigação de dar coisa certa, pois conforme 
descrito ao norte, temos uma coisa genérica determinável pelo gênero e pela quantidade, de 
acordo com a regra insculpida no art. 243 do CC., Citamos como mais um exemplo dez cabeças 
de gado. Após a escolha realizada pelo devedor a coisa se torna determinada através da escolha 
realizada no momento do pagamento. 
 Qualidade da coisa 
 O Código Civil adotou o critério da qualidade média, oriundo do Direito Romano (Justiniano). 
O fato do devedor realizar a escolha não quer dizer que poderá escolher a pior, por exemplo, leite 
tipo A,B,C, a escolha deverá recair sobre o B, que é de qualidade intermediária. 
 E se existirem apenas duas qualidades? 
 Obs - Se o direito de escolha for deferido ao credor, poderá este exigir o de melhor qualidade. 
Perda ou Deterioração da coisa 
 “Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por 
força maior ou caso fortuito” (art. 246 CCB) 
 Princípio do não-perecimento do gênero (genus nunquam perit) 
 A escolha somente se completa com a cientificação do credor. 
 
 OBRIGAÇÃO DE FAZER, NÃO FAZER 
 OBRIGAÇÃO DE FAZER, art. 247 249 do cc: são aquelas que vinculam o devedor a exercer 
determinada conduta, ou seja, desenvolver determinado trabalho físico ou intelectual, de 
prestar um serviço em favor do credor ou de terceira pessoa. 
 Ex: construir uma ponte; inquilino realizar a pintura de imóvel alugado; escrever um livro, etc. 
 OBJETO: qualquer comportamento humano, lícito e possível, do devedor ou de terceiro à 
custa do devedor. 
 Obrigações de Dar e Obrigações de Fazer 
 Diferenças entre Obrigações de Dar e Obrigações de Fazer: essas obrigações são 
denominadas de positivas, pois o devedor deve realizar algum comportamento. 
 - Na obrigação de dar, o devedor deve entregar um objeto, sem que se tenha de fazê-lo 
previamente. Na obrigação de fazer, o devedor deve exercer determinada conduta que 
pode ser física ou intelectual, para depois entregar ao credor. 
A tradição (entrega) da coisa é imprescindível na obrigação de dar, arts. 1226 e 1267 do CC, o 
que não ocorre na obrigação de fazer. 
 a pessoa do devedor na obrigação de dar, fica em segundo plano, pois o objetivo da 
mesma é a entrega do bem, inclusive a prestação pode ser fornecida por terceira pessoa, 
estranha ao negócio jurídico entabulado entre credor e devedor, conforme arts. 304 a 305; 
 Diferenças entre Obrigações de Dar e Obrigações de Fazer 
 na obrigação de fazer a figura do devedor pode ser imprescindível, pois se for obrigação 
personalíssima, por exemplo, realizar a pintura de um quadro por pintor de renome. 
 Diferenças entre Obrigações de Dar e Obrigações de Fazer 
 na obrigação de dar, o erro sobre a pessoa do devedor não gera a anulação da obrigação; 
porém quando se trata de obrigação de fazer o erro sobre a pessoa do devedor pode anular a 
obrigação. 
 Espécies de obrigação de fazer: 
 As de natureza Infungível: art. 247 do CC 
 Esse tipo de obrigação só pode ser cumprida pelo devedor, conforme for ajustado no 
contrato ou pela natureza da prestação, em razão de, por exemplo, qualidades pessoais do 
devedor, a fama do mesmo; um cirurgião famoso (phd) que foi contratado para realizar uma 
cirurgia. Também é conhecida como obrigação personalíssima ou “intuito personae”, pois a 
importância da obrigação está na pessoa que irá exercer a conduta, e não na obrigação em 
si. 
As de natureza Fungível: art. 249 do CC 
 Neste tipo de obrigação de fazer, a prestação pode ser prestada por qualquer pessoa que 
tenha condições de exercê-la, ou seja, tanto pelo devedor quanto por terceiro, pois importa o 
cumprimento da obrigação em si e não a pessoa que irá executá-la. 
 Ex: contrato de empreitada, ao credor importa que o imóvel seja construído, não importa que 
seja por empresa interposta (contratada) para aquela finalidade. 
 INADIMPLEMENTO 
 Conseqüência do inadimplemento (descumprimento) da obrigação de fazer: 
 Se a prestação do fato se impossibilitar sem culpa do devedor pela impossibilidade da 
prestação: 
 Sem culpa do devedor: a obrigação fica resolvida, conforme art. 248, 1ª parte do CC 
 Com culpa do devedor: este responde por perdas e danos, conforme determina o art. 248, 2ª 
parte e 389 do CC. 
 Se ocorrer a recusa do devedor em prestar o serviço: 
 Se a obrigação de fazer é infungível: o devedor deve indenizar perdas e danos. Art. 247. 
 Se a obrigação de fazer é fungível: o credor tem a liberdade de mandar executar o serviço por 
terceiro à custa do devedor, ou pedir indenização das perdas e danos, conforme art. 249, 
posteriormente o credor ingressa com processo para cobrar do devedor os valores pagos com 
a pintura do imóvel. 
 § único do art. 249 do CC: o credor pode mandar executar os serviços, mesmo que não 
exista um processo judicial entre o credor e devedor, por exemplo, pintar o imóvel cuja 
obrigação era do devedor ao término do contrato de locação, pois existe uma proposta 
excelente para novo aluguel do imóvel. 
 OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER: art. 250 a 251 do cc 
 Conceito: é aquela na qual o devedor assume o compromisso de se abster de praticar 
determinado ato, o qual poderia praticar sem embaraço caso não se houvesse obrigado a dele 
se abster, para atender interesse jurídico do credor ou de terceiro. 
 Trata-se de uma obrigação negativa, que se caracteriza pela abstenção, por parte do 
devedor, da prática de um ato, em favor do credor ou terceiro. O inadimplemento desta 
obrigação ocorre pela prática do ato proibido. 
 Por exemplo, art. 287 do CPC, proprietário que, suportando a atividade alheia, se obriga a 
não impedir a passagem sobre seu terreno. 
 Conforme entendimento de Washington de Barros Monteiro (teoria das obrigações) deve-se 
realizar a distinção entre obrigação de não fazer, enquanto direito pessoal que vincula 
apenas o devedor e o credor, por exemplo, do devedor de não realizar a venda de determinado 
imóvel a não ser para o credor; não estabelecer comércio em determinada rua para evitar a 
concorrência durante determinado espaço de tempo; 
 a obrigação negativa, por sua vez está relacionada aos direitos reais, trata-se de regra 
genérica, atingindo todas as pessoas, para se absterem de praticar atos contra a propriedade 
alheia. 
 Descumprimento sem culpa do devedor: art. 250 do cc 
 Impossibilidade do devedor deixar de praticar o ato, por exemplo, no caso de força maior, 
resulta na exoneração do devedor, no exemplo anterior, o devedor impede a passagem por sua 
propriedade em razão de ordem do poder público. Se o devedor já recebeu algum valor do 
credor pelo cumprimento da obrigação deve restituir o valor ao credor. 
 Descumprimento com culpa do devedor: 
 Art. 251, o credor pode exigir que o devedor desfaça, sob pena de mandar desfazer à custa 
do devedor, ou seja, o credor manda desfazer, mas quem paga é o devedor, pois o credor 
pode requerer o ressarcimento por perdas e danos. 
 
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS, ART. 252 A 256 DO CC 
Obrigação Alternativa: É aquela que possui por objeto duas ou mais prestações, mas apenas uma 
será cumprida como pagamento. 
Um dos objetivos é a facilitar os negócios na sociedade. 
Um exemplo muito comum, inclusive em nosso Estado, venda ou troca um imóvel. 
As Obrigações Alternativas possuem algumas características, como: 
1) possui duas ou mais possibilidades de prestação; 
2) pagando-se qualquer das prestações entende-se que a obrigação foi cumprida, pois qualquer 
uma delas irá satisfazer o credor, art. 253 e 256 do CC. 
c)cabe ao devedor o direito de escolha sobre qualquer das prestações acordadas entre as 
partes, em regra, como ocorre nas obrigações de dar coisa incerta, o direito de escolha cabe ao 
devedor que pode optar por qualquer das prestações, art. 252 do CC. Não existe impedimento 
para que se estipule que a escolha seja realizada pelo credor ou terceiro. 
Conseqüências da inexequibilidade das prestações: 
a) impossibilidade originária ou superveniente devido ao perecimento em razão de força maior ou 
caso fortuito. 
Se a obrigação não puder ser cumprida por uma das prestações por culpa do devedor, a 
obrigação deverá ser cumprida pela outra prestação (alternativa), art. 253 do CC. 
Ex: o devedor se obriga a demolir uma casa em ruínas ou a fazer melhoramentos nesse prédio, e 
não consegue licença da autoridade competente para realizar a reforma, nesse caso a obrigação 
remanescente deverá ser cumprida. 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito 
ou força maior, se expressamente não houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único - O caso fortuito ou de força maior, verifica-se no fato 
necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. 
Pode ocorrer de todas as prestações perecerem sem culpa do devedor, nesse caso, a obrigação 
será extinta. 
Todavia, se a obrigação deixar de ser cumprida por culpa do devedor, conforme art. 225, §1º do 
CC, o credor terá direito de exigir ou a prestação remanescente ou o valor equivalente, com 
perdas e danos. Porém, se a escolha competir ao devedor, à obrigação será concentrada na 
obrigação remanescente. 
OBRIGAÇÔES FACULTATIVAS 
CONCEITO: é aquela cujo objeto da prestação é único, mas confere ao devedor o direito 
excepcional de substituí-lo por outro. 
 
 
EXEMPLOS EXTRAÍDOS DO CC 
art. 1234 DO CC, quem encontra coisa perdida deve restitui-la ao dono, e o dono fica obrigado a 
recompensar quem encontrou; mas o dono pode, ao invés de pagar a recompensa, abandonar a 
coisa, e aí quem encontrou poderá ficar com ela; pagar a recompensa é a prestação principal do 
devedor, já abandonar a coisa é prestação acessória do seu dono. O abandono da coisa não é 
obrigação, mas faculdade do seu dono. Ao invés de pagar a recompensa, tem o devedor a 
faculdade de dar a coisa ao credor. 
art. 1382 do cc, da Fazenda A sai um aqueduto para a Fazenda B, levando água, com a 
obrigação, ajustada em contrato, de que o dono da Fazenda A deverá conservar a obra, ao invés 
de manter o aqueduto, tem o dono da Fazenda A a obrigação facultativa de abandonar suas 
terras para o dono da Fazenda B. Ao invés de conservar o aqueduto, o devedor tem a faculdade 
de abandonar suas terras, dando-as ao vizinho. 
Ao nascer a obrigação o objeto é único, mas para facilitar o pagamento, o devedor tem a 
excepcional faculdade de se liberar mediante prestação diferente.” 
É mais vantajosa para o devedor, daí a afirmativa que somente em casos excepcionais é 
utilizada. 
 Ressalta-se que na obrigação facultativa, o credor nunca tem a opção e só pode exigir a 
prestação principal, pois a prestação devida é única e só o devedor pode optar pela prestação 
facultativa. 
OBRIGAÇÃO EM RELAÇÃO À PLURALIDADE DE SUJEITOS: 
 Obrigação divisível e indivisível – art.257 a 263 do cc 
 Como regra geral a obrigação ocorre entre devedor e credor, todavia, podem ocorrer casos 
em que há na mesma relação jurídica vários devedores ou vários credores. 
Obrigação em relação à pluralidade de sujeitos: 
 Obrigação divisível: é aquela cuja prestação pode ser parcialmente cumprida sem 
prejuízo de sua qualidade e de seu valor, por exemplo, pagamento de dívida parcelada. 
Todavia, deve-se ressaltar que o devedor deve pagar a prestação de uma só vez mesmo que a 
obrigação seja divisível, conforme art. 314, ressalvado o caso de acordo entre as partes. 
 exemplo de obrigação divisível 
 dois devedores têm a obrigação de entregar 20 toneladas de soja, ao dividir a obrigação, cada 
um entrega 10 toneladas do produto. 
 Obrigação em relação à pluralidade de sujeitos: 
 No que diz respeito à obrigação indivisível: esta só pode ser cumprida de forma 
integral, por exemplo, quem deve um cavalo não pode dividi-lo, art. 258 do CC, porém, se o 
citado animal vier a morrer, a dívida se converte em dinheiro, deixando de ser indivisível, art. 
263 do CC. 
 Exemplo de obrigação indivisível 
 três devedores têm a obrigação de entregar um automóvel. Neste caso não há como dividir o 
veículo, sem tirar suas características como bem móvel, sendo esta obrigação indivisível. 
 No caso de obrigação indivisível, não obstante concorram várias pessoas, cada credor pode 
reclamar a prestação por inteiro, e cada devedor responde também pelo todo, conforme 
determina o art. 259 e 264 do CC. 
 Carro, cavalo, etc.. 
Obrigação indivisível com pluralidade de devedores: a obrigação indivisível exige o 
cumprimento integral, por exemplo, no caso de dívida deixada pelo genitor aos seus filhos, 
estes devem pagar o valor total devido nos limites das forças da herança, o patrimônio pessoal 
dos filhos não entra, art. 1792, 1997 do Código Civil. 
 Assim, se a prestação for indivisível, cada filho responde pela dívida toda, e aquele que pagar 
ao credor, cobrará o quinhão(seu valor na herança) correspondente de cada irmão, art. 259, p. 
único do CC. 
 Obrigação divisível com pluralidade de devedores: as obrigações são iguais e distintas 
tantos quanto forem os devedores, por exemplo, João e Maria devem para José R$6.000,00, a 
dívida será partilhada por igual entre os dois devedores, cada um deve pagar 3.000,00. 
 No caso de pluralidade de credores: se a obrigação for divisível, cada credor só pode 
exigir sua parte, art.257 do CC. Todavia, se for indivisível aplica-se o art. 260 do CC, pelo que o 
devedor deverá pagar a todos os credores juntos, para que um não engane os outros; ou pode 
pagar a um deles desde que apresenta caução(garantia) se comprometendo a pagar os 
demais. 
 
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS – art. 264 a 266 do cc 
 Conceito: é aquela em que, havendo multiplicidade de credores ou de devedores, ou de uns 
e de outros, cada credor terá direito à totalidade da prestação, como se fosse o único credor, 
ou cada devedor estará obrigado pelo débito todo, como se fosse o único devedor, art. 264 do 
CC. 
 Art. 942 do CC, o credor pode exigir o pagamento de um dos devedores. 
 Assim, o credor poderá exigir de qualquer co-devedor o pagamento da dívida toda, que se for 
paga liberará a todos diante do credor comum, art. 275 do CC. 
 Características da obrigação solidária: 
a)pluralidade de sujeitos ativos e passivos: 
b) unidade de prestação: pois cada devedor responde pelo débito inteiro e cada credor pode 
exigi-lo por inteiro. 
Espécies de obrigação solidária: 
a)ativa: multiplicidade de credores, que, em princípio, só tem direito a uma quota da prestação, 
mas, em razão da solidariedade, podem reclamar por inteiro do devedor comum; art.. 267 a 
274 do cc 
b)passiva: quando, há vários devedores, e o credor estiver autorizado a exigir e a receber de 
um deles a dívida toda, pois cada co-devedor pode ser obrigado a pagar o débito integral e 
depois cobrar dos co-devedores, art. 275 a 285 do cc 
 c)mista: quando há pluralidade de credores e de devedores. 
 
 
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES: CESSÃO DE CRÉDITO. ASSUNÇÃO DE DÍVIDA. 
CONSEQÜÊNCIAS 
LEGISLAÇÃO PERTINENTE: CÓDIGO CIVIL - ARTIGOS 286-303 
 
CESSÃO DE CRÉDITO 
 
Cessão de crédito: trata-se de negócio jurídico, através do qual o credor transfere o crédito a 
terceiro, estranho à relação jurídica original, independente da anuência do devedor. 
Trata-se da venda de um direito de crédito. 
O cedido continua devendo a mesma coisa, modifica-se somente o credor. 
Cedente: o que transfere 
Cessionário: o adquirente 
Cedido: devedor 
Justificativa: o crédito tem natureza patrimonial, portanto, pode ser negociado.Pressupostos de validade: art. 104 do CC. 
Pode ser objeto de cessão: qualquer crédito, art. 286 do CC 
Exceção: direitos personalíssimos, pensão alimentícia, dano moral, etc. 
Deve ser celebrada mediante instrumento público ou particular, art. 288 do CC. 
A escritura pública é redigida perante o cartório de documentos, art. 215 do CC. 
Em princípio qualquer crédito pode ser objeto de cessão, porém a lei impõe algumas exceções: 
A) crédito penhorado, art. 298 do CC. 
B) o crédito do órfão pelo tutor, art. 1.749 do CC. 
C) o devedor pode impedir a cessão do crédito caso no contrato exista cláusula expressa que 
proíba a cessão. 
Se não existir cláusula impeditiva da cessão, caso o devedor queira impedir a cessão deve 
pagar o crédito, art. 286. 
Crédito hipotecário: art. 289 do CC 
Tem direito a realização da averbação no cartório de registro de imóveis. 
Questão da eficácia da cessão em relação ao devedor: art. 290 do CC 
Sem notificação não há eficácia. 
 
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA 
 
Trata-se da transferência passiva da obrigação, enquanto que a cessão é a transferência ativa 
da obrigação. 
Assim, um terceiro assume a posição do devedor, portanto, se responsabiliza pela dívida e pela 
obrigação em sua totalidade, com a autorização expressa do credor. 
A possibilidade jurídica do instituto da Assunção está relacionada à concordância expressa do 
credor. 
Explicação: na cessão há mudança de credor, dependendo do caso concreto, não faz diferença 
para o devedor, porém, a mudança do devedor faz total diferença para o credor, pois o novo 
devedor pode ser insolvente, art. 299 e 391 do CC. 
 
LUGAR DO PAGAMENTO 
 
ART. 327, 328 DO CC 
Regra geral: no domicilio do devedor. 
No direito predomina a autonomia da vontade das partes, art. 78 do CC. Assim, o pagamento o 
local de pagamento pode ser livremente acertado pelas partes. 
Conforme art. 327 e § único do CC, caso o contrato seja omisso, o lugar do pagamento será o 
domicilio do devedor. 
Se a obrigação diz respeito à imóvel, o local da coisa determina o ligar do pagamento, art. 328 
do CC. 
Doutrinariamente temos: 
dívida quesível (querable) cabe ao credor exigir o pagamento no domicilio do devedor, pois a 
iniciativa é do credor. 
Dívida portável (portable) cabe ao devedor ir pagar no domicilio do credor. 
 
TEMPO DO PAGAMENTO, art. 331 do CC 
 
No vencimento previsto no título (cheque, Nota promissória, contrato), se não houver data de 
vencimento o credor pode exigir imediatamente. 
Art. 939 do CC, o devedor pode pagar antes do vencimento, porém, o credor só pode exigir o 
pagamento a partir do vencimento. 
Art. 333 do CC há permissão para cobrança antecipada quando o devedor estiver em dificuldade 
financeira. 
 
 
 
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA E PAGAMENTO INDEVIDO: ART. 876, 884 DO CC 
O enriquecimento sem causa diz respeito ao fato da pessoa enriquecer sem justo motivo, sem 
herdar, trabalhar. 
Assim, o pagamento indevido é uma das causas de enriquecimento sem causa. 
O pagamento indevido diz respeito ao pagamento realizado pelo devedor a alguém que não é o 
credor. Assim, aquele que recebe o pagamento indevido enriquece sem causa. 
Ressalta-se que o credor não tem que espera o devedor resolver a situação, pois não provocou 
o recebimento indevido. 
Arts. 578, § único do art. 1817, etc. são exemplos também de enriquecimento sem causa. 
 
EFEITOS DO PAGMENTO INDEVIDO 
a) Aquele que recebeu o pagamento indevidamente é obrigado a devolver; 
b) Se o falso credor não quiser devolver voluntariamente o pagamento, o devedor poderá 
ingressar com uma ação de repetição de indébito. 
c) Prescrição: art. 206, §3º, IV do CC. 
 
DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES – MODALIDADES DO PAGAMENTO 
– MODOS ESPECIAIS 
 
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EMPAGAMENTO 
 
Arts. 334 do CC, 890 a 900 do CPC 
As obrigações, em geral, têm o seu termo final com o pagamento da dívida pelo devedor, 
todavia, pode ocorrer que o devedor seja impedido de realizar o pagamento. 
Nesses casos a lei lhe faculta a possibilidade de realizar a consignação do valor devido, visando 
a declaração judicial de extinção da obrigação. 
Assim, através da ação de consignação em pagamento, independente do credor concordar ou 
não, o devedor realiza o depósito em juízo do valor devido. 
O pagamento por consignação diz respeito a modalidade de extinção de obrigações, conforme 
preceituam os arts. 334 a 345 do CC. 
No caso da ação de consignação em pagamento, esta é regulada pelo código civil. 
Exemplos em que pode ser utilizada a ação de consignação em pagamento. 
 Locador que se recusa a receber o valor do aluguel argumentado que deve receber valor maior; 
consignação do valor devido do empregador referente as verbas rescisórias do empregado. 
OBS: pode ser realizada de forma extrajudicial 
Hipóteses que autorizam a consignação 
Art. 890 do CPC ... nos casos previstos em lei... a lei se refere as hipóteses previstas no art. 335 
do CC, e dizem respeito às circunstâncias que podem impedir o devedor de solver a obrigação 
pelos meios normais: 
Art.335 do CC: a consignação tem lugar: I, II, III, IV, V 
Hipóteses que autorizam a consignação 
Quanto às modalidades de consignação temos: 
A extrajudicial: pode o devedor realizar a consignação em Banco, isto é, se existir agência 
bancária no local onde a divida deve ser quitada, conforme art. 890, §1º do CPC. 
Essa modalidade de consignação pode evitar prolongadas demandas judiciais, desde que o 
credor, após tomar ciência do depósito, não manifestar recusa em receber o valor depositado, 
caso ocorra a recusa, o devedor pode promover a ação de CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. 
Uma vez efetivado o depósito, o devedor deverá cientificar o credor por carta com aviso de 
recebimento, A.R. (aviso de recebimento), conta-se o prazo da data em que o credor recebeu a 
cientificação; deve constar da cientificação a data e hora exata da entrega. 
A carta com aviso de recebimento deve ser assinada pelo próprio credor, sob pena do ato ser 
desconsiderado. 
Fará o devedor constar da carta não só objeto do depósito bem como todos os detalhes 
necessários para sua identificação plena, mas também o prazo de dez dias que o credor terá 
para recusá-lo, sob pena de o devedor reputar-se liberado da obrigação, (art. 890, §1º, do CPC) 
consignação judicial: caso ocorra a recusa do devedor em receber o valor depositado, o 
devedor ou terceiro poderá propor a ação de consignação em pagamento no prazo de 30 dias, 
instruindo a inicial com a prova do depósito e da recusa, é o que dispõe o art. 890, §3º. 
Pode ocorrer também que o devedor venha a optar pelo levantamento do depósito e não ajuizar 
a ação consignatória. 
Procedimento a serem observados na consignação 
OBS: o levantamento do depósito e a propositura da ação após 30 dias deverá ser 
acompanhada da atualização do valor devido, art. 890, §4º. 
Ao ajuizar a ação de consignação, o autor instruirá a petição com a comprovação do depósito e 
a recusa no recebimento. 
Caso não exista o depósito extrajudicial, art. 890, §4º; o depósito foi levantado, o autor pode 
requerer na petição inicial o depósito da quantia devida, a ser realizado no prazo de 05 dias, 
contados do deferimento da inicial, art. 893, I do CPC. 
Após a realização do depósito, o requerido será citado para contestar no prazo de 15 dias 
(observando-se o procedimento ordinário). Se a sentença for julgada procedente, o juiz 
declarará extinta a obrigação. 
Se na contestação o requerido alegar que o valor do depósito está incorreto, o requerente 
poderá completar o pagamento no prazo de 10 dias, art. 899 do CPC. 
 
SUB-ROGAÇÃO 
Pagamento por sub-rogação 
Sub-rogar: Significa substituir o credor no pagamento de uma obrigação, art. 346 do CC. 
Conceito de sub-rogação: diz-se que há sub-rogação quando uma pessoa que não ocupa a 
posição de devedora, nem atua em seu nome, art. 304, parágrafo único do CC, decide pagar 
dívida deoutrem (devedor). 
Assim, o terceiro que pagou a dívida pode se voltar contra o devedor para reaver o que pagou. 
Ex: João deve R$50,00 reais para Erick, porém Dalva resolve pagar essa dívida, então Erick 
terá o seu crédito satisfeito e João vai passar a dever para Dalva. 
O terceiro que paga dívida pode ou não ter interesse jurídico. 
Pode ocorrer do terceiro possuir interesse jurídico de ver a divida quitada, então vai se sub-rogar 
nos direitos do credor primitivo, ou seja, vai adquirir todas as eventuais vantagens, privilégios, 
garantias e preferências do credor primitivo, além de poder exigir o reembolso do valor que 
pagou liberando o devedor da dívida. 
Se o terceiro tem interesse jurídico: exemplo: Maria deve R$100,00 para João com garantia de 
hipoteca, caso Mario pague a dívida de Maria terá direito a cobrar R$100,00 de Maria, porém, só 
terá direito à garantia da hipoteca caso Mario possua interesse jurídico conforme art. 346, III do 
CC. 
Quanto às espécies de sub-rogação: 
legal: como o nome já diz decorre da lei, nas hipóteses do art. 346; a lei determina 
independente da vontade das partes; 
convencional: depende de acordo expresso (escrito) entre as partes, quando o terceiro faz 
acordo com o credor primitivo e fica com o direito de sub-rogação mesmo sem interesse jurídico 
e mesmo sem a anuência do devedor. Através de acordo escrito se transferem todas as 
vantagens do credor primitivo para igual a uma cessão de crédito, conforme art. 347 e 348. 
 
IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO: ART. 352 DO CC 
 
conceito: é a indicação da obrigação a ser extinta dentre várias obrigações em dinheiro devidas 
ao mesmo credor pelo mesmo devedor. 
 
normalmente entre duas pessoas existe somente uma obrigação, todavia, pode ocorrer do 
devedor possuir mais de uma dívida com o mesmo credor. 
pressupostos 
a) pluralidade de obrigações em dinheiro 
b) identidade de sujeitos 
c) liquidez e exigibilidade das obrigações 
as obrigações devem ser líquidas, ou seja, certas quanto à existência e determinadas quanto aos 
valores devidos, assim como devem ser exigíveis, isto é, já vencidas. 
por exemplo, Jose deve a Maria r$500,00 relativo a um empréstimo e mais r$300,00 em 
decorrentes de um ato ilícito, por exemplo, art. 186 do cc. assim, ao efetuar o pagamento Jose 
deve dizer a Maria qual das dividas está quitando. 
portanto, imputação de pagamento é um ato através do qual o devedor de mais de uma dívida 
vencida e da mesma natureza a um só credor, adverte sobre qual das dívidas está pagando, pois, 
se trata de pagamento inferior ao total das dívidas, conforme art. 352 do cc. 
espécies 
a) imputação efetivada por vontade do devedor, art. 352. 
a lei restringe esse direito do devedor, conforme art. 354 do cc, pois não poderá imputar o 
pagamento no principal se a obrigação envolver juros já vencidos, salvo se houver aceitação do 
credor ou estipulação expressa em contrário. 
 b)imputação efetivada por vontade do credor, art. 353 do cc, 
 se o devedor, ao efetuar o pagamento, deixa de imputá-lo numa das obrigações, transfere esse 
direito ao credor, que no instrumento de quitação há de indicar o crédito satisfeito e, por 
conseguinte, a dívida extinta. 
c)imputação efetivada por determinação da lei 
a lei supre o silêncio das partes e estabelece que a imputação recairá, primeiramente, nas 
obrigações líquidas e vencidas e, em segundo lugar, nas mais onerosas, art. 355 do cc. 
cabe, portanto, ao devedor, fazer a imputação, dizer qual dívida está quitando. 
a melhor doutrina entende que o devedor deve quitar a dívida de apresentar maior taxa de juros e 
a dívida com garantia, por exemplo, hipoteca, penhor, fiança, pois como se trata de direito de 
garantia a coisa é liberada. 
por sua vez, o credor poderá fazer a imputação, art. 353 do cc, devendo requerer o pagamento da 
dívida de juro menor e da dívida quirografária, ou seja, da dívida sem garantia. 
art. 313, 314 do cc, o credor não está obrigado a receber pagamento parcial, todavia, diante da 
situação concreta pode ser necessário aceitar a divida menor e sem garantia e depois poderá 
ingressar em juízo requerente a divida maior. 
 
DAÇÃO EM PAGAMENTO - 356 do cc 
significa dar alguma coisa em pagamento, diferente da devida. caso o credor concorde extingue-se a obrigação. 
não é por imposição do devedor, art. 313 do cc 
requisitos da dação: 
- consentimento, do credor; 
- prestação diversa da ajustada; 
- satisfatório e liberatório 
 
NOVAÇÃO: ART. 360 DO CC 
Trata-se da extinção de uma obrigação por outra destinada a extinguir ou substituir a anterior. 
com a novação se extingue uma dívida e se cria uma nova dívida entre as mesmas partes, assim, 
continua a existir uma obrigação entre as mesmas partes. 
conceito: é a constituição de uma nova obrigação que extingue e substitui outra anteriormente 
acertada. 
espécies, art. 360 do cc 
novação objetiva: credor e devedor acertam em criar uma nova obrigação através da alteração da 
prestação ou da fonte da obrigação originária. 
novação subjetiva passiva: ocorre a substituição da pessoa do devedor, art. 362 do cc. 
na novação subjetiva ativa, dá-se a substituição da pessoa do credor. 
 
Diferenças da cessão de crédito: 
a novação subjetiva ativa acarreta a extinção de uma obrigação e a sua substituição por uma 
nova obrigação. Já a cessão de crédito implica a transferência do direito pessoal sem extinção do 
vínculo obrigacional. 
 
A novação subjetiva ativa resulta de acordo dos três interessados: o devedor, o credor primitivo e 
o novo credor. Enquanto a cessão de crédito se efetua mediante ajuste entre os dois credores e 
independentemente do consentimento do devedor. 
Pressuposto 
É indispensável à existência de uma obrigação, que possa ser extinta e substituída por outra 
distinta. 
Não importa a espécie dessa obrigação; 
 Não são passíveis de novação as obrigações nulas, porque não geram quaisquer efeitos 
jurídicos. Se for apenas anulável, a obrigação poderá ser confirmada pela novação (artigo 367). 
Requisitos 
É necessária a conjugação de dois requisitos: a apresentação de um novo elemento na segunda 
obrigação e a intenção de novar. 
Esse elemento novo torna a segunda obrigação diferente da primitiva. 
 Ausente o animus novandi, a nova obrigação apenas confirma a anterior, sem qualquer alteração 
(artigo 361). Ele pode vir expressamente declarado pelas partes ou ser clara e inequivocamente 
deduzido dos termos do instrumento. 
 Efeitos 
 Extinção da obrigação primitiva com todos os seus acessórios, tais como, juros, garantias, direito 
à rescisão contratual etc., salvo se houver expresso ajuste em contrário (artigo 364); 
 Criação de uma nova obrigação, civil e válida. 
 
 
COMPENSAÇÃO: 386 DO CC 
 
Conceito: a compensação extingue as obrigações do mesmo gênero das pessoas que são, 
reciprocamente, credoras e devedoras entre si, até onde as dívidas se compensem. 
ex: Jose deve r$500,00 para Manoel decorrente de um empréstimo e Manoel deve r$500,00 a 
Jose de indenização por ato ilícito, então um não vai cobrar do outro, a compensação vai extinguir 
as duas obrigações mediante um pagamento fictício (art. 368). 
espécies: 
b) compensação judicial: determinada pelo juiz no caso concreto, ao entender que deve haver 
compensação por uma questão de economia processual, de praticidade, dando o juiz seus 
motivos/fundamentos na sentença; 
c) compensação convencional: decorre do acordo de vontades, da transação entre as partes, 
denominada autonomia privada. 
Algumas obrigações, pela sua natureza, não podem ser compensadas, pois elas fogem ao direito 
patrimonial privado, por exemplo, as obrigações de caráter alimentar e tributário. 
Efeitos da compensação: os mesmos do pagamento: extingue a obrigação, satisfaz o credor e 
libera o devedor. 
 
CONFUSÃO art. 381 do cc 
 
É um modo de extinção das obrigações semelhante ao pagamento por impossibilidadelógica de 
permanecer o vínculo. art 381, ex: a é inquilino de seu pai b, mas o pai morre e a herda o 
apartamento, extinguindo a obrigação de pagar aluguel face à confusão, pois b vai reunir as 
qualidades de credor e devedor 
Ninguém pode ser devedor ou credor de si mesmo. a confusão exige identidade de pessoas e de 
patrimônios, de modo que o dono de uma pessoa jurídica pode dever a sua empresa, e vice-
versa. 
 
REMISSÃO: ART. 385 DO CC 
 
Trata-se do perdão da dívida. 
 
Conceito: remissão é a liberação do devedor pela autoridade do credor que, voluntariamente, 
dispensa o crédito, perdoa o débito e extingue a obrigação, art.385 do cc. 
Espécies de remissão: pode ser total ou parcial (parte da dívida ou dispensa dos juros); pode ser 
expressa (por escrito) ou tácita (ex: devolução do título de crédito); pode ser gratuita (mais 
comum) ou onerosa. 
 
Textos Doutrinários: 
NEVES, José Roberto de Castro. Direito das Obrigações. GZ Editora, p. 171/184. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. 2ª ed. Teoria Geral das Obrigações. São Paulo: Saraiva. 2006. p. 
198-231; 
PEREIRA, Caio Mário da Silva. 20a ed. Instituições de Direito Civil. Volume II. Teoria Geral das 
Obrigações. Rio de Janeiro: Forense, 2003, p. 361-388. 
 
DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 
 Regra geral toda obrigação deve ser cumprida no tempo, lugar e modo acertado entre as 
partes, todavia, as obrigações podem não ser cumpridas por culpa do devedor, do credor ou em 
razão do caso fortuito ou força maior. 
 No caso de culpa do devedor pode ocasionar a mora ou o inadimplemento. 
 MORA: é o atraso no pagamento, enquanto que o inadimplemento á falta de pagamento. 
 JUROS LEGAIS: um dos efeitos observados em razão da mora do devedor diz respeito ao 
pagamento de juros por parte do devedor ao credor, conforme art. 395 do CC, principalmente 
nas obrigações em dinheiro. 
 CONCEITO DE JURO: diz respeito à remuneração que o credor tem direito de exigir em 
razão de empréstimo de dinheiro ao devedor. 
OBS: 
Frutos: são as utilidades que a coisa periodicamente produz, sem alteração ou perda de 
sua substância. 
FRUTOS NATURAIS 
São aqueles provenientes diretamente da coisa, em decorrência de sua força orgânica, 
renovando-se periodicamente pela força da natureza, não perdendo tal característica, 
mesmo que o homem concorra com processos técnicos para melhorar a qualidade ou 
intensificar a produção. 
Ex: colheitas. 
Frutos industriais e Frutos civis: 
Frutos industriais: aqueles cuja produção decorre da atuação do engenho humano sobre 
a natureza. 
Ex: produção de uma fábrica 
Frutos civis: rendas periódicas provenientes do uso por outro que não o 
proprietário. 
Ex: juros e aluguel 
Portanto, os juros são frutos civis. 
Conforme art.406 do CC, os juros são livres, pois podem ser fixados pelas partes no 
contrato ou por regras ditados pelo mercado financeiro. 
Pode ocorrer que as partes não especifiquem os juros no contrato, nesse caso os juros 
serão cobrados no percentual de 1%, conforme art. 406 do CC c/c art. 161, §1º do CTN. 
 
CLÁUSULA PENAL – art. 408 e seguintes do CC 
 Conceito: trata-se de uma cláusula acessória a um contrato através da qual as partes fixam 
previamente o valor das perdas e danos que por ventura venham a ocorrem em razão da inexecução 
culposa da obrigação, conforme art. 408 do CC. 
Os elementos da culpa: negligência, imprudência, imperícia. 
Todavia, se o descumprimento da obrigação ocorrer devido a caso fortuito ou força maior, poderá o 
devedor argumentar em seu favor o art. 389, parágrafo único do CC. 
 
Por exemplo, uma agência contrata um artista para inauguração de uma loja, estipula-se em cláusula 
penal que o não cumprimento da obrigação enseja o pagamento de uma indenização no valor de 
R$10.000,00. 
 A natureza jurídica da cláusula penal é de obrigação acessória, pois só poderá ser exigida se 
ocorrer o descumprimento da obrigação, por exemplo, a dívida não for paga no vencimento. Caso o 
contrato seja omisso em relação à cláusula penal, em sendo proposta ação judicial, o juiz é que 
decidirá o valor da indenização. 
 A grande vantagem ou função da cláusula penal é justamente determinar previamente qual o 
valor da indenização a ser paga pela parte que descumpriu o contrato, atribuindo mais celeridade ao 
processo, dispensando o que determina o art. 402 do CC. 
Trata-se de uma maneira de ratificar a obrigação, pois o devedor já tem conhecimento prévio 
que se deixar de cumprir a obrigação existe um valor estipulado relativo a indenização, não obstante a 
regra geral do art. 389 do CC. 
Outra vantagem da CP é a de intimidar o devedor, ou seja, ele já fica sabendo que terá uma 
pena se não cumprir a obrigação. É verdade que a lei prevê automaticamente uma punição ao 
devedor (389), mas a CP reitera essa sanção. 
 Ressalta-se que se o contrato for reputado como nulo, consequentemente, a cláusula penal 
também será nula, art. 184 do CC. 
 
 Espécies de cláusula penal: art. 409 do CC 
a) compensatória: é aplicada no caso de inadimplemento total da obrigação pelo devedor, art. 410 do 
CC, nesse caso o devedor poderá optar pela obrigação principal ou pela cláusula penal. 
 b) moratória: é aplicada no caso de atraso (mora) do devedor no cumprimento de sua obrigação, 
assim, o devedor deve pagar uma multa pelo atraso e cumprirá a obrigação, art. 411 do CC, por 
exemplo, em caso de atraso no pagamento do aluguel deve pagar multa de 10%, art. 416 do CC. 
 No processo judicial, se o juiz verificar que a cláusula penal representa um valor muito elevado 
deverá reduzi-la, art. 412, 413 do CC. 
ARRAS: diz respeito à garantia, ou seja, as Arras representam um sinal de pagamento para a firmeza 
do contrato visando impedir o arrependimento das partes. 
 Assim, as Arras representam uma quantia dada por um dos contratantes ao outro como sinal, ou 
seja, a garantia de confirmação do negocio jurídico realizado entre as partes. 
 
 Geralmente as Arras são em dinheiro, porém, podem ser coisas, por exemplo, um carro como sinal 
da compra de um apartamento. 
 
 Assim, quando o contrato e fechado, as Arras são devolvidas ou abatidas do preço, conforme art. 
417 do CC. Porém, se o contrato não for concluído por culpa ou desistência da parte que deu as arras, 
elas serão perdidas em favor da parte inocente. Todavia, se a parte que desistir for aquela que 
recebeu as arras, terá que devolvê-las em dobro, devidamente corrigida, conforme art. 418 do CC. 
 
 Ressalta-se que se o contrato prever cláusula de arrependimento, as arras são chamadas de 
Penitenciais, art. 420 do CC, como conseqüência teremos a devolução do sinal ou sua restituição. 
 
Diferente entre Arras e Cláusula Penal, as arras são logo entregues, enquanto a cláusula penal só terá 
aplicação se o contrato for futuramente desfeito.

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