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Manual de Biossegurança

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Objetivo
Este manual tem como objetivo orientar os colaboradores do Hospital Humanitária garantindo que tenham segurança na realização dos procedimentos existentes, esclarecendo os princípios básicos de biossegurança, bem como as medidas que evitem os acidentes de trabalho. 
Descrição das responsabilidades;
Os supervisores dos setores, em conjunto com o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar são responsáveis pela segurança no ambiente hospitalar, cabendo a cada funcionário executar os procedimentos de acordo com as normas descritas, entendendo que a segurança é responsabilidade de cada colaborador nas atribuições de suas funções. 
2.1 Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e Segurança do Trabalho
- Elaborar e desenvolver o manual de biossegurança, dentro da legislação vigente e suas revisões quando necessário.
- Distribuir a todos os setores do Hospital.
- Garantir o treinamento dos colaboradores em biossegurança.
2.2 Supervisor do Setor
- Verificar e relatar ao Serviço de Infecção Hospitalar (risco biológico) e a Segurança do Trabalho (demais riscos) os riscos decorrentes das atividades do seu setor.
- Assegurar a realização das atividades de forma segura.
- Treinar os colaboradores do seu setor em biossegurança.
2.3 Segurança do Trabalho
- Cooperar com o Serviço de Infecção Hospitalar no que diz respeito as ações de biossegurança.
- Acompanhar atividades recomendadas no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
- Acompanhar e desenvolver o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional.
- Treinar os colaboradores em biossegurança.
Mapa de Riscos
Consiste em um mapa dos diferentes setores do Hospital, onde está sinalizado e potencializado o risco existente no Hospital Humanitária.
Riscos Ambientais são representados de acordo com o grau existente no ambiente. Sua representação gráfica no mapa é apresentada em cores e a dimensão em círculo.
Abaixo legenda de cores do mapa de risco:
Físico: Verde
Químico: Vermelho
Biológico: Marrom
Mecânico: Azul
Ergonômico: Amarelo
Riscos Físicos
São representados no ambiente de trabalho através de ruídos, vibrações, temperaturas anormais, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, calor, iluminação, eletricidade e umidade. 
Ruído:
O ruído excessivo causa diversos danos à saúde do trabalhador, entre elas destacamos:
Danos auditivos: redução ou surdez parcial.
Surdez permanente: Quando ocorre, o tratamento é de difícil consecução, causando danos irreversíveis ao trabalhador da saúde.
Danos extra auditivos: Os principais danos extra auditivos estão relacionados com as alterações do sistema cardiovascular, alterações endócrinas, desordens físicas como cefaléias, náuseas além das dificuldades mentais e emocionais
Trauma acústico: decorrente de exposição repentina a ruído com intensidade na faixa de 140 ou mais decibéis, o que provoca uma lesão do tímpano. 
Avaliação Quantitativa de Ruído nas dependências do Hospital Humanitária
Setores abaixo do limite permissível
Administração
Posto de Enfermagem
Centro Cirúrgico
UTI
Recepção - Pronto Atendimento
Internação
Serviço Social
Setores Críticos
 
Central de Material de Esterilização
Departamento de Engenharia e Manutenção
Posto de Enfermagem – Pronto Atendimento
Medidas de Controle Existente
Abafador de Ruído com atenuação NRRsf 14db (A) 
Obs: Os protetores auriculares deverá ser utilizados durante o tempo em que estiver em exposição ao ruído, não sendo eficaz o uso descontínuo . 
Calor:
Todo o processo que necessita de calor pode causar danos e problemas relacionados com a sobrecarga térmica, causando ao trabalhador uma sensação de desconforto, sendo que durante a variação de temperatura corporal, constata-se que o trabalhador perde rendimento na execução de suas tarefas, tem diminuída sua produtividade com conseqüente aumento da tendência de sofrer acidentes. 
Danos causados pelo calor excessivo;
Dores de cabeça
Tonturas
Torpor
Sede intensa
Vermelhidão
Transpiração abundante
Pulso rápido e inconsciência
Pode ocorrer cãimbra muscular
Avaliação Quantitativa de Calor
Os setores avaliados no Hospital Humanitária, estão dentro dos limites estabelecido pelas Normas Técnicas de Segurança e Medicina do Trabalho.
Setores críticos
Central de Material de Esterilização
Serviço de Nutrição Dietética
Medidas de Controle Existente
Climatização
Limitação do tempo de exposição
Exaustão
Radiação:
Radiação é a energia emitida por partículas e ondas eletromagnéticas liberadas durante o processo de desintegração atômica.
A radiação ionizante é utilizada na medicina para fins de Diagnóstico, Terapêutica e na Medicina Nuclear, sendo que a área de Medicina Nuclear, nos dias de hoje, trabalha também com a área de Diagnóstico e Tratamento. 
Devido a sua capacidade de atravessar tecidos humanos e imprimir chapas radiográficas, os Raios X têm ampla utilização em diagnóstico permitindo a visualização de órgãos e estruturas internas.
A gravidade dos efeitos das radiações depende de uma série de fatores: o tipo de exposição – ( se todo o corpo ou apenas parte dele; se interna ou externamente ) e a intensidade que pode ser aguda – ( dose excessiva ) ou crônica ( doses repetidas e prolongadas). 
Como conseqüência dos efeitos das radiações podem ocorrer mutações genéticas, inclusive quebras cromossômicas, sendo que também a inibição da divisão celular pode levar ao aparecimento do câncer. Além disso, podemos afirmar que os efeitos mais importantes nocivos do uso da radiação em processo controlado são: 
Os que incidem nas glândulas reprodutoras, por serem essas as mais sensíveis 
Os tecidos apresentam diferentes graus de sensibilidade sendo os mais sensíveis os da medula óssea, tireóide e do cristalino.
As transformações cancerosas não ocorrem repentinamente, havendo um período de latência entre a exposição e o aparecimento dos tumores.
As mutações genéticas só se farão presentes nas gerações posteriores.
Pode-se afirmar que a característica mais grave da radiação é o fato da mesma ser cumulativa, sendo que exposições constantes e contínuas têm seus efeitos nocivos através dos anos.
Medidas de precaução e prevenção:
Distância: os efeitos da radiação diminuem com o quadrado da distância na radiação primária, sendo que chamamos de radiação primária a transmissão ocorrida na linha reta do feixe. A radiação secundária, que é aquela que provém do reflexo do raio nas áreas ao redor da incidência do feixe tem menor intensidade, e, portanto pouca penetrabilidade, mas isto não significa que não tenha efeito cumulativo e nocivo à saúde do trabalhador. A radiação secundária é a mais importante para os profissionais da saúde, que poderá ser atingido por ela, no desenvolvimento de sua prática diária. 
Barreiras: Utilizamos como barreiras o uso de anteparos, como biombos, paredes aventais e colares, feitos com material que não deixem passar a radiação, sendo o mais indicado, o chumbo.
Embora os Raios X consigam atravessar vários tipos de matéria, grande parte deles é absorvido. Essa perda é diretamente proporcional à espessura da camada e ao número atômico da substância. O chumbo é praticamente impenetrável e por isso constitui uma eficiente barreira de proteção do Raio X.
O uso das radiações em medicina sejam elas ionizantes ou não ionizantes é extremamente comum e está presente em nosso dia-a-dia. Por esse motivo devemos sempre nos lembrar que o risco existe, embora controlável e seguir as orientações e precauções recomendadas pelos organismos legais. 
Dosimetria: Processo de monitoração individual externa de dose absorvida durante a jornada de trabalho por indivíduos ocupacionalmente expostos a radiação ionizante.
Frio:
A exposição do ser humano a ambientes de baixa temperaturaconstitui-se num sério problema, tendo em vista a grande dificuldade do corpo em conservar o calor produzido pelo organismo. 
A baixa temperatura corporal resulta de um balanço negativo entre a produção e a perda de calor.
A vasoconstrição periférica é a primeira ação reguladora que ocorre no organismo quando se inicia uma excessiva perda de calor, sendo que o fluxo sanguíneo é reduzido em proporção direta com a queda da temperatura.
Setores que apresentam o risco
Refrigerador no Serviço e Nutrição e Dietética
Salas de cirurgia
Recuperação pós – anestésica
Salas de parto
Leitos de UTI
Medidas de controle existente
Controle de temperatura
Riscos Químicos
Agentes químicos: por agentes químicos em Higiene do Trabalho, entendem–se aqueles que quando penetram no organismo podem afetar vários órgãos, causando alterações em sua estrutura e/ou funcionamento.
Considerações:
Todo germicida tem um potencial de agressividade
Anestésicos e quimioterápicos constituem risco potencial à saúde dos profissionais.
Substâncias químicas quando penetram no organismo passam para circulação sanguínea, podendo manifestar seu caráter nocivo em vários órgãos.
Vias de absorção;
Cutânea
Digestiva
Respiratória
Os riscos químicos inerentes aos profissionais de saúde podem ser divididos em três grupos:
Agentes químicos utilizados para limpeza de superfícies
Desinfecção de superfícies e esterilização de equipamento e materiais
Anestésicos e agentes antineoplásticos.
Agentes químicos para desinfecção e /ou esterilização
Produtos clorados: esses produtos, dependendo da concentração, causam agressão à epiderme ocasionando lesões de pele. Os produtos clorados quando inalados provocam irritação de mucosa nasal e irritação respiratória.
Produtos iodados: o iôdo e seus derivados podem ocasionar irritações da epiderme, provocando reações alérgicas de maior ou menor intensidade, dependendo da sensibilidade das pessoas.
Álcool: substâncias à base de álcool podem ocasionar danos à epiderme pelo uso contínuo, bem como irritação das mucosas. Além disso, o álcool é de fácil combustão devendo ser armazenado com todos os cuidados. 
Formaldeído: usado como desinfetante e esterilizante, tanto na forma líquida como na forma gasosa. Seu uso é terminantemente proibido para desinfecção ambiental, só sendo permitido para desinfecção e/ou esterilização de artigos médico-hospitalares. O formaldeído é considerado cancerígeno, altamente irritante de vias áreas superiores, além de poder ocasionar irritação ocular.
Glutaraldeído: considerado como desinfetante de alto nível e esterilizante, é extremamente irritante para os olhos e vias respiratórias, em concentrações acima de 0,2 p.p.m no ambiente. O material desinfetado ou esterilizado pelo glutaraldeído deverá sofre um enxágüe rigoroso, pois resíduo de glutaraldeído são altamente nocivos para os pacientes, podendo ocasionar desde queimaduras químicas até trombose e necrose. 
Agentes químicos anestésicos: Os produtos anestésicos, em especial os inalatórios são altamente poluentes do meio ambiente, podendo provocar nas pessoas que trabalham nas salas de operação alguns sérios problemas relacionados à saúde do trabalhador.
Óxido nitroso: É um agente anestésico utilizado durante procedimentos cirúrgicos, sendo que podem provocar nos profissionais de saúde sintomas tais como: cefaléia, tonturas, sonolência, podendo inclusive alterar os limites de atenção. 
Substâncias halogenadas: São também muito utilizado em procedimentos anestésicos, pois são drogas inalatórias, de rápida absorção. Profissionais de saúde expostos a estes anestésicos de forma contínua poderão desenvolver hepatite química entre outras alterações físicas, como tonturas cefaléia, sonolência e indisposição generalizada. 
Agentes químicos antineoplásicos:
O crescente interesse profissional para o risco carcinogênico associado a manipulação de citostáticos com detecção de efeitos mutagênicos, obriga a adoção de medidas de segurança para minimizarem exposição a esses agentes. 
Setor crítico:
Quimioterapia (preparo de medicação)
Manipulação de excretas, resíduos de materiais e sobra de medicamentos.
Armazenagem e controle de estoque. 
A contaminação por quimioterápicos pode ocorrer de forma sistêmica, a saber:
Inalação – aspiração de aerossóis quando da quebra de ampolas
Ingestão – deglutição acidental de gotículas;
Absorção – contato direto com pele e mucosas;
Injeção – inoculação acidental por ferimento com perfuro-cortante com resíduos.
Os principais efeitos tóxicos dos citostáticos são:
Pele e mucosas: a absorção é totalmente variável dependendo da espessura local da pele, tempo de exposição e concentração. Foi avaliado que durante o tratamento tópico é absorvido em torno de 5 a 28% do total aplicado. 
Olhos: Em caso de exposição citostática em contato com a mucosa ocular foi observada irritação e edema conjuntival, lacrimejamento excessivo, sensação de corpo estranho, fotofobia e queratose epitelial. Os danos causados na maioria das vezes são reversíveis dentro de 1 a 2 semanas com tratamento a base de corticosteróides.
Caso ocorram acidentes, deve ser irrigar os olhos imediatamente com soro fisiológico por 15 a 30 minutos.
Sistêmicos: Há numerosos artigos que descrevem sintomas apresentados por profissionais que manipulam citostáticos, sendo que alguns desses sintomas são: cefaléia, zumbidos, náuseas e vômitos, urticária, epigastralgia, hepatopatia e anafilaxia (sintomas semelhantes aos apresentados por pacientes em tratamento). Esses dados foram coletados em profissionais que não utilizam proteção adequada durante o manuseio.
Reações alérgicas: Alguns citostáticos possuem potencial alergênico mais elevado, podendo causar sintomas semelhantes a asma, rush cutâneo, rinite e dermatite de contato.
Mutações genéticas: Em estudos realizados para avaliar a alteração mutagênica foram analisadas a urina da equipe envolvida no preparo e administração de citostático, observando-se alterações em bactérias, semelhantes a que ocorrem em pacientes.
Essas alterações são proporcionais ao período que o funcionário fica exposto ao citostático sem uso adequado de equipamento de proteção individual. Em alguns citostáticos foram observadas alterações cromossômicas irreversíveis.
Carcinogênico
A capacidade de alguns citostáticos induzirem a formação de um tumor secundário já está bem estabelecida e tornou-se uma das grandes preocupações da equipe de saúde que entra em contato com estas substâncias. 
Teratogênico
A exposição ocupacional tem como conseqüência grave o aumento de malformações e aborto espontâneo e estes ocorreram mais freqüentemente durante o primeiro semestre de gestação. Por causa desses efeitos tóxicos sobre o feto deve-se evitar a permanência no setor de gestantes e de mulheres que tenham intenção de engravidar.
Medidas de controle existente
Área específica
Capela de fluxo laminar
Fluxo restrito de pessoas
Paramentação adequada:
 - Para instalar a enfermeira deve utilizar luva de procedimentos;
 - No preparo da droga a farmacêutica deve utilizar: avental de manga longa, luva de látex espesso e sem talco, óculos de proteção, máscara com filtro para gases (máscara de carvão ativado) e preparar a medicação em capela de fluxo laminar.
Técnica adequada de aspiração de soluções.
Em caso de derramamento de quimioterápico:
Óculos de Segurança;
Máscaras PFF2 (carvão ativado);
Luva de procedimento;
Descarte adequado dos resíduos.
Riscos Ergonômicos:
Estão relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução das atividades profissionais. Estes fatores podem produzir alterações no organismo e no estado emocional dos trabalhadores, comprometendo a sua saúde, segurança e produtividade.
Principais fatores: trabalho físico pesado,postura incorreta de trabalho e de levantamento de peso, posição incômoda, ritmo excessivo, monotonia, trabalho em turnos, jornadas prolongadas, ansiedade, responsabilidade, desconforto, ocasionando danos à saúde que podem se manifestar por hipertensão arterial, úlceras digestivas, doenças nervosas, além de alteração no sono, problemas de coluna, taquicardia, tensão, ansiedade, medo, etc. Para evitar que estes agentes afetem as atividades do trabalhador, faz-se necessário o ajustamento mútuo do homem ao trabalho, que se obtém através da modernização e higienização dos ambientes de trabalho, da modificação de processos, do projeto de máquinas e de ferramentas perfeitamente adaptadas e da adoção de ritmos e posições adequados ao trabalho e racionalização de trabalho.
Prevenção:
Sempre levante pesos com a força de suas pernas e não das costas.
Para levantar um peso do chão, dobre os joelhos e pegue a carga a ser levantada.
Deixe que suas pernas façam força e mantenha a carga próxima ao seu corpo.
Nunca abaixe com a coluna reta para levantar nenhum tipo de peso ou carga.
Nunca faça esforço com suas costas para mover objetos.
Nunca faça movimentos bruscos com as costas e mantenha sempre os seus ombros na mesma posição da sua cintura. 
Desloque suas pernas e todo o seu corpo ao invés de torcer as costas.
Se você estiver sentindo dores lombares ao carregar peso, informe seu supervisor.
Não tente carregar objetos/pacientes pesados sozinho.
É importante que você esteja aquecido antes de levantar peso.
Sempre que possível use carrinhos de transportes para mover objetos/pacientes demasiadamente pesados. 
Procure sempre empurrar o carrinho ao invés de puxa-los, a não ser que ele tenha um puxador.
Se você precisar alcançar cargas em locais mais altos ou em prateleiras, use uma escada.
Se você estiver usando uma escada móvel, posicione a mesma paralelamente em relação a fileira a ser descarregada e coloque de frente para as cargas. Mantenha sempre uma das mãos livre para que você possa usar o corrimão e sempre desça a escada de costas.
Setor crítico
 
Transporte de pacientes
Uso de equipamentos como computadores nas estações de trabalho dos profissionais de saúde conforme adequação das normas regulamentadoras.
Riscos de Acidentes
Os riscos de acidentes de trabalho para os profissionais de saúde estão presentes na sua lida diária, sendo os principais aqueles ocasionados por materiais pérfuro-cortantes, quedas e o traumatismo ocorrido durante o transporte incorreto de determinados equipamentos e/ou pacientes.
 Prevenção:
Armazenamento de substâncias
Os cilindros de gás devem ser armazenados em local externo, amplo, coberto, naturalmente ventilado e devidamente protegido.
Os reagentes inflamáveis e combustíveis deverão ser armazenados em local arejado e ao abrigo da luz. A área de armazenagem deve conter adesivos informando a presença de substâncias combustíveis.
Substâncias químicas
Todas as substâncias nocivas deverão ser armazenadas em ambiente devidamente sinalizado com a simbologia que represente risco. Estas devem estar em ambientes ventilados e mantidos preferencialmente próximas ao solo para evitar acidentes de queda sobre o manipulador ao tentar apanha-la.
Incêndios
Como evita-los:
Uso adequado das tomadas conforme recomendações especificadas na “normas básicas para uso de equipamento elétrico”.
Atenção com substâncias potencialmente inflamáveis.
Manutenção do bom estado da parte elétrica do prédio.
Manutenção de vigilância que garantam a segurança do prédio 24 horas por dia.
Equipamentos para controlar incêndios
Extintores de incêndio para produtos químicos (extintores PQS de pó), eletricidade (extintores de gás CO2) e para papéis (extintores de água comprimida) devem estar disponíveis. Em ambientes que utilizam muito equipamento elétrico deve-se ter maior número de extintores para eletricidade enquanto aqueles em que o número de produtos químicos for muito grande devem conter extintores PQS em número suficiente. Os extintores devem ser guardados em local livre e não distantes mais do que 1 metro do piso e devidamente sinalizados.
Os extintores devem estar com a carga válida e devem estar a disposição em local acessível a todos.
Após o uso do extintor, notificar o serviço de segurança para que o mesmo possa ser recarregado.
Utilize sempre o extintor de incêndio adequado
Pressão de água -------- papel
CO2 ---------------------- eletricidade (pode ser utilizado c/ menor eficiência para material químico).
PQS ------------------------ material inflamável (pode ser utilizado c/ menor eficiência p/ eletricidade)
Precauções em caso de incêndio
Manter a calma e dar o alarme.
Informar o serviço de manutenção de imediato.
Realizar evacuação de acordo com as orientações do Corpo de Bombeiros e Brigada de Incêndios.
Em caso de fumaça, ande o mais rente possível do piso (rastejar-se se necessário).
Riscos Biológicos
Precauções universais (Padrão) com sangue e fluidos corporais
As chamadas Precauções Universais (Padrão) foram instituídas com o intuito de minimizar os riscos ocupacionais de aquisição de infecções pelos profissionais de saúde quando da prestação de cuidados diretos ou indiretos a qualquer tipo de paciente. Dentre os diversos patógenos, existe grande preocupação no que diz respeito às infecções pelo vírus das hepatites B e C e pelo HIV. 
Na hepatite B e C, o risco de adquirir infecção por manipulação de sangue ou secreções sem as precauções é de 6 a 30%, enquanto na aids é menor que 1%. Portanto, a recomendação é que se sigam RIGOROSAMENTE os cuidados normatizados neste documento para TODOS OS PACIENTES, uma vez que não se é possível identificar todos os riscos de cada paciente apenas pelo seu aspecto, classe social, história ou exame físico.
USO OBRIGATÓRIO DE LUVAS
1. Ao contato com sangue e fluidos corporais. Para a troca de fraldas de crianças, é necessária a utilização de luvas apenas quando há suspeita de sangue nestas. Havendo contato das mãos com fezes ou urina, é obrigatória a lavagem imediata das mãos.
2. Ao contato com membranas mucosas ou pele lesada de todos os pacientes.
3. Na manipulação de instrumentos ou de superfícies contaminadas com sangue ou fluidos corporais.
4. Nas punções venosas e demais procedimentos de acesso vascular.
USO OBRIGATÓRIO DE MÁSCARA E/OU ÓCULOS DE PROTEÇÃO
1.Na realização de procedimentos com risco de contaminação das mucosas do nariz, boca ou olhos com sangue ou fluidos corporais (Ex: entubações, cirurgias, aspiração de secreções)
USO OBRIGATÓRIO DE AVENTAIS IMPERMEÁVEIS
1.Na realização de procedimentos com risco de contaminação do tórax e abdome com sangue ou fluidos corporais (Ex: partos, banhos de leito em paciente com grandes feridas, etc)
LAVAGEM DAS MÃOS
OBRIGATÓRIA antes e após a realização de qualquer procedimento, mesmo que sejam usadas luvas. Se contato com sangue ou fluidos corporais, devem ser imediatamente lavadas com água e sabão ou PVPI degermante, seguida de fricção de álcool 70% ou o gel alcoólico bactericida (disponível nos dispensadores nos corredores).
PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM INSTRUMENTAIS PÉRFURO-CORTANTES
1. Manipular todos os instrumentais de ponta ou de corte com extremo cuidado.
2. NÃO REENCAPAR as agulhas utilizadas, nem desadaptá-las das seringas descartáveis.
3. Agulhas, lâminas de bisturi e outros materiais pérfuro-cortantes devem ser desprezados em recipientes rígidos e resistentes (caixas de papelão impermeáveis), lacradas e encaminhadas para a coleta específica de resíduos infectantes.
4. Utilizar apenas aparelhos de barbear descartáveis para realização de tricotomia (abolir o uso de navalhas ou lâminas não descartáveis).
TRATAMENTO DE SUPERFÍCIES FIXAS E MATERIAIS CONTAMINADOS
1. Superfícies não metálicas (pisos, paredes, mesas, cadeiras,etc.) onde haja presença de sangue ou fluidos corporais deve-se realizar contenção do material com papel toalha ou compressa, retirar, em seguida proceder a limpeza mecânica com água e detergente neutro, remover com pano úmido.
2. Superfícies metálicas (painéis, mesas de ferro ou inox, etc.) onde haja presença de sangue ou fluidos corporais deve-se realizar contenção do material com papel toalha ou compressa, retirar, em seguida limpeza mecânica com água e detergente neutro, remover com pano úmido.
3. Roupas sujas com sangue ou fluidos corporais devem ser enviados à lavanderia em sacos impermeáveis para impedir vazamentos e contaminação de outros locais.
MATÉRIAS ORGÂNICAS
Peças cirúrgicas, placentas, ou quaisquer outros dejetos de materiais orgânicos devem ser acondicionados em saco vermelho (ANVISA/RDC 306) e encaminhados juntamente com o lixo branco.
OBSERVAÇÕES:
1.Radiação ultra-violeta NÃO inativa os vírus da aids ou das hepatites B e C.
2.Não são recomendadas as pastilhas de formalina para qualquer tipo de desinfecção ou processamento de materiais ou superfícies em ambiente hospitalar, pois além da toxicidade, não é possível realizar monitorização adequada de sua atividade.
PRECAUÇÕES UNIVERSAIS (PADRÃO)
Lavagem das mãos: deve ser realizada antes e após o contato com qualquer paciente, mesmo que usando luvas.
Luvas: devem ser usadas para manipulação de sangue ou qualquer fluido corporal, mucosas, pele com soluções de continuidade, para punções para acesso vascular, e para procedimentos invasivos de qualquer natureza.
Máscaras/óculos: têm a finalidade de proteger boca, nariz e olhos. Devem ser usadas durante procedimentos que possam respingar partículas de sangue ou fluidos corporais capazes de atingir estas mucosas.
Aventais: têm a finalidade de proteger a roupa do profissional. Devem ser usados durante procedimentos que possam gerar grandes quantidades de secreção ou sangue capazes de atingir a roupa do profissional.Retirar imediatamente após o uso.
Objetos perfuro-cortantes e agulhas: Devem ser desprezados em embalagens rígidas específicas para este fim. NÃO devem ser reencapadas e nem desconectadas das seringas ao serem desprezadas.
Materiais e artigos sujos: com sangue ou secreções devem ser transportados em sacos plásticos a fim de evitar a dispersão destas partículas e contaminação de outros artigos e/ou superfícies.
IMUNIZAÇÕES DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE
O profissional de saúde está exposto a diversas doenças infecciosas em sua prática diária, aumentando o risco em ambiente hospitalar. O risco de exposição varia segundo o tipo de atividade exercida, o uso de medidas preventivas à exposição e a prevalência local de doenças. O risco de aquisição de doenças depende não somente do tipo de exposição, da patogenicidade do agente infeccioso e da existência de profilaxia pós-exposição, como da prevalência local de doenças e da susceptibilidade do profissional de saúde.
Por estarem mais expostos a certas doenças transmissíveis, os profissionais de saúde devem estar adequadamente imunizados além de obviamente utilizar corretamente as técnicas de proteção individual para minimizar o risco de aquisição de certas doenças infecciosas. Tanto a educação em relação ao emprego correto das técnicas de proteção individual como a vacinação adequada devem ser realizadas previamente ao ingresso do profissional de saúde em sua prática diária.
A vacinação é a ferramenta mais eficaz para a prevenção de certas doenças infecciosas de possível transmissão em ambiente hospitalar, pois ela diminui o risco de aquisição de doença por diminuir o número de susceptíveis a doenças imunopreveníveis.
HEPATITE B
O risco de um profissional de saúde se contaminar com o vírus da hepatite B é aproximadamente 100 vezes maior do que o risco de soroconversão pelo HIV e 10 vezes maior do que o risco para o vírus da Hepatite C.
Risco de soroconversão
	O risco de contaminação pelo vírus da hepatite B varia entre 6 a 30%, sendo maior nas exposições com pacientes-fontes HBeAg positivos, o que reflete uma alta taxa de replicação viral e, portanto, uma maior quantidade de vírus circulante. Os materiais biológicos de risco de transmissão do vírus da hepatite B são iguais aos do HIV. 
Medidas após a exposição
	Uma das principais medidas de prevenção de hepatite B é a vacinação pré-exposição, indicada para todos os profissionais da área de saúde. É uma vacina extremamente eficaz (90 a 95% de resposta vacinal em adultos imunocompetentes) e segura; os efeitos colaterais são raros e usualmente pouco importantes como dor discreta no local da aplicação (3 a 29%), febre nas primeiras 48-72 horas após a vacinação (1 a 6%) e, excepcionalmente, fenômenos alérgicos relacionados a determinados componentes da vacina. A gravidez e a lactação não são contra-indicações para a utilização da vacina.
A vacina é recomendada em 3 doses nos intervalos de 0, 1 e 6 meses. Um a dois meses após o término do esquema vacinal, o teste sorológico antiHBs deve ser realizado para confirmação da presença de anticorpos protetores (títulos acima de 10 mUI/ml). A imunidade é prolongada não sendo recomendadas doses de reforço após o esquema vacinal completo. 
A gamaglobulina hiperimune para hepatite B é utilizada na profilaxia pós-exposição e tem maior eficácia quando utilizada dentro das primeiras 24 horas após o acidente. Deve ser usada exclusivamente em casos de acidente em que o profissional de saúde não é imune , e quando o paciente é HBsAg positivo. Fornece imunidade provisória pelo período de 3 a 6 meses após a administração. Não existe benefício comprovado após uma semana da exposição. 
Profilaxia de hepatite B após exposição ocupacional a material biológico
	Profissional de Saúde exposto:
	Paciente-fonte:
HBsAg positivo
	HBsAg negativo
	HBsAG desconhecido 
Ou não testado 
	
Não Vacinado
	HBIG* + iniciar vacinação
	Iniciar vacinação
	Iniciar vacinação
	Previamente vacinado
- Com resposta vacinal conhecida e adequada1
�
Sem resposta vacinal
�
Resposta vacinal desconhecida
	
Nenhuma medida específica
�
HBIG* + 1 dose da vacina contra hepatite B 2 ou HBIG (2x) 3
�
Testar o profissional de saúde:
Se resposta vacinal adequada: nenhuma medida específica
Se resposta vacinal inadequada: HBIG* + 1 dose da vacina contra hepatite B 2 ou HBIG* (2x) 3
	
Nenhuma medida específica
�
Nenhuma medida específica
�
Nenhuma medida específica
	
Nenhuma medida específica
�
Se fonte de alto risco4 tratar como se fonte HBsAg positivo
�
Testar o profissional de saúde:
Se resposta vacinal adequada: nenhuma medida específica
Se resposta vacinal inadequada: aplicar 1 dose da vacina contra hepatite B 2 ou HBIG* (2x) 3
1.      Resposta vacinal adequada significa ter anti-corpos anti-HBs reativos pela técnica sorológica "ELISA", que quantitativamente deve ser ³ 10mUI/ml.
2.    Quando não há resposta vacinal adequada após a primeira série de vacinação, grande parte dos profissionais (até 60%) responderá a uma dose de vacina. Caso persista a falta de resposta, não é recomendada uma revacinação. Nessa situação, a conduta a ser indicada é HBIG (2x), a cada exposição ocupacional. Para um profissional de saúde ser considerado não-respondedor, o resultado da pesquisa antiHBs deve ser negativo dentro de 6 meses após a 3a dose da vacina.
3.    HBIG (2x) = 2 doses de gamaglobulina hiperimune para hepatite B com intervalo de 1 mês entre as doses.
4.    Alto risco: usuários de drogas injetáveis, pacientes em programas de diálise, contactantes domiciliares e sexuais de portadores de HBsAg positivo, homossexuais e bissexuais masculinos, heterossexuais promíscuos, história prévia de doenças sexualmente transmissíveis, pacientes provenientes de áreas geográficas de alta endemicidade para hepatite B, pacientes provenientes de prisões, instituições de atendimento a pacientes com deficiência mental. 
 (*) A gamaglobulinahiperimune para hepatite B (HBIG) deve ser solicitada aos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais, por meio da Secretarias Estaduais de Saúde.
 
TÉTANO
O tétano é uma doença imunoprevenível, grave e potencialmente fatal, geralmente adquirida através de ferimentos causados por objetos contaminados pelo Clostridium tetani. Por isso é essencial que todas as pessoas sejam adequadamente vacinadas para evitar a doença.
Para o esquema completo com a dT (dupla adulto), aplica-se 3 doses em intervalos de 2 meses (mínimo de 1 mês) ou 3 doses em intervalos de 2 e 6 meses, respectivamente, entre a primeira e a segunda dose e entre a segunda e a terceira. 
Reforços
• Para garantir a continuidade da proteção, após completar as 3 doses do esquema básico, é necessário uma dose de reforço com a dT a cada 10 anos após a terceira dose. Este reforço deve ser antecipado para 5 anos em caso de gestação ou acidentes graves com risco de tétano acidental (reforços profiláticos). 
PROFILAXIA DO TÉTANO
Após Ferimentos:
Lavar exaustivamente o ferimento com água e sabão 
NÃO está indicado o uso de antibióticos
Imunização Passiva: Imunoglobulina (Tetanogama - 1 frasco IM em grupo muscular diferente do local de aplicação da vacina).
CONDUTA PÓS-EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL
1 – CONDUTA APÓS ACIDENTE
1.1 CONDUTA DO PROFISSIONAL ACIDENTADO APÓS EXPOSIÇÃO
Na eventualidade de exposição acidental a material biológico, o profissional de saúde deve seguir as instruções abaixo citadas:
1.1 - Cuidados locais
Lesões decorrentes de acidentes com materiais pérfuro-cortantes, como agulhas, bisturis e tesouras potencialmente contaminados, devem ser, imediatamente, lavadas com água e sabão ou solução anti-séptica detergente (PVPI, Clorexidina). As membranas mucosas e a pele devem ser lavadas com água corrente em abundância , soro fisiológico 0,9% ou água boricada, repetindo a operação varias vezes. Deve-se evitar o uso de substâncias cáusticas (como hipoclorito de sódio) pois estas aumentam a área lesada e, conseqüentemente, a exposição ao material infectante.
1.2 - Notificação
No momento do acidente, deverá ser feita a notificação à chefia imediata, a qual, por sua vez, notificará o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e/ou o setor responsável para avaliar o acidente e determinar a conduta, o mais precocemente possível, idealmente nas primeiras duas horas, e no máximo, até 72 horas após o acidente.
O Departamento Pessoal deve emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), cujo verso será preenchido pelo médico do trabalho que atender o acidentado, a fim de documentar o acidente para efeitos legais.
É importante que tais casos sejam bem documentados e notificados ao Programa Estadual DST/AIDS para que se possa ter dados consistentes da ocorrência dos acidentes no estado e para que se possa trabalhar com controle e prevenção dos mesmos. O Programa Estadual DST/AIDS de São Paulo propõe um modelo de ficha de notificação, em anexo (Figura 3).
1.3 - Avaliação do Acidente
O acidente deverá ser analisado pela equipe responsável (S.C.I.H./ Vigilância Epidemiológica/ Médico do Trabalho) quanto aos aspectos abaixo relacionados.
A - Material biológico envolvido
Devem ser considerados fluidos biológicos de risco, os seguintes materiais: sangue, líquido orgânico contendo sangue e líquidos orgânicos potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal, líquor e líquidos sinovial, peritoneal, pericárdico e amniótico). Suor, lágrima, fezes, urina e saliva são líquidos biológicos sem risco de transmissão ocupacional do HIV. Nestes casos, a quimioprofilaxia e o acompanhamento sorológico não são recomendados.
B - Tipo de acidente
PÉRFURO CORTANTE: compreende a penetração através da pele de agulha ou material médicocirúrgico
contaminado com sangue ou outros líquidos orgânicos e potencialmente infectantes.
CONTATO COM MUCOSA OCULAR, ORAL OU PELE COM SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE:
compreende o contato direto da mucosa ou pele com solução de continuidade (p.e., dermatite ou ferida aberta) com sangue, líquido orgânico contendo sangue visível ou outros líquidos orgânicos potencialmente infectantes.
CONTATO COM PELE ÍNTEGRA: compreende o contato da pele íntegra com sangue, líquido orgânico contendo sangue visível ou outros líquidos orgânicos potencialmente infectantes. O contato de material biológico com pele íntegra não constitui situação de risco para infecção pelo HIV e, portanto, dispensa o uso de quimioprofilaxia. Porém, se a exposição envolve grande volume de sangue com alta carga viral em extensa área de pele por um período prolongado, a quimioprofilaxia pode ser considerada.
C - Situação sorológica do paciente fonte
C.1- Em relação ao HIV
Paciente-fonte comprovadamente HIV negativo- envolve a existência de documentação laboratorial disponível recente para o HIV (até 03 meses antes da data do acidente) ou no momento do acidente; não está indicada a quimioprofilaxia anti-retroviral.
Paciente-fonte comprovadamente HIV positivo- um paciente-fonte é considerado infectado pelo HIV quando há documentação de exames anti-HIV positivos ou o diagnóstico clínico de AIDS; conforme a gravidade do acidente, deve-se iniciar a quimioprofilaxia anti-retroviral.
Paciente-fonte com situação sorológica desconhecida ou paciente-fonte
desconhecido- um paciente-fonte com situação sorológica desconhecida deve, sempre que possível, ser rapidamente testado para o vírus HIV, após obtido o seu consentimento; deve-se colher também sorologias para HBV e HCV. Na impossibilidade de se colher as sorologias do paciente-fonte ou de não se conhecer o mesmo (p.e., acidente com agulha encontrada no lixo), recomenda-se a avaliação do risco de infecção pelo HIV, levando-se em conta o tipo de exposição e dados clínicos e epidemiológicos11.
C.2- Em relação ao vírus da hepatite B
Vide a recomendação para a profilaxia da hepatite B para profissionais de saúde expostos a material biológico (quadro 3).
C.3- Em relação ao vírus da hepatite C
Não existe quimioprofilaxia. Recomenda-se acompanhar a sorologia do profissional acidentado por 06 meses (1ª coleta da sorologia no momento do acidente e 2ª coleta da sorologia 06 meses após o acidente). Se a sorologia do profissional de saúde para HCV for positiva, o mesmo deve ser encaminhado para acompanhamento ambulatorial especializado.
Caso o paciente fonte tenha sorologias negativas para HIV, VHB e VHC, o funcionário acidentado deverá receber alta após o resultado dos exames. Não existe
necessidade de se fazer o seguimento do acidente por seis meses nesta situação.
1.4 - Quimioprofilaxia
A administração de anti-retrovirais (ARVs) para profissionais de saúde que sofreram exposição acidental à material biológico de pacientes HIV positivos foi defendida inicialmente pelo National Comission on Aids dos EUA em 1993 e, posteriormente, foi recomendada pelo CDC7,11,17, que considerou os seguintes dados:
• Redução de 69% na transmissão materno-fetal de HIV com AZT16; • Redução da viremia associada ao uso de ARV31;
• Identificação de efeito protetor de AZT pós-exposição para profissionais, em estudo retrospectivo multicêntrico e caso-controle15.
O aumento de sobrevida com redução de viremia com os esquemas combinados de ARV31 e a identificação de casos de falha na profilaxia pós-exposição com AZT isoladamente32 levaram à opção de associação de drogas. É importante sempre considerar que o uso indiscriminado dos ARV propicia a seleção de cepas resistentes, aumenta o risco de toxicidade para o profissional de saúde e eleva custos no sistema de saúde.
A decisão de se considerar ou recomendar a administração de anti-retrovirais para funcionários expostos a fluidos biológicos deve levar em consideração o tipo de exposição (gravidade, volume de material biológico, profundidade) e o paciente fonte11. As situações não previstas devem avaliadas caso a caso, visando benefíciodo acidentado.
No Brasil, a administração de quimioprofilaxia pós-exposição foi preconizada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo33 e pelo Ministério da Saúde34 em 1999. O Programa Estadual de Aids e o Instituto de Infectologia Emílio Ribas iniciaram, em 1999, um programa para o atendimento dos profissionais acidentados com material biológico. A partir de 2001, a Prefeitura do Município de São Paulo iniciou o seu programa de atendimento a profissionais acidentados, com ampliação da rede pública de atendimento. Em dezembro de 2001, a Coordenação Nacional DST/AIDS do Ministério da Saúde35 publicou as “Recomendações para Terapia Anti-Retroviral em 
Adultos e Adolescentes Infectados pelo HIV – 2001” (fluxograma 1). Neste documento, algumas modificações em relação às recomendações anteriores devem ser ressaltadas:
1. Em situações de menor risco, recomenda-se o uso de esquemas envolvendo duas drogas anti-retrovirais análogas de nucleosídeo, preferencialmente a associação AZT + 3TC.
2. Em situações de maior risco, recomenda-se o uso de esquemas potentes com inibidores de protease, preferencialmente, o AZT + 3TC juntamente com o nelfinavir, indinavir ou a associação indinavir com ritonavir (este como adjuvante farmacológico para o indinavir).
3. A nevirapina não é recomendada em esquemas de profilaxia pós-exposição devido aos relatos de reações adversas graves com o medicamento nessas situações.
4. Deve-se considerar a possibilidade de utilizar esquemas alternativos em situações de exposição com risco elevado de resistência. 
5. Recomenda-se enfaticamente que as sorologias dos pacientes-fonte sejam realizadas.
6. Acidentes com fonte desconhecida ou com paciente com sorologia anti-HIV, em geral, não devem ser medicados com anti-retrovirais. Nestas situações, o uso da profilaxia pós-exposição deverá ser considerada com base na gravidade do acidente e na história clínico-epidemiológica do paciente.
Observações:
Pelo fato de a quimioprofilaxia apresentar potencial de toxicidade, o seu uso não é justificado em exposições com risco desprezível de transmissão pelo HIV. Além disso, pelo fato de não existirem de evidências suficientes de benefício, o uso de esquemas expandidos não é recomendado para todos os tipos de exposição (quadro 1 e quadro 2).
Quadro 1 - Posologia e Administração da Quimioprofilaxia
	DROGA
	DOSE
	INTERVALO
	DURAÇÃO
	
AZT
	
3 caps. (1cp=100 mg)
	
12/12 horas
	
4 semanas
	
3TC
	
1 comp. (150 mg)
	
12/12 horas
	
4 semanas
Ou
	DROGA
	DOSE
	INTERVALO
	DURAÇÃO
	
BIOVIR
(AZT+3TC)
	
1 comp.
(300 mg AZT+ 3TC 150 mg) 
	
12/12 horas
	
4 semanas
Quando indicado Inibidor de Protease (IP), recomendar Indinavir (Crixivan®) + Ritonavir ou Nelfinavir (Viracept®).
	DROGA
	DOSE
	INTERVALO
	DURAÇÃO
	
INDINAVIR +
RITONAVIR
	
2 caps. (1 cp=400mg)
1 caps. (100mg)
	
12/12 horas
	
4 semanas
	
NELFINAVIR
	
5 caps. (1 cp=250 mg)
	
12/12 horas
(com alimento)
	
4 semanas
Quando o acidente for avaliado como sendo de alto risco e um inibidor de protease for introduzido, deve-se monitorizar os efeitos colaterais e, quando presentes e de grande intensidade, este deve ser substituído.
Efeitos adversos e interações dos principais anti-retrovirais utilizados na QP ao HIV
	INDINAVIR
	Efeitos adversos
	Outras interações
	Intolerância gastrintestinal (náusea, vômitos, distúrbios do paladar, dor abdominal), nefrolítiase (hematúria, piúria estéril, cólica nefrética) , astenia, fadiga, , alopécia, alteração dos pelos e unhas, xerodermia, xerostomia, hiperbilirrubinemia indireta (sem conseqüências). Possível aumento de sangramentos em hemofílicos.
Aumento das transaminases, dislipidemia, lipodistrofia, hiperglicemia, diabetes.
 
	O indinavir não deve ser co-administrado com rifampicina, astemizol, terfenadina, cisaprida, sinvastatina, lovastatina , derivados do ergot, midazolam, triazolam, erva de São João, cápsulas de alho, echinacea, ginseng e gincko-biloba.
Rifabutina (( IDV e ( rifabutina). Ajustar dose de rifabutina 
Cetoconazol e itraconazol (( IDV). Considerar a redução da dose do IDV para 600mg 8/8h (2).
Aciclovir (maior risco de nefrolitíase)
Fenobarbital, fenitoína e carbamazepina ( ( IDV). Considerar alternativas terapêuticas
Sildenafil (( sildenafil). Não exceder a dose de 25mg/dia.
	NELFINAVIR
	Efeitos adversos
	Outras interações
	Diarréia (freqüente) e outros sintomas de intolerância gastrintestinal (mais raros).
Possível aumento de sangramentos em hemofílicos.
Aumento das transaminases, dislipidemia, lipodistrofia, hiperglicemia, diabetes.
	O nelfinavir não deve ser co-administrado com: rifampicina, fenobarbital, fenitoína, carbamazepina, sinvastatina, lovastatina , derivados do ergot, astemizol, terfenadina, cisaprida, midazolam, triazolam, erva de São João, cápsulas de alho, echinacea, ginseng e gincko-biloba .
Rifabutina (( NFV e ( rifabutina). Ajustar dose de rifabutina 
Bloqueadores de cálcio (possibilidade de aumento dos níveis séricos dos bloqueadores). Monitorar toxicidade.
Fenobarbital, fenitoína e carbamazepina (( NFV). Considerar alternativas terapêuticas
Sildenafil (( sildenafil). Não exceder a dose de 25mg/dia.
Atenção: Etinilestradiol e noretindrona (( níveis séricos dos hormônios). Usar método contraceptivo alternativo ou adicional.
	RITONAVIR
	Efeitos adversos
	Outras interações
	Intolerância gastrintestinal (diarréia, náuseas e vômitos, flatulência, alteração do paladar, anorexia). 
Parestesias (peri-oral e de extremidades).
Cefaléia, astenia, tonturas, insônia, parestesias (peri-oral e de extremidades).
Elevação de CPK e ácido úrico. 
Possível aumento de sangramentos em hemofílicos.
Aumento das transaminases, hepatite clínica.
Dislipidemia, lipodistrofia, hiperglicemia, diabetes.
	O ritonavir não deve ser co-administrado com: meperidina, piroxicam, propoxifeno, amiodarona, encainida, flecainida, propafenona, quinidina, beperidil, derivados do ergot, sinvastatina, lovastatina, astemizol, terfenadina, cisaprida, bupropriona, clozapina, pimozida, clorazepato, alprazolam, diazepam, estazolam, flurazepam, midazolam, triazolam, zolpidem, erva de São João, cápsulas de alho, echinacea, ginseng e gincko-biloba .
Rifampicina ( ( RTV). Não há necessidade de ajuste de dose
Rifabutina (( rifabutina). Ajustar dose de rifabutina
Cetoconazol (( cetoconazol). Não exceder a dose de cetoconazol de 200mg/dia.
Desipramina ( ( desipramina). Considerar a redução da dose de desipramina.
Teofilina (( teofilina). Monitorar teofilina
Metadona (( metadona). Considerar aumento de dose da metadona.
Fenobarbital, fenitoína e carbamazepina ( possíveis alterações da AUC das drogas). Monitorar os anticonvulsivantes
Metronidazol, tinidazol , secnidazol e dissulfiram (efeito antabuse com o conteúdo de álcool da preparação de ritonavir).
Sildenafil ( ( sildenafil). Não exceder a dose de 25mg/48horas.
Atenção: Etinilestradiol (( etinilestradiol). Usar método contraceptivo alternativo ou adicional.
	LAMIVUDINA (3TC)
	Efeitos adversos
	Outras interações
	Raramente associado a efeitos adversos. Embora, como todos ITRN, possa potencialmente causar acidose lática, com esteatose hepática, parece estar entre os mais seguros quanto a estes efeitos. 
	SMX-TMP (( 3TC). Não há necessidade de ajuste de dose.
	ZIDOVUDINA (AZT)
	Efeitos adversos
	Outras interações
	Mielossupressão, particularmente anemia e neutropenia. Náuseas, vômitos. 
Astenia, mal-estar geral, cefaléia, insônia. Hiperpigmentação cutânea, ungueal
e de mucosas. 
Raro: acidose lática, com esteatose hepática (grave, pode ser fatal).
	Ganciclovir, anfotericina B, flucitosina, SMX-TMP,dapsona, pirimetamina, citostáticos, sulfadiazina e interferon (( risco de toxicidade hematológica). Monitorar anemia e neutropenia.
Probenecida, fluconazol, paracetamol, metadona, atovaquona, ácido valpróico (( AZT). Monitorar toxicidade do AZT.
1.5- Coleta de Material e Seguimento Clínico/ Laboratorial do Profissional Acidentado
(fluxograma 2)
1. Relatar a história do acidentado em uma ficha de evolução clínica para documentação do caso. Na anamnese, deve-se perguntar ao profissional acidentado, se este for do sexo feminino, a data da última menstruação, para descartar gravidez. Para as gestantes, vítimas de acidente profissional, os benefícios da utilização dos anti-retrovirais e os riscos inerentes para o feto não são conhecidos e devem ser discutidos e analisados conjuntamente com o médico, principalmente no primeiro trimestre de gestação, período em que possíveis efeitos adversos ao feto não estão bem estabelecidos . Dependendo do tipo de exposição do material da fonte e da gravidade do acidente, a profissional acidentada deve ser informada dos riscos e, se optar pelo uso dos anti-retrovirais, a mesma deverá assinar um termo de consentimento. Sabe-se que o AZT reduz a transmissão materno-infantil do HIV e pode ser administrado com segurança a partir do segundo trimestre de gravidez.
2. Verificar no prontuário do paciente fonte os resultados de sorologias do mesmo; solicitar exames que porventura sejam necessários para identificar a necessidade de medidas adicionais de profilaxia ao acidentado (se, por exemplo, o paciente fonte tiver HbsAg reagente, recomendar profilaxia para Hepatite B) (Quadro3).
3. O SCIH ou setor responsável deverá proceder à coleta de amostra de sangue do profissional de saúde para sorologia imediata para HIV, HBsAg, Anti-HBs e Anti HCV. A identificação da amostra deve ser codificada, buscando preservar o sigilo e evitando constrangimentos para o profissional acidentado. A situação vacinal do acidentado para Hepatite B deve ser investigada e, se este não estiver com o esquema vacinal em dia,
deverá ser encaminhado para completá-lo.
4. Programar o seguimento clínico/ laboratorial. O anti-HIV deverá ser colhido: na data do acidente (até, no máximo, 15 dias depois), aos 45 dias (06 semanas), 90 dias (03 meses) e 180 dias (06 meses) após o mesmo. Exames bioquímicos (amilase, bilirrubinas, creatinina, fosfatase alcalina, TGO, TGP e uréia) e hemograma completo deverão ser realizados antes do início dos anti-retrovirais, 15 dias após o início e ao término dos 30 
dias da medicação para avaliação da função hepática e renal do acidentado devido aos efeitos adversos dos anti-retrovirais. Caso se tenha documentação de que o paciente-fonte é negativo para HIV,HBV e HCV, o funcionário acidentado não necessitará ser seguido e poderá receber alta tão logo receba os resultados das sorologias. Caso o paciente-fonte tenha a situação de risco recente para aquisição dessas viroses, deve ser considerada a
possibilidade de ampliar o seguimento do funcionário para 6 meses.
5. A avaliação clínica deverá ser semanal durante o uso dos anti-retrovirais.
6. O tratamento tem como objetivo principal evitar a contaminação. Além do acompanhamento sorológico, faz-se necessário o aconselhamento em todas as etapas do seguimento, incluindo orientações como: evitar a amamentação, usar preservativos em relações sexuais e não doar sangue ou órgãos durante o período de acompanhamento (clínico/laboratorial), que deverá ser de seis meses, quando houver risco para aquisição do
HIV, HBV e HCV. Vale lembrar que este indivíduo pode se expor ao risco de adquirir estas infecções em seu cotidiano e que isto deve ser, previa e cuidadosamente, investigado para descartar outras situações de risco. Este deve ser um momento oportuno para reforçar as orientações gerais de prevenção.
* Pacientes usuários de drogas, contactantes domiciliares e sexuais de portadores de HbsAg, homossexuais e bissexuais masculinos, indivíduos com história prévia de DST, pacientes provenientes de prisões, pacientes HIV+,
** A vacina anti-Hepatite B consiste em 03 doses (0, 1 e 6 meses).
1. HBIg (Imunoglobulina Humana contra a Hepatite B): administrar o mais precocemente possível até 7 dias após o acidente; dose = 0.06 ml/Kg, administrada por via IM. Solicitar o HBIg aos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais.
2. Anti-HBs 10 UI/ml
3. Anti-HBs 10 UI/ml
4. Apenas para as pessoas que, mesmo após revacinação, continuam sem resposta adequada.
5. Administrar novamente 03 doses da vacina contra Hepatite B (0,1 e 6 meses). Caso continue sem resposta adequada, cada caso será discutido individualmente.
6. Na impossibilidade de fazer o teste Anti-HBs rapidamente, tratar o profissional acidentado com 01 dose de HBIg + 01 dose de vacina contra Hepatite B.
7. Na impossibilidade de fazer o teste Anti- Hbs, tratar o profissional acidentado com 01 dose de vacina contra Hepatite B.
ALIMENTAÇÃO NAS ENFERMARIAS
Devido ao risco de um profissional de saúde ser infectado por patologias dos pacientes de quem cuida, é PROIBIDO alimentar-se (comer ou beber) dentro dos postos de enfermagem ou nas enfermarias enquanto realiza suas atividades profissionais. 
Também como prevenção é de fundamental importância lembrar sempre de:
* Lavar as mãos antes das refeições;
* Lavar as mãos antes e após a utilização de banheiros.
Uniforme e EPI
Vestimenta:
Calça comprida confeccionada em tecido resistente;
Calçado fechado (salto inferior a 3 cm ) ;
Blusa com manga;
Bijuterias como brincos, em tamanho discreto, podem ser utilizados durante o trabalho, entretanto anéis, pulseiras e relógios devem ser evitados;
Maquiagem pode ser utilizada, porém de forma discreta;
Cabelos compridos devem estar sempre presos.
Equipamentos de Proteção Individual
Luvas de Látex – PVC
Luvas de Procedimento
Luvas de tecido resistentes para trabalhos em altas temperaturas
Óculos de proteção
Máscara de Proteção
Protetor de Ouvidos
Gorro
Máscara facial
Luvas
Utilizar quando houver contato sangue e fluidos corporais;
Contato com membranas, mucosas ou pele lesada de todos os pacientes;
Na manipulação de instrumentos ou de superfícies contaminadas com sangue ou fluidos corporais ;
Nas punções venosas e demais procedimentos de acesso vascular e coleta materiais.
Técnica de uso
Use o tamanho correto de luva;
Certifique se as mãos estão limpas e secas antes de calçar as luvas;
Dobre os punhos quando necessário, evitando que os produtos líquidos escorram para os braços;
Lave e limpe as luvas antes de retira-las;
Ao manusear tintas e pigmentos, limpe as luvas com pano umedecido com solvente e seque-as;
Ao manusear solventes, limpe-as com pano seco;
Ao manusear ácidos ou produtos alcalinos, enxágüe-as com água e, posteriormente, seque – as com pano seco;
Retire as luvas sem tocar em sua superfície externa;
Puxe –as pelas pontas dos dedos ou vire os punhos tirando – as pelo avesso;
Após retirar as luvas, lave as mãos e aplique creme hidratante ao final do expediente;
Enxágüe as luvas em água corrente;
Vire-as pelo avesso para facilitar e acelerar a secagem;
Confira se o interior das luvas está seco antes de reutilizá-las;
Não utilize luvas que estejam rasgadas ou danificadas de alguma forma.
 
Cuidados:
As diferentes luvas disponíveis para os funcionários devem conferir proteção contra risco biológico, agentes químicos específicos, temperaturas extremas e injúria traumática;
Quando utilizadas com material biológico ou químico devem ser descartada em local adequado para descarte de lixo biológico. As mãos devem ser lavadas ou sofre desinfecção após remoção das luvas;
Luvas de material não descartável devem ser higienizada e conservada em local adequado.
Máscara:
Devem ser usados na realização de procedimentoscom risco de contaminação das mucosas do nariz, boca ou olhos com sangue ou fluidos corporais (Ex: Entubações, cirurgias). 
Técnica de uso
Máscara N95(Bico de pato)
Abra o respirador (máscara) e segure com uma das mãos, deixando pendente os dois tirantes de fixação;
Leve–os ao rosto cobrindo nariz e boca;
Com a outra mão passe o tirante de fixação por cima da cabeça e coloque – o na altura da nuca;
Faça o mesmo com o tirante superior de fixação, posicionando-o no alto da cabeça;
Ajuste sobre o nariz, moldando a peça metálica;
Segure o respirador com as mãos e respire vagarosamente. Se sentir que há algum vazamento pelas laterais, ajuste novamente;
Substitua quando necessário.
Limitação do tempo de uso: Se a máscara estiver: molhada, rasgada ou suja, descarte em local apropriado.
Máscara PFF-2
Segure o respirador na palma da mão, com a espuma interna na direção da ponta dos dedos. As tiras elásticas devem ficar soltas para baixo;
Leve o respirados ao rosto cobrindo nariz e boca. Puxe o elástico superior passando-o acima das orelhas e ajustando-o bem no alto da cabeça;
Faça o mesmo com o elástico inferior colocando-o atrás do pescoço
Coloque as pontas dos dedos de ambas as mãos na parte superior do grampo de ajuste nasal (peça metálica). Usando as duas mãos molde o grampo segurando o formato do seu nariz, empurrando-o para dentro ao mover as pontas dos dedos para baixo sobre ambos os lados da peça facial.
Execute um teste de verificação da vedação antes de cada uso. Para verificar a vedação, coloque ambas as mãos por completo sobre o respirador, com o cuidado de não alterar a posição do respirador. Inale com determinação. Uma pressão negativa deverá ser observada dentro do respirador. Se houver vazamento de ar em volta do nariz, reajuste o grampo de ajuste nasal.
Limitação do tempo de uso: Se o respirador se danificar se tornar difícil, abandone a área contaminada e descarte o respirador.
Aventais impermeáveis:
Utilizar durante procedimentos que possam gerar grandes quantidades de secreções ou sangue capazes de atingir a roupa do profissional 
O avental também tem função de proteção das roupas dos profissionais durante a execução de procedimento que gerem grande umidade ou sujidade capaz de atingir as roupas e o corpo (tórax e abdome) do executor.
Óculos de Segurança:
Indicados durante a realização de procedimentos em que haja possibilidade de respingos de sangue e outros fluidos corpóreos, nos olhos do profissional.
 
Técnica de uso
Antes de colocar os óculos no rosto certifique-se se está limpo;
Para higienizar, lave com água e sabão e enxágüe com água limpa e deixe secar naturalmente ou use um lenço de papel (não usar nenhum produto de limpeza para limpar os óculos de proteção);
Guarde sempre em local adequado e seguro;
Substitua sempre que necessário
Abafador de ruído
Indicado em setores que o nível de ruído esteja acima do permitido, conforme orientação do setor de Segurança do Trabalho.
Técnica de uso
Alinhe a altura das conchas de acordo com tamanho de sua cabeça, de modo que as conchas cubram completamente o ouvido;
 Retire o excesso de cabelo que estiver entre o abafador e o ouvido;
Certifique - se de que a vedação é satisfatória, sem a interferência de objeto como elástico de respiradores ou armação de óculos, de modo a obter melhor desempenho;
As conchas devem ficar alinhadas verticalmente de modo a proporcionar a melhor vedação;
Nunca utilize com as conchas viradas para trás.
	EPI
	LIMPEZA
	ARMAZENAMENTO
	CUIDADOS
	Máscara N95 
(bico de pato)
	
	Pode ser reutilizada desde que esteja seca e sem sujidade visível;
Guardar em saco plástico e armazenar em local seco e limpo.
	-Colocar identificação (nome do funcionário e a data do primeiro uso) na máscara com fita adesiva e colar;
-Não escrever na superfície da máscara (microperfurações danificam os filtros com perda de eficácia);
- Manipular e guardar a máscara com cuidado para que não haja danos;
- Descartar sempre que úmida ou com sujidade visível.
	Máscara cirúrgica
	
	
	Descartar após o uso
	Máscara PFF2 
	
	
	Descartar se saturar, isto é se a respiração com a máscara se tornar difícil.
	Óculos *
	- Após o uso: lavar com água e sabão. Secar com pano limpo.
	- Guardar em local seguro, seco e limpo;
	- Não friccionar álcool 70% nos óculos (o acrílico fica opaco).
	Avental impermeável *
	- Após o uso, lavar com água e sabão. Secar com pano limpo.
	- Guardar em local seco e limpo;
	
	Luvas de borracha
	-Antes de descalça-las, lavar a parte externa com água e sabão. Em seguida retira-las e lavar as partes internas. 
Secar com pano limpo (direito e avesso) e deixa-las penduradas em local seco para aeração.
	- Guardar em local seco e limpo;
	- Cada funcionário deverá ter a sua própria luva identificando-a (anotar com caneta na parte interna dos punhos);
- Lavar as mãos com água e sabão e secar bem antes de colocar as luvas e após sua retirada. 
	Luva de procedimento
	
	
	Descartar após o uso
	Luva de PVC *
	-Após o uso: Antes de descalça-las, lavar a parte externa com água e sabão. Em seguida retira-las e lavar as partes internas. 
Secar com pano limpo (direito e avesso) e deixa-las penduradas em local seco para aeração.
	- Guardar em local seco e limpo;
	- Lavar as mãos com água e sabão e secar bem antes de colocar as luvas e após sua retirada.
	Botas
	- Cada funcionário avaliará a necessidade de limpeza: lavar com água e sabão, secar e deixar em local arejado.
	- Guardar em local seco e limpo,
	- Cada funcionário deverá ter a sua bota.
* : Esses materiais devem ficar guardados em local de conhecimento de todos os funcionários que necessitarem fazer uso.
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA – CME
EPI:
 Os profissionais devem utilizar:
Máscara: Utilizada para proteger o indivíduo contra inalação de aerossóis, vapores de produtos químicos e respingos de matérias orgânica e produtos nas mucosas da boca e nariz. 
Óculos: Usados para proteger a mucosa ocular sobre possíveis respingos de sangue e secreções. Devem ter lentes panorâmicas incolores, ser de plástico resistente, com armação de plástico flexível, com proteção lateral e válvulas para ventilação. 
Os óculos e a máscara podem ser substituídos por capacetes que contenham proteção facial. A frente do capacete deve ser rígida, transparente e de material que possa sofrer limpeza e desinfecção.
Luvas: Indispensáveis para proteger do contato direto ou indireto com material orgânico (sangue, secreções, excretas, tecidos) e produtos químicos. Devem ser de PVC ou de borracha (mais flexíveis), impermeáveis, resistentes, de cor clara, antiderrapante e de cano longo. 
Botas: Utilizadas para proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante. Devem ser de PVC, impermeáveis, resistentes, de cor clara e solado antiderrapante. Admite-se o uso de sapatos impermeáveis e resistentes.
Uniforme: deverá ser composto de calça comprida e camisa, de tecido resistente.
Avental: deverá ser colocado sobre o uniforme, deve ser de material resistente, impermeável, de cor clara.
Gorros: para contenção e proteção dos cabelos.
 Protetor auditivo: quando fizer uso de equipamentos 
EPI:
 Os profissionais devem utilizar:
Uniforme: calça comprida e camisa, de material resistente e cor clara.
Botas: Utilizadas para proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante. Devem ser de PVC, impermeáveis, resistentes, de cor clara e solado antiderrapante. Admite-se o uso de sapatos impermeáveis e resistentes.
Luvas: Indispensáveis para proteger do contato direto ou indireto com material orgânico (sangue, secreções, excretas, tecidos) ou com produtos químicos. 
Para manipular produtos: luvas de látex (luvas de procedimento comuns)
Para limpeza propriamentedita: devem ser de borracha (mais flexíveis), impermeáveis, resistentes, de cor clara, antiderrapante e de cano longo. 
Para funcionário que faz o transporte dos resíduos da área interna (armazenamento temporário) para a área externa: luva de PVC 
 
Gorros: para contenção e proteção dos cabelos
Avental impermeável: utilização obrigatória para o funcionário que faz o transporte dos resíduos da área interna (armazenamento temporário) para a área externa.
Máscara N95 (bico de pato): utilização obrigatória para o funcionário que faz o transporte dos resíduos da área interna (armazenamento temporário) para a área externa. 
Na manipulação de produtos químicos: além do uso do uso dos itens 1,2 ,3 e 4 também devem utilizar :
Máscara: Utilizada para proteger o indivíduo contra inalação de aerossóis ou respingos nas mucosas da boca e nariz. 
Óculos: Usados para proteger a mucosa ocular sobre possíveis respingos de sangue e secreções. Devem ter lentes panorâmicas incolores, ser de plástico resistente, com armação de plástico flexível, com proteção lateral e válvulas para ventilação. 
Os óculos e a máscara podem ser substituídos por capacetes que contenham proteção facial. A frente do capacete deve ser rígida, transparente e de material que possa sofrer limpeza e desinfecção.
MEDIDAS PREVENTIVAS:
Lavagem cuidadosa das mãos antes de calçar as luvas e após retira-las;
Enxugar bem os interdígitos antes de calçar as luvas;
Lavar as mãos com as luvas calçadas antes de retira-las (evitando-se assim o contato direto das mãos com a sujidade das luvas);
Todos os panos, trapos, compressas, papéis-toalha (usados para contenção de matéria orgânica) e mops utilizados na limpeza devem ser manipulados com luvas;
O funcionário da limpeza deve ter cuidado ao manusear o saco de lixo e as caixas de pérfuro-cortantes, mantendo-os afastados do corpo;
Sempre manipular o lixo calçando luvas;
Fazer uma pequena dobra nas luvas para que não haja risco de respingos penetrarem nas mãos;
Quando for recolher a caixa de pérfuro-cortantes, observar as condições deste. Se estiver muito cheio ou mal fechado, não recolher e comunicar a enfermagem;
Se encontrar materiais pérfuro-cortantes nos quartos, não manipular, comunicar a enfermagem para que esta descarte no local correto;
Antes de adentrar os quartos de isolamento, pedir orientação da enfermagem sobre quais os EPIs adicionais específicos para cada isolamento.;
Não manipular maçanetas, botões de acionamento de elevadores, torneiras ou outros dispositivos utilizando as luvas usadas para limpeza.
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA – LAVANDERIA/Área Suja
EPI:
Os profissionais devem utilizar:
Máscara: Utilizada para proteger o indivíduo contra inalação de aerossóis (por aerossolização de partículas) e respingos de matérias orgânica e produtos nas mucosas da boca e nariz. 
Óculos: Usados para proteger a mucosa ocular sobre possíveis respingos de sangue e secreções. Devem ter lentes panorâmicas incolores, ser de plástico resistente, com armação de plástico flexível, com proteção lateral e válvulas para ventilação. 
Os óculos e a máscara podem ser substituídos por capacetes que contenham proteção facial. A frente do capacete deve ser rígida, transparente e de material que possa sofrer limpeza e desinfecção.
Luvas: Indispensáveis para proteger do contato direto ou indireto com material orgânico (sangue, secreções, excretas, tecidos). Devem ser de PVC ou de borracha (mais flexíveis), impermeáveis, resistentes, de cor clara, antiderrapante e de cano longo. 
Botas: Utilizadas para proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante. Devem ser de PVC, impermeáveis, resistentes, de cor clara e solado antiderrapante. Admite-se o uso de sapatos impermeáveis e resistentes.
Uniforme: deverá ser composto de calça comprida e camisa de manga comprida, de tecido resistente.
Avental: deverá ser colocado sobre o uniforme, deve ser de material resistente, impermeável, de cor clara.
Gorros: para contenção e proteção dos cabelos
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA – MANUTENÇÃO
EPI:
Os profissionais devem utilizar os EPIs ao manipular qualquer equipamento que entrou em contato com material biológico (excretas, sangue e secreções), na limpeza do filtro do ar condicionado e sempre que manipular a parte hidráulica (água e esgoto).
Máscara: Utilizada para proteger o indivíduo contra inalação de aerossóis (por aerossolização de partículas) e respingos de matéria orgânica e produtos nas mucosas da boca e nariz. 
Óculos: Usados para proteger a mucosa ocular sobre possíveis respingos de sangue e secreções. Devem ter lentes panorâmicas incolores, ser de plástico resistente, com armação de plástico flexível, com proteção lateral e válvulas para ventilação.
Luvas: Indispensáveis para proteger do contato direto ou indireto com material orgânico (sangue, secreções, excretas, tecidos). Devem ser de PVC ou de borracha (mais flexíveis), impermeáveis, resistentes, de cor clara, antiderrapante e de cano longo.
Uniforme: calça comprida e camisa, de material resistente e cor clara.
Botas: Utilizadas para proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante. Devem ser de PVC, impermeáveis, resistentes, de cor clara e solado antiderrapante. Admite-se o uso de sapatos fechado impermeáveis e resistentes.
Bibliografia
Biossegurança para profissionais de saúde – Maria Lucia Pimentel
Manual CCIH – Hospital Unimed Limeira 2005.
Perigos potenciais a que estão expostos os trabalhadores de enfermagem na manipulação de quimioterápicos antineoplásicos conhece-los para preveni-los. Rev Latino Americano de Enfermagem vol. 12 nª 3.Ribeirão Preto Junho/2004.
3M Brasil. Site: www.3m.com/intl/br
Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho Normas Regulamentadoras – NR9. Autor: Giovani Moraes de Araújo.
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA – Hospital Unimed/2005.
ÍNDICE
Objetivo .............................................................................................................................. Pg 01
Descrição das responsabilidades ........................................................................................ Pg 01
Mapa de riscos .................................................................................................................... Pg 01
Riscos Físicos ..................................................................................................................... Pg 02
Riscos Químicos ................................................................................................................ Pg 05
Riscos Biológicos ............................................................................................................... Pg 10
Imunizações de profissionais da saúde ............................................................................... Pg 13
Profilaxia de Hepatite B após exposição ocupacional a material biológico ....................... Pg 14
Alimentação nas Enfermarias ............................................................................................. Pg 23
Uniformes e EPIs ................................................................................................................ Pg 23
Manual de Biossegurança – CME ...................................................................................... Pg 28
Manual de Biossegurança – Higienização .......................................................................... Pg 29
Manual de Biossegurança – Lavanderia/ área suja ............................................................. Pg 30
Manual de Biossegurança – Manutenção ........................................................................... Pg 31
Bibliografia......................................................................................................................... Pg 33
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