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Resumo de Direito Civil 
 
Introdução: A função principal do Direito Civil é regulamentar a convivência dos 
cidadãos, disciplinando as relações e seu patrimônio. Aliás, daí surge os três elementos 
que compõem este fundamental ramo do Direito: pessoas, bens e fatos jurídicos. • Direito Público: Diz respeito ás coisas do Estado, este representa a lei, funciona como ente governante. • Direito Privado: É pertinente ao int eresse individual, ou seja, de cada um. Não ex iste intervenção direta do Estado, existe a penas livre incentivo, 
 
• Direito Público: Diz respeito às coisas do Estado, este representa a lei, funciona 
como ente governante. 
• Direito Privado: É pertinente ao interesse individual, ou seja, de cada um. Não 
existe interferência direta do Estado, existe apenas livre incentivo, pois o Estado 
não consegue interferir diretamente nos valores e objetivos individuais. 
 
Direitos e Hierarquias: 
 
 
 
Direitos e Deveres das Pessoas: 
 
Lei de Introdução – LINDB • Regulamenta o funcionamento das leis no Brasil. É apelidado d e Código das normas e possui 19 artigos r eferidos a todos os códigos (Não apenas 
 
 
• Regulamenta o funcionamento das leis no Brasil. É apelidado de Código das 
Normas e possui 19 artigos referidos a todos os códigos (Não apenas ao Cód. Civil). 
Prescrevem assuntos com a vigência, revogação, aplicação e incidência das leis. 
 
1. Vacacio Legis: Período entre a publicação de uma lei no Diário Oficial e a vigência 
da lei. Nesse artigo, é estabelecido ou não um prazo determinado para que a lei 
entre em vigor, esse prazo pode ser descrito de forma tácita ou expressa. 
 
Quanto à revogação da norma: 
 A lei possui prazo determinado para revogação, exceto em casos de urgência (guerras, riscos 
ao país, etc.) ou em casos específicos (como a pesca). A lei perderá a vigência em casos de 
REVOGAÇÃO ou MODIFICAÇÃO: 
 
• Lei geral não revoga lei especial e vice-versa. 
• Quando a lei trata da mesma matéria: revoga-se. 
• Quando a lei trata de matéria complementar: acrescenta-se. 
 
2. Repristinação: Quando uma lei revogadora é revogada pela lei anterior. No Brasil, a 
repristinação deve ser EXPRESSA. “Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se 
restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência” 
Exemplo: Lei A é revogada pela lei B, e então é instituída uma nova lei (C), que revogará a lei B 
justificando que a lei A voltou a vigorar. 
3. “Ninguém se escusa de cumprir a lei alegando desconhecimento.” Existe apenas uma 
justificativa que poderá ser considerada se for de interesse do poder judiciário: falha na 
interpretação da lei, por presunção, ficção ou necessidade social. 
4. Critérios de Resolução: Os critérios de solução de casos não resolvidos apenas pela norma 
utilizam-se de outros meios de integração, sendo respectivamente: Lei, Analogia, Costumes, 
Princípios Gerais do Direito. 
5. Equidade: O juiz irá aplicar a lei conforme os fins sociais e o Bem Comum, mesclando 
necessidade X possibilidade. Exemplo: Pensão Alimentícia, nos casos onde existe uma 
necessidade financeira, porém a parte não possui possibilidade de pagar o estipulado. 
6. A nova lei não atingirá ato jurídico perfeito, direito adquirido ou coisa julgada: A regra no 
Brasil é que a lei nova não retroage, não julga os casos anteriores ao ano de seu vigor, ou seja, 
só tem efeito após sua publicação, porém, a exceção justifica que se no caput da lei estiver 
descrito que a mesma retroage, ela terá esse efeito não desrespeitando o ato jurídico perfeito 
(ex: testamento), o direito adquirido (ex: aposentadoria) ou a coisa julgada (decisão que não 
cabe recurso). 
 ESQUEMA DE DIREITO CIVIL 
 CÓDIGO CIVIL – LEI Nº 10.406 de 10/01/2002 
 PARTE GERAL 
 LIVRO 1 – DAS PESSOAS 
 DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE 
 
PESSOA: Pessoa é o ente físico ou coletivo suscetível de direitos e obrigações. (M. H. Diniz) 
PESSOA NATURAL: É o ser humano considerado como sujeito de direitos e obrigações. (M. H. 
Diniz) 
PERSONALIDADE JURÍDICA: Aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. A 
personalidade jurídica independe de qualquer coisa, basta apenas existir a VIDA, ou seja, 
quando alguém for considerado como pessoa, no âmbito legislativo, quer dizer que este há 
personalidade jurídica. 
 
 TODA PESSOA NATURAL É DOTADA DE PERSONALIDADE JURÍDICA!!! 
 
• Ambos (Pessoa Natural e Personalidade Jurídica) são sujeitos de direito, ou seja, fazem 
parte da relação jurídica, e, portanto, são personalidades jurídicas. 
 
 
 
NASCITURO: É o sujeito de direitos, deveres e obrigações que se encontra implantado no 
ventre materno (feto). Para o direito brasileiro, o embrião ainda não é considerado pessoa 
humana, pois não se separou do corpo da mãe; mas a lei já o confere determinados 
direitos dispersos pelo código. 
 Ao nascer, se for verificado que a criança faleceu (parou de respirar), o feto precisará 
submeter-se a um exame pericial (exame de Galeno); e conforme o resultado, os efeitos 
sucessórios serão diferentes: 
• Se for constatado que o feto respirou: Se a criança respirou, mesmo que por instantes, 
ela se torna pessoa humana para o direito civil, e, portanto, possui a capacidade de herdar, 
transferindo sua parte a seus ascendentes vivos, no caso, os pais. 
• Se for constatado que o feto não respirou: Significa que a criança não respirou, e, 
portanto, não adquire herança, e por consequência o patrimônio irá para os demais 
herdeiros. 
PESSOA DESPERSONIFICADA NÃO-HUMANA: É aquela que representa algo ou alguém, 
por exemplo o condomínio que é representado pelo síndico, ou seja, uma pessoa que 
representa uma pessoa jurídica; ou no caso dos espólios, ou seja, massa falida que possui 
representante (O espólio irá responder por todas as dívidas do falecido e até por alguma 
condenação anterior a sua morte, ou por qualquer ação, mas que seja de sua 
responsabilidade civil). 
INÍCIO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
Art. 2º → “A personalidade civil começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a 
concepção, os direitos do nascituro.” 
CORRENTE NATALISTA CORRENTE DA PERSONALIDADE 
CONDICIONAL 
CORRENTE CONCEPCIONISTA 
 
A personalidade da pessoa 
natural se inicia com o 
NASCIMENTO com VIDA. 
 
• NASCIMENTO → Separação 
do ventre da mãe. 
• VIDA → 1ª Troca 
oxicarbônica (ar nos 
pulmões). 
• NATIMORTO → Caberá a 
família registrar ou não a 
criança. 
Nascituro tem personalidade formal e 
após nascer com vida, passa a ter 
personalidade material. Ou seja, sua 
personalidade material está 
condicionada ao nascimento com 
vida. 
• FORMAL → Direitos da 
personalidade como integridade 
física. 
• MATERIAL → Direitos patrimoniais e 
obrigacionais. 
A personalidade começa com o 
advento da CONCEPÇÃO. 
Obs. Enunciado nº 1 do Conselho de 
Justiça Federal aprovado na 
primeira jornada de direito civil se 
inclina para a teoria estendendo ao 
natimorto a proteção dada ao 
nascituro. 
 
 
CAPACIDADE: 
• Capacidade de Direito: Trata-se da aptidão genérica para adquirir direitos e contrair deveres. 
• Capacidade de Fato: Trata-se da aptidão para exercer por si, atos da vida civil. 
 
CAPACIDADE DE DIREITO + CAPACIDADE DE FATO = CAPACIDADE PLENA 
 
TEORIA DAS INCAPACIDADES 
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES (ART 3º I a III): 
Serão nulos osatos praticados, portanto precisam 
de representação total. 
RELATIVAMENTE INCAPAZES (ART. 4º I a IV) 
1. Menores de 16 anos. 1. Os maiores de 16 e menores de 18 anos. 
2. Os ébrios habituais e os viciados em tóxicos. 
3. Aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua 
vontade. 
4. Os pródigos. 
• Na falta dos pais → tutor ou curador 
(representantes) sob pena de nulidade. 
• Não corre prazo prescricional ou 
decadencial. 
• Na falta dos pais → tutor (assistente) 
Se precisar interdição → curador (assistente). 
• Corre prazo prescricional ou decadencial, visto 
que a incapacidade pode ser cessada com 
parecer do juiz. 
• Os relativamente incapazes podem realizar 
testamentos, casar-se, testemunhar, 
mandatórios. 
Obs.: Escolha do tutor: 
1. Escolhido pelos pais. 2. Previsto por lei. 3. Pessoa designada de confiança do juiz.
 
CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE 
Cessa a incapacidade desaparecendo os motivos que a determinaram. Assim, no caso 
da loucura e da surdo-mudez, por exemplo, desaparece a incapacidade, cessando a 
enfermidade físico-psíquica que as determinou. Quando a causa é a menoridade, desaparece 
pela maioridade e pela emancipação. 
ART 5º “A menoridade cessa aos dezoitos anos completo, quando a pessoa fica habilitada à 
prática de todos os atos da vida civil” 
Parágrafo único: “Cessará, para os menores a incapacidade”. 
Emancipação 
Voluntária ou 
Judicial 
Emancipação Legal 
1. Emancipação 
Voluntária: 
Pela 
concessão 
dos pais, ou 
de um deles 
na falta do 
outro, 
mediante 
instrumento 
público, 
independe 
de 
homologação 
judicial 
(vontade do 
pai ou do 
menor). 
2. Emancipação 
Judicial: 
Destina-se ao 
menor sob 
tutela; por 
sentença do 
juiz, ouvido o 
tutor, se o 
menor tiver 
dezesseis 
anos 
completos. 
CASAMENTO 
Pelo casamento. 
- Casamento 
civil realizado 
em Cartório de 
Registro Civil. 
- Idade mínimo: 
16 anos. 
Menores de 16 
anos: somente 
com autorização 
do juiz. 
- Em caso de 
viuvez, aborto, 
divórcio ou 
morte, a 
emancipação é 
mantida. 
EMPREGO PÚB. 
Pelo exercício de 
emprego público 
efetivo. 
- O jovem de 16 
anos que já 
possui contrato 
CLT, sendo 
efetivamente 
colaborador da 
empresa (não 
pode ser 
temporário), 
pode ser 
emancipado, 
pois considera-
se que o jovem 
possui o mérito 
de responder 
pelos seus atos 
civis, 
considerando a 
responsabilidade 
do cargo. 
COLAÇÃO DE 
GRAU EM ENS. 
SUPERIOR 
Pela colação de 
grau em curso 
de ensino 
superior. 
- O jovem é 
emancipado de 
forma legal a 
partir da 
cerimônia de 
colação. 
ECONOMIA 
PRÓPRIA 
Pelo 
estabelecimento 
civil ou 
comercial, ou 
pela existência 
de relação de 
emprego, desde 
que, em função 
deles, o menor 
com dezesseis 
anos completos 
tenha economia 
própria. - 
Empresa civil: é 
aquela que 
“vende” 
intelectualidade. 
- Empresa 
comercial: é 
aquela que 
vende produtos 
concretos. 
 
EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (É o fim da personalidade civil) 
Art. 6º → A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta quanto aos 
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva. 
MORTE REAL MORTE CIVIL OU FICTA MORTE PRESUMIDA 
- É a morte mais comum. 
Ocorre quando há um corpo 
cujas funções vitais 
cessaram. Portanto, há 
prova da materialidade do 
fato. 
A morte precisa ser 
cardiorrespiratória, ou seja, 
morte cerebral e 
respiratória. É o tipo de 
morte que atesta o dia e a 
hora da morte. Pode ser: 
 
Natural: Ocorre sem 
nenhuma intervenção de 
outrem. 
Violenta: Interrompida pela 
ação de outras pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- É tratar uma pessoa que está de 
fato viva, como morta. 
- No ordenamento brasileiro não 
há a morte civil, pois em um 
direito civil constitucional, ou 
seja, iluminado pelas premissas 
da carta magna como o princípio 
da dignidade humana não pode 
haver tal previsão, contudo, há 
dois institutos que trazem 
resquícios de morte civil: 
 
-Deserdamento e o afastamento do 
herdeiro por indignidade. (Art. 1814) 
O indivíduo está vivo, porém 
“morto” para o Direito Civil, 
sendo assim, não pode exercer 
algumas relações jurídicas de 
fato, ou seja, como a pessoa foi 
considerada indigna de receber 
herança, esta será deserdada, 
mas não impedida de casar, 
trabalhar, estudar, etc. 
- Não há um corpo, ou seja, não há prova da 
materialidade do fato. Decorre de uma 
DECLARAÇÃO JUDICIAL. 
Sem decretação de ausência (Art. 7º): É 
caracterizada pela ausência do corpo, visto que, o 
falecido encontrava em situação de risco. 1. Se 
for extremamente provável a morte de quem 
estava em perigo de vida. 2. Se alguém, 
desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, 
não for encontrado até dois anos após o término 
da guerra. 
Par. Único → A declaração de morte presumida, 
nesses casos, somente poderá ser requerida 
depois de esgotadas as buscas e averiguações, 
devendo a sentença fixar a data provável do 
falecimento. 
Com decretação de ausência: Refere-se àquelas 
pessoas que desapareceram por motivo algum, 
simplesmente sumiram. O juiz então nomeia um 
curador para cuidar dos bens do ausente: 
1. Curadoria do ausente: O tutor cuida dos bens, 
e pode durar de 1 a 3 anos. 
2. Sucessão provisória: Abre-se o inventário e os 
herdeiros adquirem os bens, entretanto somente 
em posse, ou seja, o patrimônio pertence aos 
indivíduos, mas os mesmos não poderão ser 
vendidos durante ao menos 10 anos, visto que se 
o falecido retornar nesse período de tempo pode 
resgatar o patrimônio. 
3. Sucessão definitiva: As garantias serão 
canceladas e os bens depositados serão 
totalmente divididos entre os herdeiros. 
 
COMORIÊNCIA OU MORTE SIMULTÂNEA → Art. 8º 
Quando duas ou mais pessoas com laços sucessórios morrem no mesmo acidente ou 
evento e não é possível precisar quem veio a falecer primeiro, presumir-se-á então que 
morreram simultaneamente, ou seja, essas pessoas falecem na mesma ocasião, sem que haja 
possibilidade de constatar qual delas morreu primeiro, presumindo-se assim que faleceram na 
mesma hora. Esta presunção é o instituto da Comoriência. 
A importância em saber quem faleceu primeiro se dá, pois a herança será dividida de 
modo diferente, por exemplo, se for comprovado que A (esposa) faleceu primeiro do que B 
(marido), quem receberá a herança será B (marido) e por falecer logo em seguida, transmitirá 
os bens herdados para seus ascendentes ou descendentes, não transferindo qualquer parte 
para os herdeiros de A (esposa); e vice-versa. Se for constatado morte simultânea, ou seja, que 
ambos faleceram exatamente na mesma hora, a herança será dividida em dois e transmitida 
para seus respectivos herdeiros. 
Para instituir morte por comoriência ou simultânea é preciso que existam provas legais 
referentes à hora da morte. Se não houver possibilidade de comprovação através de exames 
periciais, também serão consideradas provas complementares, por exemplo, testemunhas. 
 
REGISTRO PÚBLICO E AVERBAÇÃO 
Geralmente as pessoas confundem averbação com registro, porém, registro é um ato 
ocorrido nos cartórios; já a averbação é um ato secundário que modifica o teor do registro, e é 
feito por determinação judicial, e esse procedimento dá publicidade, eficácia e segurança aos 
atos jurídicos. Um exemplo é o caso da certidão de casamento registrada em cartório, quando 
ocorre uma separação judicial, a decisão será escrita, ou seja, averbada na terceira e última 
coluna do livro de registros. 
REGISTRO PÚBLICO → ART 9º AVERBAÇÃO (fala) → ART 10 
Serão registrados em registro público Far-se-á averbação em registro público 
1. Nascimentos, casamentos e óbitos. 
2. Emancipaçãopor outorga dos pais ou por 
sentença do juiz. 
3. Interdição por incapacidade absoluta ou 
relativa. 
4. Sentença declaratória de ausência e 
morte presumida. 
1. Das sentenças que decretarem a nulidade 
ou anulação do casamento, o divórcio, a 
separação judicial e o restabelecimento da 
sociedade conjugal. 
2. Dos atos judiciais ou extraconjugais que 
declararem ou reconhecerem a filiação. 
3. Dos atos judiciais ou extrajudiciais de 
adoção. 
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL → ATRIBUTOS DA PERSONALIDADE 
NOME ESTADO DOMICÍLIO 
É a designação ou sinal 
exterior que individualiza e 
identifica-se a pessoa no seio 
da família e da sociedade. É 
imutável, salvo exceções. 
Provém do Latim Status, 
empregada pelos romanos 
para designar os vários 
predicados integrantes da 
personalidade. 
Domicílio é a sede jurídica 
da pessoa, onde se presume 
que ela esteja presente para 
efeitos de direito e onde 
exerce ou pratica, 
habitualmente, seus atos e 
negócios jurídicos. Pode ser 
um domicílio residencial ou 
profissional. 
Elementos do nome: 
Prenome → É o nome próprio 
de cada pessoa que serve para 
distinguir membros da mesma 
família. Pode ser simples ou 
composto. 
Sobrenome → Sinal que 
identifica a procedência 
familiar da pessoa. 
Agnome → Elemento 
secundário do nome que serve 
para identificar o indivíduo 
distinguindo de outro membro 
de sua família. Ex: Neto, Filho, 
Jr, Sobrinho. 
FAMILIAR → Indica a 
situação do indivíduo na 
família, em relação ao 
matrimônio (solteiro, 
casado, divorciado, viúvo 
ou separado judicialmente) 
e ao parentesco por 
consanguinidade (pai, filho, 
irmão) ou por afinidade 
(cunhado, sogro, genro). 
INDIVIDUAL → Modo de 
ser da pessoa quanto à 
idade, sexo, cor, altura, 
saúde (insano, incapaz). 
É possível ter mais de um 
domicílio, contanto que o 
indivíduo resida nos mesmo 
alternadamente. 
Domicílio Civil → 2 
REQUISITOS. 
1. OBJETIVO ou MATERIAL 
→ Residência 
2. SUBJETIVO ou PSÍQUICO 
→ Ânimo de permanecer 
(animus manenge) ou 
Ânimo definitivo (animus 
definitivus). 
 
ESPÉCIES DE DOMICÍLIO: 
Imutabilidade do nome: Em 
regra, o nome não pode ser 
alterado, contudo há exceções 
pelas quais é possível fazer a 
alteração do nome. LRP (Lei 
de Registros Públicos) e C.C. 
1. TRANSEXUAL (pessoas 
que alteram seu sexo 
primitivo mediante 
intervenção jurídica) 
2. RECONHECIMENTO DE 
FILHO (o 
reconhecimento pode 
ser por livre vontade 
ou compulsoriamente, 
ou seja, instituído pelo 
juiz por meio de 
provas). 
3. ADOÇÃO (Há 
obrigatoriedade da 
retirada do sobrenome 
do adotado). 
4. NOME VEXATÓRIO 
(são nomes 
extremamente 
ridículos, que podem 
causar 
constrangimento ao 
indivíduo). 
5. SEPARAÇÃO/DIVÓRCIO 
(o indivíduo pode tirar 
o sobrenome do 
cônjuge se tiver 
interesse). 
6. ERRO GRÁFICO (grafia 
incorreta). 
7. TRADUÇÃO DE NOME 
ESTRANGEIRO 
(pronúncia difícil). 
8. MAIORIDADE (pode-se 
alterar o nome ao 
completar 18 anos + 1 
dia, ou por motivação 
judicial, após 
completar 19 anos). 
9. CASAMENTO 
(acréscimo facultativo 
do sobrenome do 
cônjuge). 
10. FUNDADA COAÇÃO 
OU AMEAÇA (proteção 
a testemunha). 
POLÍTICO → Designa a 
posição do indivíduo na 
sociedade política, 
podendo ser nacional (nato 
ou naturalizado), 
estrangeiro ou até mesmo 
apátrida. 
 
VOLUNTÁRIO → O geral é 
aquele que depende da 
vontade exclusiva do 
interessado. Qualquer 
pessoa, não sujeita a 
domicílio necessário, tem a 
liberdade de estabelecer o 
local em que pretende 
instalar a sua residência 
com ânimo definitivo, bem 
como de mudá-lo, quando 
lhe convier. (Art. 74). 
Segundo Carlos Roberto 
Gonçalves, pode ser geral 
(escolhido livremente) ou 
especial (fixado com base 
no contrato, sendo 
denominado, conforme o 
caso, foro contratual ou de 
eleição). 
Obs.: É necessário notificar 
a mudança de domicilio, 
mesmo que ao demonstrar 
comportamento de quem já 
está realizando a mudança, 
a notificação já esteja 
“feita”. 
 
NECESSÁRIO OU LEGAL → O 
necessário ou legal é aquele 
que está previsto na lei em 
detrimento da condição ou 
situação de certas pessoas: 
1. Militar → Lugar 
onde servir, sendo 
da Marinha ou 
Aeronáutica, a sede 
do comando a que 
estiver 
subordinado. 
2. Preso → Lugar onde 
cumpre sentença, 
contudo, se não 
tiver sentença 
transitado em 
julgado, seu 
domicílio será 
voluntário. 
3. Marítimo → Lugar 
onde o navio estiver 
matriculado 
11. HOMÔNIMO (quando 
há a mesma grafia do 
nome, e por isso existe 
a possibilidade de 
acrescentar outro 
nome para 
diferenciar). 
Obs.: Codinome (apelido 
reconhecido), pode ser 
inserido depois do prenome, 
ou até mesmo substituído. 
Pode ser um pseudônimo, um 
heterônimo ou alcunha 
(negativo). 
4. Servidor Público → 
Lugar onde exerce 
sua função. 
5. Incapaz → O do 
representante ou 
assistente. 
 
DIREITOS DA PERSONALIDADE 
São direitos subjetivos, imprescritíveis, intransmissíveis e inalienáveis (regra) da pessoa 
humana e em alguns casos da pessoa jurídica. 
São direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, sua 
integridade física, sua integridade intelectual e sua integridade moral. (M. H. Diniz) 
 ART. 11 a 21 DO C.C + ARTS 1º E 5º DA CF 
DIREITOS DA PERSONALIDADE → PODEM SER TRIPARTIDOS 
INTEGRIDADE FÍSICA INTEGRIDADE MORAL INTEGRIDADE INTELECTUAL 
• VIDA (O Estado 
tenta zelar sempre 
pela vida, portanto 
não permite o 
suicídio, porém em 
caso de tentativa 
não ocorre pena 
legal, apenas em 
caso de induzimento 
ou instigação e 
auxilio de terceiros). 
• ALIMENTOS 
• TUTELA SOBRE O 
PRÓPRIO CORPO, 
estando este, VIVO 
OU MORTO 
(Referente a doação 
do corpo humano; 
são bens que não 
podem ser 
comercializados, 
apenas doados após 
a morte, ou seja, é 
preciso ser 
disponibilizado de 
• HONRA 
• RECATO 
• SEGREDO PESSOAL, 
PROFISSIONAL E 
DOMÉSTICO 
• IDENTIDADE 
PESSOAL, FAMILIAR 
E SOCIAL 
• LIBERDADE DE 
PENSAMENTO 
• AUTORIA 
CIENTÍFICA, 
ARTÍSTICA E 
LITERÁRIA 
 
forma gratuita, 
contanto que esteja 
declarado por escrito 
que a doação será 
para fins benéficos, 
como ciência e 
altruísmo. Em casos 
onde a pessoa está 
viva, pode-se doar 
apenas órgãos 
duplos ou células 
que se reproduzem, 
sendo assim, não se 
pode doar qualquer 
membro). 
 
Obs.: Quem violar esses decretos terá como solução a reparação de danos (indenização) 
MATERIAL ou MORAL. 
INALIENABILIDADE IMPRESCRITIBILIDADE OPONIBILIDADE ERGA 
OMNES 
• Os direitos da 
personalidade são 
irrenunciáveis, não 
podendo o seu 
titular deles dispor 
ou mesmo limitar 
voluntariamente o 
seu exercício, por 
razões de ordem 
pública e de 
segurança jurídica 
individual social. 
• O fato de o titular 
permitir a 
exploração 
econômica de 
aspectos 
personalíssimos que 
não comprometam a 
vida ou a saúde dele, 
não fere a ideia de 
irrenunciabilidade. 
• Os direitos da 
personalidade são 
vitalícios e perduram 
até a morte do seu 
respectivo titular. 
• Há alguns direitos 
personalíssimos, 
contudo, que 
ultrapassam a 
própria existência 
física da pessoa: 
- Ex. Direito moral do 
autor, direito à 
imagem, direito à 
honra. 
• Os direitos da 
personalidade 
podem ser 
defendidos contra 
qualquer pessoa, 
devendo a 
coletividade 
respeitá-los e o 
Estado assegurá-los. 
• São direitos 
subjetivos absolutos, 
oponíveis erga 
omnes. 
ARTIGO 12 Cláusula geral de tutela → São ilimitados. 
ARTIGOS 13 a 15 Proteção à integridade física 
ARTIGOS 16 a 19 Nome 
ARTIGO 20 Honra e Imagem (face, corpo, voz, status) → 
Exceção: Pessoas famosas. 
ARTIGO 21 Proteção à privacidade → É inviolável a 
intimidade correspondentea casa da pessoa 
humana, exceto em casos de flagrante 
delito, eminente próximo, desastre na 
ocasião ou mandato judicial. 
 
PESSOA JURÍDICA 
• É a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios que visa à consecução de certos 
fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações (M. H. 
Diniz). 
Pode ser chamada de coletiva, pois são disponibilizados direitos e deveres a um 
determinado grupo, ou seja, para ser pessoa jurídica é necessário se unir em grupos 
para exercer algo lícito e cumprir determinados requisitos. 
 
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO 
 
Têm seu início com fatos históricos, criação 
constitucional, lei especial e tratados 
internacionais. 
 
• Fundações 
• Organizações Religiosas 
• Sociedades 
• Partidos Políticos 
• Associações 
• Eireli. 
INTERNO • Territórios 
• Estados 
• Autarquias 
• Municípios 
• União 
• Distrito Federal 
• Associações Públicas 
• Fundações Públicas 
• Concessionárias de 
serviços públicos. 
EXTERNO • Estados Estrangeiros 
• Organizações 
Internacionais. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO 
PÚBLICO DO DIREITO INTERNO. (Art. 41 C.C) 
Referente à responsabilidade civil objetiva, por DANOS CAUSADOS A TERCEIROS. 
 
 
O Órgão público responde pela ação na esfera civil quando o agente/funcionário 
público for CULPADO, por culpa stricto sensu ou por dolo. Depois que o município arcar com as 
despesas, ele tem o direito de mover uma ação chamada AÇÃO REGRESSIVA contra o seu 
agente, adquirindo o patrimônio do mesmo, caso ele o possua. Se houver casos onde o agente 
não tiver culpa ou dolo, o município responde pelos danos e o agente não tem necessidade de 
arcar com nada, inclusive no aspecto jurídico civil e penal; e tem a possibilidade de mover a 
ação regressiva contra o terceiro que causou o acidente. 
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO 
Referente à responsabilidade civil objetiva, por DANOS CAUSADOS A TERCEIROS. 
 
 
A pessoa jurídica para qual o 
empregado/gerente/diretor/administrador/gestor trabalha, responde pela ação na 
esfera civil, arcando com as despesas, reparações e indenizações a terceiros, sempre 
que a ação for cometida por dolo ou culpa. Posteriormente, a empresa possui o direito 
de mover uma ação chamada AÇÃO DE REGRESSO contra seu colaborador, visando 
restituir os custos investidos. Se houver casos onde o funcionário não tiver culpa 
estrito sensu ou dolo, a instituição privada não precisa indenizar o terceiro; SALVO 
quando a pessoa jurídica de Direito Privado exercer profissão de risco, como atividades 
nucleares, de transporte aéreo e contato com explosivos, entre outros. 
 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO 
Pessoa jurídica de Direito Privado sem fins lucrativos: 
• ASSOCIAÇÕES: Pessoa jurídica de Direito Privado sem fins lucrativos, constituída pela 
união de pessoas que se organizam para fins não-econômicos, ou seja, pode ser uma 
associação recreativa, desportiva, educativa, entre outros; o objetivo não pode ser o 
lucro, contudo pode haver lucro, mas não partilhado entre os associados. Ninguém 
poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado. São chamadas 
associações e não sócios. (Art. 53 C.C.) 
Exemplo: A.A.S.P = Associação dos Advogados de São Paulo (não é obrigatória a participação, 
porém existem conveniências em aderir-se ao grupo). 
Qualificações para que a associação seja considerada como tal (Art. 54 C.C): 
I. Necessariamente precisa ter uma denominação, os fins e a sede da associação. 
II. É preciso obter fontes para adquirir o capital de investimento e fontes de recurso 
para a sua manutenção. 
III. No estatuto das associações deverá conter a forma de gestão administrativa e a 
prestação de contas sob a utilização do capital. 
IV. Precisam-se descrever quais os requisitos para a admissão, demissão e exclusão 
dos associados, desde que estejam fundamentados os motivos. 
V. É obrigatória a prescrição dos direitos e deveres dos associados. 
VI. É imprescindível caracterizar as condições para a alteração das disposições 
estatutárias e para a dissolução da associação, visto que, esta possui direitos 
intransmissíveis. (No caso da dissolução, se sobrar remanescente, o dinheiro é 
transpassado para outra associação semelhante que possua a mesma finalidade, 
porém se não houver associação de mesma competência, o momento que restar 
será confiscado para o Ministério da Fazenda – FISCO) 
 
As associações são constituídas por meio de ESTATUTO em forma de papel, é um 
documento onde contém todas as cláusulas referentes à associação, e será registrado no 
Órgão competente chamado de R.C.P.J (Registro Civil de Pessoa Jurídica). 
• FUNDAÇÕES: Pessoa Jurídica de Direito Privado criada por um instituidor por meio de 
escritura pública ou testamento dotando um acervo de bens para a realização de fins 
determinados, de interesse público, de modo permanente e estável. (Art. 62). Não visa 
lucro, tem destinação eminentemente social, portanto são isentas de impostos, o que 
legitima o Ministério Público a fiscalizá-las. 
Exemplo: Lamara (Fundação para deficientes visuais), F.C.C.C (Fundação cacique, 
cobra, coral, que possui outro tipo de finalidade, sendo destinada a meteorologia). 
Possuem finalidade: 
 
As fundações são criadas por Escritura Pública (E.P) ou Testamento (T). 
Escritura Pública (E.P): A fundação é constituída por escritura pública se o institui dor 
estiver vivo. – “Inter vivos”. 
Testamento (T): A fundação é constituída por testamento se o instituidor estiver 
morto. – “Causa Mortis”. Esses documentos são convertidos posteriormente em 
ESTATUTO da Fundação e deve ser registrado no R.C.P.J (Registro Civil de Pessoa 
Jurídica. 
 
• ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS: Pessoa Jurídica de Direito Privado que tem por 
finalidade qualquer doutrina que congrega a comunidade para a fé, visto que, deve-se 
respeitar qualquer forma de religião. (Art. 62 C.C.) 
Foram introduzidas no Código Civil de 2002 por lei especial em 2003. Exemplo: Criador 
e Criatura – Criação. As Organizações religiosas são constituídas por meio de 
ESTATUTO e registradas no R.C.P.J (Registro Civil de Pessoa Jurídica). 
 
• PARTIDOS POLÍTICOS: Pessoa Jurídica de Direito Privado que possui fins políticos, não 
se caracterizando pelo fim econômico ou não. (Art. 44 C.C.). 
É regida por lei especial. Os Partidos Políticos são constituídos por meio de ESTATUTO 
e registrados no R.C.P.J (Registro Civil de Pessoa Jurídica). 
 
• EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada): Pessoa Jurídica de Direito 
Privado que possui a particularidade de ser constituída por uma única pessoa, titular 
da totalidade do seu capital social, sendo assim, não possui sócios. (Art. 44 C.C.) 
Para se constituir EIRELI, é necessário que o instituidor determine que o capital 
social não seja inferior a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
A vantagem da EIRELI é que em caso de falência da empresa, os credores 
tentarão retirar o patrimônio na mesma, entretanto, por estar vinculada a apenas uma 
pessoa física, não há possibilidade de retirar os bens do indivíduo, somente do capital 
da empresa. Deve ser registrada na Junta Comercial (J.C). 
PESSOA JURIDICA DE DIREITO PRIVADO 
Pessoa jurídica de Direito Privado com fins lucrativos: 
• SOCIEDADE: Pessoa Jurídica de Direito Privado constituída pela união de duas ou mais 
pessoas com interesses e finalidades comuns. (Art. 44 C.C). 
Sendo assim, celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam 
acontribuir, com bens ou serviços, para o exercício da atividade econômica e a partilha, entre 
si, dos resultados. A atividade pode restringir – se à realização de um ou mais negócios 
determinados. 
As sociedades classificam-se em Empresárias ou Não-Empresárias: 
 
• Existem 2 sociedades despersonificadas (não possuem personalidade jurídica por não 
possuírem registro): 
 
 
 RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS DA PESSOA JURÍDICA SOCIEDADE 
 
Para instituir uma sociedade é necessário que haja ao menos 2 integrantes 
(sócios) para a fundação da empresa e para que a sociedade seja regular, é preciso 
estabelecer um contrato social ou um estatuto social. 
 
• Contrato Social: Instrumento flexível, onde existe possibilidade de acrescentar 
qualquer cláusula de interesse dos sócios, desde que não seja contrário às leis, à moral 
e os bons costumes. É considerado a “certidão de nascimento” da pessoa jurídica. 
 
• Estatuto Social: Instrumento que regula as cláusulas referentes à determinada 
empresa, porém não pode prescrever o que os sócios quiserem, visto que o 
documento é inteiramente baseado no que está descrito em lei. 
 
 
A pessoa jurídica (empresa) se distingue da pessoa que o compõe (sócio), porém é 
necessário que este disponibilize como garantia um determinado patrimônio, passando o 
mesmo para o nome da sociedade, sendo assim, o bem passa a ser integrado à instituição e 
deixa de fazer parte do acervo individual do coautor. 
O cálculo que integra a fundação de uma sociedade ocorre da seguinte maneira: 
Utiliza-se o que o sócio A dispôs de patrimônio, somado ao que o sócio B colocou à disposição 
da empresa (não há necessidade de que os sócios contribuam com o mesmo valor), gerando 
uma “promessa” de capital, chamada de SUBSCRIÇÃO; que deve ser cumprida por ambos os 
sócios. 
O CAPITAL SOCIAL da Pessoa Jurídica criada, é a soma de todas as 
subscrições descritas por todos os sócios. 
Esse capital social precisa ser comprovado, ou seja, é preciso ser registrado em 
cartório que o sócio A entregou sua parte do valor prescrito, assim como o sócio B, visto que, 
através dessa ação, será estipulado um LIMITE para que o credor possa cobrar a sociedade. 
Esse limite será o valor exato do capital social, e é de extrema importância, pois funciona como 
um modo de proteção da empresa. 
Caso o capital social não seja cumprido, ou não existam provas de seu cumprimento, o 
credor não possuirá limite financeiro para a cobrança, e consequentemente poderá pegar todo 
o patrimônio constituído pela sociedade; EXCETO se for confirmado que o ato foi 
completamente realizado dentro dos padrões de conformidade, no entanto a empresa não 
obteve qualquer lucro, apenas prejuízos. 
Ainda existem outras possibilidades que cessam a “blindagem” assegurada pelo capital 
social; quando, por exemplo, o sócio A cumpre sua parte no acordo e entrega o valor 
prometido, entretanto B não compadece da mesma ação; existe então um capital social não-
integralizado, e por consequência, o credor pode confiscar a diferença de preço por meio dos 
bens de QUALQUER UM DOS SÓCIOS. 
Essa diferença é instituída após a análise do limite registrado oficialmente (capital 
social) e do caixa disponível na sociedade. O credor, por direito, irá obter o montante existente 
na empresa e os bens individuais dos sócios, caso eles o possuam; até completar o valor total 
subscrito anteriormente. 
O sócio que de fato cumpriu com a subscrição pode entrar com uma AÇÃO DE 
INTEGRALIZAÇÃO DE POSSE contra o sócio remisso (aquele que não contribuiu com o valor 
descrito) até o período do qual o credor ainda não invadiu o patrimônio da sociedade; passado 
este espaço de tempo, uma vez que o credor adquiriu o caixa da empresa e ainda os bens do 
sócio integralizado (aquele que executou a subscrição corretamente), o mesmo pode mover 
uma AÇÃO DE REGRESSÃO para restituir o patrimônio que lhe foi retirado. 
 
 RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS DA PESSOA JURÍDICA SOCIEDADE FRENTE AOS CREDORES 
• LTDA (Limitada): Todos os sócios possuem responsabilidade limitada e solidária. É 
registrada por contrato social na Junta Comercial. 
Esta sociedade, embora composta de sócios (pessoas naturais ou pessoas jurídicas), passa 
a ter “vida própria”, não se confundindo com as pessoas que a compõem, e não se excluindo 
das obrigações perante terceiros. Entretanto, o patrimônio pessoal dos sócios não fica 
totalmente exposto. Neste sentido determina o artigo 1.052 do código civil que na sociedade 
limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos 
respondem solidariamente pela integralização do capital social. 
Para a verificação da responsabilidade dos sócios observa-se o capital social, visto que, é 
obrigação fundamental e indispensável de cada sócio a integralização da sua quota de capital. 
Havendo parte do capital social não integralizado, os sócios respondem solidariamente pela 
quantia que falta para a completa integralização, cabendo ação de regresso contra o sócio que 
efetivamente não integralizou sua parte. 
• N/C (Nome Coletivo): Todos os sócios possuem responsabilidade ilimitada. É 
registrada por contrato social na Junta Comercial. 
Os sócios das sociedades em nome coletivo, além de responderem perante a 
sociedade pela sua obrigação de entrada, respondem ainda perante os credores da 
sociedade pelas obrigações desta, ou seja, os credores podem exigir o cumprimento dos 
débitos aos sócios depois de esgotado o patrimônio da sociedade, e como a mesma adota 
a política de solidariedade, os credores da sociedade podem exigir de qualquer um dos 
sócios a totalidade da dívida, visto que, o nome é coletivo e, portanto não há 
individualização. 
• C/S (Comandita Simples): É a caracterizada pela existência de dois tipos de sócios 
com funções obrigatoriamente diferentes: os sócios comanditários e os comanditados, 
portanto, é considerada mista. É registrada por contrato social na Junta Comercial. 
Os sócios comanditários têm responsabilidade limitada em relação às obrigações 
contraídas pela sociedade, respondendo apenas pela integralização das quotas subscritas, 
ou seja, o limite da diferença do capital social, visto que, contribuem apenas com o capital 
subscrito e de nenhuma outra forma para o funcionamento da empresa. 
Os sócios comanditados possuem responsabilidade ilimitada perante terceiros, 
devendo saldar as obrigações contraídas pela sociedade, ou seja, os credores da empresa 
podem confiscar o capital da sociedade e se este não for suficiente, poderá apanhar o 
patrimônio do sócio. 
• C/A (Comandita por Ações): É aquela em que o capital se divide em ações, 
respondendo os acionistas apenas pelo preço das ações subscritas ou adquiridas, 
assumindo os diretores responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. 
Da mesma forma que a Comandita simples, possui dois tipos de sócios com funções 
obrigatoriamente diferentes: os sócios comanditários e os comanditados, portanto, é 
considerada mista. É registrada por estatuto social na Junta Comercial. 
Os sócios comanditários não podem administrar a sociedade e, por conta disso, 
possuem responsabilidade limitada. 
Os sócios comanditados são responsáveis pela administração da sociedade e, por esse 
motivo, possuem responsabilidade ilimitada e solidária com outros sócios comanditados. 
Não necessariamente, o sócio comanditado deva ser detentor da maioria das quotas por 
ações. 
• S/A (Sociedade Anônima): Todos os sócios possuem responsabilidade limitada (são 
chamados de acionistas). É registrada por estatuto social na Junta Comercial. 
O capital social das sociedades anônimasé dividido em ações, com ou sem valor 
nominal, distribuídas entre os acionistas, conforme as suas correspondentes subscrições, 
ou seja, se o capital estiver integralizado a sociedade se torna “blindada” contra a ação de 
qualquer credor, entretanto, se o capital estiver parcialmente integralizado, os credores 
poderão executar a cobrança apenas do sócio remisso, sendo assim, não há solidariedade 
nesse modelo de sociedade.

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