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Direito Civil - parte geral

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LIVRO I - DAS PESSOAS
TÍTULO I - DAS PESSOAS NATURAIS
CAPÍTULO I – DA PERSONALIDADE E CAPACIDADE
Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. (Todo ser humano nascido com vida).
CAPAZ = Capacidade de direito.
Pessoa – É o sujeito (titular) de relações jurídicas, ou seja, o sujeito que pode adquirir direitos e contrair deveres na ordem civil. É todo o ser humano nascido com vida.
Ex: recém-nascido, criança, adolescente, idoso, absolutamente incapaz, relativamente incapaz, ou seja, todo ser humano nascido com vida.
Toda pessoa natural que é o ser nascido com vida ou toda pessoa jurídica é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Quem pode ser sujeito de relações jurídicas?
· Pessoa natural – Ser humano, sem discriminação de qualquer natureza: idade, sexo, nacionalidade, cor, raça, saúde, etc, que pode titularizar direitos e contrair deveres e obrigações.
· Pessoa jurídica.
Personalidade – É a aptidão que toda pessoa tem de adquirir direitos e contrair deveres na ordem civil.
Personalidade civil – É o conjunto de atributos que identifica e individualizam uma pessoa, tais como, seu nome, estado e domicílio.
No Brasil, toda pessoa, independente de qualquer discriminação, é capaz de adquirir direitos e contrair deveres na ordem civil. (capacidade de direito).
Toda pessoa é dotada de personalidade.
Ex: João é recém-nascido e herdou um imóvel de seu avô. Assim, João tem direito de propriedade sobre o imóvel e tem obrigação (dever) de pagar os impostos do imóvel. 
A forma como João vai exercer seus direitos e deveres sobre o imóvel é uma questão de capacidade. O que importa é que João é uma pessoa, e nos termos do art. 1º do CC, ele tem a possibilidade de contrair direitos e deveres na ordem civil (personalidade).
PERSONALIDADE
Art. 2º - A personalidade civil da pessoa começa com o nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
O que se entende por nascimento com vida? Nascer com vida significa o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório. Só é sujeito de direitos (tanto à pessoa física como a pessoa jurídica) quem é dotado de personalidade jurídica.
Conceitos:
Pessoa – É o ser humano nascido com vida.
Nascituro – É o ser já concebido, mas que ainda está no ventre materno.
Natimorto – É o ser expelido sem vida do ventre materno.
Personalidade – É a aptidão que a pessoa tem para contrair direitos e deveres na ordem civil. Art. 1º, CC.
Momento da aquisição da personalidade jurídica (pessoa física) = Nascimento com vida; teorias explicativas do nascituro.
TEORIAS SOBRE O INÍCIO DA PERSONALIDADE CIVIL
· Teoria Natalista – Quem defende essa teoria entende que a personalidade civil da pessoa somente inicia após o seu nascimento com vida, antes do nascimento, portanto, não há que se falar em personalidade, havendo apenas uma mera expectativa da personalidade.
NASCEU COM VIDA – Adquiriu personalidade jurídica = Está apto a contrair direitos e deveres na ordem civil.
Ex: Se Lucas nascer com vida, ele terá adquirido personalidade jurídica e terá direito a adquirir direitos patrimoniais e extrapatrimoniais.
NASCITURO – Não tem personalidade jurídica = Não está apto a contrair direitos e deveres na ordem civil. Tem uma mera expectativa de direitos.
Ex: Enquanto Lucas não nascer (nascituro), ele terá direito a certos direitos de personalidade, tais como: a saúde (pré-natal), a vida (não poderá sofrer aborto), a integridade física, etc.
NATIMORTO – Não adquiriu personalidade jurídica = Não adquiriu direito e deveres na ordem civil.
Ex: Se Lucas não nascer com vida (natimorto), não terá adquirido personalidade, então Lucas não poderá receber um nome, doação, herança, não terá direito a receber danos morais, seguro, etc.
Apesar de a TEORIA NATALISTA defender que a personalidade só é adquirida após o nascimento com vida, ela reconhece que a lei assegura direitos ao nascituro, a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro, esses direitos para essa teoria seriam apenas alguns direitos da personalidade, tais como: vida, integridade física, saúde, pré-natal, dano moral, alimentos, etc.
· Teoria Concepcionista – Essa teoria defende que o nascituro já adquire a personalidade civil desde a concepção. O nascituro já teria adquirido direitos desde o momento da concepção, somente alguns efeitos desses direitos é que estariam aguardando ele nascer com vida.
Essa teoria vem ganhando força na doutrina e também em várias decisões judiciais que reconheceram, por exemplo, o direito de o nascituro receber o seguro obrigatório DPVAT da mãe que faleceu em acidente de trânsito enquanto estava em seu ventre; ou de a mãe receber o seguro DPVAT do nascituro que perdeu em decorrência de acidente de trabalho; ou ainda, de o nascituro receber danos morais pela morte de seu pai por não tê-lo conhecido em vida.
A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos de personalidade, tais como: nome, imagem e sepultura.
Estados do Brasil estão permitindo constar o nome do natimorto na certidão de crianças natimortas, mediante provimentos da Corregedoria Geral de Justiça dos Estados.
Ex: Maria está grávida de um menino que se chamará João. Maria carrega no ventre um nascituro. João, desde a concepção tem personalidade e já pode ser titular de direitos na ordem civil. Enquanto João não nascer, terá direitos a alimentos, pré-natal, saúde, vida, integridade física, danos morais se for o caso, ser beneficiário de seguro.
Se João sair do ventre materno sem vida (natimorto), considerando que ele já tinha personalidade desde a concepção, João terá direitos assegurados, tais como: direito de receber um nome, direito a sepultura, direito a imagem, etc. João não terá direitos patrimoniais materiais, como propriedade e herança.
A Teoria Natalista e a Teoria Concepcionista não são unânimes, tem doutrinadores que defendem uma e outros que defende a outra. No entanto, nos últimos tempos tem crescido as decisões que tem adotado a teoria concepcionista.
NASCITURO
É o ser já concebido, mas que ainda está no ventre da mãe.
TEORIA NATALISTA – O nascituro não tem personalidade jurídica.
TEORIA CONCEPCIONISTA – O nascituro tem personalidade jurídica.
QUESTÃO: O nascituro pode adquirir direitos patrimoniais, como por exemplo, ser proprietário de uma casa ou um carro, ou receber uma herança? Não, tanto na teoria natalista quanto na teoria concepcionista, as duas teorias concordam que para ser titular e adquirir direitos patrimoniais materiais, a pessoa deverá nascer com vida. O nascituro e o natimorto não têm direito a receber direitos patrimoniais materiais, que é doação ou herança. Eles só vão receber esses direitos com o nascimento com vida.
Art. 542º - A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
Qual a situação jurídica dos embriões concebidos in vitro?
Todos os direitos que os nascituros têm os embriões concebidos in vitro também possuem.
CAPACIDADE
Conceito: É a medida da personalidade jurídica.
· Capacidade de direito ou de gozo = É a aptidão que toda pessoa tem par adquirir direitos e deveres na ordem civil.
· Capacidade de fato ou de exercício = Aptidão para praticar atos da vida civil. Somente tem aqueles que podem exercer pessoalmente seus direitos e deveres.
· Capacidade plena = CD + CF.
Tutela de incapacidade:
· Absolutamente incapazes
· Relativamente incapazes
ABSOLUTAMENTE INCAPAZ
Art. 3º - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos. (menor impúbere).
O absolutamente incapaz precisa de um representante para exercer os atos da vida civil em seu nome
Porque essa pessoa não pode exercer pessoalmente os atos da vida civil? Porque essa pessoa tem apenas a capacidade de direito, mas não tem a capacidade de exercício desse direito, por isso precisa de um representante.
Ex: Uma criança de 10 anos herda um imóvel, tem direito de propriedade; o imóvel está alugado, a criança tem direito aoaluguel deste imóvel, essa criança tem obrigações em relação ao imóvel, mas como é uma criança não tem condições de exercer esses direitos e deveres. Por isso precisa de um representante para atuar em seu nome.
QUEM SÃO OS REPRESENTANTES?
· Pais = Representam os filhos.
· Tutores = Representam os menores que não possuem pais, ou filhos de pais que perderam o poder familiar.
RELATIVAMENTE INCAPAZ
Art. 4º – São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
 
I – maiores de 16 anos e menores de 18 anos; (menor púbere)
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;
Ébrios habituais são os alcoóltras. E os viciados tóxicos são aqueles viciados em cocaína, heroína, crack, etc.
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
Deficiência mental, estado de coma (pode ser transitória ou permanente), perda de memória, surdo e mudo, etc.
O simples fato da pessoa ter uma deficiência mental não quer dizer que ele será relativamente incapaz, a deficiência tem que ser capaz de fazer com que a pessoa não consiga exprimir sua vontade.
Ex: Se na questão não tiver claro que o deficiente não consegue exprimir sua vontade, então ao completar 18 anos ele é capaz e pode praticar os atos da vida civil.
IV – os pródigos;
Pródigos – São as pessoas que dilapidam seu patrimônio, vendem imóveis de família e deixa sem moradia, fazem dívidas com jogos.
Parágrafo único: A capacidade indígena será regulada pela legislação especial. Os indígenas não se enquadram nem em absolutamente incapaz e nem em relativamente incapaz.
A pessoa relativamente incapaz não possui idade, discernimento ou condições físicas de exercer plenamente a sua vontade, por este motivo ela precisa de um assistente para lhe auxiliar nos atos da vida civil.
ABSOLUTAMENTE INCAPAZ X RELATIVAMENTE INCAPAZ = A diferença é que o absolutamente incapaz precisa de um representante que realize os atos da vida civil por ele e o relativamente incapaz precisa de um assistente que o auxilie nos atos da vida civil.
QUEM SÃO OS ASSISTENTES?
· Pais = Assistem os filhos.
· Tutores = Assistem os menores relativamente incapazes que não possuem pais, ou de pais que perderam o poder familiar.
· Curadores = Assistem os maiores relativamente incapazes.
Exemplos de atos que o relativamente incapaz poderá realizar pessoalmente sem auxílio de outra pessoa: Fazer testamento; Celebrar contrato de trabalho; Ser testemunha em um processo; Votar.
OS ARTS. 3º E ART. 4º TIVEREM SUA REDAÇÃO ALTERADA PELO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA.
EMANCIPAÇÃO
Art. 5º - A menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Emancipação – Antecipação da capacidade civil antes da pessoa completar 18 anos.
Maioridade é atingida aos 18 anos de idade, quando a pessoa se torna apta a praticar todos os atos da vida civil.
A emancipação pode se operar de três formas:
· Emancipação legal
· Emancipação voluntária
· Emancipação judicial
A emancipação não repercute na imputabilidade penal. Apesar de emancipado, o menor continua sendo inimputável até os 18 anos. Se cometer um crime, na verdade, estará cometendo um ato infracional, e se sujeitará ao ECA.
No entanto, o menor emancipado estará sujeito a prisão civil (por alimentos).
EMANCIPAÇÃO LEGAL
Automaticamente, sem a necessidade de um juiz.
II – Pelo casamento;
Idade núbil – 16 anos completos, só que dos 16 anos aos 18 anos, precisa da autorização dos pais para casar, só que essa autorização não emancipa o filho. Somente pelo casamento válido é que o menor se antecipa. O menor se antecipa pelo casamento válido.
Excepcionalmente, é admissível a emancipação legal do menor de 16 anos, quando o juiz autorizar o casamento para evitar a imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
A emancipação pelo casamento é irreversível, mesmo ocorrendo o divórcio.
Fundamento da emancipação pelo casamento: Se o menor é capaz de administrar uma família, também é capaz de administrar a própria vida.
A constituição de união estável emancipa? O CC não fala sobre, mas deve-se entender que não.
A invalidade do casamento atinge a emancipação? A matéria é bastante polêmica, Pablo Stolze defende que a invalidade do casamento prejudica a emancipação, retornando a parte ao statu quo ante – eles voltam a ser solteiros. É um ato anulável, por ação judicial feita pelo menor, por seus representantes legais ou por seus ascendentes.
III – Pelo exercício de emprego efetivo;
Emprego público efetivo - é o servidor público efetivo. Aquele que foi aprovado em concurso público e entrou em exercício no cargo.
IV – Pela colação de grau em curso superior;
Colação de grau em uma faculdade ou universidade, não é considerado curso técnico.
V – Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.
Economia própria seja por: Estabelecimento civil, estabelecimento comercial ou relação de emprego.
Demonstra a maturidade do menor que já possui meios de se sustentar e de gerir seus próprios negócios.
EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA E JUDICIAL
I pela concessão dos pais, ou de um deles na falta de outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial (EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA) / ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos (EMANCIPAÇÃO JUDICIAL).
Voluntária: É a emancipação concedida pelos pais em relação ao interesse judicial sem necessidade do juiz autorizar, sem homologação judicial. Basta ir ao cartório e registrar a emancipação voluntária. Só produz efeito após o registro. É uma emancipação de caráter irrevogável. Nos casos onde houver desacordo entre os pais, quanto a dever ser concedida ou não a emancipação do filho, é assegurado a qualquer um deles recorrer ao juiz para a solução do desacordo, hipótese em que, se for o caso, a emancipação será concedida por sentença do juiz, em procedimento de jurisdição voluntária.
Judicial: Por sentença do juiz. É concedida a menores que não estão sob poder familiar, são geralmente órfãos que estejam sob tutelas. Quem emancipa é o juiz, o tutor só opina.
Instauração – Pode ser feito pelo tutor ou MP, o juiz não pode instaurar de ofício.
MENORES EMANCIPADOS PODEM SER PRESOS? Não.
EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE
Art. 6º - A existência da pessoa natural termina com a morte (morte real), presume-se esta quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva (morte presumida).
· Morte real – Se dá pela existência de um corpo.
A prova de morte real se dá pela Certidão de Óbito.
A declaração de óbito deve ser feita por um médico. Subsidiariamente, duas testemunhas podem declará-la.
Quais as conseqüências da extinção da personalidade natural?
Nascimento com vida – Início da personalidade.
Morte – Extinção da personalidade.
Ex: Extingue-se a obrigação de pagar pensão alimentícia; os contratos personalíssimos; dissolve-se vínculo conjugal; extingue-se o usufruto.
A morte real extingue a personalidade civil da pessoa.
· Morte presumida – Temos que presumir a morte, pois não existe um corpo.
Dois tipos de morte presumida:
a) Morte presumida com decretação de ausência – art. 6º, segunda parte com art. 37º, CC.
Presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva.
Ausência é um estado de fato, em que uma pessoa desaparece do seu domicílio sem deixar notícias ou representante que administre os seus bens. Ex: A pessoa que saiu para trabalhar e nunca mais foi vista.
A sentença de ausência é registrada em livro próprio, e não no livro de óbitos. É uma morte ficta.
Como se vai presumir que essa pessoa esta morta? Pelo decurso de tempo.
É aberto um processo judicial de ausência, que possui três fases:
a) Curadoria
b) Sucessão provisória
c) Sucessão definitiva
b) Morte presumida sem decretação de ausência – art. 7º, CC
Art. 7º - Pode ser declarada a morte presumida,sem decretação de ausência:
I Se for extremamente provável à morte de quem estava em perigo de vida.
Ex: Acidente de avião, catástrofe, tsunami, acidente de helicóptero.
II Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Ex: Prisioneiro de guerra.
Nos casos de morte presumida sem decretação de ausência, a parte que sobreviveu e tiver interesse nos bens da vítima, pode requerer ao Judiciário a declaração, por sentença.
Art. 7º, Parágrafo único: A declaração da morte presumida, nesses casos somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
A decisão de morte presumida pode ser reversível se for encontrada a pessoa; ou o momento de morte pode ser revisto se for encontrado o corpo da pessoa.
Se o “morto” voltar, ele terá que ajuizar uma demanda para declarar a inexistência do ato judicial que declarou a morte.
REGISTRO DA EXTINÇÃO
Ausência – Em livro próprio (morte ficta)
Demais casos – Livro de óbitos.
COMORIÊNCIA
Art. 8 º - Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
Comoriência é também conhecida como morte simultânea. Ocorre quando duas ou mais pessoas morrem na mesma ocasião e não se sabe quem faleceu antes da outra.
Ex: acidente de avião, acidente de carro, naufrágio de um navio, etc.
· Pós-moriência – Quando uma pessoa morre após a outra.
· Pré-moriência – Quando uma pessoa morre antes da outra.
Entre os comorientes não há transmissão de direitos e nem de herança.
Tem que ser no mesmo lugar? Não, mas é pouco provável que não seja.
Ex: Tírcio é pai de Pedro com uma mãe e é pai de João com outra mãe. Tírcio, Pedro e João foram passear de carro e sofreram um acidente de trânsito. Tírcio e Pedro faleceram na mesma ocasião – comoriência. João sofreu ferimentos leves.
Como ficará a herança de Tírcio? Pedro não receberá nenhuma herança e João receberá 100% da herança.
Ex: Tírcio tem um filho Pedro de uma mãe e João de outra mãe. Os três foram passear de carro e sofreram um acidente. Tírcio faleceu no momento do acidente. Pedro faleceu a caminho do hospital e João sobreviveu. Não houve comoriência.
Como ficará a herança? Como não houve comoeriência, Tírcio morreu primeiro, Pedro e João estavam vivos quando ele morreu, então ele transmitiu 50% da sua herança para cada um dos filhos. Mesmo que Pedro tenha morrido a caminho do hospital.
Ex: Tírcio tem um filho Pedro de uma mãe e João de outra mãe. Os três foram passear de carro e sofreram um acidente. Tírcio, Pedro e João faleceram simultaneamente.
Como ficará a herança? Tírcio não transmitirá sua herança nem para Pedro e nem para João. A herança será transmitida para outros herdeiros.
REGISTRO PÚBLICO
Art. 9º - Serão registrados em registro público:
I - Os nascimentos, casamentos e óbitos
II - A emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz
III - A interdição por incapacidade absoluta ou relativa
IV - A sentença declaratória de ausência e de morte presumida
A finalidade dos registros é trazer a publicidade dos fatos na vida de uma pessoa.
Toda pessoa quando nasce tem que ser registrada, para assegurar seus direitos e demonstrar a sociedade que uma nova pessoa passou a existir.
Os registros de nascimento e de óbito são gratuitos para as pessoas que não tem condições de pagar.
AVERBAÇÃO
Art. 10º - Far-se-á averbação em registro público:
I Das sentenças que decretarem à nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal. (MODIFICATIVOS DO CASAMENTO)
II Dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação.
Averbação: É um ato acessório que visa modificar um fato já registrado. Uma vez feito o registro de determinado ato em cartório, existe a averbação que é um documento que declara alguma alteração do registro já existente, modifica ou cancela.
CAPÍTULO II – DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
É um direito subjetivo que a pessoa tem de defender seus direitos, os direitos inerentes ao ser humano, os direitos da pessoa.
Ex: Direito à vida, ao nome, à honra, à dignidade, etc.
Não são direitos patrimoniais, mas sim aqueles que dizem respeitos aos atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa.
Art. 11º - Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
ATRIBUTOS DO DIREITO DA PERSONALIDADE
· Intransmissíveis: Pertence unicamente ao seu titular. Ex: Direito ao nome.
· Irrenunciáveis: São irrenunciáveis porque o seu titular não pode abrir mão dos diretos da personalidade. Ex: Direito à vida.
· Ilimitado: Não há como numerar ou nominar todos os direitos da personalidade.
· Absolutos: Qualquer pessoa tem que respeitar os direitos da personalidade.
· Extrapatrimonais: Os direitos de personalidade não estão inseridos na esfera patrimonial da pessoa, não estão sujeitos a valores ou aferição econômica. Não se pode valorar os direitos da personalidade. Ex: Quanto vale uma vida?
· Impenhoráveis: São impenhoráveis, pois são extrapatrimoniais e, portanto, são insuscetíveis de valoração econômica. Ex: Não se pode penhorar o nome ou a honra de uma pessoa.
· Indisponíveis
· Imprescritíveis: Podem ser exercidos a qualquer tempo. Ex: Certidão de nascimento tardia.
· Vitalícios: Acompanham a pessoa do seu nascimento até a data de sua morte, sendo que alguns direitos persistem mesmo após a sua morte. Ex: Direito a honra e imagem.
PROTEÇÃO AOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
Art. 12º - Pode-se exigir que cesse a ameaça ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único – Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o 4º grau.
DISPOSIÇÃO DO PRÓPRIO CORPO EM VIDA
Art. 13º - Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Ex: Amputação de uma perna por causa da diabete.
Art. 199º, CF - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
É permitida por pessoa capaz, a disposição do próprio corpo em vida, para fins terapêuticos ou de transplante, em cônjuge ou parentes até o 4º grau, ou para qualquer outra pessoa mediante autorização judicial.
Parágrafo 3º, art. 9º da lei 9.434/97 diz que a pessoa somente pode doar: “Quando a doação não constituir perigo de vida; não acarretar risco para integridade física; não representar comprometimento das aptidões vitais e saúde mental; não causa deformação ou mutilação inaceitável e, por fim, de órgãos duplos”.
A doação de órgãos, em vida, é uma forma de disposição do próprio corpo, que está regulamentada na lei 9.434/97.
DISPOSIÇÃO DO PRÓPRIO CORPO PARA DEPOIS DA MORTE
Art. 14º - É válida, com objetivo científico, altruístico, a disposição do próprio corpo, no todo em ou em parte, para depois da morte.
Exemplo de fins científicos: Doar o próprio corpo para uma Universidade, para um laboratório.
Exemplo de fins altruísticos: Doação de órgãos.
Parágrafo único – O ato de disposição do próprio corpo pode ser revogado a qualquer tempo.
A doação do corpo para depois da morte pode ser realizada por ato de livre vontade do doador ou pela vontade dos seus familiares.
A lei 9.434/97 permite à família do morto realizar a doação:
Art. 4º - A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes, ou outra finalidade terapêutica dependerá da autorizaçãodo cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte.
Art. 15º - Ninguém poderá ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Princípio da autonomia da vontade – Se não for da vontade da pessoa ninguém pode obrigar.
Princípio da dignidade humana – A escolha de um tratamento médico ou intervenção cirúrgica trás ao paciente a possibilidade da dignidade.
Se a pessoa tem uma crença e essa crença não o permite de fazer um tratamento médico, uma transfusão de sangue, por exemplo, essa crença da pessoa tem que ser respeitada. Mas para a pessoa não dispor do tratamento ela tem que ter capacidade civil plena (menores de 18 anos e pessoas interditadas não podem) e manifestação de vontade livre, consciente e informada.
Quando o paciente está incapaz de se comunicar ou de expressar de maneira livre e independente suas vontades, o médico deverá levar em consideração as diretivas antecipadas de vontade. Isso quer dizer que, por exemplo, um paciente incapaz não tem como manifestar sua vontade, mas ele deixou um documento da sua vontade por escrito, para dizer qual tratamento ele quer se submeter. Ex: Um paciente com esquecimento.
TESTAMENTO VITAL: É um documento que a pessoa deixa a sua vontade quanto ao seu tratamento desejado. 
Requisitos: Capacidade civil plena.
Situações que podem ser previstas no testamento vital:
· Transfusão de sangue
· Amputação
· Quimioterapia
· Doação de órgãos
DIREITO AO NOME
Art. 16º - Toda pessoa tem direito ao nome nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
O nome da pessoa é um direito da personalidade, e por isso, é um direito fundamental. É a forma de individualizar a pessoa perante o Estado e a sociedade.
O nome tem dois aspectos:
· Aspecto público: O nome é o meio que o Estado tem de identificar a pessoa para lhe conferir direitos e deveres.
· Aspecto individual: O nome é o meio como a própria pessoa vai ser individualizada e identificada perante as demais pessoas. A pessoa exercerá os direitos e deveres através de seu nome.
O nome da pessoa natural é composto por dois elementos:
· Prenome: Escolhido livremente desde que não exponha a pessoa ao ridículo.
Simples – Ex: João, Maria, Pedro
Composto – Ex: João Paulo, Maria Clara
· Sobrenome: Pertence à família da qual a pessoa descende.
Simples: Pereira, Silva.
Composto: Pereira Gonçalves, Souza da Silva
Consagrando o princípio de que a família é formada não só por laços biológicos, mas também por laços sócio afetivos, além do sobrenome do pai e da mãe biológicos, pode ainda o adotado adquirir o sobrenome da família adotiva.
O enteado, havendo motivo ponderável poderá adquirir o sobrenome da madrasta ou padrasto.
Agnome – Distingue as pessoas que possuem o mesmo nome e que pertence a mesma família. Ex: Filho, neto, Junior, sobrinho.
ALTERAÇÃO DO PRENOME
Como regra geral, o registro do nome e do prenome da pessoa natural é definitivo, podendo sofrer modificações posteriores apenas em casos excepcionais, por sentença judicial, desde que ouvido o MP.
A jurisprudência tem reconhecido como situações excepcionais:
· Quando a pessoa completa 18 anos;
· Nome que exponha a pessoa ao ridículo;
· Erro de grafia;
· Apelido público e notório;
· Adoção durante a menoridade;
· Quando a pessoa é conhecida por outro nome (prenome de uso);
· Por motivos de fundada coação ou ameaça;
· Transgênero – nome social;
· Homonímia.
A alteração do nome só poderá ser realizada através de via judicial, através da ação de retificação de registro público.
ALTERAÇÃO DE SOBRENOME
O sobrenome pertence à família da qual a pessoa descende, é o apelido de família, sendo assim é mais difícil de ser alterado e a alteração acontece quando há alteração da família.
Para acrescentar o sobrenome é preciso entrar com uma ação de retificação de registro civil.
Casos em que pode ser feito a alteração do sobrenome:
1 – Casamento:
· O homem poderá adotar o sobrenome da mulher;
· A mulher poderá adotar o sobrenome do homem;
· Cada um poderá ficar com o seu próprio sobrenome de solteiro;
· E, ainda, há casos em que o marido adotou o sobrenome da mulher e a mulher adotou o sobrenome do marido.
A única exigência é que a pessoa não poderá suprimir o próprio sobrenome, só poderá acrescentar.
2 – União estável: No caso de união estável existe a possibilidade de os conviventes adotarem o sobrenome do companheiro (a) por meio de decisão judicial.
3 – Divórcio ou separação: O conjugue poderá optar por voltar a usar o seu nome de solteiro.
4 – Adoção: O adotado deve adotar o sobrenome de seus pais adotivos. Mas há houve decisões judiciais que permitiram ao adotado usar o sobrenome dos pais biológicos juntamente com os dos pais adotivos.
5 – Paternidade ou maternidade socioafetiva: O filho reconhecido (afetivo) poderá adotar o sobrenome do pai ou da mãe afetiva.
PROIBIÇÃO DE EXPOR O NOME AO DESPREZO PÚBLICO
Art. 17º - O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Será possibilitado o direito do egresso com ação judicial para que cesse a exposição e também, um pedido de dano moral ou material em decorrência da atitude da pessoa que expôs o nome.
Proteção da honra objetiva, direito que a pessoa tem de proteger seu nome perante a sociedade.
Ex: Uma pessoa que publica na sua página na internet uma lista de nome de pessoas que devem aquela pessoa, diz que a pessoa não tem honra e que não paga.
SÚMULA 211, STJ: “São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação”.
PROTEÇÃO AO NOME DA PESSOA
Art. 18º - Sem autorização não se pode usar o nome alheio em propagando comercial.
Ex: Não se pode utilizar o nome da pessoa sem autorização em rádios, escritos, internet, etc.
Não se pode utilizar o nome alheio para vender bens ou serviços, nem para fins políticos, religiosos, eleitoral, artísticos, etc.
Art. 19º - O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Ex: Pelé, Xuxa, Lima Duarte.
DIREITO À IMAGEM
Art. 20º - Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou a manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se destinarem a fins comerciais.
Se houver autorização, se for necessária à administração da justiça e a manutenção da ordem pública poderá haver a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa.
Além do requerimento para que se retire a publicação, também poderá pedir indenização se lhe atingir a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se destinarem a fins comerciais.
Parágrafo único – Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
DIREITO DA PROTEÇÃO DA VIDA PRIVADA DA PESSOA NATURAL
Art. 21º - A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
Esse art. é especifico para pessoa natural, excluindo a pessoa jurídica.
Ex: Alguém que tira fotos escondido de uma pessoa tomando banho e expõe isso nas redes sociais. Você tem o direito de entrar em juízo para retirar a publicação.
A biografia não autorizada poderá ser publicada, ou seja, uma pessoa pode escrever sobre a vida de alguém, desde que não haja algo que exponha ou lesione a imagem da pessoa.
É PERMITO A PUBLICAÇÃO DA BIOGRAFIA NÃO AUTORIZADA.
A vida privada não ésomente a sua imagem, mas também as informações que você não quer que sejam divulgadas. Ex: Estado de saúde.
As informações genéticas são parte da vida privada, por exemplo, se fizer um exame de DNA, não pode publicar isso sem a autorização da pessoa.
CAPÍTULO III – DA AUSÊNCIA
DA CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE
Para chegar à etapa da Curadoria dos bens do Ausente, é necessário que os herdeiros ou o Ministério Público, solicitem ao juiz que seja declarada a ausência, e este por sua vez, mandará que sejam arrecadados (reunidos-especificados) os bens do ausente, providência que o juiz pode determinar de ofício.
Art. 22º - Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de quaisquer interessado ou do MP, declarará ausência, e nomear-lhe-á curador.
Ausência – É quando uma pessoa desaparece de seu domicílio sem deixar notícias.
Ex: A pessoa foi trabalhar e nunca mais foi vista; a pessoa foi vista a ultima vez no ponto de ônibus e depois desapareceu.
Quando houver casos de ausência, se abre um processo de ausência para que primeiramente seja declarada a ausência e futuramente depois que essa pessoa estiver muitos anos desaparecida declarar a morte dessa pessoa. Sendo evidente a ausência física e prolongada da pessoa a impossibilita de administrar os próprios bens, torna-se então necessário assegurar a preservação de seu patrimônio.
Só haverá a fase da curadoria se a pessoa não deixou um procurador.
Art. 23º - Também se declarará a ausência, e se nomeará curador; quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24º - O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25º - O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração de ausência, será o legítimo curador.
Parágrafo 1º - Em falta de cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
· 1º na ordem de preferência = O cônjuge, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato a mais de 2 anos.
· 2º na ordem de preferência = Os pais.
· 3º na ordem de preferência = Os descendentes
Parágrafo 2º - Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
Se o ausente tiver filhos, netos e bisnetos, quem vai ter preferência são os mais próximos, no 
caso, o filho, depois os netos e em seguida os bisnetos.
Parágrafo 3º - Na falta de pessoas mencionadas, compete ao juiz à escolha do curador. Ex: Irmão; sócio; amigo; tio, etc.
A sentença declaratória de ausência será registrada no registro público de pessoas naturais.
DA SUCESSÃO PROVISÓRIA
Quando uma pessoa desaparece e ninguém tem mais notícias dela, se abre um processo declarando a sua ausência. Nesse processo de ausência se tem a fase da CURADORIA (que o juiz nomeia um curador para cuidar dos bens da pessoa) ou se a pessoa desaparecida deixou um curador, não precisa da fase da curadoria, porque o próprio procurador vai administrar os bens.
Até quando esse procurador vai administrar os bens do ausente? Até que for aberta a sucessão provisória.
Art. 26º - Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
QUEM SÃO OS INTERESSADOS NA SUCESSÃO PROVISÓRIA?
I – O cônjuge não separado judicialmente;
II – Os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III – Os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV – Os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Art. 28º - A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
O juiz profere uma sentença, abrindo a sucessão provisória, declarando ausência dessa pessoa, depois de 180 dias publicada na imprensa é que essa sentença produzirá efeitos, mas ela já poderá transitar em julgado antes, e tão logo ela transita em julgado, já pode ser aberto o testamento e também o inventário dessa pessoa ausente.
OS HERDEIROS DEVEM PRESTAR GARANTIA
Art. 30º - Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
Parágrafo 1º - Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
Parágrafo 2º - Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
OS CÔNJUGUES, ASCENDENTES E DESCENDENTES NÃO PRECISAM PRESTAR GARANTIAS.
ALIENAÇÃO DOS BENS DO AUSENTE
Art. 31º - Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Em regra, os herdeiros não podem doar e vender os imóveis do ausente. Só podem exercer a posse, mas para evitar a ruína o juiz determina que se alienem os bens do ausente, então, precisa de uma decisão judicial e para evitar a ruína.
Se o ausente for autor de uma ação judicial ou réu, quem representa o ausente nesse caso?
O herdeiro empossado nos bens do ausente representará o ausente tanto ativamente (autor de uma ação) ou passivamente (réu de uma ação).
Art. 32º - Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
COMO FICARÃO OS FRUTOS E RENDIMENTOS DOS BENS DO AUSENTE?
Ex: Juros em uma poupança.
Art. 33º - O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
O descendente, ascendente ou conjugue pode ficar com 100% dos frutos e rendimentos de bens do ausente, no entanto, se o herdeiro que tomou posse dos bens do ausente, não for o cônjuge, ascendente ou descendente, ele terá que capitalizar 50% desses frutos e rendimentos, 50% ficam para ele e os outros 50% ele vai ter que guardar, caso o ausente retornar.
Parágrafo único - Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Se o ausente apareceu porque quis, nesse caso ele vai perder esse 50% que ficou capitalizado para ele, e o herdeiro que estava na posse terá o direito de receber esse 50%, porque ele administrou os bens enquanto a pessoa estava ausente e tem direito a esses bens e rendimentos.
Art. 35º - Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Ex: A pessoa sumiu em 2012 e foram encontrados os ossos ou o corpo em 2015. Quando será declarada a morte dessa pessoa? Se por uma perícia ficar constatado que provavelmente a pessoa morreu em 2012, o juiz vai declarar essa data.
SE O AUSENTE APARECE?
Art. 36º - Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória,cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.
Cessa a sucessão provisória, cessa os direitos dos herdeiros que estavam na posse dos bens do ausente e os bens devem retornar para o ausente, no entanto, os herdeiros ficam apenas responsáveis por esses bens até a sua entrega definitiva ao ausente.
SUCESSÃO DEFINITIVA
A morte é declarada na fase sucessão definitiva. Trata-se de morte presumida, pois como não se tem um corpo, a presunção se dá pelo decurso do tempo.
CURADORIA = A pessoa não é declarada morta, apenas sua ausência.
SUCESSÃO PROVISÓRIA = Também é declarada a ausência da pessoa.
SUCESSÃO DEFINITIVA = Declara a morte da pessoa.
QUANDO SE ABRE A SUCESSÃO DEFINITIVA?
Art. 37º - Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
O PRAZO DE 10 ANOS PODE SER ENCURTADO? 
Sim, em apenas uma situação. Se o ausente tiver 80 anos de idade e faz 5 anos que não se tem notícias dele, pode-se antecipar o prazo de 10 anos e abrir a sucessão definitiva antes desse período.
Ex: A pessoa sumiu com 78 anos de idade, já faz 5 anos que ninguém tem notícias dela, então 78 + 5 = Tem mais de 80 anos de idade, então pode abrir antes dos 10 anos a sucessão definitiva.
E SE O AUSENTE APARECER?
Art. 39º - Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único - Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
	SUCESSÃO DEFINITIVA
	SUCESSÃO PROVISÓRIA
	A pessoa é considerada morta
	A pessoa é considerada ausente
	Os herdeiros possuem a posse e a propriedade dos bens
	Os herdeiros somente possuem a posse dos bens
	Os herdeiros podem dispor dos bens da forma que bem entenderem
	Os herdeiros não podem alienar os bens do ausente
TÍTULO II – DAS PESSOAS JURÍDICAS
Conceito = Grupo humano dotado de personalidade jurídica para a realização de fins comuns.
Requisitos = Reunião de pessoas e bens; finalidade em comum e personalidade e capacidade jurídica própria.
Art. 40º - As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO INTERNO:
· União
· Estado, Distrito Federal e os Territórios
· Municípios
· Autarquias e associações públicas
· As demais entidades de caráter público criadas por lei
Pessoa jurídica de direito público não tem direito à indenização por danos morais referente à violação da honra ou imagem.
RESPONSABILIDADE DO ESTADO
Art. 43º - As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado o direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte deles, culpa ou dolo.
Ex: Ambulância do hospital que bateu em um veículo.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO
É também denominada de TEORIA DO RISCO, pois o risco de dano é inerente à atividade do Estado.
Para que se configure a responsabilidade objetiva do Estado é necessário comprovar apenas:
· O ato lesivo lícito ou ilícito do agente público;
· Dano a terceiro
· Nexo de causalidade entre o ato lesivo e o dano – não se exige a demonstração de existência de dolo ou culpa, basta apenas a demonstração do nexo de causalidade entre o ato lesivo e o dano à terceiro.
O DIREITO BRASILEIRO ADOTOU A TEORIA PUBLICISTA PARA DETERMINAR A RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO POR DANOS CAUSADOS A TERCEIROS.
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO AGENTE PÚBLICO:
No caso do agente público, a administração poderá cobrar regressivamente esses danos que ele causa a terceiro, mas para fazer essa cobrança terá que se comprovado que o agente público agiu com dolo ou culpa.
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO:
· Estados estrangeiros
· Todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO:
· Associações
· Sociedade
· Fundação
· Organizações religiosas
· Partidos políticos
· Empresas individuais de responsabilidade limitada – também conhecida como EIRELI. 
EXISTÊNCIA DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
Art. 45º - Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único – Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
O registro civil da pessoa jurídica é constitutivo e tem efeito ex nunc.
Registro civil da pessoa jurídica:
· Ato constitutivo levado a registro – Aquisição da personalidade
· Estatuto (CRPJ) ou Contrato Social (Junta comercial)
Qualquer alteração que haja no ato constitutivo também deve ser registrada.
Da mesma forma que a pessoa natural somente adquire a personalidade com o nascimento com vida, a pessoa jurídica adquire personalidade após o registro.
Art. 46º - O registro declarará:
I – denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II – o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III – O modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV – Se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V – Se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI – As condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
REPRESENTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
Art. 47º - Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
Teoria ultra vires – Todos os atos que os administradores exercerem além de seus poderes previstos no ato constitutivo não ligaram a pessoa jurídica.
Os atos dos administradores, no limite de seus poderes, obrigam às pessoas jurídicas;
Art. 48º - Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria dos votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Art. 49º - Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
É uma exceção ao princípio da separação/ autonomia patrimonial.
Conceito: A teoria da desconsideração pretende justificar o afastamento temporário da personalidade da pessoa jurídica. A pessoa jurídica segue existindo, atingindo o patrimônio pessoal do sócio por dívidas sociais.
NÃO HÁ A NECESSIDADE DA COMPROVAÇÃO DO DOLO.
TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
A teoria aplicada é a da desconsideração da personalidade jurídica, de acordo com o art. 50º, CC.
O ordenamento jurídico abraçou a teoria maior objetiva no art. 50 do CC/2002 (note que não se exige a prova da intenção fraudulenta) e a teoria menor.
TEORIA MAIOR
Art. 50º - Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas edeterminadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso;
Desvio de finalidade: Por exemplo, uma sociedade que vende bebidas; a finalidade é a venda de bebidas. Se essa sociedade faz uma compra de 6 milhões de reais de sungas, maiôs e biquínis, ocorreu um desvio de finalidade. Se a sociedade não pagar esses 6 milhões, pode-se ir em cima do patrimônio do sócio ou administrador.
Confusão patrimonial: Todo mês a pessoa X pega o cheque da FZ empresa de bebida LTDA, e passa um cheque de 600,00 para pagar a escola de sua filha, todo mês. Quando a sociedade aperta, ele pega dinheiro de sua conta pessoa e coloca na sociedade, sem prestar contas. Isso é um exemplo de confusão patrimonial.
· Não acaba a personalidade jurídica, só irão ser desconsiderados os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações.
· A consequência da desconsideração da personalidade jurídica é estendida para os bens particulares dos sócios ou administradores.
· O MP só pode intervir quando for uma hipótese que seja cabível a sua intervenção.
· O juiz pode sempre decidir, mas nunca de ofício. Pode decidir por requerimento da parte ou MP. (princípio da inércia)
Só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando houver a prática de ato irregular e, limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido.
Embora seja dispensado o elemento subjetivo (intenção fraudulenta) é necessária a demonstração do abuso da personalidade, por isso uma mera irregularidade não é suficiente para que se afaste. O encerramento irregular das atividades, por si só, não basta para caracterizar abuso da personalidade jurídica.
TEORIA MENOR
Aplica-se a um número menor, específicos nos casos de direito do consumidor/ trabalho.
Art. 28º, parágrafo 5º, CDC - Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
A teoria menor, por sua vez, abrange toda e qualquer situação em que há comprometimento do patrimônio dos sócios por obrigações da empresa, bastando o mero prejuízo ao credor para que se possa afastar a personalidade da pessoa jurídica. Não se exige qualquer requisito subjetivo ou objetivo.
 
· A responsabilidade do sócio ou administrador se torna ILIMITADA a partir da desconsideração da personalidade jurídica.
· Uma vez desconsiderada a personalidade da pessoa jurídica, deve-se atingir o patrimônio tão somente dos sócios abusivos.
· Sociedades não registradas NÃO estão sujeitas a desconsideração da personalidade jurídica.
· O empresário individual pode ter desconsiderada a sua personalidade jurídica? Não, porque ele é considerado uma pessoa física.
· A EIRELI sofrerá desconsideração da personalidade jurídica, porque é considerada uma pessoa jurídica.
· Cabe a desconsideração da personalidade jurídica nas associações e sociedades.
· NÃO SE EXIGE, PARA A DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA, A DEMONSTRAÇÃO DO DOLO, DA INTENÇÃO DO SÓCIO DE PREJUDICAR OS CREDORES.
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Nesse tipo de desconsideração, o juiz atinge o patrimônio da pessoa jurídica para alcançar o sócio ou administrador (pessoa física) que cometeu o ato abusivo.
Esta teoria tem sido aplicada no juízo de família, inclusive.
QUESTÕES IMPORTANTES
1 – A doutrina moderna tem sustentado que, dado o seu caráter sancionatório, a desconsideração exige requerimento específico dirigido ao sócio ou administrador que cometeu o ato abusivo ou dele se beneficiou.
2 – O STJ pacificou entendimento no sentido de que a desconsideração é possível em sede de execução.
3 – Ainda não há lei no Brasil disciplinando o processo da desconsideração da personalidade jurídico, sendo assim, ele deve ser autuado em apenso, como incidente.
DIFERENÇA DE DESCONSIDERAÇÃO E DESPERSONALIZAÇÃO
Desconsideração = Deixa de considerar a personalidade jurídica para certas e determinadas obrigações. A pessoa jurídica segue existindo, atingindo o patrimônio pessoal do sócio por dívidas sociais.
Despersonalização = É o término da pessoa jurídica, se dá através de uma sequência de atos:
· Dissolução – Ato a onde decidem que chegou ao fim, mas ela continua existindo.
· Liquidação – Pagar para quem se deve, cobrar de quem se deve, etc. É enfim, zerar a conta da pessoa jurídica.
· Extinção propriamente dita – Baixa no registro competente.
FIM DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
Art. 51º - Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
A averbação da dissolução da pessoa jurídica será feita no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita.
Há três formas básicas de dissolução da pessoa jurídica:
a) Convencional – Os próprios sócios convencionam o fim da pessoa jurídica, ou seja, realizam um distrato.
b) Administrativa – Decorre da cassação da autorização especial que havia sido dada a constituição da pessoa jurídica.
c) Judicial – Deriva de um processo, resultando numa sentença. É o caso, por exemplo, do procedimento judicial de falência.
Parágrafo 2º - As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber às demais pessoas jurídicas de direito privado.
Parágrafo 3º - Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
Quando encerrada a liquidação da pessoa jurídica, verificamos todos os direitos, contas a pagar e depois disso pode providenciar o cancelamento da inscrição no respectivo registro.
No caso de dissolução da pessoa jurídica, ela subsiste ate que esteja encerrada a sua dissolução.
Encerrada a dissolução, agora sim, poderá ser cancelada a inscrição da pessoa jurídica.
DIREITOS DE PERSONALIDADE
A pessoa jurídica não pode ser titular de direitos de personalidade, mas merece uma proteção.
Art. 52º - Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
A pessoa jurídica pode sofrer dano moral, deixando evidente, que a pessoa jurídica tem personalidade.
Direitos da personalidade aplicáveis à pessoa jurídica:
· Direito ao nome;
· Direito à identidade;
· Direito à imagem;
· Direito à intimidade;
· Direito à honra;
Se a pessoa jurídica entender que houve lesão ao seu direito da personalidade ou sofrendo ameaça ao seu direito da personalidade, pode exigir proteção do estado para fazer com que cesse a lesão ou a ameaça.
Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.
Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.
Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa de exclusão.
Pessoa jurídica não pode sofrer dano moral in re ipsa.
FUNDAÇÕES
Conceito: É a afetação de um patrimônio que se personifica.
· Não resulta da união de indivíduos. É a reunião de bens livres, destinados a uma finalidade. Esses bens têm que ser livres, não pode ser bens alugados, emprestados, penhorados.
· A fundação não tem fim lucrativo, ela não pode buscar proveito econômico, lucro. As finalidades devem ser religiosas, morais, culturais ou de assistência. Porém se houver lucro na atividade, ele deve ser reinvestido na própria empresa, não podendo ser distribuído.
· O presidente ou diretor pode receber salário, mas não participação nos lucros.
Art. 62º - Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único: A fundação somente poderá constituir-se para finsde: 
I – assistência social; 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
III – educação; 
IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; 
IX – atividades religiosas;
Art. 63º - Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES: Será feita pelo Ministério Público, onde situadas.
ETAPAS PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMA FUNDAÇÃO PRIVADA:
· Afetação de bens livres do patrimônio do instituidor;
· Escritura pública ou testamento constitutivo da fundação;
· Elaboração do Estatuto da Fundação (ato normativo da fundação – ela não tem contrato social, mas sim um estatuto). Pode ser feita pelo próprio instituidor ou por alguém a quem ele delegou essa função. Se for delegada a um terceiro a elaboração do estatuto é fiduciária.
Se o instituto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou não havendo prazo, caberá a incumbência, subsidiariamente, ao Ministério Público, em 180 dias.
· Aprovação do Estatuto pelo Ministério Público.
· Registro do Estatuto da Fundação no Cartório de Registro Civil de pessoas jurídicas (CRPJ).
ALTERAÇÃO ESTATUÁRIA
Art. 67º - Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
· Quorum de 2/3 dos competentes para gerir e representar.
· Não contrarie ou desvirtue seu fim.
· Aprovação pelo Ministério Público – prazo de 45 dias ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
SE A ALTERAÇÃO NÃO FOR APROVADA POR VOTAÇÃO UNÂNIME
Art. 68º - Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
Impugnação – reforma não unânime – prazo decadencial de 10 dias.
EXTINÇÃO
Art. 69º - Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
Não havendo norma em contrário, o patrimônio da fundação é incorporado em outra fundação, se fim igual ou semelhante. A extinção acontece com a insuficiência ou dissolução patrimonial, e também quando acontece à perda do objeto dessa fundação ou aquela finalidade se tornou ilícita.
Quem pode extinguir uma fundação?
· Ministério Público;
· Qualquer interessado.
SOCIEDADE
Conceito: A sociedade, espécie de corporação, dotada de personalidade jurídica própria, é instituída por meio de contrato social e visa à finalidade econômica ou lucrativa.
· Ato constitutivo: Contrato social
· Registro: Junta Comercial.
· Finalidade: Econômico ou lucrativa. Toda sociedade visa à finalidade econômica. Não existe mais sociedade sem fins lucrativos.
· Espécies: Sociedade simples, sociedade empresarial, atividade econômica/ circulação de bens e serviços.
É juridicamente possível sociedade entre cônjuges? Existe uma restrição, de acordo com o art. 977 – Facultasse aos cônjuges contratar sociedade entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime de comunhão universal de bens ou no da separação obrigatória. 
Art. 977º, CC – Os cônjuges podem formar sociedade, inclusive com terceiros, desde que não sejam casados em comunhão universal de bens ou no regime de separação obrigatória.
ASSOCIAÇÃO
Conceito: São formadas pela união de indivíduos, visando à finalidade ideal ou não-econômica.
Ato constitutivo: Estatuto.
Órgão mais importante da associação: Assembléia Geral de Associados.
A eventual receita que uma associação gere, a exemplo, do que ocorre nas fundações, deve ser reinvestida nela mesma, não podendo haver partilha de lucro aos associados.
Art. 53º - Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único - Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Art. 54º - Sob pena de nulidade, o estatuto das associações, conterá:
I – A denominação, os fins e a sede da associação;
II – Os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III – Os direitos e deveres dos associados;
IV – As fontes de recursos para sua manutenção;
V – O modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
VI – As condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução;
VII – A forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.
Art. 59º - Compete privativamente à assembléia geral:  
I – destituir os administradores; 
II – alterar o estatuto.
Art. 55º - Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.
Embora uma associação possa ter categorias diferentes de associados, em cada categoria os associados devem ter direitos iguais.
Art. 56º - A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Art. 58º - Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
Art. 57º - A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
Art. 61º - Em regra, dissolvida a associação, o seu patrimônio será atribuído a entidades de fins não-econômicos designada no estatuto ou, em sendo este omisso, o patrimônio é deferido a instituição municipal, estadual ou federal de fins iguais ou semelhantes.
ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA
Conceito: São livres a criação, organização, a estrutura interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao Poder Público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
PARTIDOS POLÍTICOS
Serão organizados e funcionarão conforme lei específica.
EMPRESAS INDIVIDUAIS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
a) Um único titular;
b) Capital social mínimo = 100 vezes o salários mínimo;
c) Responsabilidade do sócio limitada ao capital social (não responde com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa).
TÍTULO III – DOMICÍLIO
Morada = É o lugar em que a pessoa física se estabelece temporariamente. É a onde a pessoa não tem a intenção de ficar.
Ex: Uma pessoa que vai fazer um intercambio de 1 ano em Los Angeles.
Ex: Aluguel de uma casa para passar o verão.
Ex: Quarto de aluguel.
Residência – É o lugar em que a pessoa física é encontrada com habitualidade, sem animo definitivo.
Ex: Alguém que vai à casa de praia ou de campo.
Domicílio = É o local onde a pessoa é encontrada, onde ela vai responder por suas obrigações, exercer seus direitos e celebrar seus negócios jurídicos. Ânimo definitivo.
Art. 70º - Domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
Verifica-se que o domicílio tem dois elementos:
a) Objetivo = O lugar
b) Subjetivo = A intenção de permanecer com ânimo definitivo.
E SE A PESSOA TIVER RESIDÊNCIAS DIVERSAS?
Art. 71º - Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio qualquer delas.
Ex: Se a pessoa tem duas residências, uma em Florianópolis e a outra em Itajaí, e ela viva alternadamente entre essas duas residências, pode ser consideradadomicílio qualquer uma delas.
Questão: Pode ter mais de um domicílio?
R= Sim.
DOMICÍLIO PROFISSIONAL
Art. 72º - É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde está é exercida.
Parágrafo único - Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
PESSOA QUE NÃO TEM RESIDÊNCIA HABITUAL
Art.73º - Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar a onde for encontrada. Ex: Integrantes de circo, andarilhos ciganos.
Aplicação da teoria da aparência – Todo mundo tem que ter um domicílio, como algumas pessoas não têm, o CC cria uma ficção – o domicílio será o lugar em que a pessoa for encontrada.
Trata-se de um domicílio aparente ou ocasional.
MUDANÇA DE DOMICÍLIO
Art. 74º - Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.
Parágrafo único - A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
Prova através de declarações ou circunstâncias.
DOMÍCILIO DA PESSOA JURÍDICA
Art. 75º - Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
· União - Distrito Federal;
· Estados e Territórios - Capitais;
· Município – O lugar onde funcione a administração municipal;
· Das demais pessoas jurídicas - O lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
Parágrafo 1º - Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
Parágrafo 2º - Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
CLASSIFICAÇÃO DO DOMICÍLIO
DOMICÍLIO VOLUNTÁRIO – É o geral, o comum, fixado por simples manifestação de vontade. (ato jurídico em sentido estrito).  É o domicílio geral que decorre de ato de vontade, ou seja, do fato de o indivíduo estabelecer sua residência com ânimo definitivo, em um determinado lugar.
DOMICÍLIO DE ELEIÇÃO/ ESPECIAL – É aquele estipulado no contrato, pelas próprias partes. É o domicílio onde devem ser exercitados e cumpridos os direitos e obrigações resultantes do contrato. Fala-se em domicílio especial pelo fato de não abranger todos os atos praticados pelo indivíduo, mas, apenas, aqueles que resultem do contrato celebrado.
Art. 78º - Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultante.
O domicílio de eleição é possível desde que não seja estipulado em desfavor do aderente. A cláusula de eleição de foro prejudicial ao aderente, especialmente o consumidor, é nula de pleno direito.
DOMICÍLIO LEGAL/ NECESSÁRIO – É determinado pela lei.
Art. 76º - Tem domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
· Incapaz = Domicílio de seu representante ou assistente;
· Servidor público = O lugar a onde exerce permanentemente suas funções; o servidor comissionado não tem domicílio legal.
· Marítimo = Onde o navio estiver matriculado;
· Militar = Onde servir; e sendo da Marinha ou aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado.
· Preso = Onde cumprir a pena
AGENTE DIPLOMÁTICO
Art. 77º - O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.
1 – Andressa é funcionária pública da Prefeitura Municipal da Cidade A, onde exerce suas atividades inerentes ao cargo público que ocupa. Reside com seus filhos na cidade vizinha B, mas como seu marido, em razão de trabalho, reside na cidade vizinha C, Andressa passa parte da semana dormindo nesta cidade. De acordo com o CC brasileiro, o domicílio civil de Andressa é a cidade?
Cidade A.
Se a questão falar que Fulano possui algum domicílio necessário, reside com os filhos em outra cidade, e passa o final de semana em outro lugar (coisa que a FCC costuma fazer), marquem unicamente o domicílio necessário, e vocês acertarão a questão.
 
Se a questão falar que Fulano residia em determinado lugar e, POSTERIORMENTE, adquiriu novo domicílio necessário (em razão de exercício em cargo público, por exemplo), como o CESPE fez na sua questão, marquem que a superveniência de domicílio necessário não exclui necessariamente o domicílio voluntário anterior.
2 – Jonas do Amor nasceu em Campinas. Com 15 anos mudou-se com seus pais para Sorocaba, onde se casou Com Sophia das Vidas e teve seu primeiro filho. Após dois anos, Jonas mudou-se para Presidente Prudente, onde nasceu seu segundo filho. 5 anos após, Jonas descobriu que sua esposa estava sendo infiel e a assassinou dentro de sua residência. Pelo homicídio, Jonas foi processado e condenado, e está cumprindo pena na Penitenciária de Presidente Venceslau. Considerando que os pais de Jonas, sua esposa e filhos estão residindo atualmente na cidade de Itu, de acordo com o Código Civil Brasileiro, o domicílio de Jonas será em:
Presidente Venceslau
3 - João, maior, natural de Vila Velha, casado com Marina sob o regime de comunhão total de bens, exerce a profissão de gerente em empresa comercial. No exercício de sua profissão, João atua nas cidades de Cariacica, Fundão e Guarapari. Peçanha, subordinado de João, pretende ajuizar ação de indenização civil em face deste, sob a alegação de ter sofrido dano moral ocorrido no âmbito de suas atividades na empresa comercial. Nesta circunstância específica de interesse de Peçanha, para efeito de determinação do Domicílio de João, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar que:
Em razão da atividade concernente à profissão, Cariacica, Fundão e Guarapari podem ser considerados domicílio de João.
4 - João é aposentado e possui três residências: habitualmente, de janeiro a abril ele reside na casa de praia de seus pais, onde nasceu; de maio a agosto na casa que já residia ao se aposentar; e de setembro a dezembro na sua mais antiga casa própria, no campo. Nos termos do Código Civil brasileiro, o domicílio de João é a localidade:
De quaisquer das residências habituais.
5 - Joaquim é agente diplomático do Brasil e foi citado no estrangeiro. Ele alega extraterritorialidade sem designar onde tem o seu domicílio no Brasil. A respeito do assunto, considere as seguintes afirmativas:
1. Joaquim poderá ser demandado no último ponto do território brasileiro onde teve domicílio.
2. Joaquim poderá ser demandado no local onde está lotado no estrangeiro.
3. Joaquim poderá ser demandado no Distrito Federal.
4. Joaquim poderá ser demandado no último ponto mais próximo do Brasil, onde prestou serviço diplomático.
R = 1 e 3 são corretas.
6 – Arlindo reside com ânimo definitivo em Corumbá/MS, exerce atividade profissional em Campo Grande/ MS e pesca, a lazer, ocasionalmente, em Dourados/ MS, onde se hospeda me hotéis diversos. De acordo com o Código Civil, Arlindo possui domicílio:
Em Corumbá/MS, onde reside com ânimo definitivo, e em Campo Grande, quanto às atividades concernentes à profissão ali exercidas.
LIVRO II – DOS BENS
DAS DIFERENTES CLASSES DE BENS
Bens = São objetos do direito.
CLASSIFICAÇÃO:
QUANTO À MOBILIDADE:
BENS IMÓVEIS
Art. 79º- São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Imóvel – Aquilo que não se move.
Solo é considerado imóvel pela sua própria natureza, haja vista que fisicamente não temos como mover o solo.
Bens incorporados naturalmente ao solo. Ex: Árvore, vegetação, etc.
Bens incorporados artificialmente ao solo são considerados imóveis por acessão industrial ou artificial.Ex: Casa, apartamento, piscina.
Art. 80º - Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I – Os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
Os direitos reais seguem a mesma classificação do bem, ou seja, se o bem for imóvel o direito real também o será.
Alguns tipos de direitos reais: Propriedade, usufruto, etc.
II – O direito à sucessão aberta.
Sucessão aberta é quando uma pessoa morre e deixa um patrimônio e esse patrimônio ainda não foi partilhado entre os herdeiros.
Art. 81º - Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
Casas de madeira que são levadas em um caminhão, para colocar em outro terreno, tem uma mobilidade, mas continua sendo um bem imóvel.
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Ex: Telhas, janelas, portas, etc.
BENS MÓVEIS
Art. 82º - São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Ex: Se eu tirar uma cesta de basquete do chão, que é um bem imóvel, eu vou está alterando a sua substância, então continua sendo um bem imóvel.
Art. 83º - Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico; 
Ex: Energia elétrica, hidráulica
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
Ex: propriedade, usufruto, etc.
Direito real é o direito sobre uma coisa.
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Ex: Direito de crédito, direito autoral, direito de uso de marca.
OBS: Os navios e aeronaves são bens móveis especiais, pois admitem hipoteca e têm registro próprio.
Art. 84º - Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.
Ex: Se eu compro uma telha, enquanto eu não empregar o bem na construção eles conservem a sua qualidade de bem móvel.
Ex: Se eu tiro um objeto de uma casa que vai ser demolida, o bem vai deixar de ser imóvel e vai readquiri sua personalidade de bem móvel.
QUANTO A FUNGIBILIDADE:
Art. 85º - São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
BENS FUNGÍVEIS – Substituíveis por outro da mesma espécie, quantidade e qualidade.
Ex: Dinheiro, caneta, 1kg de feijão
BENS INFUNGÍVEIS – Insubstituíveis por outro da mesma espécie, quantidade e qualidade.
Ex: Casa, quadro de um artista famoso, um animal estimação (se for a um pet e deixar seu cachorro, eles não podem te devolver um da mesma raça, mas que não seja o seu).
Pode um bem fungível se tornar um bem infungível?
Sim. Ex: Livro autografado.
Ex: Se uma pessoa vai a uma livraria em uma noite de autógrafos e pede para comprar o livro de um autor X, a vendedora pega qualquer um dos livros (fungível), mas a partir do momento, que a pessoa pega a assinatura do autor, e ele faz uma dedicatória a pessoa, passa a ter uma qualidade a mais, e passa a ser um bem infungível.
A fungibilidade pode ser aplicada aos bens imóveis?
Apesar de a fungibilidade ser própria dos bens móveis, como determina o art. 85º, excepcionalmente, podem ser empregados os bens imóveis.
Ex: Contrato de permuta, no qual um dos contratantes receberá 4 apartamentos em um edifício, sem descrevê-los.
Art. 86º - São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
QUANTO À DIVISIBILIDADE:
Art. 87º - Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Divisíveis = Podem ser divididos sem perder seu valor ou qualidade. Maior parte dos bens é divisível. Ex: 1 kg de feijão.
Indivisíveis = Decorrem da sua natureza ou vontade das partes. Não podem ser divididos, porque perde seu valor, a qualidade, a substância. Ex: Celular, carro.
Art. 88º - Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
QUANTO À SINGULARIDADE:
BENS SINGULARES
Art. 89º - São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.
Bens singulares: São aqueles bens que embora estejam reunidos, nós temos uma individualização esse bem, é um bem distinto, autônomo e unitário.
Podem ser:
Bens singulares simples: Os componentes desse bem fazem parte do bem pela própria natureza. Ex: cavalo, árvore.
Bens singulares compostos: Os componentes do bem fazem parte do bem pelo trabalho do homem. Ex: prédio, computador.
BENS COLETIVOS
Bens coletivos: São vários bens reunidos e forma um todo. São vários bens singulares reunidos, de uma mesma pessoa e tem uma destinação específica. Ex: vários livros.
São divididos em:
a) Universalidade de fato = Bens que pertencem à mesma pessoa, e por sua vontade, são tratados de forma coletiva.
b) Universalidade de direito = Bens que pertencem à mesma pessoa, e por determinação legal, são tratados de forma coletiva.
Art. 90º - Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único - Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.
Art. 91º - Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
QUANTO À DEPENDÊNCIA (bens reciprocamente considerados):
Art. 92º - Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
BENS PRINCIPAIS – São aqueles que existem sobre si de forma concreta ou abstrata, independentemente, de qualquer bem. Ex: Uma casa, em regra.
BENS ACESSÓRIOS – São aqueles, cuja existência pressupõe a existência do principal.
Dividido em:
· ACESSÓRIOS/ ACESSÓRIOS: Seguem a classificação do bem principal. Ex: Se uma casa é considerada imóvel, as janelas dessa casa também vão ser consideradas imóvel. 
· ACESSÓRIOS/ PERTENÇAS: Não seguem o bem principal. Ex: Se eu vendo uma casa, não quer dizer que vou vender os móveis também. A casa é imóvel e os móveis da casa são bens móveis.
OBS: O bem acessório segue o principal, segundo o princípio da gravitação jurídica.
Art. 93º - São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Pertenças = Quando o bem for feito para ser utilizado em razão do bem principal e esse bem não for parte integrante do bem principal, é considerado pertença e não segue a classificação do bem principal, não segue o bem principal, não entra no princípio da gravitação jurídica.
Ex: A pessoa X vendeu um carro e o GPS está embutido no painel do carro, então é um acessório, porque o GPS vem junto com o carro. Agora se ele não estiver embutido, é uma pertença, pode vender ou não.
Ex: O rádio do carro pode ser considerado pertença, desde que não integre a sua estrutura, ou seja, quando vem de fábrica não é pertença.
Art. 94º - Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
A pertença não segue o bem principal, exceto se resultar das vontades das partes ou circunstâncias do caso.
FRUTOS X PRODUTOS
Frutos = Os frutos se regeneram. São bens acessórios, saem do bem principal sem diminuir sua quantidade. Ex: árvore de maça, pé da laranja.
Podem ser classificados:
a) Naturais: Decorrem da essência da principal. Ex: maça, laranja, leite da vaca.
b) Industrias: Decorrem de uma atividade humana efetiva. Ex: Cimento produzido por uma fábrica, um lápis, computador, livro, caneta.
c) Civis: São rendimentos, decorre de uma relação privada. Ex: juros de capital, aluguel.
Frutos quanto a sua ligação com o bem principal:
a) Colhidos ou percebidos:

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