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* Universidade Federal de Pelotas Instituto de Biologia Departamento de Microbiologia e Parasitologia Profa. Nara Amélia Farias 2016 Trypanosoma * mais de 150 espécies parasitam todas as classes de vertebrados transmissão - mecânica (rápida) - biológica vetor invertebrado – Seção Salivaria e Stercoraria importância na saúde humana e animal * invalidez e mortalidade humanas gastos com controle queda de produção de carne e leite descarte de animais para trabalho descarte de animais para reprodução limitação de comércio de animais Importância * REINO: Protista FILO: Sarcomastigophora SUB-FILO: Mastigophora ORDEM: Kinetoplastida FAMÍLIA: Trypanosomatidae GÊNERO: Trypanosoma ESPÉCIES: T. cruzi T. evansi T. equiperdum T. vivax Taxonomia * forma núcleo cinetoplasto blefaroplasto ou corpo basal flagelo membrana ondulante FORMAS TÍPICAS * digenéticos transmissão mecânica ou biológica Biologia * Trypanosoma cruzi Doença de Chagas * Introdução tripanosomíase americana ou Mal de Chagas não infecta aves nem répteis importância médica e social americana – México ao sul da Argentina 12 a 15 milhões de infectados na América Latina Brasil – 3 milhões de chagásicos e 5 a 6 milhões de infectados 6.000 óbitos / ano no Brasil 12.000 mortes/ano no mundo (globalização) * Histórico Doença Agente etiológico Vetor Reservatórios domésticos Reservatórios silvestres Animais de laboratório suscetíveis Carlos Chagas (1909) * The Lancet, 349: 1370, 1997 Múmia da civilização Inca de 5000 A.C. * Morfologia * Formas evolutivas Amastigota Intracelular, vertebrados Epimastigota Extracelular, intestino médio do hemíptero Tripomastigota Extracelular, sangue dos vertebrados e reto do hemíptero tripomastigota metacíclica muito móveis muito móveis alta capacidade de divisão não infectantes pouco móveis divisão lenta * Ciclo Biológico * * * Esfregaço sanguíneo com formas tripomastigotas de Trypanosoma cruzi * Principais células invadidas no homem * Epidemiologia Hospedeiros Vertebrados homem animais domésticos animais silvestres aves, anfíbios e répteis são refratários * Hospedeiros Invertebrados Panstrongylus, Rhodnius e Triatoma hábitos predadores naturais 120 espécies 10 domiciliadas * Principais vetores atuais no Brasil Triatoma brasiliensis Panstrongylus megistus Triatoma pseudomaculata Triatoma sordida * * Triatoma rubrovaria Principal vetor do RS limita-se ao Sul do continente boa susceptibilidade a T. cruzi vive principalmente em rochas associado a roedores formador de pequenas colônias domiciliares * * Residências favoráveis ao barbeiro * Distribuição Geográfica EUA Amazônia * Situação Atual - imigração * *sinantrópicos * * * * * Domiciliação do Vetor por sobrevivência - maioria das espécies por preferência - Triatoma infestans Maior disseminador do Mal de Chagas no Brasil * Características de um hemíptero bom transmissor capacidade de domiciliação efeito anestésico da saliva susceptibilidade à infecção capacidade de gerar grande número de tripomastigotas metacíclicas alto grau de antropofilia curto espaço de tempo entre o repasto e a defecação Triatoma infestans * êxodo rural das décadas de 70 e 80 bancos de sangue sem diagnóstico alteração ambiental, desmatamentos Laranjal e Capão do Leão (barbeiros) 60% dos chagásicos vivem nas cidades Urbanização recente * Transmissão vetorial tranfusão de sangue congênita ingestão de alimentos contaminados amamentação transplantes acidentes de laboratório * Surtos recentes no Brasil Ingestão de alimentos contaminados (barbeiros e/ou suas fezes) Caldo-de-cana (SC, 2005, BA,2006,2010) Suco de açaí (AM,PA,AP,MA, 2005,2006,2007 AM, PA, 2011, 2012, 2014,2015 RN, 2013) Suco de juçara (AM, TO, 2011, 2012) * Pará – maioria dos surtos durante os meses de safra do açaí * Açaí * Polpa de açaí Conservação a 4°C e a -20°C (industrializado, que vem para o Sul e Sudeste) Sobrevivência de T. cruzi (UNICAMP e UFRJ) * Tripomastigotas metacíclicas resistem à acidez gástrica invadem células da mucosa gástrica corrente sanguínea As cepas silvestres são mais capazes de realizar essa infecção * Importância do gambá na epidemiologia reservatório (infecta triatomíneo) sinantropismo (ciclo silvestre/domiciliar) multiplicação de T. cruzi nas glândulas odoríferas anais fezes contaminam alimentos ou utensílios transmissão mesmo em áreas urbanas onde não ocorre a vetorial * * Doença negligenciada pelos governos e indústria de medicamentos afeta principalmente populações pobres diagnóstico difícil e geralmente tardio pouco investimento em pesquisa pelos países ricos (não atingidos) desinteresse da indústria farmacêutica 2011 – criada a Federação Internacional de Pessoas Afetadas pela Doença de Chagas – Findechagas - composta por associações de diversas partes do mundo – os portadores estão assumindo a luta pela prevenção e por vida digna aos infectados * Evolução natural da doença (cardíaca, digestiva ou mista) AGUDA LATENTE SINTOMÁTICA CRÔNICA Patogenia * Fase Aguda (pós infecção vetorial) maioria assintomática (90%) similar a gripe chagoma Sinal de Romaña * Fase Aguda (pós infecção oral) febre alta prostração, dor no corpo parasitemia IgM ≥ 1:40 (RIFI ou ELISA) ou histopatológico positivo no pós-morte * Via de Infecção na Maioria dos Casos Agudos oral ignorada (20%) – maioria no Pará vertical – 50% dos casos no RS * * Digestiva megaesôfago megacolon * Número de neurônios por mm de esôfago * hipertrofia compensatória - “coração de boi” trombos Cardíaca * A cardioparia crônica é a principal responsável pela alta morbimortalidade do Mal de Chagas, com grande impacto social e médico-trabalhista. * REATIVAÇÃO DAS FORMAS CRÔNICAS * * Amazônia legal – transmissão oral e vetores silvestres - vigilância focada na detecção precoce de casos e surtos e capacitação para diagnóstico de T. cruzi em lâminas de suspeitos de malária Regiões originais de risco de transmissão vetorial – vigilância visa detectar a presença e prevenir a colonização domiciliar de vetores * Diagnóstico Clínico - difícil Fase aguda – confunde com gripe, conjuntivite Fase crônica – insuficiência cardíaca, digestivos Anamnese procedência / origem viagens transfusões sanguíneas * * * Xenodiagnóstico * Tripomastigotas metacíclicas nas fezes de barbeiros * * Controle NÃO EXISTE VACINA TRATAMENTO FASE AGUDA – benzonidazol ( mínimo 60 dias) FASE CRÔNICA – portadores assintomáticos devem ser tratados sintomáticos – caso a caso ??? * Controle da Transmissão Vetorial combate químico casa e peridomicílio mata ninfas e adultos melhoria das habitações reboco tapar rachaduras e frestas telas em portas e janelas * medidas de higiene manter a casa e arredores limpos:varrer chão, limpar atrás de quadros, de móveis, etc. expor colchões e cobertores ao sol construir galinheiros, chiqueiros, paiol, longe da casa e mantê-los limpos Controle da Transmissão Vetorial * evitar montes de lenha, telhas, entulhos, ao redor e dentro de casa remover ninhos de pássaros do telhado da casa lavagem cuidadosa da cana e do açaí antes da moagem Controle da Transmissão Vetorial medidas de higiene (cont.) * conhecer o barbeiro e detectar focos encaminhar insetos suspeitos ao Serviço de Saúde divulgar as informações para os vizinhos ensinar crianças nas escolas apoio da mídia em zonas endêmicas - educação e organização da população Controle da Transmissão Vetorial * Controle da Transmissão Transfusional doadores soronegativos (2 técnicas) hemocentros (desde década de 80 - AIDS) Candidatos a doação no Brasil anos 80 - 7% soropositivos anos 90 - 3,18% atualmente - 0,6% * SORO ELISA, RIFI, HAI 2 métodos de diagnóstico REPETIR OS TESTES PERMANECENDO INDETERMINADO = RESULTADO INCONCLUSIVO PCR OU WESTERN BLOT * Transfusão de sangue Atualmente são obrigatórios testes negativos para qu um sangue seja aproveitado: Chagas hepatite B hepatite C sífilis HIV HTLV (vírus linfotrófico das células T Chagas é a segunda causa de descarte no Hemopel (cerca de 1%) – só perde para hepatite B * Controle da Transmissão Oral educação dos coletores de açaí e similares, “batedores” lavagem das frutas antes do processamento controle sanitário dos pontos de venda de suco * Açaí após a colheita e batimento, peneirar separar e colocar em álcool os barbeiros encontrados lavar bem as mãos após manusear as frutas (fezes de barbeiro) não tocar nas mucosas oculares ou na boca durante a manipulação lavar os frutos em água limpa, colocar em recipientes limpos e tampá-los antes da moagem, passar em água a 80°C (branqueamento) e, após em água fria CONSCIENTIZAR COLETORES E PROCESSADORES SOBRE A SUA RESPONSABILIDADE NA PREVENÇÃO DA DOENÇA DE CHAGAS * Controle da Transmissão Congênita acompanhamento pré-natal diagnóstico precoce e tratamento do bebê Bebê morto 2 dias após nascimento Chagas congênito * Controle de Transmissão em Acidentes e Transplantes quimioterapia preventiva após acidente laboratorial diagnóstico e tratamento preventivos de doadores infectados (transplante de rim, medula) - tratamento de receptor suscetível, logo após transplante * SITUAÇÃO ATUAL “sob controle” - programas amplos de controle de vetores - seleção de doadores de sangue - benznidazol eficaz na maioria dos casos (embora sejam necessárias novas drogas) ALGUNS DESAFIOS PERMANECEM - está se tornando emergente em áreas não-endêmicas, pelo aumento do deslocamento de pessoas - não é feito diagnóstico e tratamento de indivíduos assintomáticos - necessárias pesquisas sobre o potencial benefício de novas terapias, como implante de desfibriladores, entre outros * Municípios com alto risco de transmissão - FUNASA Melhoria habitacional * * Brasil - “casa de ferreiro, espeto de pau” Controle (MS) combate a vetores controle transfusioonal melhorias habitacionais INSUFICIENTE ingestão de alimentos contaminados transmissão congênita TEM QUE TER DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO evita a cronificação, com os megas reduz as fontes de infecção do vetor * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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