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Tripanossoma cruzi

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Tripanossoma cruzi 
 
É um protozoário do gênero trypanosoma, espécie cruzi. São flagelados, com 
cinetoplastos, e tem em alguma fase da vida o desenvolvimento em insetos. 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Nas américas, sua circulação é mais evidente na américa latina, principalmente 
pelo clima e por ser ambiente propício para o desenvolvimento do vetor. 
 
Percebe-se hoje uma expansão na Amazônia, principalmente pela transmissão 
oral, pela ingestão de açaí. 
 
 
O hospedeiro invertebrado (triatomíneos, barbeiros, chupança, bicudo), 
principalmente pela fêmea, com hábitos hematófagos) 
Os gêneros que transmitem são panstrogilus, triatoma e rhodnus, e a principal 
espécie é o triatoma infestans. 
 
Os hospedeiros vertebrados (reservatórios naturais ) são mamíferos, como 
primatas, tatus, gambás, marsupiais, animais silvestres. É uma enzootia silvestres 
(só em animais). Os animais são reservatórios acidentais. 
 
RELAÇÃO DO AMBIENTE E SAÚDE 
Na expansão do território brasileiro, fez com que as pessoas buscassem nas 
matas recursos para a construção das casas, buscando madeira, materiais, e isso 
favorece a permanência do triatomíneo no ambiente doméstico, ficando entre as 
madeiras da casa, nas casas de adobe, passando a circular entre os seres 
humanos. 
 
Surgimento da doença de chagas 
Aumento dos casos de malária – construção da estrada de ferro – foi recrutado 
o Carlos Chagas para analisar os casos de malária e percebe a presença de 
triatomíneos entre as pessoas. Identifica as formas flageladas nos insetos, nos 
animais e nos humanos, isola e manda para a Fiocruz.. 
Identifica-se o primeiro caso, identificando o Tripanossoma cruzi em uma criança. 
 
Em 2010 observou-se uma queda de casos brusca, devido ao óbito das pessoas 
que já tinham a doença e à melhoria da qualidade de vida da população. 
 
TRANSMISSÃO 
Vetorial, transfusional, congênita, transplante de órgãos, acidentes laboratoriais. 
 
CONTROLE 
Combate com inseticidas, melhora das habitações, medidas de higiene, controle de 
doadores de sangue. 
Isso levou ao controle vetorial da doença, ao ponto que o brasil recebeu um 
certificado de eliminação temporária da transmissão vetorial. do triatoma 
infestans. Porém, deve-se estar atento ao surgimento do ciclo domiciliar 
novamente com as outras espécies de triatomíneos. 
Por isso é importante a vigilância constante para identificação de casos e 
manutenção de medidas de controle. 
A notificação compulsória foi implementada em 2006, inclusive dos casos crônicos. 
 
Ciclo biológico 
É um parasito heteroxênio, sob as formas de tripomastigotas (formas de infecção, 
encontradas na porção final do intestino dos triatomíneos), amastigotas 
(desenvolvem nas células do hospedeiro), epimastigotas (trato digestivo anterior 
do inseto). 
 
O humano é infectado por tripomastigotas, que entram nas células, como 
macrófagos, se multiplicam na forma de amastigotas e transformam em 
tripomastigotsa novamente para serem liberadas na corrente sanguínea, 
infectando novas células e iniciando novos ciclos. No novo repasto do vetor essas 
formas vão para o intestino do inseto e se transforma em epimastigotas e em 
tripomastigotas metacíclicas (possuem proteínas que facilitam as infecções) 
 
História natural da infecção 
 
 
FASE AGUDA 
90% será assintomático. 
Os principais sintomas são: febre, edema, hepatoesplenomegalia, sinal de romaña, 
miocardite aguda, enfartamento ganglionar. 
 
 
Dura até 1 mês, e a maioria dos pacientes sem tratamento evolui para o óbito. 
 
FASE CRÔNICA 
Forma indeterminada – 70% dos casos. A pessoa fica assintomática até 30 
anos, sem sinais e com sorologia positiva. 
 
Forma cardíaca, digestiva, mista, cursando em cardiomegalia, megacólon, 
megaesôfago. 
A liberação de ninhos de amastigotas induz uma resposta inflamatória e lesão 
tecidual e consequente fibrose. Há a hipótese de que isso a longo prazo gere 
uma hipersensibilidade a autoantígenos. 
Há a deposição colágena e fibrótica, substituindo tecido normal por tecido 
conjuntivo, levando à hipertrofia tecidual. 
 
No coração gera destruição da fibras musculares, redução de força e hipertrofia, 
redução do volume e por consequência desenvolve a cardiopatia chagásica, que 
pode avançar para a insuficiência cardíaca congestiva. 
 
No sistema digestivo há hipertrofia de diversos órgãos, como esôfago, intestino, 
levando à perda peristáltica, dor retroesternal, dificuldade de deglutição, 
regurgitação, azia. 
 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico precoce é importante para a melhoria da qualidade de vida do 
paciente. 
O diagnóstico clínico depende dos sintomas específicos com anamnese correta, 
identificando contato com áreas endêmicas para o vetor. 
 
Diagnóstico laboratorial 
Fase aguda tem alta carga parasitária, logo é possível fazer o exame direto para 
identificação do parasita. Sorologia não é feita. 
 
Fase aguda prioriza-se a sorologia para identificação de anticorpos específicos, 
pois a carga parasitária é baixa, sendo preconizadas a realização de 2 testes. 
Pode ser feita de forma direta ou indireta. 
 
Se ambas as amostras derem negativas pode-se descartar a doença.. se ambas 
deram positivo confirma-se e se ocorrer divergências deve-se repetir as amostras. 
 
TRATAMENTO 
Benzonidazol – contraindicado em insuficiência hepática e renal, além de 
neuropatias. 
Adultos 10 mg/kg/dia VO, por 60 dias. 
Crianças 5 mg/kg/dia VO por 60 dias 
Máximo de 300 mg por dia para evitar neuropatias graves. 
 
 
Critérios de cura = negativação da sorologia após 1 ano, e em casos graves depois 
de 10 anos. 
 
PANORAMA ATUAL 
• Transmissão vetorial domiciliar e sanguínea foi controlada e os novos 
casos estão associadas a atividades extrativistas nas florestas e 
consumo oral nas regiões amazônicas. 
 
• Ainda temos um grande contingente de pacientes crônicos. 
 
• Ainda há a possibilidade de emergência e dispersão da doença pelo 
contato com o ciclo silvestre de outras espécies de triatomíneos, e 
por isso é essencial a atuação da vigilância em saúde

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