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Atividade Microbiologia - Papilomavirus Humano HPV

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MICROBIOLOGIA – Papilomavírus Humano
Caso clínico: Paciente, sexo feminino, 18 anos de idade, chega ao ambulatório de Ginecologia da FAPAC-ITPAC/PORTO com queixa de verrugas em região genital. Durante a anamnese paciente afirma que mantém relações sexuais desprotegidas, entretanto, possui parceiro sexual fixo há 2 anos. Paciente informa que as lesões iniciaram, há 1 ano e aumentaram em tamanho. Ao exame ginecológico foi verificada a presença de duas verrugas sendo uma em região de vestíbulo vaginal e outra de localização perianal com aspecto de couve-flor. Paciente estava preocupada com as verrugas genitais, porque tinha vergonha do namorado e porque uma vizinha lhe contou que essa doença pode causar câncer.
Após a análise do caso clínico responda:
1. A paciente do caso clínico apresenta papilomas ou condilomas? Por quê?
 Condilomas. os papilomas ocorrem na pele e mucosas, e tem formato semelhante ao “mamilo”. São comuns nas infecções virais do tipo HPV tipo 1, já os condilomas são de aspecto verrucoso, geralmente apresentam-se como múltiplas lesões granulares (condiloma acuminado), de cor pele ou acinzentadas, vermelhas ou hiperpigmentadas, geralmente na região anogenital, como na vulva, meato uretral, pênis, períneo, ânus, colo uterino e vagina, lesões comuns nas manifestação de herpes tipo 2.
2. Quais os mecanismos virais que contribuem para a formação desse tipo de lesão conhecida popularmente como verrugas?
 O tropismo do HPV nas células epiteliais escamosas é evidenciado por:
• funções de replicação viral; 
• síntese vegetativa de DNA viral; 
• produção de proteínas do capsídeo viral 
• formação dos viriões, dirigidos aos queratinócitos durante o processo de diferenciação. 
 O HPV penetra no epitélio basal do tecido, expressa genes que induzem a replicação celular mais frequente. À medida que essas células se dividem, vão diferenciando-se e trocam de função, passando a produzir queratina e outros produtos, que evoluirão para verrugas.
3. Qual a diferença em relação a gravidade de um HPV com DNA epissomal e um que transforma seu DNA para a forma linear?
 Na forma epissomal, o DNA viral permanece circular no núcleo da célula do hospedeiro, não estando integrado ao DNA da mesma. Essa forma é encontrada nas verrugas genitais e lesões de menor gravidade. 
 Para a integração do genoma circular ao DNA da célula hospedeira, esse deve ser linearizado, pela quebra do DNA viral entre a região E1 e L1, resultando na ruptura ou perda do gene E2, sendo encontrado nas lesões de maior gravidade, como o carcinoma “in situ” e invasivo.
 Após a integração dos HPVs de alto risco no genoma celular, esses passam a codificar as oncoproteínas E6 e E7 que promovem o processo maligno.
4. A preocupação da paciente em relação ao potencial maligno da doença é coerente? Por quê?
 Sim, pois nos casos nos quais a infecção persiste e, especialmente, é causada por um tipo viral oncogênico (com potencial para causar câncer), pode ocorrer o desenvolvimento de lesões precursoras, que se não forem identificadas e tratadas podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.
5. Caso fossem verificadas, nessa paciente, alterações intra-piteliais de baixo grau no PCCU, a médica ginecologista deveria encaminhar a paciente para receber intervenção terapêutica para neoplasia ou qual outra conduta deveria ser adotada?
 LESÃO INTRAEPITELIAL ESCAMOSA DE BAIXO GRAU (LSIL)
A LSIL indica uma displasia branda, uma lesão pré-maligna com baixo risco de ser câncer. A LSIL pode ser causada por qualquer tipo de HPV, seja ele agressivo ou não, e tende a desaparecer após 1 ou 2 anos, conforme o organismo da mulher consegue eliminar o HPV do seu corpo.
 Se o teste de HPV da paciente for negativo, não é preciso fazer nada, basta repetir o Papanicolau dentro de 6 meses a 1 ano. Nestes casos, o risco de transformação para câncer é praticamente nulo. Se o teste de HPV for positivo, a paciente com LSIL deve ser avaliada com colposcopia e biópsia, pois apesar de baixo, existe um risco da lesão ser, na verdade, um pouco mais agressiva do que aquela identificada no Papanicolau (pode ser um NIC 2 ou NIC 3).
 O paciente com LSIL no Papanicolau costuma ter NIC 1 (lesão pré-maligna de baixo risco) na biópsia. Porém, cerca de 16% das pacientes têm NIC 2 (lesão pré-maligna moderada) e 5% têm NIC 3 (lesão pré-maligna avançada). O risco de um resultado LSIL indicar um câncer é de apenas 0,1%.
6. Embora haja controversas sobre a segurança, sabe-se que as vacinas contra o HPV imunizam o paciente promovendo proteção. Quais vacinas estão disponíveis para uso e quais os tipos virais são usados? Porque foram escolhidos esses sorotipos para imunização da sociedade?
 Existem 2 vacinas diferentes contra o HPV que são aplicadas: a vacina quadrivalente e a vacina bivalente. A quadrivalente (Gardasil) são utilizados vírus 6, 11, 16 e 18; já a bivalente (Cervarix) possui proteção apenas contra os vírus 16 e 18. Foram escolhidos esses sorotipos para a imunização da sociedade, pois esses sorotipos são os principais causadores do câncer de colo de útero, verrugas genitais, câncer de pênis e ânus.
OBS.: atualmente há a vacina que protege contra 9 subtipos do vírus do HPV liberada pela ANVISA: 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58; mas ainda não está disponível no mercado.

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