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Texto sobre as Máximas Conversacionais de Grice

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CEDERJ – PORTUGUÊS I 
 
As MÁXIMAS CONVERSACIONAIS de Grice 
 
Máxima da qualidade: Só diga coisas para as quais você tenha evidência adequada; só 
diga o que for VERDADEIRO. Ou seja, não diga mentiras, coisas falsas, coisas que 
você não tem como provar. 
 
Ex.: A corrupção acabou no Brasil. 
Implicatura: O Brasil já foi um país corrupto. 
 
Nesse exemplo, há um desvio da Máxima da Qualidade, tendo em vista que não 
se pode dizer aquilo em que não se acredita ser verdadeiro e tão pouco informar algo 
para o que não se tenha evidências verdadeiras. 
 
Quando estamos em uma interação, verbal devemos alocar somente informações 
que sejam importantes para a manutenção da interação. Também se espera que, em 
respeito a essa máxima, os interlocutores apresentem informações verídicas. Não se 
deve informar, portanto, aquilo que se acredita ser falso ou de que não se tenha certeza 
da veracidade. A violação da máxima de qualidade pode ocasionar problemas no 
resultado final da interação, que certamente será diferente do esperado. 
Vejamos o caso de um aluno que falta algumas aulas e busca informações com 
uma colega sobre o que ele perdeu em termos de trabalhos e conteúdos. Se a colega não 
souber dar as informações que o aluno busca, ele não terá como realizar as atividades 
que precisa e o resultado será negativo. 
Em outras palavras, a máxima da qualidade expressa o seguinte princípio: tente 
que a sua contribuição conversacional seja o mais verdadeira possível, para isso, não 
afirme o que crê ser falso e não afirme aquilo de que não tem provas suficientes para 
confirmar a sua veracidade. 
 
Exs.: 
A – Londres é a capital da Dinamarca? 
B - Não. 
 
Os seguintes enunciados violariam a máxima da qualidade, em relação à 
pergunta feira acima: 
 
-Não sei. 
-Claro que é. 
 
Grice defende que os enunciados totalmente falsos são ironias ou metáforas, 
exceto quando a violação da máxima da qualidade é propositadamente violada pelo 
falante. 
 
 
Máxima da relação: Só diga o que for importante. Ou seja, não fale o desnecessário. 
 
Ex.: 
A: Posso comprar aquele vestido? 
B: Devemos ir para casa agora. 
Implicatura: (B) Não autorizou a compra do vestido. 
 
A resposta de (B) torna-se inadequada diante do contexto em que se encontra. 
Portanto, (B) quebra o acordo de cooperação comunicativa. 
 
A máxima da relevância (ou da relação, nas palavras de Grice), diz respeito à 
adequação das informações ao contexto de interação. A pessoa deve ser relevante para o 
momento da conversação, não acrescentar informações que possam confundir a 
compreensão do leitor, ser direto ao se pronunciar. Quando alguém pergunta a você que 
horas são, essa pessoa espera que você diga algo como: são 15 horas. Agora, se você 
resolve dizer algo como “Está frio hoje” em resposta à pergunta das horas, você está 
violando a máxima da relevância, pois sua resposta não é relevante à pergunta. No 
extremo da violação da máxima da relevância, a conversa torna-se incompreensível. 
 Em outras palavras, a máxima de relevância expressa o seguinte princípio: 
tente que a sua contribuição conversacional revele ser pertinente em relação ao objetivo 
da conversa para que se estabeleça uma relação de pertinência entre os enunciados. 
 
 
Exs.: 
A – Amanhã vou ter teste de Matemática. Estuda comigo? 
B – Primeiro, tenho de almoçar. 
 
A seguinte resposta violaria a máxima da relevância, em relação à pergunta feita 
acima: 
– Hoje está um dia espetacular. 
 
 
Máxima de quantidade: Tente que a sua contribuição conversacional seja tão 
informativa quanto necessária, isto é, que seja nem mais nem menos informativa do que 
aquilo que é fundamental para os objetivos de uma interação verbal. Um discurso 
repetitivo constitui uma violação desta máxima, tendo em vista que sobrecarrega o 
enunciado de informação redundante e desnecessária. 
 
Ex.: 
A: Você comprou todos os ingredientes da receita? 
B: Comprei apenas alguns. 
Implicatura: (B) Não comprou todos os ingredientes. 
 
Percebe-se que o falante não respeitou a máxima de quantidade ao deixar de 
fornecer informações que seriam necessárias à compreensão. Se o falante (B) tivesse 
comprado todos os ingredientes da receita, não diria comprei apenas alguns. 
 Outro exemplo: 
 
Exs.: 
A – O que estás a almoçar? 
B – Lasanha. 
 
Em relação à pergunta feita acima, os seguintes enunciados violariam a máxima 
da quantidade: 
 
– Lasanha, que é uma das sugestões do chefe deste restaurante que eu, por acaso, 
conheço desde pequena. 
 
Em outras palavras, a máxima da quantidade diz respeito à necessidade de que 
as informações sejam dadas em quantidade suficiente para que o texto seja 
compreendido. Por exemplo, quando convidamos alguém para uma festa devemos 
fornecer as informações necessárias para que a pessoa possa participar dela. Quais 
seriam essas informações? A razão da festa é uma delas. Sabendo qual a razão da 
comemoração, o convidado poderá escolher o presente, a vestimenta e até decidir se vai 
ou não à comemoração. A data e o horário da festa são importantes para que o 
convidado agende-se e não a esqueça. O local é importante, também, para que o 
convidado possa estar presente e para a escolha da vestimenta. 
 
Máxima de modo: Tente que a sua contribuição conversacional seja ordenada, clara e 
breve. Essa máxima não se refere ao conteúdo que é informado, mas de que forma este é 
concebido. Refere-se à clareza da informação comunicada. 
 
Ex.: 
Eu não posso nem ver lasanha. 
Implicatura: O falante está proibido de comer lasanha. 
 
A construção elaborada pelo falante deixa explícito que o mesmo não foi claro e 
objetivo ao comunicar que não podia ver lasanha. Portanto transgrediu a Máxima de 
Modo, na qual, se estabelece que o falante deva principalmente evitar ambiguidades. 
 
 
RESUMINDO: 
 
a) Se repetirmos desnecessariamente uma ideia ou se dermos menos informações do que 
o esperado, a máxima de quantidade estará sendo violada. 
b) Toda vez que usarmos figuras de linguagem (metáforas, eufemismos, personificação, 
ironia, hipérbole) extrapolaremos a máxima de qualidade. 
c) Violamos a máxima da relevância toda vez que “destoamos” do assunto em questão. 
A coerência deve permear a conversação. 
d) A ambiguidade (fala dúbia), a obscuridade (não interpretação do assunto), a não 
brevidade (“enrolação” ao falar) e a falta de ordem, (eventos narrados fora da sequência 
real dos fatos) extrapolam a máxima de modo. 
 
WEBLIOGRAFIA CONSULTADA 
 
http://maisunifra.com.br/conteudo/principio-cooperativo-de-grice/ 
http://www.infopedia.pt/$maximas-conversacionais 
http://meuartigo.brasilescola.com/portugues/os-matizes-genero-entrevista-contexto-
producao.htm 
 
Você pode consultar outros artigos sobre o assunto: 
 
http://www.gelne.org.br/Site/arquivostrab/707-comunicacao_individu.pdf 
http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2012/08/A-VIOLACAO-DAS-MAXIMAS-
CONVERSACIONAIS-NAS-TIRAS-DE-EDIBAR.pdf

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