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Classificação doutrinária art 250 a 257 CP

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CEP
Direito Penal
Crimes contra a Incolumidade Pública
Prof (a): Jacinta Pernambuco
2011
Professora: Jacinta Pernambuco Costa- jacintapernambuco51@bol.com.br 
Disciplina: Direito Penal
Curso: Direito
 
CRIMES DE PERIGO COMUM
Encartados dentre os crimes contra a Incolumidade Pública, os crimes de perigo comum expõem ao risco de dano, bens e interesses jurídicos de um número indeterminado de pessoas, de tal modo a não se poder individualizar, a priori, os sujeitos que se encontram em situação de risco com a prática do delito. 
INCÊNDIO 
Conceito
“Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem”. 
Previsão legal- art. 250 do CPB.
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Objetividade jurídica
 A incolumidade pública. Não basta a potencialidade do perigo, sendo necessário que este seja concreto, efetivo (TJSP, RT 538/334) e dirigido para um número indeterminado de pessoas ou bens (TJRJ, RT 725/642).
Elemento subjetivo
O crime de incêndio é punível a título de dolo, ou seja, quando o agente tem a vontade de provocar incêndio, com conhecimento de perigo comum (RJTJSP, 75/323); ou culposamente sendo, também, condição necessária o perigo comum (TAMG, RT 429/479).
Sujeitos do delito
Sujeito ativo: qualquer pessoa, inclusive o proprietário da coisa incendiada, mas não se configura o crime se o agente coloca em perigo apenas a própria vida (RJTJSP 1/189); 
Sujeito passivo: a coletividade ameaçada pela ação delitiva, portanto, restando comprovado, por laudo pericial, que o incêndio, ainda que praticado em residência não habitada, trouxe perigo para a vida, a integridade física ou patrimônio alheio, o crime está caracterizado (TJSP, RT 838/557); 
Classificação doutrinária
Crime comum, de forma livre, comissivo, instantâneo, de perigo concreto, unissubsistente ou plurissubsistente unissubjetivo e material (necessária a prova pericial TJPR, PJ 46/187).
Consumação e tentativa
Consuma-se o crime com a ocorrência do perigo comum, e como se trata de um crime plurissubsistente, a tentativa é admissível.
Figuras típicas qualificadas
Aumento de pena
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífero ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
INCÊNDIO CULPOSO
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.
Ação penal: pública incondicionada
Competência: Polícia Civil e Justiça Estadual, Vara Criminal, onde houver, nas hipóteses do caput e § 1°; já na modalidade culposa a competência é da Polícia Civil e Juizado Especial Criminal da Justiça Estadual.
Observação: instaurar inquérito policial, nas hipóteses do caput e § 1°. Lavratura de Termo Circunstanciado (Lei 9.099/95, art. 69) e remessa ao Juízo, na modalidade culposa. 
EXPLOSÃO
Conceito 
“Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso, ou simples colocação de engenho de dinamite ou substancia de efeitos análogos”.
Previsão legal: art. 251 CPB
Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Objeto jurídico
É a incolumidade pública, especificamente o perigo comum que a prática das condutas descritas pode gerar.
Elemento subjetivo
É o dolo de perigo, sendo irrelevante a finalidade buscada pelo agente, mas a explosão também é punível a título de culpa que pode ocorrer da negligência, imperícia ou imprudência ao manusear ou simplesmente conservar as substâncias, sem a observância das regras de cautela exigíveis para a situação.
Sujeitos do delito
Sujeito ativo: o crime pode ser provocado por qualquer pessoa.
Sujeito passivo: é a coletividade, que é exposta a perigo com a explosão, arremesso ou colocação de engenho de dinamite ou de substancia de efeito análogo.
Classificação doutrinária
Crime comum, formal; de perigo concreto, de forma livre; unissubjetivo ou plurissubjetivo, conforme o crime.
Consumação e tentativa 
O delito do art. 251 do CP é de natureza formal, consumando-se com a simples exposição de perigo à vida, à integridade ou patrimônio de outrem (rt 382/87); 
Figuras típicas qualificadas 
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo parágrafo.
Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a um ano.
Ação penal
Pública incondicionada
Competência
Polícia Civil e Justiça Estadual em geral. Na modalidade culposa (§ 3º) a competência é do Juizado Especial Criminal. Nos casos em que a explosão ofende a Segurança Nacional, a competência é da Policia Federal e da Justiça Militar (Lei n. 7.170/83 – Lei da Segurança Nacional).
Observações
Instauração de Inquérito Policial ou, na modalidade culposa, lavratura de Termo Circunstanciado (Lei 9.099/95, art. 69) e remessa ao Juízo. Ainda quando na modalidade culposa, em caso de prisão em flagrante a Autoridade Policial poderá fixar fiança e, uma vez recolhida, pôr o infrator em liberdade (vide item Fiança no arquivo do CPP). 
Pratica o delito do art. 251 do CP quem explode bombas para abater peixes, perto de outras embarcações ocupadas por terceiros (JTFR-Lex 77/317); 
 A similitude da substância a dinamite se apura no tocante aos efeitos do material explosivo, isto é, sua força ou efeitos produzidos quando de sua explosão (RJDTACrim 12/221);
USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE
Conceito 
“Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
Previsão legal: art. 252 CPB
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
 
Objeto jurídico
A incolumidade pública, particularmente o perigo comum que pode decorrer das condutas proibidas.
Elemento subjetivo
É o dolo de perigo, que se verifica com a vontade de expor a perigo a vida, integridade física ou o patrimônio de um número indeterminado de pessoas. Prevendo também o tipo penal a modalidade culposa, caso o sujeito passivo tenha concorrido com a ação nuclear explodir para a conduta do tipo ao deixar de observar os cuidados necessários. 
A lei visa punir quem expõe a perigo de vida, integridade física ou o patrimônio de outrem usando gás tóxico ou asfixiante, não se caracterizando o delito se a substância utilizada é de baixa toxicidade, não chegando a ocorrer risco de gravame mais sério (RT 624/310); 
Sujeitos do tipo
Sujeito ativo: qualquer pessoa, uma vez que se trata de crime comum.
Sujeito passivo: a coletividade exposta a perigo.
Classificação doutrinária
Comum; formal; de forma livre; comissivo; instantâneo; de perigo concreto; unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente.
Consumação e tentativa
Consuma-se o delito com a produção do perigo, e apesar de difícil comprovação, a tentativa é admissível. 
Competência
Policia Civil e Juízo de Direito competente da Justiça Estadual. Na modalidade culposa a competência é do Juizado Especial Criminal.
Ação penal: pública incondicionada.
Observações 
Instaurar Inquérito Policial. Na modalidade culposa do parágrafo único, proceder àlavratura do Termo Circunstanciado (Lei 9.099/95, art. 69) e remessa ao Juízo. 
FABRICO, FORNECIMENTO, AQUISIÇÃO, POSSE DE TRANSPORTE DE EXPLOSIVO OU GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE
Conceito
“Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação”.
Previsão legal: art. 253 CPB.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Objetividade jurídica
Incolumidade pública, particularmente o perigo comum que pode decorrer das condutas proibidas. 
Elemento subjetivo
É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. A lei visa punir quem expõe a perigo de vida, integridade física ou o patrimônio de outrem usando gás tóxico ou asfixiante, não se caracterizando o delito se a substância utilizada é de baixa toxicidade, não chegando a ocorrer risco de gravame mais sério (RT 624/310
Sujeitos do tipo
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: a coletividade, 
Classificação doutrinária
Comum; formal, comissivo; instantâneo; de perigo comum abstrato; unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente.
Consumação e tentativa
Consuma-se o delito com a prática de qualquer uma das ações nucleares do tipo, sendo a tentativa inadmissível.
Figuras típicas qualificada:
Ação penal
Pública incondicionada.
Competência
Polícia Civil e Juízo de Direito competente da Justiça Estadual. Na modalidade culposa a competência é do Juizado Especial Criminal.
Observações
 A natureza “explosiva” da substância adquirida ou possuída deve ser comprovada por exame de corpo delito, direto ou indireto (JUTACrim-SP 52/169); b) Explosivo deteriorado, insuscetível de alcançar sua destinação normal, não caracteriza o delito do art. 253 do CP ( RJTAMG, 33/268); 
c) Se o fabrico de explosivos é meio para a prática de dano qualificado, será absorvido por este. (Bittencourt, obra citada, p. 977
Providência: instaurar Inquérito Policial. Na modalidade culposa do parágrafo único, proceder à lavratura do Termo Circunstanciado (Lei 9.099/95, art. 69) e remessa ao Juízo. 
INUNDAÇÃO
Conceito
“Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou 
o patrimônio de outrem”:
Previsão legal: art. 254 CPB.
Pena: reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.
Objetividade jurídica
A incolumidade pública, particularmente o perigo comum que pode decorrer da conduta descrita.
Elemento subjetivo
É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de causar inundação, ciente de que com tal conduta causa perigo para um número indeterminado de pessoas.
Sujeitos do tipo
Sujeito ativo: qualquer pessoa pode praticá-lo, inclusive o proprietário do imóvel inundado.
Sujeito passivo: a coletividade em geral.
Classificação doutrinária
Comum; formal; de forma livre; comissivo; instantâneo; de perigo concreto; unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente.
Consumação e tentativa
Consuma-se com a efetiva inundação, isto é, no momento em que as águas expandam em quantidade tal que provoquem uma situação de perigo concreto para a coletividade. Sua tentativa é perfeitamente possível.
Competência
Em caso de dolo é competente a Polícia Civil e Justiça Estadual, Vara Criminal, onde houver. Em se tratando de culpa, a Polícia Civil e Juizado Especial Criminal da Justiça Estadual. Em caso de prisão em flagrante, a Autoridade Policial poderá fixar fiança e, uma vez recolhida, pôr o infrator em liberdade (vide item Fiança no arquivo do CPP).
Ação penal
Pública incondicionada.
Observações
Construção de barragem que vem a romper-se provocando danos expressivos – se o laudo pericial cingiu-se a criticar deficiências várias na construção, mas não se mostrou conclusivo quanto às causas no rompimento e seus pormenores objetivos, tornando impossível saber-se se isso ocorreu em razão de altura demasiada ou de deficiência ou defeito da parede, não há como provar a contribuição culposa do agente (JTACrimSP 70/340) instauração de Inquérito Policial (dolo) ou lavratura de Termo Circunstanciado (Lei 9.099/95, art. 69) e remessa ao Juízo (culpa).
PERIGO DE INUNDAÇÃO
Conceito
“Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação”.
Previsão legal: 255 CPB
Pena: reclusão, de um a três anos, e multa.
Objetividade jurídica
A incolumidade pública.
Elemento subjetivo
É o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de praticar uma das ações típicas, ciente o agente de que causa o perigo de inundação. Ressalve-se que nessa figura criminosa o agente não quer causar a inundação, mas a possibilidade de sua ocorrência.
Sujeitos do tipo
Sujeito ativo: qualquer pessoa pode praticar o crime, inclusive o proprietário do prédio em que se encontra o obstáculo natural ou a obra destinada a impedir a inundação.
Sujeito passivo: a coletividade em geral.
Classificação doutrinária
Comum; de forma livre; comissivo; instantâneo; de perigo comum concreto; unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente.
Tentativa e consumação
Consuma-se com a prática de uma das ações previstas no tipo penal, desde que surja a efetiva situação de perigo de inundação. A tentativa é admissível.
Ação penal
Pública incondicionada.
Competência
Polícia Civil e Justiça Estadual, Vara Criminal, onde houver.
Observações
O que se pune não é a remoção, destruição ou inutilização em si mesma, mas, sim, a exposição a perigo que tais comportamentos eventualmente ocasionem (Delmanto, obra citada, 2007. p. 665).
DESABAMENTO OU DESMORONAMENTO
CONCEITO
“Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem”
Previsão legal: art. 256 CPB
Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Objeto jurídico
Incolumidade pública, mais especificamente o perigo que pode decorrer da conduta proibida, pois a eventual produção de dano a alguém é irrelevante para caracterização do dano (Bittencourt, obra citada, p. 980).
Elemento subjetivo
É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de causar o desabamento ou desmoronamento, ciente o agente de que causa perigo comum.
 
Sujeitos do tipo
Sujeito ativo: trata-se de crime comum, portanto qualquer pessoa pode praticá-lo.
Sujeito passivo: está encartado nos denominados crimes de perigo comum, contra a incolumidade pública, cujo sujeito passivo é a coletividade e não determinadas pessoas (RT576/395); 
Tentativa e consumação
Para a consumação do delito de desabamento não basta a simples ameaça, o perigo de que ele possa ocorrer, é imprescindível a ocorrência efetiva da queda do prédio ou de parede, com ameaça concreta a pessoas e coisas (TJRS RF 208/318). A tentativa é admissível na forma plurissubsistente dolosa.
Competência
Polícia Civil e Juizado Especial Criminal da Justiça Estadual.
Ação penal
Pública incondicionada.
Observações
Não há que se falar em crime de desabamento ou desmoronamento se não há exposição da incolumidade pública a perigo concreto, tal como sucede em canteiro de obras sem acesso público. Se do fato resulta morte, o delito é de homicídio culposo (RTJE 44/223); 
 Inexistindo nos autos a prova pericial acerca da causa, do fator determinante do desabamento, não se tem como configurado esse delito, nem mesmo na sua modalidade culposa (RT 347/360); 
SUBTRAÇÂO, OCULTAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE MATERIAL DE SALVAMENTO
Conceito
” Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Previsão legal: 257 CPB
Pena: reclusão, de dois a cinco anos,e multa
Objeto jurídico
Incolumidade pública, especificamente o perigo comum que pode decorrer das condutas proibidas.
Elemento subjetivo
É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de praticar uma das condutas típicas.
Sujeitos do tipo
Sujeito ativo: por tratar-se de um crime comum, qualquer pessoa pode praticá-lo, inclusive o proprietário de aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento.
Sujeito passivo: a coletividade em geral.
Tentativa e consumação
Na primeira figura típica do crime, se consuma com a subtração, ocultação ou inutilização de aparelho, matéria ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento. Caso o aparelho ou material venham a ser substituídos, isso não tem o condão de influir na configuração do crime; já na segunda figura, a consumação se dá com o efetivo impedimento ou embaraço daqueles serviços. A tentativa é admissível na forma plurissubsistente.
Competência
Polícia Civil e Justiça Estadual.
Ação penal
Pública incondicionada.
Observações
Inclui-se no conceito de aparelho todo instrumento, aparato feito pelo homem (p. ex., aparelho de respiração artificial). Material é a substância ou objeto utilizado no salvamento ou socorro (p. ex., medicamentos, soro, sangue, etc). A doutrina é divergente quanto à necessidade do aparelho ou material se destinar especificamente ao salvamento ou não (p. ex., uma escada, corda, gancho, balde de água), (Fürher, obra citada, p. 465). Trata-se de crime instantâneo, bastando a prática das ações descritas, independentemente da comprovação de perigo real.
BIBLIOGRAFIA
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte Especial. 8. ed. São Paulo, Saraiva, 2007.
DELMANTO, Celso.Código Penal Comentado. São Paulo, Renovar, 2000.
JESUS, Damásio E. de. Código Penal anotado. 10.ed. São Paulo, Saraiva, 2000.