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38035035-crimes-contra-a-incolumidade-publica-parte-i - Direito Penal parte especial GRAN CURSOS 2020

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO PENAL – 
PARTE ESPECIAL
Crimes contra a Incolumidade Pública - 
Parte I
Livro Eletrônico
2 de 123www.grancursosonline.com.
João Guilherme Medeiros Carvalho
Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Título VIII – Dos Crimes contra a Incolumidade Pública .............................................................. 4
Capítulo I - Dos Crimes de Perigo Comum ......................................................................................... 4
Incêndio ............................................................................................................................................................... 4
Explosão ........................................................................................................................................................... 14
Uso de Gás Tóxico ou Asfixiante ........................................................................................................... 21
Fabrico, Fornecimento, Aquisição, Posse ou Transporte de Explosivos, ou Gás 
Tóxico, ou Asfixiante .................................................................................................................................. 26
Inundação ........................................................................................................................................................ 30
Perigo de Inundação................................................................................................................................... 33
Desabamento ou Desmoronamento .................................................................................................. 36
Subtração, Ocultação ou Inutilização de Material de Salvamento ....................................... 40
Majorantes – Causas Especiais de Aumento para os Crimes de Perigo Comum .......... 43
Difusão de Doença ou Praga .................................................................................................................. 44
Revogação pelo Artigo 61 da Lei de Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/1998) ................. 44
Capítulo II – Dos Crimes contra a Segurança dos Meios de Comunicação e 
Transporte e Outros Serviços Públicos ............................................................................................ 44
Perigo de Desastre Ferroviário ............................................................................................................. 44
Atentado contra a Segurança de Transporte Marítimo, Fluvial ou Aéreo ........................ 48
Atentado contra a Segurança de Outro Meio de Transporte .................................................. 52
Formas Qualificadas Voltadas para os Artigos 260 a 262 do CP – Artigo 263 do CP 56
Arremesso de Projétil ............................................................................................................................... 56
Atentado contra a Segurança de Serviço de Utilidade Pública ............................................. 59
Interrupção ou Perturbação de Serviço Telegráfico, Telefônico, Informático, 
Telemático ou de Informação de Utilidade Pública..................................................................... 62
3 de 123www.grancursosonline.com.
João Guilherme Medeiros Carvalho
Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Capítulo III – Dos Crimes contra a Saúde Pública ......................................................................... 66
Epidemia .......................................................................................................................................................... 66
Infração de Medida Sanitária Preventiva .......................................................................................... 66
Omissão de Notificação de Doença ..................................................................................................... 66
Envenenamento de Água Potável ou de Substância Alimentícia ou Medicinal ............. 66
Corrupção ou Poluição de Água Potável .......................................................................................... 67
Falsificação, Corrupção, Adulteração ou Alteração de Substância ou Produtos 
Alimentícios ................................................................................................................................................... 67
Falsificação, Corrupção, Adulteração ou Alteração de Produto Destinado a Fins 
Terapêuticos ou Medicinais ..................................................................................................................... 67
Emprego de Processo Proibido ou de Substância Não Permitida ........................................ 68
Invólucro ou Recipiente com Falsa Indicação ................................................................................ 68
Produto ou Substância nas Condições dos Dois Artigos Anteriores .................................. 68
Substância Destinada à Falsificação .................................................................................................. 69
Outras Substâncias Nocivas à Saúde Pública ................................................................................ 69
Substância Avariada ................................................................................................................................... 69
Medicamento em Desacordo com Receita Médica ...................................................................... 69
Exercício Ilegal da Medicina, Arte Dentária ou Farmacêutica ................................................ 69
Charlatanismo ............................................................................................................................................... 70
Curandeirismo ............................................................................................................................................... 70
Resumo ..............................................................................................................................................................71
Questões de Concurso .............................................................................................................................. 86
Gabarito............................................................................................................................................................ 97
Gabarito Comentado .................................................................................................................................. 98
4 de 123www.grancursosonline.com.
João Guilherme Medeiros Carvalho
Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
TÍTULO VIII – DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE 
PÚBLICA
O Título VIII da Parte Especial do Código Penal se divide em três capítulos. Vejamos:
• Capítulo I - Dos Crimes de Perigo Comum;
• Capítulo II - Dos Crimes contra a Segurança dos Meios de Comunicação e Transporte 
e Outros Serviços Públicos;
• Capítulo III - Dos Crimes contra a Saúde Pública.
Sigamos em frente, caro(a) aluno(a). Vamos enfrentá-los!
Capítulo I - Dos CrImes De perIgo Comum
InCênDIo
Art. 250. Causar incêndio, expondo a perigo à vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º As penas aumentam-se de um terço:
I – se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
II – se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífero ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Incêndio culposo
§ 2º Se culposo o incêndio, é pena de detenção,de seis meses a dois anos.
Tipo Objetivo
“Causar incêndio, expondo a perigo à vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem.”
A conduta de causar incêndio é de “provocar, iniciar, dar ensejo, produzir” incêndio.
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João Guilherme Medeiros Carvalho
Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Mas o que podemos compreender como incêndio?
Para que falemos em incêndio, é necessário que este traga a situação de perigo à vida, à 
incolumidade física ou a patrimônio das pessoas.
Veja você que o tipo é claro ao ditar que a conduta deve expor a perigo à vida, à integridade 
física ou ao patrimônio de outrem.
Estamos diante, portanto, de um crime de perigo.
Mas o que são crimes de perigo e o que são crimes de dano? O que são crimes de perigo 
concreto e perigo abstrato? Vamos relembrar.
Crimes de Dano e Crimes de Perigo
Quando ocorre uma lesão direta ou um dano direto ao bem jurídico, estaremos diante de 
um crime de dano. Exemplo: Homicídio. Há um dano ou lesão direta à vida.
Quando, por sua vez, há apenas um risco de lesão ao bem jurídico, estaremos diante de 
um crime de perigo (risco ao bem jurídico).
Dentro da conceituação dos crimes de perigo, temos os crimes de perigo concreto e abstrato.
O crime será de perigo concreto, quando o tipo penal exigir a comprovação do risco no 
caso concreto. Exemplo: art. 309 do Código de Trânsito:
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilita-
ção ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Veja que o tipo penal exige a comprovação do perigo no caso concreto.
Será de perigo abstrato quando risco ao bem jurídico é presumido. Exemplo: porte ilegal 
de arma de fogo, tráfico de drogas etc. Nesses tipos penais, o perigo é presumido.
Há corrente minoritária que sustenta a inconstitucionalidade dos crimes de perigo abstra-
to, alegando ofensa ao princípio da lesividade que considera só haver crime quando houver 
lesão ou ameaça de lesão a bem jurídico.
Crime de Perigo Concreto e Comum
Diante da redação trazida no art. 250 do CP, verificamos que se trata de um crime de peri-
go concreto, ou seja, é necessário que, no caso concreto, provemos que o incêndio acarretou 
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João Guilherme Medeiros Carvalho
Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
situação de perigo à vida, à integridade física ou ao patrimônio de pessoas. Se não houver 
prova dessa situação de perigo (de risco), é possível que seja o crime de dano, mas não o 
crime de incêndio. Exemplo: Fulano ateia fogo numa casa abandonada na zona rural, em que 
não reside ninguém. Fulano não responderá pelo crime de incêndio.
Ademais, além de se comprovar o perigo no caso concreto, é necessário que este ponha 
em risco um número indeterminado de pessoas, sendo prescindível determinar-se o número 
de vítimas. Daí, falar-se em crime de perigo comum. Veja, por exemplo, que, quando alguém 
causa um incêndio em uma casa, dentro de um bairro ou comunidade com inúmeros morado-
res, a situação de perigo a tais pessoas é clara.
Nesse diapasão, vale trazer à colação Acórdão do Colendo Superior Tribunal de Justiça 
sobre o tema. Vejamos: (grifos nossos)
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO ILÍCITO DE SUBSTÂN-
CIAS ENTORPECENTES. WRIT SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO.
DESCABIMENTO. DOSIMETRIA. PENA-BASE ESTABELECIDA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. 
PRETENSÕES DE APLICAÇÃO DA CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA PREVISTA 
NO § 4º DO ART. 33 DA LEI N. 11.343./2006 EM SEU GRAU MÁXIMO OU PRÓXIMO DO 
MÁXIMO E SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. IMPOSSIBILIDADE. 
SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. SENTENÇA CONDENATÓRIA FUNDAMENTADA. ART. 59 DO 
CÓDIGO PENAL E 42 DO LEI N.
11.343/2006. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
– Este Superior Tribunal de Justiça, na esteira do entendimento firmado pelo Supremo 
Tribunal Federal, tem amoldado o cabimento do remédio heroico, adotando orientação 
no sentido de não mais admitir habeas corpus substitutivo de recurso ordinário/especial.
– É consabido que o crime de incêndio, previsto no artigo 250 do Código Penal, é um 
delito de perigo concreto, bastando, para sua configuração, que o fogo tenha a potencia-
lidade de colocar em risco os bens jurídicos tutelados: a incolumidade pública, a vida, a 
integridade física ou o patrimônio de terceiros – o que ocorreu no caso, uma vez que o 
fogo não se alastrou para os prédios vizinhos devido a pronta intervenção do corpo de 
bombeiros impediu essa ocorrência.
– Cumpre assinalar, ainda, que o delito em questão é um crime de perigo comum, sendo 
prescindível que a conduta seja dirigida a determinadas vítimas.
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Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
– Com efeito, verifica-se que se as instâncias originárias, soberanas na análise do con-
junto probatório, concluíram pela existência de incêndio provocado, que expôs “a perigo 
à vida e a integridade física ou o patrimônio de outrem” (fls. 133), a modificação de tal 
entendimento, acolhendo a tese de atipicidade flagrante do incêndio majorado, deman-
daria profunda incursão no material probatório produzido nos autos, providência incabí-
vel com a estreita via do habeas corpus.
– Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no HC 192.574/ES, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CON-
VOCADA DO TJ/SE), QUINTA TURMA, julgado em 25/06/2013, DJe 01/08/2013)
Tipo Subjetivo
A forma trazida no caput é essencialmente dolosa.
LEMBRETE!
O que é dolo?
É a vontade consciente de praticar o fato típico.
Todavia, verificamos também modalidade culposa, trazida no § 2º do art. 250 do CP em 
plena consonância com o parágrafo único do art. 18 do CP, que determina que um crime só 
pode ser culposo se tal previsão constar expressamente do tipo penal. Vejamos:
Art. 18.
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como 
crime, senão quando o pratica dolosamente.
Sujeitos
Ativo: qualquer pessoa. Veja que não exige qualidade especial do sujeito ativo.
Passivo: coletividade. Estamos diante, portanto, de um crime vago (sujeito passivo não 
detém personalidade jurídica própria).
Obs.: � Lembre-se de que o crime é de perigo comum. Logo, é prescindível determinar o 
número de vítimas.
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Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Objeto Material e Jurídico
Qual a pessoa ou coisa em que recai a conduta criminosa?
Conclusão: objeto material é o objeto ou a coisa a ser incendiada.
Qual o bem jurídico tutelado pela norma?
Conclusão: objeto jurídico é a incolumidade pública.
Consumação
A consumação se dará quando o incêndio trouxer efetivamente a situação de exposição 
efetiva da vida, incolumidade física ou patrimônio de outrem.
Estamos diante ainda de um crime material, ou seja, aquele que exige, para consumação, 
a constatação do chamado resultado naturalístico (modificação no mundo exterior perceptí-
vel aos sentidos, visível no mundo exterior).
LEMBRETE!
a) Crimes materiais: exigem, para consumação, a produção de um resultado naturalístico 
(modificação no mundo exterior perceptível aos sentidos).
b) Crimes formais: apesar da possibilidade de ocorrência do resultado naturalístico, a nor-
ma incriminadora dispensa tal ocorrência para efeitos de consumação. Assim, praticado o 
núcleo descrito no tipo, já estará consumado o delito.
c) Crime de mera conduta: impossibilidade de ocorrência do resultado naturalístico. 
Há apenas um resultado jurídico. Assim, praticada a ação ou omissão, o crime já estará 
consumado.
Exemplo: porte de arma de fogo. O ato de portar uma arma, por si, produz algum resultado 
visível no mundo exterior e perceptível aos sentidos?Não. Portanto, nesse caso estamos 
diante de um crime de mera conduta.
Tentativa
A tentativa é possível.
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Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Veja: há possibilidade de fracionamento do iter criminis, pois estamos diante de um crime 
plurissubsistente (vários atos).
Na modalidade culposa, não cabe tentativa. Para falar em tentativa, o agente tem que 
querer o resultado. Veja que, se a modalidade é culposa, o resultado ocorre por quebra do 
dever de cuidado, e não porque o agente o quer.
Causa de Aumento: Majoração (art. 250, § 1º, CP)
Haverá aumento de um terço na pena, nas seguintes hipóteses:
a) com intuito de obtenção de vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
b) em casa habitada ou destinada à habitação;
c) em edifício público ou destinado a uso público ou à obra de assistência social ou de 
cultura;
d) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
e) em estação ferroviária ou aeródromo;
f) em estaleiro, fábrica ou oficina;
g) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
h) em poço petrolífero ou galeria de mineração;
i) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Veja que as hipóteses de aumento incidem nos casos em que possa haver: 1) vantagem pa-
trimonial; 2) um maior aglomerado ou número de pessoas; ou, se, diante das circunstâncias, 
3) haja possibilidade de dano de grandes dimensões.
Assim, fica melhor para você memorizar.
Modalidade Culposa
Já comentamos sobre tal ponto. Previsão no art. 250, § 2º, do CP.
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João Guilherme Medeiros Carvalho
Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Análise do Preceito Secundário
A pena prevista no caput é de “reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos e multa”.
Logo, podemos tecer as seguintes considerações:
a) Trata-se de um crime de maior potencial ofensivo.
b) Competência da Vara Criminal Comum.
c) Não caberá transação penal (pena máxima superior a 2 anos, vide art. 76 da Lei n. 
9.099/1995).
d) Não caberá suspensão condicional do processo (pena mínima superior a um ano, vide 
art. 89 da Lei n. 9.099/1995).
e) Possibilidade de prisão preventiva (pena máxima superior a quatro anos, vide arts. 312 
e 313 do CPP).
f) Possibilidade de propositura de Acordo de Não Persecução Penal, se satisfeitos os de-
mais requisitos do art. 28-A do CPP (instituto muito recente e o tema poderá enfrentar diver-
gências de posição no futuro).
O Acordo de Não Persecução foi trazido neste ano de 2020 e será passível de interpretação 
jurisprudencial. Veja que o art. 28-A fala que o fato deve ser praticado “sem violência ou grave 
ameaça” e não faz distinção se a violência é voltada só a pessoa ou se também a coisa.
Obs.: � Mesmo na hipótese de incidir as majorantes, os efeitos acima expostos serão os 
mesmos.
Por sua vez, se for praticado na modalidade culposa:
a) O crime passa a ser de menor potencial ofensivo.
b) Competência do Juizado Especial Criminal.
c) Possibilidade de transação penal (pena máxima inferior a 2 anos – art. 76 da Lei n. 
9.099/1995).
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Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
d) É possível a suspensão condicional do processo (pena mínima igual a 1 ano – art. 89 
da Lei n. 9.099/1995).
e) A assinatura de termo de compromisso impede a lavratura de auto de prisão em fla-
grante – art. 69, parágrafo único, da Lei n. 9.099/1995.
f) Não caberá prisão preventiva.
g) Impossibilidade de propositura de Acordo de Não Persecução Penal (pois cabe, em 
tese, transação penal – art. 28-A, § 2º, inciso I, CPP).
Acordo de Não Persecução – Inovação Legislativa
Está em vigor, desde 23 janeiro de 2020, o pacote anticrime que alterou diversos disposi-
tivos do Código Penal, Código de Processo Penal e de Legislações Penais Especiais. Entre as 
alterações e inovações, destaca-se a possibilidade de celebração de acordo de não persecu-
ção para os crimes que tenham pena mínima inferior a 4 anos.
Trata-se de inovação das mais relevantes que mudará substancialmente o processo pe-
nal por se tratar de um novo instituto despenalizador.
O nosso Ordenamento Jurídico já havia contemplado o instituto da transação penal (art. 
76 da Lei n. 9.099/1995) que se consubstancia em instituto despenalizador que mitiga o prin-
cípio da obrigatoriedade da ação penal, por meio de acordo celebrado entre o Ministério Pú-
blico e o envolvido com imposição de pena restritiva de direitos ou multa. É o direito penal 
marcado por traços de consensualismo, oriundo de países como EUA, em que é aplicado o 
chamado Plea Bargaining (negociação entre o Ministério Público e o investigado, com possi-
bilidade até mesmo de retirada da acusação).
DICA
Se você se valer da lógica da transação penal e estudar a Lei 
n. 9.099/1995, tal base o(a) auxiliará sobremaneira no estudo 
do novo acordo de não persecução penal. Uma das principais 
diferenças entre o novo acordo de não persecução e o institu-
to da transação penal é que neste último não há imposição de 
confissão por parte do investigado, ao contrário do que impõe 
o novo art. 28-A no acordo de não persecução.
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João Guilherme Medeiros Carvalho
Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Tendo em vista a relevância e grande possibilidade de se cair tal tema nos certames que 
virão, vale transcrever integralmente o novo dispositivo contido no art. 28-A do CPP. Vejamos:
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstan-
cialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior 
a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições 
ajustadas cumulativa e alternativamente:
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;
II – renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumen-
tos, produto ou proveito do crime;
III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena 
mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da 
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei n. 2.848, de 
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo 
juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou 
semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou
V – cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que 
proporcional e compatível com a infração penal imputada.
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão 
consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:
I – se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos 
da lei;
II – se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta 
criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas;
III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em 
acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e
IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a 
mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
§ 3º O acordo de não persecuçãopenal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro 
do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o 
juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu 
defensor, e sua legalidade.
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo 
de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a 
proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor.
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao 
Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal.
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quan-
do não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
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Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da 
necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia.
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descum-
primento.
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o 
Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento 
de denúncia.
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser 
utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão 
condicional do processo.
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão 
de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo.
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a 
extinção de punibilidade.
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução 
penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 
deste Código.
Ação Penal
Tendo em vista que o tipo penal não apresentou ação penal específica para o delito, segui-
remos a regra de que ela será pública incondicionada.
Questões Relevantes
a) Necessidade de Perícia
Por força do art. 173 do CPP, para caracterização do delito, é necessária a realização de 
perícia. Vejamos:
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o 
perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu 
valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato.
b) Incêndio, Crime de Perigo Comum, Local Inabitado ou Isolado
Conforme acima realçado, o crime de incêndio não só é de perigo concreto, como também 
é crime de perigo comum. Veja que o próprio nome iuris do capítulo I do Título VIII deixa claro 
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João Guilherme Medeiros Carvalho
Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
isso. Logo, é preciso que a exposição do perigo se volte a um número indeterminado de pes-
soas. Se o fato ocorrer em local isolado, inabitável, por exemplo, poderá ocorrer outro crime.
c) Incêndio e Concurso de Crimes
Por se tratar de crime contra a incolumidade pública e de perigo comum, há possibilidade 
de concurso de crime entre o delito de incêndio e outros crimes.
Outras Majorantes no Art. 258 do CP
O art. 258 do CP apresenta outros aumentos de pena para as hipóteses de crimes de peri-
go comum que, dolosa ou culposamente, ensejem lesão corporal grave ou morte.
Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena 
privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de 
culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se 
a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
explosão
Art. 251. Expor a perigo à vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, 
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 2º As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do 
artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no n. II do mesmo pará-
grafo.
Modalidade culposa
§ 3º No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de 
detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a um ano.
Tipo Objetivo
“Expor a perigo à vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, 
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos.”
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Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
O art. 250 fala em exposição de perigo mediante incêndio e o art. 251 fala em exposição a 
perigo mediante explosão. Qual a diferença entre incêndio e explosão?
A diferença reside no meio utilizado. No incêndio, o meio utilizado é o fogo, ao passo que, 
na explosão, o meio utilizado é engenho de dinamite ou substância de efeito análogo que 
ocasione a explosão.
Por seu turno, verifica-se que o tipo penal em apreço apresenta como o crime deve ser 
praticado, ou seja, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de di-
namite ou de substância de efeitos análogos. Veja, portanto, que o tipo penal apresenta uma 
forma vinculada de atuação, ao contrário do crime de incêndio, que tem forma livre de atua-
ção. Veja que o incêndio pode ser praticado de qualquer maneira (forma livre). Aqui não, o tipo 
penal apresenta a forma de atuação.
Vale observar que o Estatuto do Desarmamento também apresenta figura típica voltada 
para o porte ilegal de explosivo (art. 16, § 1º, inciso III, da Lei n. 10.826/2003).
Avançando, verificamos também que se trata de um crime de perigo concreto e comum.
Outrossim, vislumbramos ainda que o legislador se valeu da chamada interpretação ana-
lógica no tipo penal quando trouxe a expressão “engenho de dinamite ou a substância de 
efeitos análogos”. Veja que na parte grifada, o legislador deixa aberta a possibilidade tal in-
terpretação.
Crime de Perigo Comum
Diante da redação trazida no art. 251 do CP, verificamos que se trata de um crime de peri-
go concreto, ou seja, é necessário que, no caso concreto, provemos que a explosão acarretou 
situação de perigo à vida, à integridade física ou ao patrimônio de pessoas. Se não houver 
prova dessa situação de perigo (de risco), pode ser outro crime, por exemplo, o crime de dano, 
mas não o crime de explosão.
Ademais, além de se comprovar o perigo no caso concreto, é necessário que este ponha 
em risco um número indeterminado de pessoas, sendo prescindível determinar-se o número 
de vítimas. Daí, falar-se em crime de perigo comum.
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Tipo Subjetivo
A forma trazida no caput é essencialmente dolosa.
Todavia, verificamos também modalidade culposa, trazida no § 3º do art. 251 do CP em 
plena consonância com o parágrafo único do art. 18 do CP, que determina que um crime só 
pode ser culposo se tal previsão constar expressamente do tipo penal.
Sujeitos
Ativo: qualquer pessoa. Veja que não exige qualidade especial do sujeito ativo.
Passivo: coletividade.Estamos diante, portanto, de um crime vago (sujeito passivo não 
detém personalidade jurídica própria).
Obs.: � Lembre-se de que o crime é de perigo comum. Logo, é prescindível determinar o 
número de vítimas.
Objeto Material e Jurídico
Qual a pessoa ou coisa em que recai a conduta criminosa?
Conclusão: objeto material é o engenho de dinamite ou a substância de efeitos análogos.
Qual o bem jurídico tutelado pela norma?
Conclusão: objeto jurídico é a incolumidade pública.
Consumação
A consumação se dará quando a explosão trouxer efetivamente a situação de exposição 
efetiva da vida, incolumidade física ou patrimônio de outrem.
Estamos diante ainda de um crime material, ou seja, aquele que exige, para consumação, 
a constatação do chamado resultado naturalístico (modificação no mundo exterior perceptí-
vel aos sentidos, visível no mundo exterior).
Relembramos no item anterior a diferença entre crimes materiais, formais e de mera 
conduta.
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Tentativa
A tentativa é possível.
Há possibilidade de fracionamento do iter criminis, pois estamos diante de um crime plu-
rissubsistente (vários atos).
Na modalidade culposa, não cabe tentativa. Para falar em tentativa, o agente tem que 
querer o resultado. Veja que, se a modalidade é culposa, o resultado ocorre por quebra do 
dever de cuidado, e não porque o agente o quer.
Forma Privilegiada
Se o meio empregado não for de efeito análogo ao engenho de dinamite, haverá uma di-
minuição de pena, em abstrato, no preceito secundário. A pena nesse caso passará a ser de 
reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Vejamos o § 1º do art. 251 do CP:
Art. 251, § 1º Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
LEMBRETE!
Tanto as qualificadoras como os privilégios trazem mudança no máximo e mínimo da 
pena em abstrato do tipo penal, diferente das causas de aumento e diminuição.
Causas de Aumento de Pena – Majorantes
CP
Art. 251.
§ 2º As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, 
do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no n. II do mesmo 
parágrafo.
Peço a você, aluno(a), que se direcione a item anterior da aula, pois as causas de aumento 
são voltadas às mesmas hipóteses.
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Modalidade Culposa
Conforme já exposto, há modalidade culposa prevista no § 3º do art. 251 do CP.
Art. 251. § 3º No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a 
pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a 
um ano.
Culpa. Vamos relembrar rapidamente?
Para caracterização da culpa, é necessária a chamada quebra do dever de cuidado obje-
tivo, previsibilidade, além da constatação de negligência, imperícia ou imprudência. Se você, 
aluno(a), tiver alguma dúvida sobre o tema “culpa”, recomendo um estudo rápido de tal ponto 
na doutrina de parte geral de direito penal.
Análise do Preceito Secundário
A pena prevista no caput é de “reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos e multa”.
Logo, podemos tecer as seguintes considerações:
a) Trata-se de um crime de maior potencial ofensivo.
b) Competência da Vara Criminal Comum.
c) Não caberá transação penal (pena máxima superior a 2 anos, vide art. 76 da Lei n. 
9.099/1995).
d) Não caberá suspensão condicional do processo (pena mínima superior a um ano, vide 
art. 89 da Lei n. 9.099/1995).
e) Possibilidade de prisão preventiva (pena máxima superior a quatro anos, vide arts. 312 
e 313 do CPP).
f) Possibilidade de propositura de Acordo de Não Persecução Penal, se satisfeitos os de-
mais requisitos do art. 28-A do CPP (instituto muito recente e o tema poderá enfrentar diver-
gências de posição no futuro).
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
O Acordo de Não Persecução foi trazido neste ano de 2020 e será passível de interpretação 
jurisprudencial. Veja que o art. 28-A fala que o fato deve ser praticado “sem violência ou grave 
ameaça” e não faz distinção se a violência é voltada só a pessoa ou se também a coisa.
Por sua vez, se houver o privilégio trazido no § 1º:
a) O crime passa a ser de médio potencial ofensivo.
b) Competência da Vara Comum Criminal.
c) Não caberá Transação Penal (pena máxima superior a 2 anos).
d) É possível a suspensão condicional do processo (pena mínima igual a 1 ano).
e) Não caberá prisão preventiva.
Se for na modalidade culposa:
a) O crime passa a ser de menor potencial ofensivo.
b) Competência do Juizado Especial Criminal.
c) Possibilidade de transação penal (pena máxima inferior a 2 anos (art. 76 da Lei n. 
9.099/1995)).
d) É possível a suspensão condicional do processo (pena mínima igual a 1 ano (art. 89 da 
Lei n. 9.099/1995)).
e) A assinatura de termo de compromisso impede a lavratura de auto de prisão em fla-
grante (art. 69, parágrafo único, da Lei n. 9.099/1995).
f) Não caberá prisão preventiva.
g) Impossibilidade de Acordo de Não Persecução Penal (pois cabe transação penal, art. 
28-A, § 2º, CPP).
Ação Penal
Tendo em vista que o tipo penal não apresentou ação penal específica para o delito, segui-
remos a regra de que ela será pública incondicionada.
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Questões Relevantes
a) Necessidade de Perícia
Por força do art. 175 do CPP, para caracterização do delito, é necessária a realização de 
perícia.
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de 
se lhes verificar a natureza e a eficiência.
Vale observar que estamos diante de um crime de perigo concreto, em que o risco aos 
bens jurídicos vida, incolumidade física ou patrimônio devem ser provados no caso concreto.
b) Explosão e Concurso de Crimes
Por se tratar de crime contra a incolumidade pública e de perigo comum, a depender das 
circunstâncias do caso, há possibilidade de concurso de crime entre o delito de explosão e 
outros crimes.
Assim, por exemplo, se o agente quis praticar um homicídio, mediante explosão, em uma 
residência situada em bairro habitado, responderá pelo homicídio e pelo crime de explosão 
em concurso formal. Lembre-se de que a explosão é crime de perigo comum, o bem jurídico 
protegido é a incolumidade pública, ao passo que no homicídio o bem jurídico protegido é a 
vida. Veja que tal conduta, portanto, atingiria dois bens jurídicos diferentes, sendo possível o 
concurso formal de crimes.
Outras Majorantes no Art. 258 do CP
O Art. 258 do CP apresenta outros aumentos de pena para as hipóteses de crimes de pe-
rigo comum que, dolosa ou culposamente, ensejem lesão corporal grave ou morte:
Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena 
privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de 
culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se 
a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
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Ação Penal
Tendo em vista que o tipo penal não apresentou ação penal específica para o delito, segui-
remos a regra de que ela será pública incondicionada.
uso De gás tóxICo ou asfIxIante
Art. 252. Expor a perigo à vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico 
ou asfixiante:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.Modalidade Culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
Tipo Objetivo
“Expor a perigo à vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tó-
xico ou asfixiante.”
Crime de Perigo Concreto e Comum
Pela leitura do dispositivo legal, verificamos também se tratar de um crime de perigo con-
creto e comum.
Diante da redação trazida no art. 252 do CP, verificamos que se trata de um crime de pe-
rigo concreto, ou seja, é necessário que, no caso concreto, provemos que o uso do gás tóxico 
ou asfixiante acarretou situação de perigo à vida, à integridade física ou ao patrimônio de 
pessoas. Se não houver prova dessa situação de perigo (de risco), pode ser outro crime.
Ademais, além de se comprovar o perigo no caso concreto, é necessário que este ponha 
em risco um número indeterminado de pessoas, sendo prescindível determinar-se o número 
de vítimas. Daí, falar-se em crime de perigo comum.
Uso de Gás Tóxico ou Asfixiante
Evidenciamos que o legislador optou por não restringir a acepção de gás, bastando que 
seja tóxico (que cause mal à saúde) ou asfixiante (sufocante).
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Constatamos também que o crime em tela se configura como de ação vinculada, pois é 
necessário que o agente use gás tóxico ou asfixiante.
Tipo Subjetivo
A forma trazida no caput é essencialmente dolosa.
Todavia, verificamos também modalidade culposa, trazida no parágrafo único do art. 252 
em plena consonância com o parágrafo único do art. 18 do CP, que determina que um crime 
só pode ser culposo se tal previsão constar expressamente do tipo penal.
Sujeitos
Ativo: qualquer pessoa. Não exige qualidade especial do sujeito ativo.
Passivo: coletividade. Estamos diante, portanto, de um crime vago (sujeito passivo não 
detém personalidade jurídica própria).
Obs.: � Lembre-se de que o crime é de perigo comum. Logo, é prescindível determinar o 
número de vítimas.
Objeto Material e Jurídico
Qual a pessoa ou coisa em que recai a conduta criminosa?
Conclusão: objeto material é o gás tóxico ou asfixiante.
Qual o bem jurídico tutelado pela norma?
Conclusão: objeto jurídico é a incolumidade pública.
Consumação
A consumação se dará quando a utilização do gás tóxico ou asfixiante trouxer efetiva-
mente a situação de exposição efetiva da vida, incolumidade física ou patrimônio de outrem.
Tentativa
A tentativa é possível.
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Há possibilidade de fracionamento do iter criminis, pois estamos diante de um crime plu-
rissubsistente (vários atos).
Para você entender tentativa
Vamos entender melhor isso? Para haver tentativa, conforme o art. 14, inciso II, do CP, é ne-
cessário que o resultado não seja atingido por circunstâncias alheias à vontade do agente, 
correto?
Em primeiro lugar, o agente quer o resultado (por isso a tentativa se dá nos crimes dolosos). 
Em segundo lugar, o que observamos? Que o resultado não se consuma por circunstâncias 
alheias à vontade do agente. Logo, é necessário que, no decorrer dos atos de execução, haja 
uma interrupção do iter criminis que impede o resultado.
O que verificamos, portanto?
A tentativa só é cabível se houver possibilidade de fracionamento do chamado iter criminis 
(caminho do crime). Esse fracionamento somente é possível nos crimes plurissubsistentes 
(composto de vários atos), mas não é possível nos crimes unissubsistentes (composto de 
apenas uma ação ou omissão). Veja, nos crimes unissubsistentes, se o agente pratica a ação 
ou omissão, o crime já estará consumado, logo, não há possibilidade de fracionamento do iter 
criminis. Exemplos: injúria, se alguém, por exemplo, xinga outra pessoa, ao xingar, o crime de 
injúria já estará consumado. Não há fracionamento do iter criminis.
No que tange à modalidade culposa, novamente, relembra-se que não cabe tentativa em cri-
mes culposos (salvo, por construção jurídica, na chamada culpa imprópria, em que o crime 
é essencialmente doloso, mas, por opção legislativa, terá consequências como, se culposo 
fosse. Falamos sobre tal ponto nos PDFs passados).
Modalidade Culposa
Conforme já exposto, há modalidade culposa prevista no parágrafo único do art. 252 do 
CP.
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Análise do Preceito Secundário
A pena prevista no caput é de “reclusão, de 1 (três) a 4 (seis) anos e multa”.
Logo, podemos tecer as seguintes considerações:
a) O crime é de médio potencial ofensivo.
b) Competência da Vara Comum Criminal.
c) Não caberá Transação Penal (pena máxima superior a 2 anos).
d) É possível a suspensão condicional do processo (pena mínima igual a 1 ano, vide art. 
89 da Lei n. 9.099/1995).
e) Não caberá prisão preventiva (vide art. 312 e 313 do CPP).
f) Possibilidade de propositura de Acordo de Não Persecução Penal, se satisfeitos os de-
mais requisitos do art. 28-A do CPP (instituto muito recente e o tema poderá enfrentar diver-
gências de posição no futuro).
Se for na modalidade culposa:
a) O crime passa a ser de menor potencial ofensivo.
b) Competência do Juizado Especial Criminal.
c) Possibilidade de transação penal (pena máxima inferior a 2 anos (art. 76 da Lei n. 
9.099/1995)).
d) É possível a suspensão condicional do processo (pena mínima igual a 1 ano (art. 89 da 
Lei n. 9.099/1995)).
e) A assinatura de termo de compromisso impede a lavratura de auto de prisão em fla-
grante (art. 69, parágrafo único, da Lei n. 9.099/1995).
f) Não caberá prisão preventiva.
g) Impossibilidade de propositura de Acordo de Não Persecução Penal, pois é cabível 
transação penal (vide novo art. 28-A, § 2º, CPP).
Ação Penal
Tendo em vista que o tipo penal não apresentou ação penal específica para o delito, segui-
remos a regra de que ela será pública incondicionada.
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Questões Relevantes
a) Necessidade de Perícia
Por força do art. 175 do CPP, para caracterização do delito, é necessária a realização de 
perícia:
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de 
se lhes verificar a natureza e a eficiência.
Vale observar que estamos diante de um crime de perigo concreto, em que o risco aos 
bens jurídicos vida, incolumidade física ou patrimônio devem ser provados no caso concreto.
b) Homicídio Qualificado pela Asfixia e Art. 252
Há possibilidade de concurso formal de crimes se, além da morte, houver constatação de 
situação de perigo a um número indeterminado de pessoas.
c) Uso de Gás pela Polícia
Em regra, uso de gás (de pimenta ou lacrimogênio, por exemplo) pela polícia não constitui 
crime por estar o policial sob o amparo de uma excludente de ilicitude pelo estrito cumpri-
mento do dever legal ou até mesmo pela legítima defesa.
Majorantes do Art. 258 do CP
O art. 258 do CP apresenta aumento de pena para as hipóteses de crimes de perigo co-
mum que, dolosa ou culposamente, ensejem lesão corporal grave ou morte:
Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena 
privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de 
culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se 
a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
fabrICo, forneCImento, aquIsIção, posse ou transporte De explosIvos, 
ou gás tóxICo, ou asfIxIante
Art.253. Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância 
ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Tipo Objetivo
“Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância 
ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação.”
Vamos falar do núcleo verbal “fabricar” e do material destinado à sua fabricação. Obser-
vamos nesse tipo penal que, se o legislador não dispusesse a ação de fabricar engenho explo-
sivo, gás tóxico ou asfixiante, bem como o material destinado à sua fabricação, certamente, 
tais condutas seriam meros atos preparatórios. Portanto, o legislador se antecipou e elevou 
tais condutas como típicas para que haja responsabilização.
Crime de Perigo Abstrato e Comum
Pela leitura do dispositivo legal, verificamos também se tratar de um crime de perigo abs-
trato e comum. No crime, o perigo é presumido.
Obs.: � Há parte da doutrina que entende que o presente crime também é de perigo concreto 
em razão de ser um crime de perigo comum. Nesse sentido, inclina-se Rogério Greco, 
por exemplo.
Ademais, é necessário que este ponha em risco um número indeterminado de pessoas, sen-
do prescindível determinar-se o número de vítimas. Daí, falar-se em crime de perigo comum.
Elemento Normativo
Extraímos da norma um elemento normativo a ser analisado pelo operador do direito. Veja 
que a expressão “sem licença da autoridade”, trazida no tipo penal, é elemento normativo, 
pois carecerá de juízo de valor para sua análise.
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Quem, pois, dispuser de licença para, por exemplo, fabricar gás tóxico, não incorrerá no 
tipo penal.
Norma de Conteúdo Variado, de Ação Múltipla ou Tipo Penal Misto Alterna-
tivo
O tipo penal traz núcleos verbais alternativos. Assim, se o agente, no mesmo contexto 
fático, pratica mais de um núcleo verbal, responderá por crime único.
Todas as vezes que você se deparar com uma norma de conteúdo variado, se o agente pra-
ticar mais de um núcleo verbal no mesmo contexto fático, responderá por crime único. Essa 
dica é muito importante! Não confundir com tipo penal misto cumulativo!
Tipo Subjetivo
A forma trazida no caput é essencialmente dolosa.
Não há modalidade culposa prevista no tipo e esta não pode ser deduzida, conforme man-
damento previsto no parágrafo único do art. 18 do CP, que determina que um crime só pode 
ser culposo se tal previsão constar expressamente do tipo penal.
Sujeitos
Ativo: qualquer pessoa. Não exige qualidade especial do sujeito ativo.
Passivo: coletividade. Estamos diante, portanto, de um crime vago (sujeito passivo não 
detém personalidade jurídica própria).
Objeto Material e Jurídico
Qual a pessoa ou coisa em que recai a conduta criminosa?
Conclusão: objeto material será a substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfi-
xiante ou material destinado a sua fabricação.
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Qual o bem jurídico tutelado pela norma?
Conclusão: objeto jurídico é a incolumidade pública.
Consumação
A consumação se dará com prática de qualquer dos núcleos verbais do tipo penal.
Obs.: � Para aqueles que entendem que o crime é de perigo concreto, só haverá consumação 
com a comprovação da exposição de perigo.
Tentativa
Inobstante ser divergente o tema, a tentativa é possível, pois, em tese, há possibilidade 
de fracionamento do iter criminis, pois estamos diante de um crime plurissubsistente (vários 
atos).
Análise do Preceito Secundário
A pena prevista no caput é de “detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa”.
Logo, podemos tecer as seguintes considerações:
a) O crime é de menor potencial ofensivo (pena máxima inferior a 2 anos, vide art. 61 da 
Lei n. 9.099/1995).
b) Competência do Juizado Especial Criminal.
c) Possibilidade de transação penal, se satisfeitos os demais requisitos legais (pena má-
xima inferior a 2 anos (art. 76 da Lei n. 9.099/1995)).
d) É possível a suspensão condicional do processo (pena mínima igual a 1 ano, se satis-
feitos os demais requisitos legais (art. 89 da Lei n. 9.099/1995)).
e) A assinatura de termo de compromisso impede a lavratura de auto de prisão em fla-
grante (art. 69, parágrafo único, da Lei n. 9.099/1995).
f) Não caberá prisão preventiva.
g) Impossibilidade de propositura de Acordo de Não Persecução Penal, pois é cabível 
transação penal (vide novo art. 28-A, § 2º, CPP).
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Ação Penal
Tendo em vista que o tipo penal não apresentou ação penal específica para o delito, segui-
remos a regra de que ela será pública incondicionada.
Questões Relevantes
a) Explosivo; Derrogação pelo Art. 16, § 1º, Inciso III, da Lei n. 10.826/2003
No que tange a explosivo, urge verificar que o Estatuto do Desarmamento apresenta con-
duta típica idêntica à que foi trazida no art. 253 do CP. Logo, houve derrogação do art. 253 
nesse ponto. Vejamos:
Lei n. 10.826/2003
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda 
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, 
acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal 
ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou 
em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
b) Necessidade de Perícia
Por força do art. 175 do CPP, para caracterização do delito, é necessária a realização de 
perícia, vejamos:
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de 
se lhes verificar a natureza e a eficiência.
Majorantes do Art. 258 do CP
O art. 258 do CP apresenta aumento de pena para as hipóteses de crimes de perigo co-
mum que, dolosa ou culposamente, ensejem lesão corporal grave ou morte:
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena 
privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de 
culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se 
a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
InunDação
Art. 254. Causar inundação, expondo a perigo à vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois 
anos, no caso de culpa.
Tipo Objetivo
“Causar inundação, expondo a perigo à vida, a integridade física ou o patrimônio de 
outrem.”
Vale trazer trecho de Nelson Hungria sobre inundação. “As águas são desviadas de seus 
limites naturais e artificiais, expandindo-se em tal quantidade que criam perigo de dano a 
indeterminado número de pessoas ou coisas.”
Portanto, o tipo penal revela a conduta de quem “causa”, “provoca”, “dá ensejo”, “cria” 
“ocasiona” inundação trazendo situação de perigo à vida, integridade física ou ao patrimônio 
de alguém.
Crime de Perigo Concreto e Comum
Pela leitura do dispositivo legal, verificamos, na expressão “expondo a perigo à vida, à 
integridade física ou ao patrimônio de outrem”, que o crime em tela revela-se como de perigo 
concreto, ou seja, deve-se provar no caso concreto a exposição de perigo da conduta aos 
bens jurídicosditados pelo tipo penal.
Ademais, é necessário que este ponha em risco um número indeterminado de pessoas, sen-
do prescindível determinar-se o número de vítimas. Daí, falar-se em crime de perigo comum.
Tipo Subjetivo
A forma trazida no caput é essencialmente dolosa.
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Crimes contra a Incolumidade Pública - Parte I
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
No entanto, há modalidade culposa prevista no preceito secundário do tipo penal, em con-
formidade com mandamento previsto no parágrafo único do art. 18 do CP, que determina que 
um crime só pode ser culposo se tal previsão constar expressamente do tipo penal.
Sujeitos
Ativo: qualquer pessoa. Não exige qualidade especial do sujeito ativo.
Passivo: coletividade. Estamos diante, portanto, de um crime vago (sujeito passivo não 
detém personalidade jurídica própria).
Objeto Material e Jurídico
Qual a pessoa ou coisa em que recai a conduta criminosa?
Conclusão: objeto material será a quantidade de água que ensejou a inundação.
Qual o bem jurídico tutelado pela norma?
Conclusão: objeto jurídico é a incolumidade pública.
Consumação
A consumação se dará quando a inundação propiciar a exposição de perigo à vida, inte-
gridade física ou patrimônio de outrem.
Tentativa
A tentativa é possível, pois, em tese, há possibilidade de fracionamento do iter criminis, 
estamos diante de um crime plurissubsistente (vários atos).
Análise do Preceito Secundário
A pena prevista no caput é de “reclusão de 3 (três) a 6 (seis) anos e multa”.
Logo, podemos tecer as seguintes considerações:
a) Trata-se de um crime de maior potencial ofensivo.
b) Competência da Vara Criminal Comum.
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c) Não caberá transação penal (pena máxima superior a 2 anos, vide art. 76 da Lei n. 
9.099/1995).
d) Não caberá suspensão condicional do processo (pena mínima superior a um ano, vide 
art. 89 da Lei n. 9.099/1995).
e) Possibilidade de prisão preventiva (pena máxima superior a quatro anos, vide arts. 312 
e 313 do CPP).
f) Possibilidade de propositura de Acordo de Não Persecução Penal, se satisfeitos os de-
mais requisitos do art. 28-A do CPP. Devo destacar que tal ponto, com certeza, será objeto de 
divergências e, por ora, não temos entendimentos jurisprudenciais para definir, com seguran-
ça, um entendimento sólido.
Por sua vez, na modalidade culposa a pena passa a ser de “detenção de 6 (seis) meses a 
2 (dois) anos”. Com efeito, vislumbramos as seguintes consequências:
a) O crime é de menor potencial ofensivo (pena máxima inferior a 2 anos, vide art. 61 da 
Lei n. 9.099/1995).
b) Competência do Juizado Especial Criminal.
c) Possibilidade de transação penal, se satisfeitos os demais requisitos legais (pena má-
xima inferior a 2 anos (art. 76 da Lei n. 9.099/1995)).
d) É possível a suspensão condicional do processo (pena mínima igual a 1 ano, se satis-
feitos os demais requisitos legais (art. 89 da Lei n. 9.099/1995)).
e) A assinatura de termo de compromisso impede a lavratura de auto de prisão em fla-
grante (art. 69, parágrafo único, da Lei n. 9.099/1995).
f) Não caberá prisão preventiva.
g) Impossibilidade de propositura de Acordo de Não Persecução Penal, pois é cabível 
transação penal (vide novo art. 28-A, § 2º, CPP).
Ação Penal
Tendo em vista que o tipo penal não apresentou ação penal específica para o delito, segui-
remos a regra de que ela será pública incondicionada.
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Questões Relevantes
a) Inundação e Outros Crimes
Se não restar caracterizada a exposição de perigo a um número indeterminado de pesso-
as, poderá a conduta, a depender do caso, configurar crime de dano ou usurpação de águas 
previsto no art. 161, inciso I, do Código Penal.
b) Homicídio e Inundação
É possível haver concurso de crimes se a conduta do agente, além de trazer a morte da ví-
tima, trouxer também situação de exposição de perigo à vida, integridade física ou patrimônio 
de um número indeterminado de pessoas.
Majorantes do Art. 258 do CP
O art. 258 do CP apresenta aumento de pena para as hipóteses de crimes de perigo co-
mum que, dolosa ou culposamente, ensejem lesão corporal grave ou morte:
Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena 
privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de 
culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se 
a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
perIgo De InunDação
Art. 255. Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo à vida, a inte-
gridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Tipo Objetivo
“Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo à vida, a 
integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir 
inundação.”
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Aqui o agente não dá ensejo a inundação. Neste tipo penal, o agente age sobre obstáculo 
natural ou obra destinada a impedir inundação trazendo situação de perigo à vida, integridade 
física ou patrimônio de outrem.
Crime de Perigo Concreto e Comum
Pela leitura do dispositivo legal, verificamos, na expressão “expondo a perigo à vida, a 
integridade física ou o patrimônio de outrem”, que o crime em tela revela-se como de perigo 
concreto, ou seja, deve-se provar no caso concreto a exposição de perigo da conduta aos 
bens jurídicos ditados pelo tipo penal.
Ademais, é necessário que este ponha em risco um número indeterminado de pessoas, 
sendo prescindível determinar-se o número de vítimas. Daí, falar-se em crime de perigo 
comum.
Norma de Conteúdo Variado, Ação Múltipla ou Tipo Penal Misto Alternativo
O tipo penal traz núcleos verbais alternativos. Assim, se o agente, no mesmo contexto 
fático, pratica mais de um núcleo verbal, responderá por crime único.
Vale relembrar que todas as vezes que você se deparar com uma norma de conteúdo va-
riado, se o agente praticar mais de um núcleo verbal no mesmo contexto fático, responderá 
por crime único. Não confundir com tipo penal misto cumulativo.
Tipo Subjetivo
A forma trazida no caput é essencialmente dolosa.
Não há modalidade culposa prevista no tipo penal.
Sujeitos
Ativo: qualquer pessoa. Não exige qualidade especial do sujeito ativo.
Passivo: coletividade. Estamos diante, portanto, de um crime vago (sujeito passivo não 
detém personalidade jurídica própria).
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Objeto Material e Jurídico
Qual a pessoa ou coisa em que recai a conduta criminosa?
Conclusão: objeto material será o obstáculo natural ou obra destinada a impedir a inun-
dação.
Qual o bem jurídico tutelado pela norma?
Conclusão: objeto jurídico é a incolumidade pública.
Consumação
A consumação se dará quando houver a remoção, destruição ou inutilização do obstáculo 
natural ou da obra ensejando a exposição de perigo à vida, integridade física ou patrimônio 
de outrem.
Tentativa
A tentativa é possível, pois, em tese, há possibilidade de fracionamento do iter criminis, 
estamos diante de um crime plurissubsistente (vários atos).
Análise do Preceito Secundário
A pena prevista no caput é de “reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Logo, podemos tecer as seguintes considerações:
a) O crime passa a ser de médio potencial ofensivo.
b) Competência daVara Comum Criminal.
c) Não caberá Transação Penal (pena máxima superior a 2 anos).
d) É possível a suspensão condicional do processo (pena mínima igual a 1 ano).
e) Não caberá prisão preventiva.
f) Possibilidade de propositura de Acordo de Não Persecução Penal, se satisfeitos os de-
mais requisitos do art. 28-A do CPP. Devo destacar que tal ponto, com certeza, será objeto de 
divergências e, por ora, não temos entendimentos jurisprudenciais para definir, com seguran-
ça, um entendimento sólido.
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Ação Penal
Tendo em vista que o tipo penal não apresentou ação penal específica para o delito, segui-
remos a regra de que ela será pública incondicionada.
Questões Relevantes
Necessidade de Perícia
Todas as vezes que o crime deixar vestígios, é indispensável a realização de perícia, isto 
por força do art. 158 do CPP:
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto 
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Majorantes do Art. 258 do CP
O art. 258 do CP apresenta aumento de pena para as hipóteses de crimes de perigo co-
mum que, dolosa ou culposamente, ensejem lesão corporal grave ou morte:
Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena 
privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de 
culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se 
a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
Com efeito, as majorantes acima se aplicam ao crime em tela.
Desabamento ou Desmoronamento
Art. 256. Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo à vida, a integridade física 
ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.
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Tipo Objetivo
“Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo à vida, a integridade física 
ou o patrimônio de outrem.”
A doutrina apresenta a distinção entre desabamento e desmoronamento da seguinte for-
ma. Desabamento está ligado a edificações (por exemplo, um prédio). Por sua vez, o desmo-
ronamento está ligado ao solo, à terra, ao ato de desagregar algo de um todo.
O desabamento ou desmoronamento podem ser totais ou parciais.
Crime de Ação Livre
O agente pode se valer de qualquer meio para promover o desabamento ou desmoro-
namento.
Crime de Perigo Concreto e Comum
Pela leitura do dispositivo legal, verificamos, na expressão “expondo a perigo à vida, a 
integridade física ou o patrimônio de outrem”, que o crime em tela revela-se como de perigo 
concreto, ou seja, deve-se provar no caso concreto a exposição de perigo da conduta aos 
bens jurídicos ditados pelo tipo penal.
Ademais, é necessário que este ponha em risco um número indeterminado de pessoas, sen-
do prescindível determinar-se o número de vítimas. Daí, falar-se em crime de perigo comum.
Tipo Subjetivo
A forma trazida no caput é essencialmente dolosa.
No entanto, há modalidade culposa prevista no parágrafo único do tipo penal, em confor-
midade com mandamento previsto no parágrafo único do art. 18 do CP, que determina que um 
crime só pode ser culposo se tal previsão constar expressamente do tipo penal.
Sujeitos
Ativo: qualquer pessoa. Não exige qualidade especial do sujeito ativo.
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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
Passivo: coletividade. Estamos diante, portanto, de um crime vago (sujeito passivo não 
detém personalidade jurídica própria).
Objeto Material e Jurídico
Qual a pessoa ou coisa em que recai a conduta criminosa?
Conclusão: objeto material será a edificação ou, eventualmente, o solo, a terra etc.
Qual o bem jurídico tutelado pela norma?
Conclusão: objeto jurídico é a incolumidade pública.
Consumação
A consumação se dará quando o desabamento ou desmoronamento ensejar a exposição 
de perigo à vida, integridade física ou patrimônio de outrem.
Tentativa (conatus)
A tentativa é possível, pois, em tese, há possibilidade de fracionamento do iter criminis, 
estamos diante de um crime plurissubsistente (vários atos).
Na forma culposa trazida no parágrafo único, não cabe tentativa, pois não é possível fa-
lar-se em tentativa em crimes culposos.
Análise do Preceito Secundário
A pena prevista no caput é de “reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Logo, podemos tecer as seguintes considerações:
a) Trata-se de um crime de médio potencial ofensivo.
b) Competência da Vara Criminal Comum.
c) Não caberá transação penal (pena máxima superior a 2 anos, vide art. 76 da Lei n. 
9.099/1995).
d) Possibilidade de suspensão condicional do processo, se preenchidos os demais requi-
sitos legais (pena mínima igual a um ano, vide art. 89 da Lei n. 9.099/1995).
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e) Impossibilidade de prisão preventiva (pena máxima superior a quatro anos, vide arts. 
312 e 313 do CPP).
f) Possibilidade de propositura de Acordo de Não Persecução Penal, se satisfeitos os de-
mais requisitos do art. 28-A do CPP. Devo destacar que tal ponto, com certeza, será objeto de 
divergências e, por ora, não temos entendimentos jurisprudenciais para definir, com seguran-
ça, um entendimento sólido.
Por sua vez, na modalidade culposa a pena passa a ser de “detenção de 6 (seis) meses a 
1 (um) ano”. Com efeito, vislumbramos as seguintes consequências:
a) O crime é de menor potencial ofensivo (pena máxima inferior a 2 anos, vide art. 61 da 
Lei n. 9.099/1995).
b) Competência do Juizado Especial Criminal.
c) Possibilidade de transação penal, se satisfeitos os demais requisitos legais (pena má-
xima inferior a 2 anos (art. 76 da Lei n. 9.099/1995)).
d) É possível a suspensão condicional do processo (pena mínima igual a 1 ano, se satis-
feitos os demais requisitos legais (art. 89 da Lei n. 9.099/1995)).
e) A assinatura de termo de compromisso impede a lavratura de auto de prisão em fla-
grante (art. 69, parágrafo único, da Lei n. 9.099/1995).
f) Não caberá prisão preventiva.
g) Impossibilidade de propositura de Acordo de Não Persecução Penal, pois é cabível 
transação penal (vide novo art. 28-A, § 2º, CPP).
Ação Penal 
Tendo em vista que o tipo penal não apresentou ação penal específica para o delito, segui-
remos a regra de que ela será pública incondicionada.
Questões Relevantes
a) Desabamento sem Gerar Perigo Comum
Se não se constatar situação de perigo comum, o fato pode caracterizar o art. 29 da Lei de 
Contravenções Penais (Decreto-Lei n. 3.688/1941).
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b) Homicídio e Desabamento
É possível haver concurso de crimes de homicídio e perigo de desabamento se a conduta 
do agente, querendo o homicídio por intermédio do desabamento, além de trazer a morte da 
vítima, trouxer também situação de exposição de perigo à vida, integridade física ou patrimô-
nio de um número indeterminado de pessoas.
Majorantes do Art. 258 do CP
O art. 258 do CP apresenta aumento de pena para as hipóteses de crimes de perigo co-
mum que, dolosa ou culposamente, ensejem lesão corporal grave ou morte:
Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena 
privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de 
culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade;se resulta morte, aplica-se 
a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
subtração, oCultação ou InutIlIzação De materIal De salvamento
Art. 257. Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro de-
sastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao 
perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Tipo Objetivo
Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou 
calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de so-
corro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza.
Vamos dividir as condutas em duas espécies:
1. subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro 
desastre ou calamidade aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate 
ao perigo, de socorro ou salvamento;
2. impedir ou dificultar serviço de tal natureza.
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Crime de Perigo Abstrato e Comum
Diante do teor do art. 257 do CP, verifica-se que o crime em tela é de perigo abstrato, ou 
seja, perigo presumido.
Todavia, destaca-se que há corrente que entende, como Rogério Greco, que o crime en-
frentado deve ser concebido como de perigo concreto, pois deve-se demonstrar a lesão ou 
ameaça de lesão ao bem jurídico no caso concreto.
Ademais, é necessário que este ponha em risco um número indeterminado de pessoas, 
sendo prescindível determinar-se o número de vítimas. Daí, falar-se em crime de perigo 
comum.
Tipo Subjetivo
A forma trazida no caput é essencialmente dolosa.
Não há previsão de modalidade culposa. Vale lembrar que, em conformidade com man-
damento previsto no parágrafo único do art. 18 do CP, um crime só pode ser culposo se tal 
previsão constar expressamente do tipo penal.
Sujeitos
Ativo: qualquer pessoa. Não exige qualidade especial do sujeito ativo.
Passivo: coletividade. Estamos diante, portanto, de um crime vago (sujeito passivo não 
detém personalidade jurídica própria).
Objeto Material e Jurídico
Qual a pessoa ou coisa em que recai a conduta criminosa?
Conclusão: objeto material será o material ou qualquer meio destinado a serviço de com-
bate a perigo, de socorro ou salvamento.
Qual o bem jurídico tutelado pela norma?
Conclusão: objeto jurídico é a incolumidade pública.
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Consumação
A consumação se dará quando da prática de qualquer dos núcleos verbais do tipo penal, 
ou seja, na primeira parte do tipo, quando o agente subtrai, oculta ou inutiliza o material e, na 
segunda parte do tipo, quando impede ou dificulta o serviço.
Tentativa
A tentativa é possível, pois, em tese, há possibilidade de fracionamento do iter criminis, 
estamos diante de um crime plurissubsistente (vários atos).
Análise do Preceito Secundário
A pena prevista no caput é de “reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa”.
Logo, podemos tecer as seguintes considerações:
a) Trata-se de um crime de maior potencial ofensivo.
b) Competência da Vara Criminal Comum.
c) Não caberá transação penal (pena máxima superior a 2 anos, vide art. 76 da Lei n. 
9.099/1995).
d) Não caberá suspensão condicional do processo (pena mínima superior a um ano, vide 
art. 89 da Lei n. 9.099/1995).
e) Possibilidade de prisão preventiva (pena máxima superior a quatro anos, vide arts. 312 
e 313 do CPP).
f) Possibilidade de propositura de Acordo de Não Persecução Penal, se satisfeitos os de-
mais requisitos do art. 28-A do CPP. Devo destacar que tal ponto, com certeza, será objeto de 
divergências e, por ora, não temos entendimentos jurisprudenciais para definir, com seguran-
ça, um entendimento sólido.
Ação Penal 
Tendo em vista que o tipo penal não apresentou ação penal específica para o delito, segui-
remos a regra de que ela será pública incondicionada.
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Questões Relevantes
Ausência de Constatação do Perigo Comum
Como sabemos, o delito do art. 257 do CP está inserido no capítulo dos crimes de perigo 
comum, sendo considerado como tal aquele que atinge um número indeterminado de pessoas.
Logo, se houver comprovação de que não houve exposição de perigo a um número inde-
terminado de pessoas com a conduta, o agente responderá por outro crime, mas não pelo art. 
257 do CP. Por exemplo, se houve subtração de material, poderá responder por furto.
Majorantes do Art. 258 do CP
O art. 258 do CP apresenta aumento de pena para as hipóteses de crimes de perigo co-
mum que, dolosa ou culposamente, ensejem lesão corporal grave ou morte:
Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena 
privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de 
culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se 
a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
majorantes – Causas espeCIaIs De aumento para os CrImes De perIgo 
Comum
Formas “qualificadas” de crime de perigo comum
Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena 
privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de 
culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se 
a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
Optamos por comentar por esta hipótese de causa aumento em cada tipo penal deste 
capítulo para chamar sua atenção, razão pela qual não repetiremos.
Vale atenção que apesar de o nome iuris mencionar “formas qualificadas”, não se trata 
de qualificadoras. Como sabemos, nas qualificadoras, a pena mínima e máxima, em abstrato, 
são modificadas. Portanto, se equivocou o legislador ao intitular como qualificadoras as hi-
póteses do art. 258 do CP, pois, em verdade, trata-se de causas de aumento.
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DIfusão De Doença ou praga
Art. 259. Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais de 
utilidade econômica:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Modalidade culposa
Parágrafo único. No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis meses, ou multa.
revogação pelo artIgo 61 Da leI De CrImes ambIentaIs (leI n. 9.605/1998)
O art. 61 da Lei de Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/1998) revogou tacitamente o art. 259 
do CP:
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuá-
ria, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Cuida-se de lei nova que traz benefício ao réu, pois apresenta uma pena menor no preceito 
secundário (novatio legis in mellius).
Capítulo II – Dos CrImes Contra a segurança Dos meIos De ComunICação 
e transporte e outros servIços públICos
perIgo De Desastre ferrovIárIo
Art. 260. Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:
I – destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material rodante 
ou de tração, obra de arte ou instalação;
II – colocando obstáculo na linha;
III – transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou embaraçan-
do o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;
IV – praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Desastre ferroviário
§ 1º – Se do fato resulta

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