Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
12/10/2014 1 Sistema Digestório de Ruminantes Prof. Antônio Dionísio Feitosa Noronha Filho Universidade Federal de Goiás Escola de Veterinária e Zootecnia Disciplina de Clínica Médica de Grandes Animais Indigestões fermentativas Redução inespecífica da atividade motora e fermentativa do rúmen Associada à mudanças repentinas de composição da dieta ou consumo Indigestão simples Fornecimento abrupto de silagem, concentrado, resíduos de agroindústria Alimento deteriorado Alimento mofado no cocho Fibra de baixa digestibilidade Indigestão simples Desequilíbrio da microbiota ruminal: Alimentos que provoquem mudança brusca e acentuada no pH ruminal Presença de fatores antifermentativos Presença de fatores que inibam motilidade reticulorruminal Em qualquer caso, o resultado é uma redução acentuada na fermentação e motilidade ruminal Indigestão simples Sinais clínicos: Apatia Anorexia Diminuição da produção Hipomotilidade ou atonia ruminal Leve timpanismo Indigestão simples 12/10/2014 2 Fezes em menor quantidade e ressecadas Conteúdo ruminal com pH elevado Aumento do tempo de redução do azul de metileno Diminuição da presença e atividade dos protozoários Indigestão simples Diagnóstico: Anamnese e inspeção do ambiente Exame físico Avaliação do conteúdo ruminal Indigestão simples Tratamento: Estímulo à retomada da motilidade e fermentação ruminal Alimento com fonte de fibra de qualidade Transfaunação: 5 litros Tratamento de suporte Indigestão simples Doença causada por redução acentuada do pH ruminal com desequilíbrio da microbiota e efeitos sistêmicos. Acidose ruminal Consumo de concentrado Sistema de alta produtividade Períodos de risco Impacto econômico Acidose ruminal CUNHA (2011) Efeitos sistêmicos Acidose ruminal Mudanças da microbiota e ambiente ruminal Consumo de concentrado/Pouca ruminação Acidose ruminal 12/10/2014 3 •Fermentação lenta •Fermentação rápida http://www.agresearch.co.nz/our-science/plant-forage/metabolisable- energy/Pages/default.aspx http://www.abcomsp.com/products-food-grains.php 70% 20% 10% Perfil de AGV´S Acetato Propionato Butirato 60% 30% 10% Perfil de AGV´S Acetato Propionato Butirato Bactérias celulolíticas se desenvolvem melhor em pH de 6,2 a 6,8 Bactérias amilolíticas se desenvolvem melhor em pH de 5,5 a 6,6 Algumas bactérias metabolizam amido em ácido lático pH ruminal: Parâmetro bioquímico essencial para saúde ruminal Importante para a microbiota e para o animal “Normal”: 5,5-7,0 Acidose subaguda: em torno de 5,5 Acidose aguda: em torno de 5,0 Acidose ruminal Produção/acúmulo de ácidos Neutralização/absorção de ácidos Bactérias lactolíticas Tamponamento salivar Absorção de AGV´s Excesso/acúmulo de ácido lático Excesso/acúmulo de AGV´s Acidose ruminal pH ruminal http://www.agrosoft.org.br/agropag/217268.htm SOUZA (2010) Tipos de grãos Processamento de grãos Acidose ruminal Teor de fibras na dieta Qualidade das fibras Acidose ruminal http://www.msfarming.com/haysales.htm 12/10/2014 4 Adaptação à dietas ricas em concentrado Consumo de grande quantidade de concentrado Acidose ruminal Acidose lática ruminal aguda X Acidose ruminal subaguda Acidose ruminal NOCEK (1997) Sequência de eventos na acidose aguda % M o la r C o n c e n tr a ç ã o , m M Relação entre acúmulo de ácidos e pH ruminal na acidose aguda NAGARAJA & TITGEMEYER(2007) Modificado de NOCEK (1997) Sequência de eventos na acidose subaguda C o n c e n tr a ç ã o , m M % M o la r Relação entre acúmulo de ácidos e pH ruminal na acidose subaguda NAGARAJA & TITGEMEYER(2007) 12/10/2014 5 ACIDOSE RUMINAL Efeitos sistêmicos da acidose ruminal Acúmulo de ácidos orgânicos Aumento da osmolaridade intrarruminal Trânsito de liquido para o rúmen Desidratação e diarréia Acidose ruminal Acidose metabólica: Metabolismo do ácido lático Sinais clínicos Acidose ruminal Ácido latico-L Ácido latico-D Endotoxina: Componente da membrana externa de bactérias Gram – Acidose ruminal Endotoxina e sua localização na membrana externa da bactéria http://www.qiagen.com/plasmid/end otoxins.aspx Endotoxinas: Desequilíbrios da microbiota ruminal Absorvidas ao longo do trato gastrointestinal Induzem resposta da imunidade inata Efeitos clínicos Acidose ruminal Relação com outras doenças do período de transição Acidose ruminal CÂMARA et al. (2010) PEEK & DIVERS (2008) SHAERER et al. (2004) http://www.cvmbs.colostate.edu/ilm/proinfo /calving/notes/damcare.htm 12/10/2014 6 Rumenite Permeabilidade a bactérias piogênicas Abscessos hepáticos Síndrome da veia cava caudal Acidose ruminal VECHIATO (2009) STOBER (2005) Laminite: Reflexo indireto da acidose ruminal Laminite aguda Lesões secundárias Acidose ruminal OSSENT & LISCHER (1998) Acidose ruminal Acidose aguda: Emergência Acomete um ou mais animais Tratamento Acidose subaguda: Efeitos a longo prazo Doença de rebanho Controle Consumo de quantidades excessivas de concentrado pelo animal Evento “acidental” pH ruminal em torno de 5,0 Emergência Acidose ruminal Sinais clínicos: Distensão abdominal com liquido Diarreia Comprometimento sistêmico Acidose ruminal BORGES (2008) Acidose ruminal subaguda: Forma mais comum da doença Episódios diários de acidose ruminal branda pH ruminal em torno de 5,5 Efeitos a longo prazo Acidose ruminal 12/10/2014 7 Sem sinais clínicos específicos Reflexos na produtividade Acidose ruminal http://www.rwn.org.uk/rwn_Cow_Ru men_Buffers.htm CUNHA (2011) Diagnóstico: Histórico Sinais clínicos Exame de conteúdo ruminal Acidose ruminal BORGES (2008) Acidose subaguda: Avaliação do rebanho Avaliação da dieta Acidose ruminal CUNHA (2011) Exame de conteúdo ruminal: Características físicas Características bioquímicas Outros exames laboratoriais Acidose ruminal GROVE-WHITE (2004) Acidose ruminal SILVERIA et al. (2000) OETZEL (2007) Conteúdo e mucosa ruminal em caso de acidose aguda Cicatriz em mucosa ruminal Tratamento: Correção da acidose ruminal Correção da acidose metabólica Reposição de fluidos e eletrólitos Restauração da função ruminal Acidose ruminal 12/10/2014 8 Correção da acidose ruminal: Agentes alcalinizantes Esvaziamento do conteúdo ruminal Acidose ruminal Casos graves: Ruminotomia Acidose ruminal Reposição hídrica e correção da acidose metabólica: Fluidoterapia oral ou intravenosa Restauração da função ruminal: Dieta Transfaunação Acidose ruminalAcidose subaguda: Não possui tratamento específico Controle no rebanho: Manipulação na dieta Aditivos Manejo alimentar Controle e prevenção CUNHA (2011) Relação volumoso X concentrado Qualidade de fibra (FDNe) Acidose ruminal http://www.extension.org/pages/11260/managing-the-total-mixed-ration-to- prevent-problems-in-dairy-cows http://www.ukagriculture.com/farming_pictures/hires_mm_image .cfm?strHRimage=_sep_2002_366.JPG ½ Ionóforos: Eficaz Tampões dietéticos: Bicarbonato Probióticos e prebióticos Aditivos CUNHA (2011) 12/10/2014 9 Manejo alimentar: Adaptação à dietas ricas em concentrado (períodos de risco) Regularidade no fornecimento de alimento Monitoramento de consumo e produtividade Controle e prevenção Doenças do abomaso Doença de origem multifatorial consequente de mudança no posicionamento do abomaso associada à dilatação e atonia do órgão. O deslocamento pode ocorrer à esquerda ou à direita, com ou sem torção Deslocamento do abomaso Primeiras semanas pós- parto Alta produção leiteira Dieta rica em concentrado Sistemas confinados de produção Deslocamento do abomaso CUNHA (2011) Adaptado de KONIG & LIEBICH (2011) e KLEE (2012) Topografia abdominal do bovino com ênfase no abomaso. Vista esquerda (A) e direita (B) A B Topografia abdominal do bovino, vista caudal rúmen abomaso Patogenia: Mudança na topografia das vísceras abdominais ao final da gestação Atonia abomasal Acúmulo de gás Deslocamento de abomaso 12/10/2014 10 Deslocamento de abomaso http://www.ucd.ie/vetanat/images/image.html Vista ventral da topografia abdominal da vaca não prenhe (esquerda) e ao final da gestação (direita) Patogenia: Acúmulo de gás e distensão progressivos levam o abomaso a se deslocar dorsalmente ocupando espaço entre rúmen e parede abdominal esquerda Deslocamento de abomaso Adaptado de COCKCROFT & JACKSON (2004); KLEE (2012) e YAGUE et al. (2014) Doença característica do período de transição Associada à falhas no manejo do período seco e pré- parto Doenças metabólicas Doenças reprodutivas Mastite Deslocamento de abomaso Deslocamento do abomaso Cetose Hipocalcemia Endotoxemia Dieta pobre em fibra: ↓Motilidade abomasal Cetose Hipocalcemia Endotoxemia Doenças debilitantes Falhas de manejo: ↓Ingestão de alimento Dieta rica em concentrado: ↑Gás no lúmen Sinais clínicos: ↓ Consumo alimentar ↓Motilidade ruminal Movimentos ruminais inaudíveis sobre últimos espaços intercostais (auscultação dupla) Deslocamento de abomaso à esquerda 12/10/2014 11 Som metálico à auscultação com percussão (“ping” metálico) Som metálico à auscultação com balotamento Deslocamento de abomaso à esquerda YAGUE et al. (2014) Abaulamento da fossa paralombar esquerda Projeção do abomaso no flanco Fezes: Reduzidas Amolecidas Deslocamento de abomaso à esquerda “Cúpula” do abomaso se projetando no flanco esquerdo Deslocamento de abomaso à esquerda MARINS (2010) Diagnóstico: Histórico Sinais clínicos “Ping” metálico Fluido ruminal Deslocamento de abomaso à esquerda http://research.vet.upenn.edu/Dairy/PhysicalExam /PingonLeft/tabid/4075/Default.aspx Tratamento: Clínico Cirúrgico Suporte Deslocamento de abomaso à esquerda Tratamento clínico: Rolamento do animal e reposicionamento do abomaso Deslocamento de abomaso à esquerda DIRKSEN (2005) 12/10/2014 12 Tratamento cirúrgico: Abomaso ou omentopexia Menor chance de recidiva Deslocamento de abomaso à esquerda Adaptado de EWOLDT & ELDRIDGE (2008) e KLEE (2012) Tratamento de suporte: Fluidoterapia para correção de alcalose metabólica Solução de cálcio Tratamento da cetose Transfaunação Deslocamento de abomaso à esquerda Prevenção: Dieta Manejo adequado das vacas no período de transição Deslocamento de abomaso à esquerda CUNHA (2011) Ocorre com menor frequência que DAE Se inicia com uma dilatação e progride para uma torção ou vôlvulo Geralmente de curso agudo e com maior comprometimento sistêmico Deslocamento de abomaso à direita Patogenia: Mesmos fatores de risco que DAE Deslocamento de abomaso à direita Adaptado de NICKEL (1973) Deslocamento de abomaso à direita KLEE (2012) 12/10/2014 13 Após torção: Acúmulo de líquido Comprometimento circulatório Desequilíbrio hidroeletrolítico e ácido-base Evolução para isquemia e necrose abomasal Deslocamento de abomaso à direita KLEE (2012) Sinais clínicos: Apatia e anorexia ↑Frequência cardíaca Desidratação Desconforto abdominal ↓Temperatura Fezes amolecidas e enegrecidas Deslocamento de abomaso à direita CÂMARA et al. (2010) Som metálico à auscultação com percussão (“ping” metálico) Som metálico à auscultação com balotamento Deslocamento de abomaso à direita CÂMARA et al. (2010) Deslocamento de abomaso à direita Diagnóstico: Histórico Sinais clínicos “Ping” metálico Fluido ruminal http://research.vet.upenn.edu/Dairy/PhysicalExam /PingonLeft/tabid/4075/Default.aspx Tratamento: CIRURGIA TRATAMENTO DE SUPORTE Deslocamento de abomaso à direita Tratamento de suporte: FLUIDOTERAPIA Solução de cálcio Tratamento da cetose Transfaunação Deslocamento de abomaso à esquerda 12/10/2014 14 Prognóstico: Reservado a desfavorável dependendo da estado em que o animal se encontra Prevenção: Semelhante à DAE Deslocamento de abomaso à direita http://www.vet.uga.edu/ivcvm/courses/vpat5215/digestive/wee k02/gastric/gastric04a.htm Lesão de extensão e profundidade variável que se inicia na mucosa do abomaso e pode atingir toda as camadas perfurando o órgão Úlcera de abomaso Patogenia: Hiperacidez abomasal Falhas na barreira mucosa Lesão inicial na mucosa abomasal Ação agressiva do suco gástrico nos tecidos expostos Número e extensão das úlceras varia Úlcera de abomaso Fatores de risco: Períodos/situações de estresse: Transporte, mudanças frequentes de rotina, doenças debilitantes Uso prolongado/em altas doses de antiinflamatórios não esteroidais Dieta rica em concentrado Úlcera de abomaso Classificação em quatro tipos: Tipo I: ulceração superficial com pouco sangramento Tipo II: ulceração profunda com sangramento profuso (lesão de vaso calibroso da parede abomasal) Tipo III: úlcera perfurante com peritonite local Tipo IV: úlcera perfurante com peritonite difusa Úlcera de abomaso Sinais clínicos Melena Palidez de mucosa Dor abdominal Úlcera de abomaso 12/10/2014 15 Úlcera de abomaso YAGUE et al. (2014) Úlcera de abomaso BRAUN (2005) Úlcera de abomaso https://secure.vet.cornell.edu/nst/nst.asp?Fun=Image&imgID=16171 Úlcera de abomaso https://secure.vet.cornell.edu/nst/nst.asp?Fun=Image&imgID=16170 Úlcera de abomaso https://secure.vet.cornell.edu/nst/nst.asp?Fun=Image&imgID=251 Diagnóstico: Histórico Sinais clínicos Nem sempre é detectado Úlcera de abomaso 12/10/2014 16 Tratamento: Anemia aguda: Transfusão sanguínea Antiácidos Antagonistas de receptores H2 Inibidores da bomba de prótons Úlcera de abomaso Prevenção: Controle dos fatores de risco Uso racional de medicamentos antiinflamatórios Úlcera de abomaso OBRIGADO
Compartilhar