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Prof. Paulo Younes
Aula 02
TEORIA DA PENA
Regras do regime fechado
1) exame criminológico: no início de cumprimento de pena para que se individualize a execução segundo reza os arts. 34, caput, CP e 8.º, caput, LEP. No entanto, o exame criminológico foi abolido pela lei n.º 10.792/03 para efeito de progressão de regime, livramento condicional, indulto e comutação de penas (art. 112 e parágrafos da LEP).
2) trabalho interno: durante o dia, de acordo com suas aptidões. A finalidade é educativa e produtiva (art. 28 LEP). É remunerado (não inferior a ¾ do salário mínimo) – arts. 39 CP e 29 LEP. Têm direito aos benefícios da Previdência Social – arts. 39 CP e 41, III LEP. O trabalho interno é dever do preso, sob pena de falta grave – arts. 31, 39, V e 50, VI, LEP. Jornada não inferior a 6, nem superior a 8 horas, com descanso nos domingos e feriados – art. 33 LEP. A cada 3 dias trabalhados, desconta-se 1 dia de pena (remição – art. 126 LEP). Aplicada falta grave, perderá todo o tempo remido – art. 127 LEP.
3) trabalho externo: é admissível em serviços e obras públicas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina (arts. 34, p. 3.º CP e 36 LEP), sendo o limite máximo de presos, de 10% do total dos empregados da obra. Requisitos: aptidão, disciplina, responsabilidade e cumprimento de 1/6 da pena, além da autorização administrativa do diretor do estabelecimento.
Regras do Regime semi-aberto
1) exame criminológico: prevalece o entendimento da não obrigatoriedade de sua realização, diante da regra contida no art. 8.º, parágrafo único da LEP, por ser posterior ao art. 35 do CP.
2) trabalho: as mesmas regras do regime fechado, desenvolvido no interior da colônia penal, com maior liberdade.
3) autorizações de saída: I - permissão: art. 120 LEP, condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi- aberto poderão obtê-la nos seguintes casos: a) falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; b) necessidade de tratamento médico (a permissão é de competência do diretor do estabelecimento prisional). II – saída temporária: art. 122 LEP, aos condenados que cumprem pena em regime semi-aberto, sem vigilância direta, nos seguintes casos: visita à família, freqüência a cursos supletivos ou profissionalizantes e/ou participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. Não se aplica ao preso em regime fechado. Requisitos: comportamento adequado, cumprimento mínimo de 1/6 da pena, compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. Competência do juízo da execução – art. 66, IV e 123, caput, LEP. Prazo – art. 124 LEP – não superior a 7 dias, podendo ser renovado por mais quatro vezes durante o ano, com exceção das atividades discentes. Revogação da medida – art. 125 LEP.
4) remição: é o direito que o condenado em regime fechado ou semi-aberto tem de, a cada 3 dias de trabalho, descontar um dia de pena. Será declarada pelo juiz da execução, ouvido o MP. Somente será considerada a jornada completa (entre 6 a 8 horas de trabalho diário). No caso de falta grave, o condenado perderá o direito ao tempo remido. O tempo remido será computado para fins de livramento condicional – arts. 127 e 128 LEP.
Regras do regime aberto
1) requisitos: autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, somente podendo ingressar nesse regime se estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo, apresentar mérito para a progressão e aceitar as condições impostas pelo juiz – arts. 113 e 114 LEP. 
2) condições: obrigatórias: arts. 115, I a IV LEP; especiais: art. 116 LEP (impostas pelo juiz).
3) casa do albergado: art. 93 LEP.
4) prisão-albergue domiciliar: art. 117 LEP – nova modalidade de prisão em que o condenado em regime aberto pode cumprir a pena em sua residência: hipóteses: condenado maior de 70 anos; condenado acometido de doença grave; condenada gestante; condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental.
5) inexistência de casa do albergado na comarca: pelo entendendo de que o condenado não pode ser punido pela ineficácia do Estado, vem-se posicionando o STJ, autorizando o cumprimento da pena em regime de prisão-albergue domiciliar.
Penas Privativas de Liberdade
Direitos do Preso: o preso conserva todos os direitos não atingidos pela condenação – arts. 38 CP e 3.º da LEP.
A LEP preocupou-se em assegurar ao condenado todas as condições para a harmônica integração social, por meio de sua reeducação e da preservação de sua dignidade – art. 1.º LEP.
Segundo os ensinamentos de Renato Flávio Marcão, em sua Lei de Execução Penal Anotada, “contém o art. 1.º duas ordens de finalidades: a correta efetivação dos mandamentos existentes nas sentenças ou outras decisões, destinadas a reprimir e a prevenir os delitos, e a oferta de meios pelos quais os apenados e os submetidos às medidas de segurança venham a ter participação construtiva na comunhão social.”
1- Direito à vida - (...) é o direito de não ter interrompido o processo vital, senão pela morte espontânea e inevitável (José Afonso da Silva). Se a Constituição proíbe a imposição da pena de morte ao condenado, mesmo após o devido processo legal, o Estado deve garantir a vida do preso durante a execução da pena.
2 – Direito à integridade física e moral – arts. 5.º, III e XLIX da CF, arts. 3.º e 40 da LEP e art. 38 do CP.
3 – Direito à igualdade – arts. 5.º, caput, e inciso I, 3.º, IV da CF e 2.º, p. único e 3.º, p. único LEP.
4 – Direito à liberdade de pensamento e convicção religiosa – arts. 5.º, IV, VI, VII, VIII, IX e 220 da CF e 24 e parágrafos da LEP.
5 – Direito à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e imagem – arts. 5.º, X da CF e 39, III, 41, VIII, XI da LEP.
6 – Direito à educação e à cultura – arts. 205 e 215 da CF e 11, IV e 17 a 21 da LEP.
7 – Direito à indenização por erro judiciário – arts. 5.º, LXXV e 630 do CPP.
8 – Direito à alimentação, vestuário e alojamento com instalações higiênicas - arts. 12 e 13 LEP.
9 – Direitos políticos – art. 15, III da CF: a condenação transitada em julgado acarreta a suspensão dos direitos políticos enquanto durarem seus efeitos. Este artigo é auto-executável. Ocorre mesmo no caso de concessão do sursis.
Superveniência de doença mental: transferência do condenado para hospital de custódia e tratamento psiquiátrico e a pena poderá ser substituída por uma medida de segurança( arts. 41 CP e 183 LEP), sob pena de caracterização do crime de constrangimento ilegal (art. 146 CP).
Detração penal (art. 42 CP): é o cômputo, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, do tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em hospital de custódia e tratamento ou estabelecimento similar (Fernando Capez).
A detração é matéria de competência exclusiva do juízo da execução (art. 66, III, c LEP).
Prisão provisória: é o tempo em que o réu esteve preso em flagrante, por força de prisão preventiva ou de prisão temporária, de sentença condenatória recorrível ou de pronúncia.
Detração em pena de multa: não é admitida.
Detração e sursis: impossível a diminuição de uma pena que nem sequer está sendo cumprida, por se encontrar suspensa. Se revogado o sursis, a conseqüência é o cumprimento imediato da pena privativa de liberdade aplicada na sentença, computando-se aí a detração.
Detração em penas restritivas de direitos: apesar da omissão observada na lei, o entendimento dominante é pela sua possibilidade. Argumento favorável: se o condenado a uma pena privativa de liberdade faz jus ao benefício, com mais razão, aquele que recebe uma conversão de pena privativa de liberdade em restritiva de direitos também deverá ser beneficiado.
Prisão provisória em outro processo: é possível descontar o tempo de prisão provisória de um processo, cuja sentença foi absolutória, em outro processo de decisão condenatória, desdeque o crime pelo qual o réu foi condenado tenha sido praticado antes da prisão no processo em que o réu foi absolvido, para evitar que o agente fique com um crédito para com a sociedade (entendimento dominante).
Questões.
1- Quais as espécies de penas privativas de liberdade?
2- Quais os tipos de regimes penitenciários?
3- Na pena de detenção existe o regime fechado?
4- Quando é admitida a prisão-albergue domiciliar?
5- O agente é condenado a um crime hediondo, sendo que, na sentença, o juiz não fixou o regime inicial de cumprimento de pena. Qual a solução?
6- O que é a remição? Caso o Estado não cumpra com sua obrigação, consistente em atribuir trabalho ao preso, qual a conseqüência?
7- O que se entende por detração?
8- O que se entende por prisão provisória?
9- É possível a ocorrência de detração caso o réu, preso provisoriamente, venha a ser condenado por uma pena restritiva de direitos, como por exemplo, uma prestação de serviços à comunidade? Por quê?
10- Aquele que se encontra preso provisoriamente terá os seus direitos políticos cassados? Por quê?

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