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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA (UNIPÊ) DISCIPLINA DE CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL CARLOS ALISSON ARAGÃO BEZERRA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS VEDAÇÕES VERTICAIS INTERNAS EM DRYWALL E A ALVENARIA TRADICIONAL DE BLOCOS CERÂMICOS JOÃO PESSOA 2018 CARLOS ALISSON ARAGÃO BEZERRA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS VEDAÇÕES VERTICAIS INTERNAS EM DRYWALL E A ALVENARIA TRADICIONAL DE BLOCOS CERÂMICOS Estudo comparativo apresentado à Disciplina de Construção de Edifícios no curso de Graduação em Engenharia Civil no Centro Universitário de João Pessoa, como requisito para obtenção da nota da segunda avaliação. Orientador: Prof. Clovis dos Santos Lima Netto. JOÃO PESSOA 2018 SUMÁRIO 1. Introdução 1 2. Vedações verticais internas 3 2.1 Definição de drywall 4 2.1.1 Materiais, componentes, equipamentos e ferramentas para execução das vedações verticais internas em drywall 5 2.1.1.1 Chapas de gesso 5 2.1.1.2 Perfis metálicos em aço galvanizado 6 2.1.1.3 Fixações (parafusos e buchas) 8 2.1.1.4 Massa para juntas e massa para colagem 11 2.1.1.5 Fitas 11 2.1.1.6 Acessórios 12 2.1.1.7 Lã mineral 13 2.1.1.8 Ferramentas necessárias para a montagem 14 2.1.2 Normas de drywall no Brasil 17 2.2 Definição de alvenaria 19 2.3 Classificação das vedações verticais internas 20 2.4 Funções das vedações verticais internas 21 2.5 Requisitos e critérios de desempenho das vedações verticais internas 22 2.5.1 Norma de desempenho - NBR 15575 de 2013 23 2.6 Comparativo de alvenaria de blocos cerâmicos x Drywall 25 2.6.1 Desempenho acústico 26 2.6.2 Segurança ao fogo 31 2.6.3 Custos totais 35 3. Método construtivo das vedações verticais internas em drywall 39 4. Conclusão 63 5. Referências 64 1 INTRODUÇÃO O setor da construção civil é um dos mais importantes para o desenvolvimento de um país. No Brasil, segundo a Federação das Indústrias do Distrito Federal – FIBRA (2017), este setor é responsável por 6,2% do PIB, gera 2,6 bilhões de vagas de emprego, 24% do total, além de estar ligado diretamente ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) pois é responsável pelas melhorias na infraestrutura do país e de suas unidades habitacionais. Em contrapartida a indústria da construção civil é campeã na geração de resíduos, impulsionada pelo seu crescimento registrado desde o final da década de 90 e aliado ao fato de ser uma das indústrias mais artesanais que há no Brasil. Isto ocorre tanto pelo tradicionalismo no setor, pois há grande resistência na adoção de novas tecnologias, quanto pela falta de especialização e despreparo da mão de obra. O cenário mundial onde o desenvolvimento sustentável é cada vez mais valorizado e cobrado, aliado às necessidades do setor de aumentar a produtividade, ao mesmo tempo que precisa entregar um produto de qualidade e em menor prazo para um consumidor que passa a ser mais exigente, tornam a racionalização nos métodos construtivos, redução de desperdícios, lean construction, entre outras ações que visam a competitividade, imprescindíveis para a evolução do segmento. O Código de Defesa do Consumidor passou a ser um poderoso aliado dos consumidores, que ganharam mais um defensor quando o assunto são edificações habitacionais. A “NBR 15575 – Edificações Habitacionais – Desempenho”, que entrou em vigor no ano de 2013, trouxe consigo diversas novas exigências para garantir a segurança e a qualidade destas obras, assim como o conforto de seus consumidores. Dessa forma, a empresa construtora que deseja não só permanecer, mas como ganhar vantagem competitiva no mercado deve procurar meios de produzir pelo menor custo e tempo, sem perder a qualidade exigida para o produto. A vedação vertical tradicional, em alvenaria, representa de 3 a 6% do custo de um edifício (BARROS, 1998), porém quando levamos em consideração outros fatores aos quais ela está relacionada, como os subsistemas de impermeabilização, instalações prediais, esquadrias e revestimentos, percebemos que muitos outros benefícios são alcançados com a sua racionalização, como o aumento da produtividade, redução nas espessuras das vedações e diminuição das manifestações patológicas, tanto da alvenaria quanto dos subsistemas relacionados a ela. Dentre as tecnologias de racionalização que têm surgido para industrializar e tornar a construção civil uma indústria menos artesanal, podemos destacar o sistema de vedações verticais de chapas de gesso acartonado, conhecido popularmente no Brasil como drywall. O principal componente deste sistema foi inventado nos Estados Unidos no ano de 1898, por Augustine Sackett, que consiste em uma chapa com núcleo de gesso natural revestida com cartão duplex (FARIA, 2008). Nos Estados Unidos foi disseminado o uso do gesso acartonado em divisórias internas de casas e escritórios por volta de 1940, enquanto que no Brasil esta tecnologia chegou na década de 70, com a instalação da empresa estrangeira Lafarge Gypsum, primeira fábrica de chapas de gesso acartonado do país, na cidade de Petrolina, em Pernambuco. Esta fornecia placas tanto para serem utilizadas em divisórias internas, quanto para forros (FARIA, 2008). Porém essa tecnologia somente começou a ser disseminada no meio da construção civil no início da década de 90, quando a Método Engenharia, empresa construtora de São Paulo, passou a divulgar e comercializar as divisórias de chapa de gesso acartonado como uma inovação tecnológica importada (SOUSA, 1992). Motivadas pelas perspectivas do aumento de consumo de seus componentes, outras duas grandes empresas estrangeiras fabricantes de chapas de gesso acartonado, a Placo do Brasil e a Knauf, instalaram-se no Brasil ainda na década de 90 (RICHERS, 1998). Diante dos fatos apresentados observamos que três grandes fabricantes estrangeiros se consolidaram no país acreditando na popularização de seus produtos visto que já são largamente utilizados na América do Norte, Europa e Ásia. Mesmo cerca de cinquenta anos após a chegada da tecnologia de vedações verticais internas de chapas de gesso acartonado no Brasil, esta ainda não se popularizou nem muito menos dominou o mercado da construção civil, como já aconteceu em outros continentes. Como algumas das possíveis causas podemos destacar o desconhecimento a respeito de sua tecnologia de produção e do seu comportamento, o que torna ainda mais relevantes estudos sobre este assunto. Em uma edificação podemos identificar dois grupos de vedações verticais: aquelas localizadas no interior dos ambientes, nomeadas de vedações verticais internas, e aquelas que fazem parte da vedação externa do edifício. Por ocuparem posições diferentes, estes dois grupos estão expostos à condições e solicitações distintas e, portanto, apresentam características e exigências que se diferem entre os grupos. Este trabalho aborda a utilização das chapas de gesso acartonado como parte do sistema de vedação vertical interna. 2 VEDAÇÕES VERTICAIS INTERNAS Uma edificação é composta por vários sistemas que, apesar de em sua maioria cumprirem com funções diferentes, eles inter-relacionam-se dentro do edifício como exigênciapara um desempenho satisfatório. Dentro dos vários sistemas que existem em uma edificação, um deles é o sistema de vedação vertical, responsável por compartimentar e definir os ambientes internos, e fornecer proteção lateral contra agentes indesejáveis, como intempéries, animais e invasores (SABBATINI; FRANCO, 1997). Com relação à vedação vertical interna, podemos defini-la como sendo aquelas responsáveis por delimitar o volume de cada ambiente de modo satisfatório, ou seja, satisfazendo todos os requisitos para o qual foi feita, como conforto acústico, térmico, resistência às chamas etc. Outro requisito importante para a empresa construtora é o custo, determinado tanto pelos serviços diretos quanto pela produção e interação com os demais sistemas do edifício. É importante também definirmos diferentes termos que são comumente utilizados para referirmo-nos a um mesmo objeto, e entendermos, caso haja, as diferenças entre eles, como é o caso de “parede” e “divisória”. Parede, segundo a norma inglesa BS 6100 (BSI, 1992), é uma construção vertical de alvenaria ou concreto que limita ou subdivide um espaço, podendo ou não desempenhar alguma função estrutural dentro da edificação além de sustentar o seu próprio peso. Segundo a mesma norma, BS 6100 (BSI, 1992), divisória é uma construção vertical utilizada em ambientes internos e sem função estrutural. Já a norma brasileira NBR 11678 (ABNT, 2016) traz a definição de divisórias leves internas moduladas (DLIM) como sendo um “sistema construtivo que separa os espaços internos de uma edificação, compartimentando e/ou definindo os ambientes, estendendo-se do piso ao teto, sendo construído por painéis modulares e seus componentes, com massa não superior a 60 kg/m²”. Analisando as definições tanto da norma inglesa quanto da norma brasileira chegamos à conclusão de que as vedações de chapas de gesso acartonado encaixam-se no conceito de divisória, e não de parede, apesar de não serem um painel modular. 2.1 Definição de drywall O termo drywall tem sua origem nos Estados Unidos e sua tradução significa “parede seca”. No país de origem, este termo é utilizado para referir-se aos fechamentos empregados na construção a seco que têm função de compartimentar e separar os ambientes internos de edifícios, que podem ser compostos tanto por chapas de gesso acartonado quanto por chapas de madeira compensada (STEIN, 1980). Já a construção a seco é aquela onde não se utiliza argamassa, onde os materiais utilizados geralmente encontram-se sob a forma de chapas ou painéis, encaixados e/ou montados, garantindo uma execução mais rápida e limpa quando comparado com os outros métodos executivos mais tradicionais. Através da definição do termo, podemos instantaneamente chegar à conclusão que o termo drywall é utilizado no Brasil de maneira diferente do local onde se originou, tanto pela comunidade técnica quanto pelo restante da população, pois no país o termo drywall é utilizado para definir um sistema de construção de vedações verticais a seco, com chapas especificamente de gesso acartonado utilizadas como fechamento e todos os outros componentes necessários para a sua execução. Como comodidade e com a intenção de aproximar o leitor do conteúdo exposto neste trabalho, o termo drywall será utilizado quando nos referirmos à tecnologia que substitui as vedações internas convencionais (paredes de blocos cerâmicos, concreto etc) de edifícios de quaisquer tipos, consistindo de chapas de gesso acartonado aparafusadas em estruturas de perfis de aço galvanizado. Uma das características mais marcantes que diferem o sistema de vedações em drywall das tradicionais alvenarias, é o fato de que as instalações elétricas e hidráulicas devem ser executadas em conjunto à instalação das placas de gesso. Pode ser proveitoso para a obra pois elimina os custos com a execução de rasgos e preenchimento dos mesmos, diminui o desperdício e torna o local de trabalho mais limpo, porém as diferentes equipes de execução devem estar devidamente treinadas para que o processo executivo funcione de forma otimizada evitando retrabalhos e atrasos. O principal componente do drywall são as chapas de gesso acartonado, material que fará o papel de vedação e fechamento das divisórias. Existem três tipos de chapas deste tipo utilizadas no mercado nacional, são elas: ST - Standard (Chapas brancas utilizadas em ambientes secos), RU - Resistente à umidade (Chapas verdes utilizadas em ambientes internos que são considerados úmidos) e RF - Resistente ao fogo (Chapas rosas que atendem requisitos específicos de propagação de incêndio) (GYPSUM, 2012). 2.1.1 Componentes das divisórias em drywall Para melhor compreender a definição deste sistema construtivo de vedações verticais, assim como todos os critérios e requisitos que o envolvem é necessário primeiramente ter conhecimento dos materiais e componentes do drywall, assim como os equipamentos e ferramentas necessárias para a sua execução. Além de conhecer os elementos é importante também saber de suas características, visto que o mesmo componente pode estar disponível em diferentes materiais no mercado, o que exige tanto do projetista, como do construtor e executor, conhecimento suficiente para diferenciar as diferentes situações onde serão empregados os respectivos materiais necessários. Segundo a Associação Brasileira de Drywall (2000), podemos então dividir os componentes da seguinte forma: • Chapas de gesso; • Perfis metálicos em aço galvanizado; • Fixações (parafusos e buchas); • Massa para juntas e massa para colagem; • Fitas; • Acessórios; • Lã mineral; • Ferramentas necessárias para a montagem. 2.1.1.1 Chapas de gesso São chapas fabricadas industrialmente mediante um processo de laminação contínua de uma mistura de gesso, água e aditivos entre duas lâminas de cartão, em que uma é virada sobre as bordas longitudinais e colada sobre a outra (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL, 2000). Elas devem ser produzidas seguindo as orientações da ABNT NBR 14715 de 2010. As chapas se diferenciam, segundo as normas vigentes, em três tipos: standard (ST), resistente à umidade (RU) e resistente ao fogo (RF), como podemos observar na figura a seguir. Figura 1 – Tipos de chapas de gesso acartonado Fonte: Associação Brasileira de Drywall Segundo a GYPSUM CORPORATION (1997) podemos também dividir as chapas quanto as suas bordas. A figura a seguir mostra os diferentes tipos de bordas que podemos encontrar nas chapas de gesso acartonado. Figura 2 – Tipos de bordas Fonte: Gypsum Porém, no Brasil, é mais comum encontrarmos chapas com dois tipos de bordas: rebaixada e quadrada (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL, 2000). Figura 3 – Tipos de bordas mais comuns no Brasil Fonte: Associação Brasileira de Drywall 2.1.1.2 Perfis metálicos em aço galvanizado São perfis fabricados industrialmente mediante um processo de conformação contínua a frio, por sequência de rolos a partir de chapas de aço galvanizadas pelo processo de imersão a quente (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL, 2000). Estas devem ser fabricadas de acordo com a ABNT NBR 15217 de 2018. Os perfis são divididos em guias, montantes, canaletas, cantoneiras, tabicas, longarinas e travessas que se diferenciam entre si não só no formato, como também nas dimensões e na utilização, como mostra a figura a seguir. Figura 4 – Tipos de perfis Fonte: Associação Brasileira de Drywall2.1.1.3 Fixações (parafusos e buchas) Fixações são a denominação dada para as peças utilizadas com o objetivo de fixar os componentes dos sistemas drywall entre si ou para fixar os perfis metálicos nos elementos construtivos (lajes, vigas pilares, etc.) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL, 2000). A Associação Brasileira de Drywall destaca diferentes maneira para fixação dos elementos do sistema construtivo, tanto em peças estruturais quanto entre os componentes do sistema drywall. Primeiramente, podemos destacar que a fixação dos perfis metálicos nas peças estruturais pode ser realizada com as seguintes peças e das seguintes maneiras: • Buchas plásticas e parafusos com diâmetro mínimo de 6 mm; • Rebites metálicos com diâmetro mínimo de 4 mm; • Fixações à base de ‘tiros’ com pistolas específicas para esta finalidade; • Em casos específicos a fixação das guias pode ser feita com adesivos especiais. As fixações dos componentes dos sistemas drywall entre si se dividem basicamente em dois tipos: • Fixação dos perfis metálicos entre si (metal/metal); • Fixação das chapas de gesso sobre os perfis metálicos (chapa/metal). Duas características importantes dos parafusos que são interessantes de se observar são: a cabeça e a ponta. A cabeça do parafuso, que pode ser em lentilha, panela ou trombeta, irá definir o tipo de material a ser fixado, como mostra a figura a seguir. Figura 5 – Cabeças de parafusos Fonte: Associação Brasileira de Drywall Enquanto que a ponta do parafuso varia de acordo com a espessura da chapa a ser perfurada, como mostra a figura abaixo. Figura 6 – Pontas de parafusos Fonte: Associação Brasileira de Drywall Qualquer parafuso especificado para ser utilizado no sistema construtivo de divisórias em drywall precisa atender a algumas exigências, como ser resistente à corrosão e garantir a utilização do parafuso correto para as diferentes fixações (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL, 2000). Na tabela a seguir podemos observar os diferentes tipos de parafusos de acordo com a sua utilização. Figura 7 – Tipos de parafusos Fonte: Associação Brasileira de Drywall 2.1.1.4 Massa para juntas e massa para colagem Na execução das divisórias em drywall utiliza-se dois tipos de massa que variam de acordo com o seu objetivo. São elas a massa para juntas, específicas para o tratamento das juntas entre diferentes chapas de gesso, tratamento dos encontros entre as chapas e o suporte (alvenarias ou estruturas de concreto), além do tratamento das cabeças dos parafusos, e aquela utilizada para colagem (fixação) das chapas de gesso diretamente sobre os suportes verticais (alvenarias ou estruturas de concreto) e para pequenos reparos nas chapas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL, 2000). As massas para juntas são também conhecidas como massas de rejunte, e sua utilização deve ser acompanhada com a fita correta. A entidade ainda alerta que é extremamente importante não substituir a massa, seja ela para juntas ou para colagem, por qualquer outro material, como gesso em pó ou massa corrida de pintura. A figura a seguir mostra os diferentes tipos de massa de acordo com sua utilização. Figura 8 – Tipos de massas Fonte: Associação Brasileira de Drywall 2.1.1.5 Fitas As fitas utilizadas na tecnologia drywall são componentes utilizados no acabamento e para melhorar o desempenho deste sistema de vedações verticais (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL, 2000). A figura a seguir mostra os tipos essenciais e mais comuns de fitas encontrados no mercado para o sistema drywall. Figura 9 – Tipos de fitas Fonte: Associação Brasileira de Drywall 2.1.1.6 Acessórios Alguns acessórios são indispensáveis para a correta execução das divisórias em drywall. Eles normalmente são utilizados para a sustentação mecânica dos subsistemas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL, 2000). As figuras abaixo mostram alguns dos acessórios mais comuns encontrados no mercado, porém vale ressaltar que diferentes peças podem ser criadas e disponibilizadas de acordo com o fabricante para as mesmas utilizações. Figura 10 – Acessórios Fonte: Associação Brasileira de Drywall Figura 11 – Acessórios Fonte: Associação Brasileira de Drywall 2.1.1.7 Lã mineral A lã mineral é utilizada nas divisórias entre as chapas de gesso, nos revestimentos entre as chapas de gesso e no suporte ou nos forros sobre as chapas de gesso, com o objetivo de aumentar o isolamento termo acústico, podendo ser constituída tanto de lã de vidro quanto por lã de rocha (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL, 2000). Este tipo de material pode ser encontrado no mercado tanto em forma de feltro quanto na de painéis, com dimensões variáveis como mostra a tabela a seguir. Figura 12 – Tipos de lãs mineirais Fonte: Associação Brasileira de Drywall 2.1.1.8 Ferramentas necessárias para montagem Por último, mas não menos importante, existem as ferramentas de trabalho que sem elas não seria possível a montagem das divisórias em drywall, apesar de não fazerem parte da estrutura. Elas são utilizadas em diferentes etapas da construção, desde a medição, marcação e alinhamento dos sistemas, no corte das chapas, no parafusamento, no preparo das massas, para cortes e aberturas nos diferentes componentes do sistema, fixação em geral, posicionamento das chapas, tratamento das juntas, etc. As figuras abaixo demonstram as diferentes ferramentas e suas respectivas utilizações na execução do sistema construtivo. Figura 13 – Ferramentas para montagem e execução Fonte: Associação Brasileira de Drywall Figura 14 – Ferramentas para montagem e execução Fonte: Associação Brasileira de Drywall Figura 15 – Ferramentas para montagem e execução Fonte: Associação Brasileira de Drywall 2.1.2 Normas de drywall no Brasil A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através de um Dossiê Técnico publicado em 27 de janeiro de 2016 na cidade de São Paulo, levantou todas as normas referentes à tecnologia drywall com chapas de gesso de sua autoria, são elas: • ABNT NBR 14715-1:2010 - Chapas de gesso para drywall - Parte 1: Requisitos; Gypsum plasterboards for drywall - Part 1: Requirements; Escopo: Esta Parte da ABNT NBR 14715 especifica os requisitos para as chapas de gesso para drywall destinadas à execução de paredes, forros e revestimentos internos não estruturais; • ABNT NBR 14715-2:2010 - Chapas de gesso para drywall - Parte 2: Métodos de ensaio; Gypsum plasterboards for drywall - Part 2: Testing methods; Escopo: Esta Parte da ABNT NBR 14715 estabelece os procedimentos laboratoriais para a determinação das características geométricas e físicas, e os métodos de ensaio que devem ser aplicados para ensaiar as chapas de gesso para drywall, a fim de verificar o seu atendimento à ABNT NBR 14715-1; • ABNT NBR 15758-1 - Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall – Projeto e procedimentos executivos para montagem – Parte 1: Requisitos para sistemas usados como paredes; • ABNT NBR 15758-2 - Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall – Projeto e procedimentos executivos para montagem – Parte 2: Requisitos para sistemas usados como forros; • ABNT NBR 15758-3 - Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall – Projeto e procedimentosexecutivos para montagem – Parte 3: Requisitos para sistemas usados como revestimentos; Podemos destacar também a ABNT NBR 15575, mais conhecida como “Norma de Desempenho”, que estabelece requisitos mínimos de desempenho, vida útil e de garantia para os sistemas que compõem os edifícios (ABNT NBR 15575 2013), e a ABNT NBR 15217, que por usa vez estabelece os requisitos e métodos de ensaio para os perfilados de aço utilizados nos sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall, destinados a montagens de paredes, forros e revestimentos internos não estruturais (ABNT NBR 15217, 2018). Além das normas da ABNT vale ressaltar que em 2000 foi criada a Associação Brasileira de Drywall, responsável por disponibilizar em seu site muitos materiais úteis tanto para fornecedores, quanto para as empresas construtoras e usuários em geral do sistema de vedações em drywall. Dentre o conteúdo disponível vale chamar atenção para os manuais de: fixação, de projeto, de acústica, de pintura e de resíduos, abertos para qualquer interessado em se aprofundar no assunto. No Brasil, como já foi ressaltado, existem várias empresas responsáveis pela produção e fornecimento dos materiais necessários à execução das divisórias em drywall. Diferente do que ocorre com a alvenaria, a maioria das empresas disponibilizam gratuitamente um acervo completo com catálogos, publicações técnicas (fichas técnicas, manuais, informações de segurança, etc), dicas e até mesmo ensaios e testes feitos com seus produtos que comprovem sua qualidade, além de disponibilizarem assistência técnica para dar apoio e garantir a correta utilização. É o caso de empresas como a Knauf, Placo do Brasil, Trevo Drywall e Gypsum. 2.2 Definição de alvenaria Alvenaria é um conjunto rígido e coeso formado pela união de blocos ou tijolos com a utilização de argamassa. Normalmente é revestida por argamassa (chapisco, reboco, emboço, massa única) ou gesso (emassamento) antes de receber o acabamento final, que geralmente é pintura ou revestimento cerâmico (SABBATINI apud LIMA, 2012). Podemos separar as alvenarias em dois grupos: resistentes e autoportantes. As classificadas como resistentes são as alvenarias chamadas de estruturais, projetadas para absorver cargas do edifício além de seu próprio peso, o que faz com que estas não possam ser derrubadas sem causas danos à edificação. As classificadas como autoportantes são as alvenarias que possuem função de vedação e compartimentação e podem ser demolidas para alteração de layout sem qualquer alteração estrutural pois não recebem cargas do edifício somente de objetos instalados nelas e de qualquer impacto acidental além de claro o seu peso próprio. Segundo SABBATINI (2003), temos os seguintes tipos de vedação em alvenaria: • Bloco de concreto; • Bloco cerâmico; • Bloco silico-calcário; • Bloco de concreto celular; • Bloco de solo cimento; • Pedra. Neste trabalho iremos abordar como objeto de estudo e comparação a alvenaria autoportante de bloco cerâmico por ser a vedação vertical interna mais comum utilizada na indústria da construção civil em nosso país. 2.3 Classificações das vedações verticais internas As vedações verticais internas podem ser classificadas levando em consideração diferentes critérios, sempre procurando agrupar tipos diferentes que possuem algum destes critérios em comum. Segundo SABBATINI (2003), podemos destacar classifica-las quanto: • Função estrutural; • Mobilidade; • Estruturação do sistema; • Forma de execução; • Densidade superficial. Segundo SABBATINI (1988), as vedações verticais internas podem ser classificadas em dois diferentes grupos quanto a sua fundação estrutural, sendo eles: • Resistentes: vedações que possuem função estrutural além de suportar seu peso próprio e da função de compartimentação, como por exemplo, a alvenaria estrutural com blocos cerâmicos ou de concreto; • Autoportantes: vedações que não possuem função estrutural além de sustentar seu próprio peso, empregadas exclusivamente com a função de compartimentação dos ambientes, como por exemplo, a alvenaria de vedação com blocos cerâmicos e o drywall. Com relação à mobilidade da estrutura nós temos três grupos: fixas, desmontáveis e móveis. SABBATINI (2003) as define da seguinte forma: • Fixas: são aquelas vedações que, depois de concluídas, não podem ser relocadas, e no caso de futuras modificações, posteriores à execução, são praticamente impossíveis de recuperar e reaproveitar o material, como é o caso da alvenaria e de todas aquelas vedações moldadas in loco; • Desmontáveis: vedações que, caso necessário, podem ser desmontadas após a execução e relocadas, passando por um processo de remontagem, onde todas ou quase todas as peças podem ser reaproveitadas, necessitando de pouco ou nenhum aditivo, como por exemplo, o drywall; • Móveis: são aquelas que podem ser relocadas sem a necessidade de serem desmontadas. Um exemplo deste tipo de vedação são os biombos. Quanto à estruturação, SABBATINI (2003) classifica as vedações verticais em dois grupos: estruturadas e autoportantes. As vedações classificadas como estruturadas são as que necessitam de estruturação complementar para se manterem estáveis, ou seja, sustentar seu próprio peso. Já as autoportantes são aquelas que, como o nome já indica, se auto sustentam sem a necessidade de estruturação complementar (SABBATINI, 2003). SABBATINI (2003) ainda classifica as vedações pela forma de execução, podendo ser por conformação ou por acoplamento a seco. O primeiro grupo, das vedações por conformação, refere-se as vedações que são executadas com a utilização de insumos compostos com água, ou seja, qualquer tipo de argamassa como é o caso das vedações tradicionais em alvenaria. Já a classificação por acoplamento a seco inclui as vedações que possuem fixações com materiais que não utilizam água, como por exemplo pregos, rebites e parafusos (SABBATINI, 2003). Outra possível classificação da vedação utilizada é quanto a densidade superficial do material que a compõe. A NBR 11678 (ABNT, 2016) sugere que as vedações sejam classificadas em dois grupos: leves, que possuem densidade superficial inferior a 60 kg/m² e, as pesadas, que possuem densidade superficial superior a 60 kg/m². Esta característica pode vir a influenciar no dimensionamento das fundações e até mesmo da própria superestrutura da edificação, já que as vedações proporcionam um carregamento permanente na estrutura. No caso das divisórias do sistema drywall, estas se enquadram então nos conceitos de uma vedação vertical interna leve, autoportante, desmontável, estruturada e de execução por acoplamento a seco. Já as paredes de alvenaria de blocos cerâmicos são uma vedação vertical interna pesada, autoportante, fixa e de execução por conformação. 2.4 Funções das vedações verticais internas As vedações verticais devem ser projetadas e executadas de tal forma a compartimentar os ambientes de uma edificação, de maneira que esses possuam as características necessárias para o desenvolvimento das atividades para as quais foram planejados (FRANCO 1998). Segundo SABBATINI (2003), as vedações devem atender de forma prioritária a função de compartimentação de ambientes e de forma secundária as seguintes funções: • Auxiliar no conforto térmico e acústico; • Servir de suporte e proteção às instalações do edifício; • Servir de proteção de equipamentos de utilização do edifício; • Em alguns casos, suprir a função estrutural do edifício. Além das funções destacadas por SABBATINI,podemos também levantar a função que as vedações verticais, principalmente aquelas internas, têm de servir como fixação para objetos, dentre eles, móveis, painéis, espelhos, quadros decorativos, acessórios para banheiro como toalheiros e porta-papéis, até mesmo televisores e estantes. 2.5 Requisitos e critérios de desempenho das vedações verticais internas A edificação e os sistemas que a compõem passam por vários processos ao longo de sua vida útil, que podem ser ocasionadas tanto por fenômenos da natureza, quanto pela própria utilização dos sistemas, e até mesmo devido à sua concepção (SOUZA, 1983). Para então satisfazer os usuários, o edifício tem de possuir todos os seus sistemas funcionando em equilíbrio, ou seja, desempenhar a função para o qual foram projetados e executados durante toda sua vida útil, assim como garantir ao usuário conforto e segurança. Podemos então definir este resultado esperado como “desempenho” do produto (SOUZA, 1983). Para avaliarmos então o desempenho de uma edificação devemos primeiramente definir quais os requisitos para que este seja alcançado. Como a edificação é um produto complexo formado por vários sistemas, temos de fazer esta avaliação para cada um dos daqueles que a compõe, o que resultará em diferentes requisitos de desempenho variando de acordo com o sistema avaliado. Para entendermos melhor o que seriam estes requisitos de desempenho, SABBATINI et al. (1988) cita os seguintes exemplos quando o sistema avaliado são as vedações verticais internas: • Isolamento térmico; • Resistência e reação ao fogo; • Isolamento acústico; • Estanqueidade à água e ao vapor de água; • Desempenho estrutural. Após a observância dos requisitos de desempenho na avaliação das vedações verticais internas citados por SABBATINI et al. (1988) fica fácil entender que são as condições qualitativas que um sistema tem de apresentar perante o seu funcionamento. Porém, para que possamos medir o quanto aquele produto atende a qualquer requisito de desempenho, precisamos de variáveis que estabeleçam parâmetros quantitativos, denominadas de critérios de desempenho (SOUZA 1983). A recém-publicada Norma de Desempenho, NBR 15575, também trás suas definições para requisitos e critérios de desempenho. Segundo ela os requisitos dos usuários são um “conjunto de necessidades do usuário da edificação habitacional e seus sistemas” enquanto que os critérios de desempenho são “especificações quantitativas dos requisitos de desempenho expressos em termos de quantidades mensuráveis, a fim de que possam ser objetivamente determinados” (ABNT NBR 15575, 2013). Avaliando então os requisitos através dos critérios de desempenho podemos chegar à conclusão de que aquele sistema, produto, irá ou não satisfazer as condições de qualidade exigidas pelos usuários, e o quanto estas condições serão satisfatórias, resultando também em dados disponíveis para o direcionamento no caso de uma possível ação de melhoria no futuro. 2.5.1 Norma de desempenho - NBR 15575:2013 A NBR 15575, publicada em 2013, mais conhecida como a “Norma de Desempenho”, tem acarretado várias mudanças na forma como as edificações habitacionais devem ser concebidas. Esta norma brasileira tem com objetivo garantir que os requisitos dos usuários sejam atendidos no que se refere aos sistemas que compõem as edificações habitacionais, seja qual forem os materiais componentes ou o método construtivo utilizado (ABNT NBR 15575, 2013). A Norma de Desempenho é hoje a principal referência que temos no setor da construção civil brasileira para utilizar como parâmetro de qualidade das edificações habitacionais e dos sistemas que a compõem. Ela é dividida em seis partes, na qual a primeira tem como objetivo introduzir os requisitos e critérios de desempenho aplicados às edificações habitacionais, assim como definir várias expressões utilizadas ao longo da norma. A partir daí ela é dividida de acordo com os diferentes sistemas de uma edificação, da seguinte forma: • NBR 15575-1 - Edificações habitacionais - Desempenho - Parte 1: Requisitos gerais; • NBR 15575-2 - Edificações habitacionais - Desempenho - Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais; • NBR 15575-3 - Edificações habitacionais - Desempenho - Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos; • NBR 15575-4 - Edificações habitacionais - Desempenho - Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas – SVVIE; • NBR 15575-5 - Edificações habitacionais - Desempenho - Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas; • NBR 15575-6 - Edificações habitacionais - Desempenho - Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários. Estas normas vieram para revolucionar a indústria da construção civil brasileira ao oferecer mais garantias aos consumidores, e também aos construtores e projetistas, que terão suas obras com ainda mais exigências a serem cumpridas. Além disso, vale ressaltar que na norma existe também a definição dos compromissos por parte dos usuários quanto a correta manutenção do imóvel para garantir a sua vida útil, exigência importante a qual não é dada a importância merecida tanto pela comunidade da área quanto para os seus clientes. Este trabalho abordará em específico a “NBR 15575-4 - Edificações habitacionais - Desempenho - Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas – SVVIE”, responsável por estabelecer os requisitos, os critérios e os métodos para a avaliação do desempenho de sistemas de vedações verticais internas e externas (SVVIE) de edificações habitacionais ou de seus elementos (ABNT NBR 15575, 2013). Esta parte da norma estabelece os critérios relativos ao desempenho térmico, acústico, lumínico e de segurança ao fogo, que devem ser atendidos individual e isoladamente pela própria natureza conflitante dos critérios de medições (ABNT NBR 15575, 2013). Neste trabalho iremos abordar os seguintes requisitos de desempenho especificamente para as vedações verticais internas: • Desempenho acústico; • Segurança ao fogo. 2.6 Comparativo entre a tecnologia drywall e a tradicional alvenaria de blocos cerâmicos O sistema de vedações em alvenaria de blocos cerâmicos é ao mesmo tempo um dos sistemas mais tradicionais e o mais artesanal na indústria da construção civil brasileira. Ainda hoje a maioria das obras, grandes ou pequenas, utilizam-se deste sistema de vedação. Em contrapartida as vedações em drywall é uma tecnologia relativamente nova apesar de existir desde os anos 70 no país e já dominar os mercados de países na Europa Ásia e América do Norte. A partir disto podemos concluir que o drywall é uma tendência que vem ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro. Construtoras já vêm utilizando este sistema para compor as vedações internas de seus edifícios, visando uma obra mais limpa, com menos desperdícios, maior produtividade, entre outros benefícios trazidos por este sistema. Uma das preocupações das empresas construtoras é quanto ao atendimento das vedações verticais internas em drywall quanto ao atendimento às normas, principalmente à NBR 15575, a “temida” Norma de Desempenho. Na indústria da construção civil o tradicionalismo predomina, o que torna mais difícil a popularização de novas tecnologias. Grande parte dos empresários do ramo preferem manter as execuções dos serviços de uma obra da maneira mais “consagrada” ao invés de procurar entender aquelas que surgem com o passar dos anos, como o drywall. Nos próximos tópicos iremos fazer a comparação entre os dois sistemas de vedações verticais internas,alvenaria de blocos cerâmicos e drywall, trazendo dados tanto de atendimento aos requisitos mínimos de desempenho exigidos pelas normas, como é o desempenho acústico e de segurança ao fogo, quanto números que explanem os custos de ambos os sistemas de vedações e suas diferenças. 2.6.1 Desempenho acústico Segundo LIMA (2012), o isolamento acústico é um dos requisitos que tem sido mais citado e cobrado pelos usuários. Esta qualidade tem como objetivo limitar e isolar os sons produzidos nos diferentes ambientes do edifício, o que é fundamental para garantir a cada usuário conforto e privacidade. BARING (1998) divide a origem de sons e ruídos em edifícios nas seguintes origens diferentes: • Perturbações do meio externo que incidem no ambiente do edifício por meio das suas fachadas; • Interferências sonoras internas que podem atravessar a vedação vertical; • Ruídos provenientes de vibrações de máquinas ou equipamentos hidráulicos transmitidos pela estrutura e pelas vedações verticais do edifício. Ruídos podem ser caracterizados como sons desagradáveis, que atrapalham as pessoas que o escutam na execução de suas atividades. Analisando esta definição podemos chegar à conclusão que o ruído é subjetivo, pois depende da sensibilidade auditiva, do ambiente, e da atividade que a pessoa está exercendo. SOUZA (2012) classifica os diferentes tipos de ruídos em 3 grupos: • Ruído Aéreo: é aquele originado no ar, podendo ter diferentes emissores como: veículos, instrumentos musicais, animais, entre outros; • Ruído de Impacto: é aquele originado através de uma percussão sobre algum sólido, por exemplo: impactos no piso, uso de ferramentas, arrastar de móveis, etc; • Ruído Residual: aquele ruído produzido no interior do ambiente onde está sendo desenvolvida alguma atividade; A NBR 15575:2013 apresenta os requisitos e critérios para a verificação do isolamento acústico em três situações diferentes: entre o meio externo e o interno; entre unidades autônomas; entre dependências de uma unidade e áreas comuns. São utilizados diferentes parâmetros acústicos para a verificação do isolamento, que variam de acordo com o elemento de vedação e sua localização. Para as vedações verticais internas de edificações, o parâmetro a ser seguido é a “Diferença Padronizada de Nível Ponderada (Dnt,w)”, ou seja, níveis de redução sonora mínimos que variam de acordo com a situação a qual o elemento está submetida, como podemos observar na tabela a seguir. Para isolar sonoramente um ambiente podemos fazer uso de métodos diferentes, como aumentar a densidade das vedações ou utilizar um sistema construtivo denominado de “Massa-Mola-Massa” (LUCA, 2013). A solução com o método de aumentar a densidade das vedações, para ser eficiente, muitas vezes requer o aumento da espessura da parede, o que diminui, apesar de pouco, o espaço útil dos ambientes, e aumenta o peso da estrutura. Este método é utilizado nas vedações de alvenaria, onde, além da alvenaria, temos várias camadas de revestimento que tornam a construção final mais densa e com um maior isolamento acústico. Ainda existe vedações que utilizam de mais de um bloco na mesma camada horizontal. Já o método “Massa-Mola-Massa” pode ser observado nas divisórias em drywall. Este sistema é constituído pelas chapas de gesso acartonado, que se caracterizam como a “massa” do sistema, enquanto que entre elas existe um colchão de ar ou um material que amortece e absorve a maior parte do ruído, a “mola”. Este material geralmente é uma lã mineral, seja ela de rocha ou de vidro. A Associação Brasileira de Drywall foi responsável por realizar diversos testes em divisórias que utilizavam o método construtivo em questão, com chapas de gesso acartonado como vedação, e então comparou com outros métodos mais tradicionais, como as paredes de concreto maciço e de alvenaria com blocos cerâmicos. Na figura a seguir podemos observar uma destas comparações, onde temos uma parede em concreto maciço e uma divisória em drywall, ambas com o mesmo nível de redução sonora, 60 decibéis. Figura 16 – Comparativo entre bloco de concreto e drywall Fonte: Associação Brasileira de Drywall Analisando a imagem acima podemos chegar à conclusão que a divisória em drywall é tão eficiente acusticamente quanto a parede de concreto armado, mesmo com 6 centímetros de largura a menos e com apenas 10% do peso de uma parede de concreto maciço. Outra comparação feita levou em consideração quatro divisórias diferentes: uma de alvenaria com blocos cerâmicos, outra com blocos de concreto, uma em drywall sem lã mineral no interior e por fim outra também em drywall com lã mineral entre as chapas de gesso acartonado. O resultado, como mostra a figura a seguir, foi ainda mais impressionante. Figura 17 – Comparativo entre bloco de concreto, bloco de alvenaria e drywall, com e sem material isolante Fonte: Associação Brasileira de Drywall Para o mesmo isolamento acústico, a divisória em drywall precisou de apenas 9,5 centímetros de largura, uma redução considerável quando comparada às paredes de alvenaria com blocos cerâmicos e de concreto. Com o acréscimo de lã mineral, seja de rocha ou de vidro, conseguimos ainda aumentar em 6 decibéis, no mínimo, o nível de redução sonora. Segundo o Eng. Luiz Antônio Martins Filho, gerente executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall, uma divisória executada com esse método construtivo, com 120 mm de espessura, composta por estrutura auxiliar de perfis de aço galvanizado de 70 mm de largura, com duas chapas de gesso acartonado em cada lado e lã mineral no interior isola de 50 a 52 decibéis e, assim, atende aos níveis mínimos e intermediários exigidos em praticamente todos os casos. Já uma parede com 200 mm de espessura, com dupla estrutura separadora, duas chapas de gesso acartonado de cada lado e lã mineral no interior, atende com folga ao nível superior em qualquer situação, pois isola de 64 a 66 decibéis. A figura a seguir mostra uma tabela com o desempenho de todas as divisórias em drywall testadas pela Associação Brasileira de Drywall, com suas respectivas especificações variantes e isolamento acústico. Figura 18 – Desempenho acústico dos diferentes tipos de divisórias em drywall Fonte: Associação Brasileira de Drywall Pegando como exemplo o último item da tabela, de número 8, podemos observar uma divisória em drywall com 193 milímetros de espessura total, com montantes simples em aço galvanizado de 70 milímetros, espaçados a cada 600 milímetros, formando uma dupla estrutura separada, com 02 chapas de gesso acartonado do tipo “Standard” de 12,5 milímetros em cada lado da divisória, com borda rebaixada e lã mineral de 50 milímetros. Esta tem um isolamento acústico de 61 decibéis, que ultrapassa os parâmetros exigidos pela NBR 15575 para as vedações verticais internas em qualquer uma das situações. 2.6.2 Segurança ao fogo O critério de desempenho utilizado para avaliar o desempenho de um sistema quanto a segurança ao fogo fala do suporte e proteção as instalações das edificações. BARROS et al (2015) afirma que este critério representa o tempo que os elementos da construção mantêm a sua estabilidade e integridade, quando sujeitos a uma elevação padronizada de temperatura, não permitindo a elevação acentuada da temperatura no lado oposto ao fogo, para o caso de separadores de ambientes, assim como não provoquem e não permitam a passagem de gases ou chamas. Portanto os critériosde desempenho referentes à segurança ao fogo nas edificações têm por objetivo estabelecer limites de indução e propagação do fogo em uma possível incidência. Tanto as normas quanto o Corpo de Bombeiros estabelecem diferentes níveis de resistência ao fogo, representados em minutos, que variam de acordo com o tipo de edificação. A NBR 15575-4, em um de seus itens, aborda a segurança contra incêndio das vedações verticais, onde podemos destacar os seus principais objetivos traçados para este sistema da edificação: • Dificultar a ocorrência de inflamação generalizada; • Dificultar a propagação do incêndio; • Preservar a estabilidade estrutural da edificação. A NBR 14432 (2001) rege os critérios de desempenho das edificações quanto à este requisito, a qual determina o tempo mínimo requerido de resistência ao fogo, que vai variar dependendo da vedação ter ou não função estrutural na edificação, assim como varia de acordo com a altura da edificação habitacional. Como por exemplo as paredes estruturais de edificações habitacionais até cinco pavimentos, que devem apresentar resistência ao fogo por um período mínimo de 30 minutos, assegurando neste período condições de estabilidade, estanqueidade e isolamento térmico, mesma exigência considerada para as paredes de geminação de casas térreas e de sobrados geminados, bem como as paredes entre unidades habitacionais e que fazem divisa com as áreas comuns nos edifícios multifamiliares. No caso da utilização de vedações verticais internas em drywall, os critérios de resistência ao fogo são guiados pela NBR 9077 (2001). As tabelas a seguir mostram as resistências ao fogo para paredes em alvenaria e divisórias em drywall, respectivamente, ensaiadas conforme as normas da ABNT. Figura 19 – Resistência ao fogo de paredes de alvenaria Fonte: Corpo de Bombeiros apud ABNT Figura 19 – Resistência ao fogo de divisórias em drywall Fonte: Corpo de Bombeiros apud ABNT A seguir podemos ver a tabela disponibilizada pela Associação Brasileira de Drywall, onde a resistência ao fogo das vedações verticais em drywall aumentam consideravelmente quando utilizadas as chapas de gesso acartonado do tipo RF – Resistentes ao Fogo. Figura 20 – Resistência ao fogo de divisórias em drywall, com e sem chapas RF Fonte: Associação Brasileira de Drywall BARROS et al (2015) ainda ressalta que as divisórias em drywall têm um bom desempenho contra o fogo devido à composição do seu material de vedação. As chapas de gesso acartonado possuem 20% de suas respectivas massas compostas por água, ou seja, antes de transmitir o calor elas ainda têm essa porcentagem de água presente no material que irá evaporar, retardando a propagação do calor. Segundo BARROS et al (2015) o desempenho das divisórias em drywall ainda dependem de outros fatores como: • Componentes da estruturação da divisória; • Espessura da divisória (massas e mola); • Espaçamento entre os montantes metálicos; • Preenchimento ou não da divisória com material isolante (lã mineral); • Número de chapas de gesso acartonado fixadas em cada face da divisória; • Aspectos construtivos: forma de execução do tratamento das juntas entre chapas de gesso, forma de fixação dos montantes às guias, fixação das chapas de gesso acartonado à estrutura suporte, entre outros. 2.6.3 Custos totais FLEURY (2014) elaborou composições, tanto para o sistema tradicional de alvenaria em blocos cerâmicos, incluindo os revestimentos necessários à este tipo de sistema construtivo, quanto para as divisórias em drywall. O conteúdo por ele elaborado já inclui como insumo a mão de obra e tem como base planilhas de composição do TCPO (2014) e orçamentos de obras daquele ano realizadas em Brasília-DF. No seu levantamento foi considerado diferentes tipos de materiais que variaram de acordo com sua localização. Na alvenaria por exemplo, foram realizadas duas composições, a primeira para as vedações verticais internas com blocos cerâmicos de 11,5cmx19cmx19cm com furos horizontais, e a segunda para as paredes de geminação, ou no caso de edifícios multifamiliares, as vedações verticais internas entre unidades, onde foram considerados blocos cerâmicos de 14cmx19cmx19cm também com furos horizontais. Figura 20 – Composição de custos para alvenaria da vedação vertical interna Fonte: FLEURY (2014) Figura 21 – Composição de custos para alvenaria da vedação vertical interna entre unidades Fonte: FLEURY (2014) Para ser aplicado na alvenaria, foram feitas as composições também de dois tipos de revestimentos cimentícios: chapisco e revestimento argamassado, como podemos observar nas figuras abaixo, que completam então as composições para o sistema tradicional de vedações em alvenaria de blocos cerâmico. Figura 22 – Composição de custos para chapisco Fonte: FLEURY (2014) Figura 23 – Composição de custos para revestimento argamassado Fonte: FLEURY (2014) Com as divisórias em drywall FLEURY (2014) também dividiu as composições de acordo com sua posição no edifício, onde as divisas internas são compostas de uma placa de 12,5mm (ST ou RU) em cada lado, fixadas em guias metálicos de 70mm e montantes espaçados em 600mm, enquanto que as divisas entre unidades habitacionais, são duas placas de 12,5mm (ST ou RU) em cada lado, entre elas a lã de vidro como material isolantes, fixadas em guias de 70mm e montantes espaçados em 600mm. Figura 24 – Composição de custos para divisórias em drywall internas Fonte: FLEURY (2014) Figura 25 – Composição de custos para divisórias em drywall de geminação Fonte: FLEURY (2014) Vale ressaltar que as divisórias em drywall não requer revestimento cimentício, diferente da alvenaria, o que diminui as composições necessárias e consequentemente o custo deste sistema construtivo de vedações verticais internas. Somando as composições das diferentes tecnologias, temos então o resultado exposto na figura a seguir. Onde o drywall, para a quantidade orçada, teve um custo total de R$662.436,22, enquanto que a alvenaria, para a mesma quantidade, R$910.854,10. Figura 26 – Comparativo de custos totais entre os sistemas de vedação Fonte: FLEURY (2014) Através dos resultados obtidos podemos observar que o sistema em drywall é R$248.417,87, cerca de 27%, mais “barato” que a alvenaria com revestimento argamassado. Quando analisamos separadamente os custos de mão de obra e com material, chegamos a conclusão que o principal fator que torna o sistema drywall mais barato é a mão de obra, caracterizada pela alta produtividade do sistema construtivo e pela não necessidade de revestimento. Com relação ao material, a alvenaria torna-se mais barata, mas não o suficiente para equiparar a diferença entre os custos de mãe de obra. Os gráficos a seguir mostram a representação em porcentagem dos custos com mão de obra e material para cada sistema construtivo de vedações verticais internas. Figura 27 – Gráfico do custo para drywall Fonte: Autor MÃO DE OBRA R$241.191,31 36% MATERIAL R$421.244,91 64% CUSTO TOTAL DO SISTEMA DRYWALL MÃO DE OBRA MATERIAL Figura 28 – Gráfico do custo para alvenaria Fonte: Autor Vale ressaltar que caso a construtora não opte por utilizar chapisco, essa diferença entre custos dos sistemas cai consideravelmente, o que é uma realidade já nos dias de hoje. 3. Método construtivo das vedações verticais internas em drywall Este tópico tem como objetivo apresentaros procedimentos para execução das divisórias em drywall, baseado no manual de uma das empresas do ramo mais renomadas do país, a Knauf, assim como em manuais disponibilizados pela Associação Brasileira de Drywall e claro, nas normas vigentes. Antes de tudo é importante verificar as condições do local onde será feita a instalação. A principal preocupação que devemos ter nessa fase é se todos os serviços que necessitam de águas estão finalizados e já passaram pelo processo de cura, como por exemplo o contrapiso, a alvenaria, os revestimentos de argamassa e principalmente as estruturas de concreto. Por fim o ambiente precisa estar completamente seco, protegido contra a entrada de qualquer tipo de água, em sua forma pura ou em algum outro material, e o piso precisa estar devidamente MÃO DE OBRA R$580.375,60 64% MATERIAL R$330.478,50 36% CUSTO TOTAL DO SISTEMA EM ALVENARIA ARGAMASSADA MÃO DE OBRA MATERIAL nivelado (TANIGUTI, 1999). A figura a seguir mostra as diferentes etapas da execução das vedações verticais internas em drywall. Figura 29 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: TANIGUTI, 1999 A partir de agora veremos uma sequência de 30 passos necessários para a montagem das divisórias em drywall presentes no manual da Empresa Knauf, desde a locação até a vista final da divisória executada. Figura 30 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf Figura 31 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf Figura 32 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf Esta etapa de posicionamento, locação e fixação das guias é extremamente importante, pois é nela onde será determinada a posição da divisória, o que exige bastante precisão de quem executa, visto que, diferentemente da alvenaria, não podemos corrigir os erros de esquadro com argamassa. Figura 33 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf É importante salientar que os montantes devem ser cortados com comprimento 10mm menor que o pé direito, sendo esta a folga necessária para a guia superior (TANIGUTI, 1999). Figura 34 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf Figura 35 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf Figura 36 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf Figura 37 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf Com relação às instalações, é importante que as tubulações elétricas que passem pela laje já estejam devidamente posicionadas, o que deve também acontecer com as prumadas das instalações hidráulicas e sanitárias. Todos estes cuidados são para evitar que a execução destes serviços atrapalhe a montagem da divisória em drywall (TANIGUTI, 1999). Figura 37 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf A instalação da lã mineral, no caso de haver material isolante, deve ser feita após a fixação de um dos lados do fechamento da divisória, para que este sirva de apoio a lã mineral, já que ela é flexível. O emprego deste tipo de material isolante é comum a praticamente todas as obras que utilizam deste sistema, principalmente nas vedações entre unidades habitacionais e áreas comuns (TANIGUTI, 1999). Figura 38 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf Figura 39 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf Figura 40 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf Figura 41 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf A massa aplicada é para realizar o acabamento nas juntas, ou seja, pode ser comparada com o rejuntamento feito na aplicação de revestimentos cerâmicos. Elas irão garantir melhor estética, dando as chapas de gesso um aspecto de material único e uniforme. Figura 42 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf Já a colocação da fita é de extrema importância, pois a massa aplicada nas juntas não tem a capacidade de resistir às tensões que possam ocorrer, por isso necessitam de um reforço através de um material que garanta às juntas maior resistência, sendo este as fitas de papel microperfurado ou o véu de fibra de vidro. Figura 43 – Etapas para execução das divisórias em drywall Fonte: Knauf Por fim é feito o acabamento final da divisória, que pode ser tinta, papel de parede, materiais cerâmicos, entre outros. No Brasil, o tipo de acabamento final mais comum é a tinta. Porém deve-se ter cuidado antes da aplicação deste material, pois dependendo do clima pode ser necessário esperar desde 12 até 48 horas após a montagem da divisória (TANIGUTI, 1999). Além das etapas, devemos ter conhecimento também sobre os detalhes construtivos. Estes são explanados para situações pontuais, como na junção das divisórias, na fixação dos batentes das portas, as juntas de movimentação, no caso do encontra da divisória com o piso e de peças suspensas, onde devem ser previstas estruturas de sustentação mais rígidas atrás das chapas de gesso para haver a fixação destes elementos. As figuras a seguir mostram os detalhes para todos os casos citados acima. Figura 44 – Detalhe para encontro de divisórias em “L” Fonte: TANIGUTI, 1999 Figura 45 – Detalhe para instalação de batente da porta, guia inferior dobrada Fonte: LAFARGE GESSO, 1996 Figura 46 – Detalhe para instalação de batente da porta, parte superior Fonte: LAFARGE GESSO, 1996 Figura 47 – Detalhes do encontro entre a divisória de gesso e o piso Fonte: TANIGUTI, 1999 Figura 48 – Fixação de buchas e pregos para peças suspensas Fonte: PLACO DO BRASIL A Associação Brasileira de Drywall, em seu manual de acústica, ainda aponta vários detalhes para serem utilizados em diversos momentos da execução das divisórias. Nas figuras a seguir podemos observar os detalhes sugeridos para melhorar o desempenho acústico do sistema drywall pela entidade brasileira, como o acréscimo de uma banda acústica aplicada na estrutura de contorno da divisória, o corte necessário a ser feito na lã mineral para que haja um melhor encaixe e acomodação das peças das instalações, o correto posicionamento das caixas elétricas, fixação do batente da porta tanto nos casos da utilização de pregos quanto de espuma de poliuretano e por último, mas não menos importante, como deve ser feito o tratamento acústico nos shafts executados em drywall. Figura 49 – Banda acústica Fonte: Associação Brasileira de Drywall Figura 50 – Correto tratamento do material isolante em divisórias com instalações elétricas Fonte: Associação Brasileira de Drywall Figura 51 – Instalação de batentes com parafuso Fonte: Associação Brasileira de Drywall Figura 52 – Instalação de batentes com parafuso Fonte: AssociaçãoBrasileira de Drywall A associação recomenda preencher esses espaços vazios com espuma de poliuretano não estrutural, o que torna a instalação mais econômica. Figura 53 – Isolamento termo acústico de shafts em drywall Fonte: Associação Brasileira de Drywall 4. Conclusão Podemos notar que as empresas do ramo imobiliário vêm apresentando um crescimento muito grande em sua competitividade, para que a empresa continue no mercado é necessário apresentar métodos inovadores para atrair o público. Um desses métodos que vem se destacando na construção civil é o sistema de vedação drywall, mostrando um considerável aumento nos últimos anos por apresentar diversas vantagens em termos de menor custo e sustentabilidade. A opção do gesso acartonado, além da diminuição de resíduos e desperdício de material é mais leve e facilita o trabalho dos operários na execução do seu serviço. Conforme foi explanado nesse trabalho, ao comparar os métodos de vedação interna alvenaria convencional usado na obra, e o sistema drywall, pode-se confirmar que o segundo apresenta uma economia bastante significativa quando comparado ao custo de mão de obra e o custo total do sistema escolhido, constatado um resultado que aponta a 27 % de vantagem econômica. Em contrapartida, a alvenaria convencional tem uma maior aceitação no mercado imobiliário do que a construção que utiliza o sistema drywall. Apesar do mercado crescente do uso do gesso acartonado na construção civil brasileira, uma desvantagem encontrada é a barreira cultural, onde tanto o construtor quanto o consumidor se retraem, o uso da alvenaria para vedações internas vem sendo implantado no Brasil desde o tempo da colonização. Diante de tantas vantagens, apresentadas pelo sistema drywall, no mercado brasileiro da construção civil, ainda é considerado grande o número de construções feitas com o método tradicional de alvenaria. As vantagens e desvantagens apresentadas nesse trabalho devem ser analisadas com cautela pela construtora para saber qual o método se adapta melhor para o seu cliente. 5. Referências ______. ABNT NBR 11685. Divisórias leves internas moduladas – Terminologia. 1990 ______. ABNT NBR 14715-1. Chapas de gesso para Drywall - Requisitos. 2010 ______. ABNT NBR 14715-2. Chapas de gesso para Drywall - Métodos de ensaio. 2010 ______. ABNT NBR 15270-1. Componentes cerâmicos Parte 1: Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação — Terminologia e requisitos. 2005 ______. ABNT NBR 15575-1. Edificações habitacionais — Desempenho - Parte 1: Requisitos gerais. 2013 ______. ABNT NBR 15575-4. Edificações habitacionais — Desempenho - Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas — SVVIE. 2013 ______. ABNT NBR 15785-1. Sistemas construtivos em chapas de gesso para Drywall – Projetos e procedimentos executivos para montagem; Parte 1: Requisitos para sistemas usados como paredes. 2009 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL. Conheça 4 técnicas de construção a seco e suas vantagens (26/01/2017 ). Disponível em: http://www.drywall.org.br/imprensa.php/1/949/conheca- -tecnicas-de-construcao-a-seco-esuasvantagens. Acesso em: 28/04/2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DRYWALL. Ensaios comprovam atendimento às exigências da Norma de Desempenho (2016). 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