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PRÁTICA SIMULADA II CASOS CONCRETOS

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PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 01
Articulação Teoria e Prática. Os elementos da Petição Inicial de Trabalho; Estrutura de Petição Inicial.
A Petição Inicial
1. Conceito: A petição inicial, instrumento de demanda, é peça escrita, ou reduzida a termo, na qual o autor formula o pedido de tutela jurisdicional ao Estado-juiz, provocando-o para que realize o pronunciamento acerca do direito no caso concreto.
2. Requisitos: A petição inicial é prevista no artigo 840 da CLT. Entretanto, por não exaurir o tema, aplica-se subsidiariamente o disposto no artigo 319 do Código de Processo Civil, por força da expressa menção do artigo 769 da CLT. Assim sendo, são requisitos da petição inicial:
2.1. Endereçamento: (artigo 319, inciso I do CPC/15) O Juízo a que é dirigida. Neste ponto deve-se lembrar o disposto no artigo 651 da CLT, cumulado com o disposto no artigo 112 da CRFB, visando recordar a competência residual da justiça comum estadual.
EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DA ... VARA DO TRABALHO DE ...
Ou
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ... VARA DO TRABALHO DE...
Ou
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ... VARA DO TRABALHO DE...
Obs: Importante registrar que, alguns autores como Alexandre Flexa e Vólia Bomfim Cassar defendem que a redação do atual CPC/15, em seu art. 319, II, não permite a manutenção dos modelos de endereçamento acima apontados. Devendo a partir de então se dirigir apenas ao juízo, e não mais ao juiz. Por ex.: ?Meritíssimo Juízo da ... Vara do Trabalho de ...?. Neste particular, necessário se faz ficar atento ao fato e acompanhar.
2.2. Qualificação das partes: (artigo 319, inciso II do CPC/15 e artigo 840, §1º, da CLT) a qualificação das partes no processo do trabalho (reclamante e reclamado), deve ser realizada com a inserção do nome completo de cada parte, estado civil, nacionalidade, profissão, nome da mãe, data de nascimento, número de identidade, número de CPF, número do PIS, número da CTPS, endereço completo com CEP, no caso de ser pessoa física, em sendo pessoa jurídica (reclamada), deverá constar o nome (firma ou denominação) o número do CNPJ e o endereço de sua sede, sendo desnecessária a indicação dos nomes dos sócios.
Obs.: A qualificação das partes é um texto eminentemente descritivo, no qual se faz uma descrição civil do autor, no caso reclamante, e do réu, no caso reclamado.
Obs.2: A título de exemplo, a qualificação das partes deve assim ser redigida: 
A, nacionalidade, estado civil, profissão, nome da mãe, data de nascimento, número da identidade, número do CPF, número e série da CTPS, número do PIS, endereço eletrônico, endereço completo com o Cep, por seu advogado infra-assinado, vem, à presença de Vossa Excelência, propor a presente... ... pelo rito (ordinário, sumário ou sumaríssimo), em face de NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito___(público ou privado)___, inscrita no CNPJ sob o nº (número do CNPJ), com sede sito à (endereço), pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
ART. 2°,II, Provimento CGJT s/nº de 06/04/2006: CADASTRO DE PARTES, ADVOGADOS E PROCURADORES:
a) Cadastro de Partes: nome, RG, órgão expedidor, CNPJ, CPF, CEI (número de matrícula do empregador pessoa física perante o INSS), NIT (número de inscrição do trabalhador perante o INSS), PIS/PASEP, CTPS, data de nascimento e nome da mãe do trabalhador, pessoa física/pessoa jurídica, empregado/empregador, ente público (União/Estado/Município), código do ramo de atividade econômica e situação das partes no processo (ativa/não ativa);
RECLAMANTE..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., data de nascimento..., inscrito no RG nº... e no CPF nº..., portador da CTPS nº..., inscrito no PIS sob o nº..., nome da mãe..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado no endereço completo com CEP..., vem, por seu advogado infra- assinado, procuração anexa, endereço eletrônico..., com endereço profissional completo com CEP..., onde recebe intimações, com fulcro no artigo 840, §1°, da CLT c/c art. 319 do CPC, propor a presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
(pelo PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO ? art. 852-A da CLT
ou pelo PROCEDIMENTO ORDINÁRIO ? art. 840 da CLT)
em face de RECLAMADA..., pessoa jurídica de direito privado/público, inscrita no CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., endereço completo com CEP..., pelos motivos de fato e de direito que passa a expor.
Obs.3: Caso o Reclamante não disponha de informações que permitam a notificação do Reclamado, deverá o juiz colaborar com aquele na obtenção dessas informações, conforme dispõe o artigo 319, §1º, do Código de Processo Civil. Trata-se de regra inerente à colaboração judicial no processo civil, que deve ser aplicada ao Processo Trabalhista dada a sua principiologia.
Obs.4: O tipo de procedimento a ser adotado será aquele que se amoldar ao caso levando-se em consideração as peculiaridades dos procedimentos comuns ordinário, sumário (até dois salários mínimos) e sumaríssimo (até 40 salários mínimos).
2.3. Da Comissão de Conciliação Prévia: Antes de iniciar a narrativa dos fatos na petição inicial, por força do disposto no artigo 625 da CLT, deve o aluno indicar se antes da promoção da reclamação trabalhista houve ou não tentativa de conciliação realizada em CCP`s instituídas pela empresa e/ou sindicatos. A título de exemplo, o parágrafo pode ser assim redigido:
DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA: O reclamante não se submeteu à Comissão de Conciliação Prévia em razão das liminares conferidas nas ADINS 2139 e 2160-5, que fazem prevalecer o artigo 5º, inciso XXXV da Constituição Federal da República Federativa do Brasil, garantindo assim, o acesso à justiça.
2.4. Da Gratuidade de Justiça: Caso seja necessário, deve ser requerida a gratuidade de justiça antes da narração dos fatos, demonstrando a hipossuficiênia econômica do reclamante. À título de exemplo, o parágrafo de requerimento da Gratuidade de Justiça pode ser assim redigido:
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA: Requer a Vossa Excelência a concessão do benefício da gratuidade de justiça, uma vez que o Reclamante percebia remuneração mensal inferior ao dobro do salário mínimo legal, e hoje se encontra desempregado. Desta forma, o pagamento de custas e despesas processuais prejudica o seu sustento, bem como o de sua família, com base no art. 14, §1º da Lei 5584/70, além do art. 790, §3º da CLT e art. 98 CPC.
Obs: Atenção: não obstante perceba salário superior ao dobro do salário mínimo no curso de sua relação de emprego, o reclamante poderá requerer a gratuidade caso esteja desempregado desde o fim de sua relação, sem receber suas verbas decorrentes da extinção do contrato e declare a sua hipossuficiência econômica.
2.5. Das Prioridades no andamento processual: Ainda antes da narrativa dos fatos, ficar atento para possíveis alegações de PRIORIDADES NO ANDAMENTO PROCESSUAL? principais:
PRIORIDADE DO IDOSO: ART. 71 da Lei 10.741/03 e art. 1048 do CPC
PRIORIDADE CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ART. 1048 CPC
PRIORIDADE DOENÇA GRAVE: ART. 1048 CPC
PRIORIDADE DEFICIENTE: art. 9? Lei 13.146/15
MASSA FALIDA: ART.449 e 768 CLT
SALÁRIO e FALÊNCIA: ART. 652, § único da CLT
2.6. Os fatos e fundamentos jurídicos do pedido - o inciso III do artigo 319 do Código de Processo Civil, afirma que incumbe ao Reclamante deduzir os fatos e os fundamentos jurídicos de seus pedidos, ou seja, a causa de pedir (Elemento objetivo da demanda) próxima e remota. Importante destacar que o Processo do Trabalho, pela peculiaridade do princípio do ius postulandi, admite que o obreiro deduza a sua pretensão sem a apresentação dos fundamentos jurídicos, na medida em que o mesmo não os conhece. Destaque-se, também, que o processo civil brasileiro, desde o vestusto código de processo de 1939, adotou a teoria da substanciação, de tal forma que pouco interessa a natureza do direito afirmado em juízo, toda e qualquer petição deve trazer a narração dos fatos da causa de forma a convencer e dar subsídios ao correto julgamento da lide. Note-se que há a necessidadede clareza, precisão e concisão na petição inicial. Não importa que a petição inicial tenha apenas uma ou duas folhas. O importante é que a peça processual seja bem redigida, tendo causa de pedir e pedidos, de modo que a parte contraria e, também, o juiz possam compreender o que está sendo postulado pelo autor. A petição tem um silogismo. A premissa menor é representada pelos fatos. Os fundamentos de direito são a premissa maior. A conclusão é o pedido. Observe-se, por fim, que para melhor estudar o inciso III do artigo 319 do CPC/15, deve-se decompô-lo em dois, a saber:
2.6.1. Dos Fatos: a narrativa dos fatos na petição inicial é um texto eminentemente narrativo, qualificado como valorado, no qual devem ser observadas algumas regras para a sua elaboração. A primeira delas é a redação realizada sempre na terceira pessoa do singular ou plural (a depender se há ou não litisconsórcio ativo e/ou passivo). A segunda diz respeito aos verbos, que serão predominantemente no tempo pretérito (passado), pois os fatos já ocorreram. A terceira diz respeito, justamente, à ordem cronológica na narração de tais fatos, pois a compreensão de fatos depende diretamente de uma ordem cronológica linear de sua elaboração. A quarta, e última regra, é a adequação e seleção correta dos fatos para o apoio à tese escolhida, ou seja, por ser uma narrativa valorada deve o narrador escolher os fatos que melhor corroboram com sua tese, narrando-os de forma a iniciar o convencimento a partir da simples narração.
2.6.2. Dos Fundamentos jurídicos do pedido: os fundamentos jurídicos do pedido correspondem a um texto redigido sobre a forma dissertativa-argumentativa, na qual o argumentador deve se ater à tese a ser defendida. Neste ponto vale lembrar os ensinamentos de Miguel Reale, o qual já dizia ser o direito a cumulação/entrelaçamento de FATO, VALOR e NORMA. Assim, o texto argumentativo a ser produzido deve apresentar os fundamentos com base nos fatos narrados, nas normas pertinentes e aplicáveis ao caso concreto e aos valores queridos pelo ordenamento jurídico.
Obs.1: Deve ser recordado o conhecimento acumulado nas matérias de português jurídico, em especial, os adquiridos com a matéria Teoria e Prática da Argumentação Jurídica, na qual foi possível averiguar os principais tipos de argumentos constantes nas Argumentações jurídicas.
Obs.2: Há que se ter em mente que os fundamentos jurídicos do pedido materializam, também, o chamado nexo entre o fato e o efeito jurídico, ou seja, que o fato gera, por via de consequência, à luz de uma ordem normativa, determinado efeito jurídico (silogismo jurídico). Assim sendo, os fundamentos jurídicos devem apresentar de forma clara quais os efeitos que, com base nos fatos, o ordenamento jurídico de forma prévia comina. Exemplo: Adicional por horas extras.
2.7. O pedido com suas especificações: (inciso IV do artigo 319 do CPC/15) o pedido é a parte textual caracterizada como do tipo injuntivo, no qual se fazem, clara e precisamente, os pedidos da tutela jurisdicional ao Estado-Juiz. Por certo, os pedidos no processo civil vinculam a atuação do magistrado, sendo este um dos limites objetivos da lide, reflexo do princípio da congruência ou da adstrição. Entretanto, deve ser recordado que no âmbito adjetivo laboral, o princípio da congruência sofre atenuação em decorrência do princípio da extra-petição, o qual autoriza ao Estado-juiz conceder tutela diferente da requerida, tal como ocorre, v.g., no artigo 496 da CLT. A par dos comentários anteriores, o pedido (elemento objetivo da lide) deve ser redigido de forma clara e precisa, delimitando o que se quer com a reclamação trabalhista. Neste sentido, vale lembrar que o pedido é identificado pela Doutrina como mediato e imediato, este é a tutela jurisdicional pretendida, ou seja, pela classificação trinária, poderá ser declaratório, condenatório ou constitutivo. Por sua vez, àquele diz respeito ao bem jurídico pretendido, ou seja, aos valores, bens, ou qualquer outra pretensão de direito material.
Obs.1: O pedido deve ser certo e determinado, salvo nas hipóteses autorizativas insculpidas no artigo 324, §1º, do CPC/15. Mas deve ser lembrado que certeza e determinação não importam na liquidez do pedido, pois este pode ser ilíquido, salvo nas hipóteses de procedimento sumaríssimo, pois nesse o pedido deve ser líquido (art. 852-B), sob pena de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 852 - B, p.1º da CLT).
Obs.2: O pedido, ainda, pode ser cumulado, ou seja, havendo diversas causas de pedir (fatos e fundamentos) haverá diversos pedidos. No que concerne à cumulação deve-se lembrar que a cumulação pode ser própria ou imprópria, a primeira pode ser desvelada sobre a forma de cumulação simples ou sucessiva. A cumulação própria simples é aquela que se dá quando, com base em diversas causas de pedir, se realizam diversos pedidos, um para cada causa de pedir, exemplo, condenação ao pagamento das verbas correspondentes às horas extras e ao descanso semanal remunerado não pagos ao obreiro. Já a cumulação própria sucessiva, é aquela que ocorre quando há diversas causas de pedir e diversos pedidos, mas o deferimento de um é a causa lógica para o deferimento dos demais, por exemplo, a condenação às horas extras e, por via de consequência, os reflexos das horas extras nas verbas rescisórias. Por fim, a cumulação de pedidos será dita imprópria quando for desvelada sobre a forma de pedidos alternativos ou subsidiários. Se dá a cumulação imprópria na forma alternativa quando o reclamante, com base em uma única causa de pedir, requer o acolhimento de um de dois pedidos, ou seja, quando o Reclamante requer, por exemplo, nas ações que visem o cumprimento de obrigação de fazer, a realização do ato ou fato pelo reclamado ou o valor correspondente às perdas e danos. Por seu turno ocorrerá acumulação impropria por subsidiariedade quando o Reclamante, com base em uma causa de pedir, realizar dois ou mais pedidos, a ela vinculados, mas com ordem de preferência, ou seja, quando o reclamante deduzir mais de um pedido sempre com intuito do acolhimento do antecedente e somente na sua impossibilidade, seja acolhido o posterior. Exemplo: primeiro pedido - seja condenada a reclamada à imediata reintegração do autor nos quadros de funcionários. Segundo pedido? em não sendo acolhido o primeiro, seja condenada a reclamada ao pagamento das verbas correspondentes à dispensa imotivada.
Obs.3: Ainda sobre os pedidos cumpre destacar que em caso de pedido de antecipação de tutela (tutela de urgência de natureza satisfativa), este deverá ser o primeiro item do pedido, sendo necessária a prévia fundamentação, na causa de pedir, dos motivos de sua necessidade, com ênfase na prova inequívoca que convença o juiz da verossimilhança das alegações, com base no disposto no art. 300 c/c art. 303, ambos do Código de Processo Civil. Ressalte-se, entretanto, que há a necessidade da demonstração do dano reverso, ou seja, que a medida antecipatória determinada possa ser revertida ou indenizada, não causando maior dano a parte que a suporta do que a que requer.
2.8. Do Valor da Causa: (inciso V, do artigo 319 do CPC/15) a toda causa deve ser atribuído um valor, mesmo nas causas meramente declaratórias, onde o valor em tese seria inestimável, deve ser atribuído um valor determinado.
Obs.1: É obrigatória a inclusão na petição inicial de um valor à causa, isto porque o valor define se a demanda será submetida ao procedimento comum (ordinário), sumaríssimo (para as causas cujo valor seja de até 40 salários mínimos), ou sumário (para as causas que não ultrapassem o valor correspondente a dois salários mínimos).
Obs.2: Nas causas submetidas ao procedimento sumaríssimo o valor da causa corresponderá ao somatório dos pedidos quando forem sob a forma de cumulação própria, conforme determina o artigo 852- B, inciso I da CLT.
Obs.3: Para a determinação do valor da causa deve ser considerado o disposto nos artigos 291 e 292 do CPC/15.
2.9. Das Provas: (inciso VI, do artigo319 do CPC/15) toda a matéria fática deve ser comprovada, assim como, excepcionalmente, as de direito objetivo e positivo municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, conforme o disposto nos artigos 373 e 376 do Código de Processo Civil.
Obs.1: A prova no regramento do CPC/15 é direito da parte, sendo admissível todos os meios legais bem como os moralmente legítimos, ainda que não tipificados na lei.
Obs.2: O regramento de provas no CPC/15 traz importante instrumento instrutório aplicável ao processo do trabalho no artigo 370, pois garante a possibilidade da determinação de ofício de provas, o que é um poder de instrução processual do Juiz. Outro ponto de interesse, é o disposto no artigo 371 do CPC/15, o qual determina a livre apreciação da prova para a formação do convencimento racional e fundamentado do magistrado, o que, igualmente, é inteiramente aplicável ao processo do trabalho.
Obs.3: Ônus da Prova, o novo Código de Processo Civil, em seu artigo 373, inovando e atendendo os clamores da doutrina e da já consolidada jurisprudência pátria, adotou a teoria da carga dinâmica do ônus probatório, em franca oposição a teoria adotada pelo CPC de 1973 (carga estática), o que aproximou o CPC/15 à CLT, justamente no que tange à dinâmica processual.
2.10. O Requerimento de Notificação do Reclamado: diferentemente do que ocorre no processo civil, todas as comunicações dos atos processuais operam sobre a rubrica de notificação, ou seja, não há a diferença entre citação e intimação, todas serão processadas e formalizadas sobre a rubrica de notificação. Este é o último pedido a ser realizado, em outras palavras, após a realização de todos os pedidos deve o Reclamante inserir o requerimento de notificação do Reclamado, para comparecimento em audiência de conciliação (princípio conciliatório) a ser designada pelo juízo, sob pena de revelia e, também, para deduzir a sua defesa.
Exemplo do requerimento de notificação: 
Requer a notificação da reclamada para comparecer à audiência a ser designada por este r. Juízo, oportunidade em que deverá oferecer contestação a presente, sob pena de revelia e confissão da matéria de fato, esperando ao final ver julgados procedentes os pedidos formulados nesta ação.
Obs.: O CPC/15 não elenca mais no rol dos incisos do artigo 319, o pedido de realização da citação do Réu, tal como ocorria com o artigo 282 do CPC de 1973, fato é que o pedido de citação ainda é requisito da petição inicial, decorrendo dos 246 e seguintes do CPC/15.
2.11. Honorários advocatícios (Súmula 219 TST)
3. Aspectos formais da petição inicial A petição inicial tem por finalidade precípua veicular, com absoluta clareza, a pretensão do Autor à tutela jurisdicional. Tal objetivo requer alguns cuidados formais que garantam a eficácia da peça como veículo informativo e formador do livre convencimento motivado do julgador. Seguem alguns parâmetros formais para a elaboração da petição inicial: 
· margem direita de 2cm; 
· margem esquerda de 4cm; 
· fonte, no mínimo, 12; 
· espaço de entrelinha 1,5; 
· recuo nas primeiras linhas dos parágrafos; 
· alinhamento justificado;
Exemplo:
JÚIZO OU TRIBUNAL A QUE É DIRIGIDA
(ESPAÇAMENTO DE 10 LINHAS)
QUALIFICAÇÃO DO RECLAMANTE...,endereço eletrônico..., vem, por seu advogado, endereço eletrônico.., com escritório na ..., para fins do artigo 77,V, do Código de Processo Civil, propor a presente
NOME DA AÇÃO pelo rito ...,
em face de QUALIFICAÇÃO DA RECLAMADA..., endereço eletrônico..., pelos fatos e fundamentos que se seguem:
I- DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
(Pedido de gratuidade se houver).
II - DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA 
(Indicação se houve ou não tentativa de conciliação (vide observação dos fatos) ou facultatividade da passagem pela CCP segundo o STF)
III - DOS FATOS 
(Parte narrativa onde deve constar os fatos que ensejam a demanda. Pode ser realizado por tópicos que constem as informações relevantes do caso concreto, tais como: 
- DO RECONHECIMENTO DO VINCULO EMPREGATÍCIO ; 
- DA NULIDADE DA RELAÇÃO DE TRABALHO; 
- DA ANOTAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO NA CTPS; 
- DOS FATOS ATINENTES A PARCELAS DE NATUREZA SALARIAL; 
- DOS FATOS RELACIONADOS À JORNADA DE TRABALHO; 
- DO FGTS; - DAS PARCELAS INDENIZATÓRIAS; etc)
IV - DOS FUNDAMENTOS (Em consonâncias aos tópicos levantados nos fatos deve-se fundamentar a pretensão do Reclamante, com base nos argumentos mais pertinentes e relevantes, tais como o de autoridade, que se utiliza de OJ`s, súmulas, dispositivos legais dentre outros.)
V - DO PEDIDO:
Diante do exposto, requer:
1. seja deferido o pedido de Gratuidade de Justiça pleiteada no preâmbulo desta exordial;
2. Os pedidos referentes às causas de pedir e dos fundamentos apresentados, de acordo com a natureza do provimento jurisdicional, ou seja, declaratório, condenatório ou constitutivo.
3.Determinar a notificação da reclamada, para comparecer a audiência a ser designada por este r. Juízo, oportunidade em que deverá oferecer contestação a presente, sob pena de revelia e confissão da matéria de fato, esperando ao final ver julgados procedentes os pedidos formulados nesta ação
VI - DAS PROVAS 
Indica como provas a serem produzidas as de caráter documental, testemunhal e depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, sob pena de confissão, na amplitude do artigo 369 do Código de Processo Civil.
DO VALOR DA CAUSA:
Dá-se à presente o valor de R$ ...
Nestes Termos,
P. deferimento.
Local e data.
Nome do Advogado
OAB nº
Outro modelo:
Em face do exposto, com base na fundamentação supra, é a presente para requerer:
- LISTAR O ROL DE PEDIDOS (letras ou números)
Diante do exposto, requer a V. Exa. se digne receber a presente, para que produza seus jurídicos e legais efeitos, seja o reclamado citado por todos os seus termos, para, querendo, contestar a presente, sob pena de revelia e confissão, e, finalmente, seja condenado na forma do pedido, acrescido de juros e correção monetária.
Requer provar por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente testemunhal, documental, pericial e depoimento pessoal do Reclamado, sob pena de confissão.
Dá-se à causa o valor ora arbitrado de R$ ... para fins de alçada. (se for pelo Procedimento Sumaríssimo o valor da causa deverá corresponder ao somatório dos pedidos liquidados)
Termos em que,
pede deferimento OU
P. deferimento
Local ... e data ...
Nome do advogado ...
OAB / UF... n.º ...
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 02
TÍCIO, auxiliar administrativo, residente no município de São Gonçalo-RJ, foi contratado pela empresa ALFA LTDA, para trabalhar na filial localizada no Município do Rio de Janeiro-RJ, em 4 de janeiro de 2016. A contratação ocorreu no município de Niterói, local onde está situada a matriz da empresa. Cumpria jornada de trabalho das 8 às 17h, com 1 hora de intervalo para repouso e alimentação. Recebia o salário mensal de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Foi imotivadamente dispensado, sem prévio aviso, no dia 26 de janeiro de 2017, ocasião em que nada lhe foi pago a título de verbas resilitórias. Informa que, encontra-se desempregado até o presente momento e que nunca usufruiu férias. Você, na qualidade de advogado(a) do sindicato da categoria de TÍCIO, promova a medida processual cabível, observando o procedimento devido e o Juízo competente.
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 03
XX EXAME OAB 2016 (adaptado)
Suzana trabalhou na residência da família Moraes de 15/06/2016 a 15/09/2016, data na qual teve baixa em sua CTPS. A família do ex-empregador vive em Natal/RN. Suzana foi contratada a título de experiência por 45 dias, findos os quais nada foi tratado e Suzana continuou trabalhando normalmente. Suzana realizava todas as atividades do lar, iniciando o trabalho às 7h e saindo às 16 h, de segunda à sexta-feira, com trinta minutos de intervalo. Suzana tinha descontado do seu salário 10% referente ao vale-transporte, além de suacota-parte do INSS e 25% do valor da alimentação consumida no emprego. Suzana fazia a limpeza dos 3 banheiros existentes na residência mas não recebia qualquer adicional. Em determinada ocasião, Suzana viajou com a família por 4 dias úteis para Gramado/RS. Nessa ocasião, trabalhou como babá das 8h às 17h, desfrutando de uma hora de almoço.
Na data da dispensa, Suzana recebeu as seguintes verbas: férias proporcionais de 3/12 avos acrescidas de 1/3 e 13º salário proporcional de 3/12 avos. Você foi procurado por Suzana para, na condição de advogado(a), redigir a peça prático-profissional pertinente em defesa dos interesses da trabalhadora, sem criar dados ou fatos não informados.
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 04
José, funcionário da empresa LV, admitido em 11/05/2015, ocupava o cargo de recepcionista, com salário mensal de R$ 1.200,00. Em 19/06/2016, José afastou-se do trabalho mediante a concessão de benefício previdenciário de auxílio-doença. Cessado o benefício em 20/07/2016 e passados dez dias sem que José tivesse retornado ao trabalho, a empresa convocou-o por meio de notificação, recebida por José mediante aviso de recebimento. José não atendeu à notificação e, completados trinta dias de falta, a empresa LV expediu edital de convocação, publicado em jornal de grande circulação, mas, ainda assim, José não retornou ao trabalho. Preocupada com a rescisão do contrato de trabalho, com a baixa da CTPS, com o pagamento das parcelas decorrentes e para não incorrer em mora, a empresa
procurou profissional da advocacia. Considerando a situação hipotética acima apresentada, na qualidade de advogado(a) da empresa LV, elabore a peça processual adequada a satisfazer-lhe judicialmente o interesse, ciente de que José nunca usufruiu férias. (39º Exame OAB adaptado)
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 05
Leonel Pereira é empregado da Empresa Alfa Ltda. E, apesar de ser detentor de estabilidade provisória, na qualidade de diretor titular de sociedade cooperativa criada pelos próprios empregados da Empresa Alfa há cerca de um ano, não está liberado de cumprir sua jornada de trabalho. Leonel, todavia, vem apresentando reiteradas faltas e atrasos, todos devidamente punidos pelo seu empregador. Em sua ficha funcional constam nos últimos dois meses, 3 advertências e 2 suspensões, toda pelos motivos descritos. E a situação só vem se agravando a cada dia, tornando-se cada vez mais reincidente em suas faltas. A última e atual suspensão ocorreu faz 2 dias. Diante da situação narrada, a empresa Alfa formula consulta jurídica dizendo que gostaria de proceder a demissão de Leonel, por culpa deste em virtude do cometimento das aludidas faltas e atrasos.
Você, na qualidade de advogado (a) contratado, apresente em Juízo, a peça processual adequada, objetivando a demissão do empregado faltoso, por culpa exclusiva deste.
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 06
1.Defesa do Reclamado - Aspectos Gerais
Inicialmente, cabe destacar que a defesa do reclamado, no âmbito do processo do trabalho, será apresentada em audiência, após a tentativa de conciliação frustrada. A defesa do acusado poderá ser realizada de forma oral ou escrita, sendo mais comum a apresentação da peça de defesa na forma escrita. Contudo, a CLT primou pela forma oral dos atos processuais, de tal forma que não tratou dos requisitos fundamentais para a elaboração da contestação. Diante de tal motivo, deve-se buscar os requisitos constantes no CPC, diploma que possui aplicação subsidiária no processo do trabalho, consoante o disposto no artigo 769 da CLT. (Explicar como ocorre na prática com o Pje-JT)
1.1. Principais princípios
Ø Ampla Defesa e Contraditório - corolário do princípio do devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório são princípios constitucionais do processo assegurados pelo artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal, mas pode ser definido também pela expressão audiatur et altera pars, que significa ?ouça-se também a outra parte?. O princípio da ampla defesa e do contraditório possuem base no dever delegado ao Estado de facultar ao acusado a possibilidade de efetuar a mais completa defesa quanto à imputação que lhe foi realizada. As condições mínimas para a convivência em uma sociedade democrática são pautadas através dos direitos e garantias fundamentais. Estes são meios de proteção dos Direitos individuais, bem como mecanismos para que haja sempre alternativas processuais adequadas para essa finalidade. Não só a Constituição da República, mas também a Convenção Americana sobre os Direitos Humanos, chamada de Pacto de São José da Costa Rica, aprovada pelo Congresso Nacional, através do Decreto Legislativo n° 27, de 26/5/1992, garante o contraditório. Diz o art. 8º: Art. 8º Garantias Judiciais "Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza. Por tudo isso, o princípio da ampla defesa e do contraditório refletem o dever de possibilitar ao Reclamado todos os meios de defesa e instrumentos processuais hábeis para a garantia efetiva de um contraditório.
Art. 4° Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do CPC que regulam o princípio do contraditório, em especial os artigos 9º e 10, no que vedam a decisão surpresa. § 1º Entende-se por ?decisão surpresa? a que, no julgamento final do mérito da causa, em qualquer grau de jurisdição, aplicar fundamento jurídico ou embasar-se em fato não submetido à audiência prévia de uma ou de ambas as partes. § 2º Não se considera ?decisão surpresa? a que, à luz do ordenamento jurídico nacional e dos princípios que informam o Direito Processual do Trabalho, as partes tinham obrigação de prever, concernente às condições da ação, aos pressupostos de admissibili Ø Princípio da Concentração ou Eventualidade - toda a matéria de defesa deve ser apresentada em uma única oportunidade processual, sob pena de preclusão, ou seja, deve o Reclamado, em sua peça de bloqueio, alegar todas as matérias de fato e de direito que pretende impugnar, inclusive, indicando clara e precisamente, quais são os motivos pelos quais não concorda com a pretensão autoral, impugnando especificamente cada uma das causas de pedir e consequente pedidos, realizados pelo Reclamante. Nesse sentido, após a apresentação da contestação somente será lícito ao Reclamado deduzir novas alegações se relativas a direito superveniente, competir ao juiz conhecer delas de ofício ou por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo, conforme o disposto no artigo 342 CPC/15: Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: I - relativas a direito ou a fato superveniente; II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.
Destaque para o art. 4° da IN 39/16 do TST: ?Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do CPC que regulam o princípio do contraditório, em especial os artigos 9º e 10, no que vedam a decisão surpresa. § 1º Entende-se por ?decisão surpresa? a que, no julgamento final do mérito da causa, em qualquer grau de jurisdição, aplicar fundamento jurídico ou embasar-se em fato não submetido à audiência prévia de uma ou de ambas as partes. § 2º Não se considera ?decisão surpresa? a que, à luz do ordenamento jurídico nacional e dos princípios que informam o Direito Processual do Trabalho, as partes tinham obrigação de prever, concernente às condições da ação, aos pressupostos de admissibilidade de recurso e aos pressupostos processuais, salvo disposição legal expressa em contrário.
Ø Princípio do Ônus da Impugnação Específica ou Especificada - decorrente do princípio da concentração ou da eventualidade, o princípio em comentoimporta no dever de o Reclamado impugnar, em sua defesa, cada fato citado pelo autor que auxiliou para o surgimento do direito pleiteado. Essa forma de defesa é muito importante, pois a lei determina que os fatos não rebatidos pelo réu são considerados verdadeiros, conforme o disposto no artigo 341/15 do CPC: Art. 341.
Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato; III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
1.2. Espécies
A defesa do Reclamado pode se dar através da apresentação de Contestação, Reconvenção e Exceção. Entretanto, não se pode olvidar as alterações ocorridas com o advento do CPC/15 e quais seus efetivos reflexos no Processo do Trabalho. Senão vejamos.
1.2.1. ? CONTESTAÇÃO: A contestação é, sem dúvida, a principal espécie de defesa do Réu, especialmente pelo fato de ser a única modalidade de resposta processual que tem o condão de evitar a figura da revelia. É na contestação que o Reclamado irá exercer o seu direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório, insurgindo-se contra a pretensão do Reclamante, impugnando especificamente todos os fatos por aquele deduzidos. Por certo, a contestação envolverá todas as matérias de defesa do Reclamado, quer sejam de índole processual, quer sejam de índole material.
O artigo 335 CPC/15 prevê que o réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias. Ocorre, contudo, que nossa contestação será entregue em audiência (com as peculiaridades do Pje-JT). Assim sendo, destaque para o artigo 2° da IN 39/15 do TST, que prevê que, sem prejuízo de outros, não se aplicam ao Processo do Trabalho, em razão de inexistência de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do Código de Processo Civil: IV - art. 334 (audiência de conciliação ou de mediação); V - art. 335 (prazo para contestação).
Art. 335 CPC/15: O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. § 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência. § 2o Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.
Ainda no que tange à contestação, o art. 337 do CPC/15 prevê que ?incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: II - incompetência absoluta e relativa?. A grande questão é conseguir delimitar se a arguição de incompetência relativa ocorrerá no processo do trabalho como preliminar da contestação, e não mais, por peça apartada, como agora ocorre no processo civil ou se faremos por peça apartada. Ressalte-se, nesse particular, que, na esfera trabalhista, mesmo antes do advento do CPC/15, já havia uma praxe, embora não unânime, utilizada por alguns operadores do direito do trabalho, arguindo a incompetência relativa em peça única, na própria contestação, antes de alegar eventuais preliminares da contestação, ante o informalismo e a celeridade. A questão vem gerando polêmica doutrinária e na esfera prática.
1.2.2. - RECONVENÇÃO: A reconvenção é modalidade de resposta do réu, concernente não a uma defesa, mas sim a uma manifestação de ataque contra o autor (SARAIVA, 2014, pág. 315) A reconvenção constitui verdadeiro contra-ataque do reclamado em face do reclamante, dentro do mesmo processo. Para que seja possível reconvir devem ser preenchidos alguns requisitos como a competência do juízo para o conhecimento da reconvenção; a compatibilidade do procedimento; a existência de conexão entre a reconvenção e ação principal.
A reconvenção no CPC/15 é tratada no artigo 343, de aplicação subsidiária, pois não possuímos regra própria, deixando de ser apresentada por peça apartada e passando a vir no final da contestação, quando cabível, vejamos:
Art. 343 CPC/15: Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. § 1o Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. § 3o A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. § 4o A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. § 5o Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual. § 6o O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.
Dessa forma, a reconvenção, no CPC/15, deixa de ser apresentada em uma peça autônoma e passa a integrar o bojo da contestação. Contudo, muito embora integre a contestação, a reconvenção continua tendo a natureza jurídica de ação autônoma, devendo preencher os mesmos requisitos e ser proposta no mesmo prazo para a apresentação da contestação.
1.2.3. ? EXCEÇÃO: A exceção é espécie de defesa do reclamado que objetiva resolver determinada questão pendente, sem operar a extinção do feito com ou sem a resolução do mérito. Desta forma, objetiva, em verdade, atacar a imparcialidade do magistrado ou a incompetência do juízo (incompetência relativa). O CPC/15, como já salientado quando do estudo da contestação, extinguiu a apresentação da peça de exceção de incompetência relativa, tratando-a como preliminar de contestação, tal como já admitia parte da doutrina processual trabalhista. Assim sendo, no processo do trabalho, há quem defenda que a exceção de incompetência relativa deverá ser apresentada como preliminar de contestação (defesa processual), a teor do artigo 337, inciso II, do NCPC, no entanto, outros defendem que continua sendo arguida em peça apartada.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: (...) II - incompetência absoluta e relativa;
Quanto às Exceções de Impedimento e Suspeição (artigo 801 da CLT), a polêmica de igual sorte se instaura: se utilizaremos o procedimento contido no art. 146 do CPC/15 ou se continuaremos utilizando a CLT. Neste particular, em que pesem entendimentos em contrário, o posicionamento majoritário vem defendendo a apresentação em peça apartada e a utilização das regras contidas na CLT, por termos regar própria (arts. 799 ao 802 CLT).
Por outro lado, de forma quase unânime, aplicam-se ao processo do trabalho, de forma supletiva, as hipóteses de impedimento e suspeição previstas no CPC/15, a saber:
Art. 144 CPC/15: Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seucônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. § 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. § 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. § 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
Art. 145CPC/15: Há suspeição do juiz: I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. § 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. § 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: I - houver sido provocada por quem a alega; II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.
2. Da Contestação: Como dito, a contestação é, sem dúvida, a principal espécie de defesa do Réu, especialmente pelo fato de ser a única modalidade de resposta processual que tem o condão de evitar a figura da revelia. Cumpre ao Reclamado deduzir todas as matérias de defesa, impugnando especificamente cada um dos fatos apresentados pelo Reclamante, sob pena de confissão. Assim sendo a contestação, como peça de defesa, deverá apresentar toda e qualquer matéria afeta à defesa dos interesses do Reclamado, podendo estas ser de duas ordens:
2.1. Defesa Processual: A defesa processual realizada na contestação, constitui-se em verdadeira defesa indireta realizada pelo Reclamado, pois destina-se às questões de ordem processual sem alcançar o mérito da lide. As defesas processuais são também conhecidas como preliminares de contestação e podem ser classificadas como peremptórias ou dilatórias, a depender se extinguem o processo ou se suspendem/dilatam o curso do processo, respectivamente. As defesas processuais encontram-se estabelecidas no artigo 337 do CPC: Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação; II - incompetência absoluta e relativa; III - incorreção do valor da causa; IV - inépcia da petição inicial; V - perempção; VI - litispendência; VII - coisa julgada; VIII - conexão; IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; X – convenção de arbitragem; XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. § 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. § 2oUma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. § 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. § 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. § 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo. § 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral As inovações mais sensíveis verificadas no CPC/15, dizem respeito, justamente, à possibilidade de alegação da incompetência relativa, no bojo das preliminares de contestação e a impugnação ao benefício da Gratuidade de Justiça, que era processado em autos apartados, conforme o disposto na Lei nº 1.060 de 1950. Contudo, é importante destacar que as preliminares (defesas processuais) previstas nos incisos V, X e XII, do artigo 337 do NCPC (Artigo 301, V, IX e XI do CPC/73), não são aplicáveis ao processo do trabalho, no que tange aos dissídios individuais.
2.2. Defesa de Mérito: Quanto ao mérito a contestação poderá apresentar duas espécies de defesa:
2.2.1. Defesa de Mérito Indiretas: As defesas de mérito indiretas, também denominadas ?exceções substanciais? são aquelas em que o Reclamado reconhece o fato constitutivo do direito, mas alega um fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Reclamante. Fato Impeditivo são aqueles que provocam a ineficácia dos fatos alegados pela outra parte. Fato Modificativo são aqueles que modificam ou alteram os fatos alegados pela outra parte, tais como pagamento parcial, compensação, dentre outros. Fato Extintivo são aqueles que extinguem as obrigações pretendidas pela outra parte, podendo ocorrer pela prescrição, decadência, pagamento, renúncia ou mesmo transação.
2.2.2. Defesa de Mérito Direta: A defesa direta de mérito ocorre com a negação dos fatos constitutivos, ou seja, negam-se os fatos que constituem o direito do Reclamante, devendo tal negação ser acompanhada das provas dos fatos negados.
2.3. Requisitos Essenciais -Aspectos Formais Tal como ocorre com a petição inicial, a contestação realizada de forma escrita deverá preencher os requisitos constantes no artigo 335 a 342 do CPC/15.
Dessa forma, sob a ótica dos aspectos de forma, a contestação deverá conter:
2.3.1- Endereçamento ao Juízo Competente: A contestação, diferentemente do que ocorre com a petição inicial, será endereçada ao juízo que determinou a notificação do Reclamado, ou seja, será endereçada ao juízo onde a ação foi distribuída. Exemplo: Notificação realizada pelo juízo da 5ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, o endereçamento será assim realizado:
EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DA 5ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO
2.3.2- Identificação do Processo: Além do endereçamento ao juízo onde foi distribuída a demanda, a contestação deverá conter o número de registro do processo junto ao órgão jurisdicional, ou seja, após o endereçamento ao juízo competente deve o Reclamado indicar a que processo se refere àquela contestação. Exemplo:
EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 5ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO
(5 linhas)
Processo nº XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
2.3.3. Qualificação das Partes: Tal como ocorre com a petição inicial, deve-se qualificar as partes do processo, indicando, como primeira, a parte que está peticionando, ou seja, o reclamado e, após, a parte contra a quem é dirigida as alegações, ou seja, o Reclamante. Exemplo: 
ABCDE, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº__________, endereço eletrônico_____, com sede na rua________, nº_______, CEP________, (cidade), (estado), vem, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado infra-assinado, endereço eletrônico ___, com endereço profissional sito à ____________,tempestivamente, apresentar sua CONTESTAÇÃO às alegações formuladas por XYZKW, já qualificado nos autos da (identificar o nome da demanda), pelas relevantes razões de fato e de direito que passa a expor:
2.3.4. Das Preliminares: Antes de adentrar ao mérito da reclamação trabalhista deve o Reclamado abordar todas as questões de ordem processual, denominadas de preliminares. O atual CPC, aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho, por força do artigo 769 da CLT, as descreve no artigo 337, in verbis: Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta e relativa; 
III - incorreção do valor da causa; 
IV - inépcia da petição inicial; 
V - perempção; 
VI - litispendência; 
VII - coisa julgada; 
VIII - conexão; 
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
Todas as hipóteses devem ser analisadas pormenorizadamente, em tópicos separados. Lembrando que os requerimentos ao final da peça de bloqueio terão por base, também, cada uma das preliminares elencadas, considerando, inclusive, se peremptórias (geram a extinção do feito sem a resolução do mérito) ou dilatórias (geram a suspensão ou dilação do processo).
2.3.5 Defesas de Mérito Indiretas: Após a realização da defesa processual, deve o réu elencar as prejudiciais de mérito que geram a extinção do feito com a resolução do mérito, tais como: 
A Prescrição, 
A Decadência,
A Compensação. 
Observado, no último caso, o disposto no artigo 767 da CLT, Súmula 18 do TST e artigo 477, § 5º, da CLT. Todas as defesas de mérito indireta devem ser realizadas em tópicos, pois gerarão requerimento de extinção do feito com resolução do mérito.
2.3.6 Defesas de Mérito Diretas: Ultrapassadas as preliminares e as prejudiciais de mérito, incumbe ao Reclamado, na forma do artigo 336 do CPC/15, alegar toda e qualquer matéria fática e de direito pela qual impugna os fatos invocados na reclamação trabalhista, ponderando as razoes que se fundam a sua insurgência. Importante destacar que o ordenamento jurídico veda a realização de contestação pela negatória geral, cabendo ao réu impugnar de forma clara e precisa cada um dos fatos que ensejam a reclamação trabalhista.
2.3.7- Dos Requerimentos: Após terem sido deduzidas todas as impugnações, deve a contestação apontar os requerimentos seguindo a ordem na qual foram apresentados, ou seja:
Primeiro os requerimentos decorrentes das preliminares, após os requerimentos decorrentes das defesas de mérito indiretas, por fim, os requerimentos decorrentes das defesas de mérito diretas, em um verdadeiro silogismo. Exemplo:
Isto posto requer a Vossa Excelência:
1. O acolhimento da preliminar de incompetência absoluta, remetendo-se os autos ao Juízo competente, ou seja, para uma das Varas ________;
2. O acolhimento da preliminar de conexão com remessa ao juízo prevento da __________________;
3. O acolhimento da preliminar de __________ extinguindo-se o processo sem julgamento do mérito nos termos do art. 485, ___ do CPC/15; (ex. ausência de submissão da comissão de conciliação prévia, inépcia, inexistência de liquidez nos pedidos em reclamação trabalhista movida pelo rito sumaríssimo...)
4. Seja reconhecida / pronunciada a decadência extinguindo-se o processo com resolução do mérito nos termos do art. 487, II do NCPC;
5. Seja acolhido o pedido de compensação ou retenção, conforme as razões narradas nesta peça de bloqueio;
6. Vencidas as preliminares e a prejudicial, que no mérito seja julgado improcedente o pedido autoral;
2.3.8- Do Requerimento de Provas: Tal como ocorre com a petição inicial, deve o reclamado, ao final de sua contestação, apresentar as provas que pretende produzir. Exemplo:
Indica como provas a serem produzidas as de caráter documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal na amplitude do artigo 369 do Código de Processo Civil. Há que se lembrar que no processo do trabalho, pelo princípio da celeridade e da concentração de atos, sendo a audiência una, deverá o Reclamado indicar as testemunhas e as levar à audiência, independentemente de intimação. Outrossim, os documentos devem ser apresentados junto à contestação, assim como os quesitos para a realização da perícia, caso seja deferida pelo magistrado.
2.3.9- Parte Autenticativa: Exemplo: 
Local, data Nome do Advogado OAB nº
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 07
XVII EXAME OAB FGV (adaptado)
Você foi procurado pelo Banco Dinheiro Bom S/A, em razão de ação trabalhista nº XX, distribuída para a 99ª VT de Belém/PA, ajuizada pela ex-funcionária Paula, que foi gerente geral de agência de pequeno porte por 4 anos, período total em que trabalhou para o banco. Sua agência atendia apenas a clientes pessoa física. Paula era responsável por controlar o desempenho profissional e a jornada de trabalho dos funcionários da agência, além do desempenho comercial desta. Na ação, Paula aduziu que ganhava R$ 8.000,00 mensais, além da gratificação de função no percentual de 50% a mais que o cargo efetivo. Porém, seu salário era menor que o de João Petrônio, que percebia R$ 10.000,00, sendo gerente de agência de grande porte atendendo contas de pessoas físicas e jurídicas. Requer as diferenças salariais e reflexos. Paula afirma que trabalhava das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira, com intervalo de 20 minutos. Requer horas extras e reflexos. Paula foi transferida de São Paulo para Belém, após um ano de serviço, tendo lá fixado residência com sua família. Por isso, ela requer o pagamento de adicional de transferência. Paula requer a devolução dos descontos relativos ao plano de saúde, que assinou no ato da admissão, tendo indicado dependentes. Requer, ainda, multa prevista no Art. 477 da CLT, pois foi notificada da dispensa em 06/02/2017, uma segunda-feira, e a empresa só pagou as verbas rescisórias e efetuou a homologação da dispensa em 16/02/2017, um dia após o prazo, segundo sua alegação. Redija a peça prático-profissional pertinente ao caso.
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 08
Baseado no XVIII EXAME OAB FGV
Nos autos da reclamação trabalhista 1234, movida por Gilson Reis em face da sociedade empresária Transporte Rápido Ltda., em trâmite perante a 15ª Vara do Trabalho do Recife/PE, a dinâmica dos fatos e os pedidos foram articulados da seguinte maneira: O trabalhador foi admitido em 13/05/2010, recebeu aviso prévio em 09/11/2016, para ser trabalhado, e ajuizou a demanda em 25/01/2017.
Exercia a função de auxiliar de serviços gerais. Requereu sua reintegração porque, em 23/11/2016, apresentou candidatura ao cargo de dirigente sindical da sua categoria, informando o fato ao empregador por e-mail, o que lhe garante o emprego na forma do Art. 543, § 3º, da CLT, não respeitada pelo ex-empregador. Que trabalhava de segunda a sexta-feira das 5:00h às 15:00h, com intervalo de duas horas para refeição, jamais recebendo horas extras nem adicional noturno, o que postula na demanda. Que o intervalo interjornada não era observado, daí porque deseja que isso seja remunerado como hora extra. A audiência está marcada. Contratado como advogado (a), você deve apresentar a medida processual adequada à defesa dos interesses da sociedade empresária Transporte Rápido Ltda., sem criar dados ou fatos não informados.
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 09
Paulo ocupava o cargo de gerente-geral do Banco Confiança, desde 2010, quando foi promovido e passou a receber o dobro de seu salário anterior. O Banco Confiança ainda custeou para Paulo a realização de seu MBA em Finanças, investindo na capacitação de seu empregado um total de R$30.000,00, apenas estipulando contratualmente uma cláusula de permanência por 2 anos após o término do curso, sob pena de ressarcimento integralcaso o empregado viesse a pedir seu desligamento antes do período pactuado. Paulo, apesar de muito satisfeito com seu trabalho, ao
receber uma proposta irrecusável de outra instituição financeira, pediu demissão seis meses após o término de sua especialização profissional. O Banco, por sua vez, lhe pagou corretamente as parcelas decorrentes da extinção do contrato de trabalho, no entanto, ao ser questionado quanto ao pagamento das inúmeras horas extras prestadas desde 2010 até o fim de seu contrato, alegou não serem devidas.
Paulo, indignado, ingressou em 25/01/17 com uma reclamação trabalhista postulando as referidas horas extras, com o adicional de 50% e seus reflexos. Você, na qualidade de advogado(a) contratado pelo Banco Confiança, tome a(s) medida(s) processual(ais) cabível (eis). Importante registrar que não foi juntada aos autos, quando do ajuizamento da ação, a procuração do patrono do reclamante.
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 10
1.RECURSOS
1.1. Conceito: é a provocação do reexame de determinada decisão pela autoridade hierarquicamente superior, em regra, ou pela própria autoridade prolatora da decisão, objetivando a reforma ou modificação do julgado, ou seja, é o remédio processual concedido às partes ou terceiro, objetivando que a decisão judicial impugnada seja submetida a novo julgamento.
Obs: Recursos são assim chamados os que se podem exercitar dentro do processo em que surgiu a decisão impugnada; diferem das ações impugnativas autônomas, cujo exercício, em regra, pressupõe a irrecorribilidade da decisão, ou seja, o seu trânsito em julgado (ex., ação rescisória).
1.2. Princípios: podem ser elencados os seguintes princípios recursais:
a) Duplo Grau de Jurisdição: A CRFB não o prevê, mas diversos autores o posicionam como um corolário do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (artigo 5º, LV, da CRFB) 
b) Unirrecorribilidade: só existe um recurso cabível para cada decisão, ou seja, só se admite um recurso para vergastar a decisão. 
c) Fungibilidade: permite-se o aproveitamento de recurso erroneamente nominado, como se fosse o que deveria ser interposto, atendendo-se ao princípio da finalidade ou simplicidade do processo. Porém há que se advertir que para a aplicação do princípio em comento se deve verificar a existência de três fatores cumulativos: i) inexistir erro grosseiro; ii) tem que haver dúvida plausível quanto ao recurso cabível; iii) o recurso erroneamente interposto deve obedecer o prazo do recurso cabível. 
d) Voluntariedade: os recursos, em regra, são voluntários encerrando manifestação do princípio dispositivo. 
e) Princípio da proibição da reformatio in pejus: é vedado ao tribunal, no julgamento de um recurso, proferir decisão mais desfavorável ao recorrente, do que aquela recorrida 
f) Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: as decisões interlocutórias são irrecorríveis, somente se permitindo a apreciação de seu merecimento em recurso da decisão definitiva, artigo 893, §1º, da CLT. 
g) Taxatividade: Só é admissível recurso que a lei preveja, ou seja, só cabe recurso que esteja devidamente previsto em lei, com a sua hipótese de cabimento.
1.3. Juízo de admissibilidade: verificação das condições impostas pela lei para que se possa apreciar o conteúdo da postulação. Com o resultado positivo, o recurso é admissível. Quando o órgão a que compete julgar o recurso o declara inadmissível, diz-se que ele não conhece do recurso. O juízo de admissibilidade é preliminar ao de mérito.
1.3.1. Requisitos de admissibilidade: Os Juízos de admissibilidade podem ser classificados como: 
a) Intrínsecos ou subjetivos: Capacidade, Legitimidade, Interesse; 
b) Extrínsecos ou objetivos: são aqueles que dizem respeito aos aspectos de forma dos recursos, tais como tempestividade, preparo, regularidade formal, cabimento, regularidade de representação. .
1.4. Juízo de Mérito: após a preliminar da admissibilidade, cumpre apreciar a matéria impugnada para acolhê-la, caso fundada, ou rejeitá-la, caso infundada. O objeto do juízo de mérito é o próprio conteúdo da impugnação à decisão recorrida. Pode ocorrer error in iudicando =>> reforma da decisão em razão da má apreciação da questão de direito ou da questão de fato, ou de ambas. Pode ocorrer error in procedendo =>> invalidação da decisão por vício de atividade
1.5. Efeitos: podem ser destacados os seguintes efeitos dos recursos: 
a) Devolutivo: os recursos, ordinariamente, são dotados apenas de efeito devolutivo, e este nos indica que a matéria impugnada é devolvida ao conhecimento do órgão jurisdicional. 
b) Suspensivo: No processo laboral, em regra, os recursos não são dotados de efeito suspensivo, esse efeito impede a produção de todo e qualquer efeito da sentença até o julgamento do recurso, por exemplo, artigo 1012 do CPC/15 
c) Translativo: Em relação às questões de ordem pública, as quais devem ser conhecidas de oficio, não se opera a preclusão, podendo o juiz ou tribunal decidir tais questões ainda que não constem das razões recursais ou das contrarrazões, gerando o denominado efeito translativo dos recursos, conforme o disposto no artigo 1.013, §1º, do CPC/15; 
d) Obstativo: Todo recurso impede a formação da coisa julgada, obstando-a a partir da sua interposição. 
e) Substitutivo: o Julgamento realizado pelo órgão de superior instância, sempre que abordar o mérito, substituirá a decisão recorrida, conforme o disposto no artigo 1008 do CPC/15.
1.6. Teoria da Causa Madura: importante destaque deve ser dado acerca da possibilidade de aplicação da chamada teoria da causa madura no âmbito laboral. Tal teoria está prevista no artigo 1.013, §3º do CPC/15.
Art. 1.013 CPC/15: A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. § 3 o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I - reformar sentença fundada no art. 485; II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
2.Espécies de Recurso: no processo trabalhista existe a possibilidade de serem interpostos dez recursos, quais sejam: 
2.1. Recurso Ordinário previsto na CLT, Art. 893 e 895 e Arts. 328 e 329 do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho 2.2. Recurso de Revista regulado na CLT, Arts. 893 e 896, na Lei nº 7.701/88, Art. 5º, "a" e Art. 331 do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho. 2.3. Embargos de Declaração: art. 897-A CLT 2.4. Embargos- art. 894 CLT. 2.5. Agravo de Petição delineado nos Arts. 893 e 897, "a", § § 1º e 3º da CLT 2.6. Agravo de Instrumento regulado no Arts. 893 e 897, "b", § § 2º e 4º da CLT e Instrução Normativa TST nº 6 de 08/06/96 2.7. Agravo Regimental previsto na Lei nº 7.701/88 Arts. 3º e 5º e nos Regimentos do Tribunal Superior (art. 338) e Tribunais Regionais do Trabalho. 2.8. Recurso Extraordinário Regulado na Constituição Federal no artigo 102, III. 2.9. Pedido de Revisão de Valor de Alçada criado pela Lei nº 5.584/70, Art. 2º.
2.10.Reclamação Correcional mencionada no artigo 709 da CLT e gizada nos Arts. 682, XI e 709, II da CLT, no Art. 13, do Regimento Interno da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho e nos Regimentos dos Tribunais Regionais do Trabalho.
3. Do Recurso Ordinário 
3.1. Hipótese de cabimento e breves observações O recurso Ordinário tem cabimento para o Tribunal Regional contra decisões terminativas ou definitivas do feito, em processo de conhecimento, das Varas do trabalho. O recurso Ordinário tem semelhanças com a apelação no Processo Civil e se encontra previsto no artigo 895 da CLT:
Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: (Vide Lei 5.584, de 1970) I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, emprocessos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.
É o recurso clássico e de larga utilização no cotidiano forense, pois visa impugnar as decisões terminativas ou definitivas proferidas pelos órgãos de primeiro grau de jurisdição. O recorrente pode limitar o alcance da devolutividade, desde que indique expressamente os pontos que pretende recorrer, sendo então recurso parcial, o que determina o trânsito em julgado do restante da sentença. Quando o recurso Ordinário for interposto de decisão de Regional, face a dissídio coletivo, ou ação rescisória, ou mandado de segurança devido a dissídio coletivo, a competência para julgar o recurso Ordinário é, em última Instância, da Seção Especializada de dissídio Coletivo do TST. Quando o recurso Ordinário for interposto de decisão do Regional face dissídio individual de sua competência originária (ação rescisória e mandado de segurança), a competência para julgar o Ordinário é, em última Instância, da Seção Especializada em Dissídios Individuais. Assim, o juiz Presidente do Regional exerce o juízo de admissibilidade "a quo" e o Ministro Relator o juízo de admissibilidade "ad quem". No Dissídio Individual o efeito em que o recurso Ordinário é recebido será sempre o devolutivo e no dissídio coletivo, conforme a observação feita anteriormente, o Art. 7º, § 2º, da Lei nº 7.701/88, que prevê a faculdade do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho emprestar efeito suspensivo a recurso Ordinário interposto de decisão proferida pela Seção Normativa dos Tribunais Regionais do Trabalho, que terá validade pelo prazo improrrogável de 120 dias, contados da publicação do Acórdão - Art. 9º, Lei nº 7.701/88. Cabe reproduzir a observação feita anteriormente. A Lei nº 4.725/65, § 3º, Art. 6º concedia efeito suspensivo ao recurso Ordinário em dissídio coletivo. Posteriormente foi revogada pela Lei nº 7.788/89, Art. 7º, passando a viger que não mais caberia efeito suspensivo ao recurso Ordinário em dissídio coletivo. Mais tarde, o Art. 7º da Lei nº 7.788/89 foi revogado pelo Artigo 14 da Lei nº 8.030/90.Contudo, face a impossibilidade de REPRISTINAÇÃO, o recurso Ordinário em dissídio coletivo não teve readquirido o seu efeito suspensivo. Interessante esclarecer que a Medida Provisória nº 1.488 - 18, de 29/11/96, que dispõe sobre medidas complementares ao Plano Real e dá outras providências, e que vem sendo reeditada a cada mês, desde a implantação do retrocitado plano, prevê no Artigo 14 que o recurso interposto de decisão normativa da Justiça do Trabalho terá efeito suspensivo, na medida e extensão conferidas em despacho do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho. Assim, passa a viger a regra de que o recurso interposto de sentença normativa terá efeito suspensivo, além do devolutivo.
3.2. Prazo O prazo para interposição de Recurso Ordinário é de 8 dias.
3.3. Forma A interposição dos recursos, via de regra, faz-se em uma única peça processual, a qual poder dividida em duas partes:
· Folha de Rosto ou Peça de Interposição: endereçada ao juiz prolator da decisão, que realizará o primeiro juízo de admissibilidade e formará o contraditório.
· Razões de Recurso: endereçada ao juízo que irá reexaminar o mérito do recurso, também conhecido como juízo ad quem
3.3.1. Folho de Rosto ou Peça de Interposição: A peça de interposição deverá conter os seguintes elementos:
3.3.1.1 - Endereçamento ao Juízo Competente A petição de interposição deve ser direcionada ao juízo prolator da decisão, exemplo:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 5ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO
3.3.1.2- Identificação do Processo Além do endereçamento ao juízo onde foi decidida em primeira instância a demanda, a peça de interposição deverá conter o número de registro do processo junto ao órgão jurisdicional, ou seja, após o endereçamento ao juízo competente deve o Recorrente indicar a que processo se refere àquela contestação. Exemplo:
EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 5ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO
(5 linhas)
Processo nº XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
3.3.1.3. Identificação das Partes Tal como ocorre com as petições deve se indicar quem está peticionando e contra quem é peticionado. Exemplo: 
Nome do recorrente, já qualificado nos autos em epígrafe, em que contende com (nome do recorrido), vem, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional sito à ____________,
3.3.1.4. Indicação do tipo de recurso Deve-se indicar o fundamento do recurso e seu tipo, exemplo:
Nome do recorrente, já qualificado nos autos em epígrafe, em que contende com (nome do recorrido), vem, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional sito à ____________, tempestivamente, com fundamento na alíena ?a? do artigo 895 da CLT, e inconformado com a sentença proferida, interpor
RECURSO ORDINÁRIO
para o Egrégio Tribunal Regional da___Região, de acordo com as razões anexas 
3.3.1.5. Indicação da presença de pressupostos extrínsecos Deve ser demonstrada a presença dos pressupostos extrínsecos tais como preparo e tempestividade. Exemplo: Junta, neste ato, a guia DARF comprovando o recolhimento das custas processuais e o comprovante do depósito recursal 3.3.1.6. Pedido de Remessa ao juízo ad quem Deve ser realizado o pedido de remessa ao órgão competente para a apreciação do recurso, em seu mérito. Exemplo:
Após as formalidades de praxe, requer sejam os autos remetidos ao Tribunal Regional do Trabalho da ___ Região, para apreciação das anexas Razões.
3.3.1.7. Parte Autenticativa:
Termos em que,
P. Deferimento.
Local, data
Nome do Advogado OAB nº
3.3.2. Razões de Recurso Nas razões de Recurso deverá constar os seguintes elementos:
3.3.2.1. Endereçamento ao Juízo ad quem As razões de Recurso são dirigidas ao órgão que irá examinar o recurso. Exemplo:
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ___ REGIÃO
3.3.2.2. Identificação das Partes e da Origem Exemplo:
Recorrente: Nome do recorrente
Recorrido: Nome do Recorrido
Processo nº XXXXXXXXXX
Origem: __Vara do Trabalho de __________
3.3.2.3. Razões Recursais Introdutórias Deve-se realizar uma breve introdução do inconformismo, dando início às efetivas razões do recorrente, sugere-se a seguinte redação:
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO
Eméritos Julgadores,
Douto Relator
Não merece prosperar a decisão proferida pelo juízo a quo, na qual... (copiar parte da decisão recorrida que fundamenta a insatisfação)
3.3.2.4. Razões Recursais Propriamente ditas Após o breve relato do porquê do recurso, deve-se lançar mão dos fundamentos do recurso, tal como o faz quando da contestação ou mesmo da petição inicial, indicando as razões da reforma ou anulação da sentença, a depender se o error foi em iudicando ou procedendo. OBS: como se pode constatar, o recurso ordinário tem por objetivo a reforma da sentença, no todo ou em parte. Por isso, há que analisar com profundidade a prova dos autos, ressaltando os pontos favoráveis ao recorrente, inclusive utilizando-se de acórdãos que abordem questões semelhantes e, eventualmente, podendo citar, também, autores, assinalando as respectivas obras.
3.3.2.5. Requerimentos Tal como ocorre em todas as peças processuais, deve-se, ao final, realizar o pedido daquilo que se requer. No caso dos recursos a Reforma ou Invalidação da decisão. Exemplo:
Diante de todo o exposto, requer a reforma do julgado para.... (pretensão do recurso)
3.3.2.6. Parte Autenticativa
Termos em que, P.Deferimento. Local
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 11
XXI EXAME OAB
Paulo foi empregado da microempresa Tudo Limpo Ltda. de 22/02/15 a 15/03/16. Trabalhava como auxiliar de serviços gerais, atuando na limpeza de parte da pista de um aeroporto de pequeno porte.
Durante todo o contrato, prestou serviços na Aeroduto ? Empresa Pública de Gerenciamento de Aeroportos. Ao ser dispensado e receber as verbas rescisórias, ajuizou reclamaçãotrabalhista em face da empregadora e da tomadora dos serviços, pretendendo adicional de insalubridade porque trabalhava em local de barulho, bem como a incidência de correção monetária sobre o valor dos salários, vez que recebia sempre até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. Logo, tendo mudado o mês de competência, deveria haver a correção monetária, dado o momento, na época, de inflação galopante. A ação foi distribuída para a 99ª Vara de Trabalho de Salvador. No dia da audiência, a primeira ré, empregadora, fez-se representar pelo seu contador, assistido por advogado. A segunda ré, por preposto
empregado e advogado. Foram entregues defesas e prova documental, sendo que, pela segunda ré, foi juntada toda a documentação relacionada à fiscalização do contrato entre as rés, o qual ainda se encontra em vigor, bem como exames médicos de rotina realizados nos empregados, inclusive o autor, os quais não demonstravam nenhuma alteração de saúde ao longo de todo o contrato, além dos recibos do autor de fornecimento de EPI para audição. Superada a possibilidade de acordo, o juiz indeferiu os requerimentos da segunda ré para a produção de provas testemunhal e pericial, consignando em ata os protestos da segunda ré, pois visava, com isso, comprovar que o EPI eliminava a insalubridade. O processo seguiu concluso para a sentença, a qual decretou a revelia e confissão da primeira ré por não estar representada regularmente. Julgou procedentes os pedidos de pagamento de adicional de
insalubridade em grau máximo, bem como de incidência de correção monetária sobre o valor do salário mensal pago após a ?virada do mês?. Outrossim, condenou a segunda ré, subsidiariamente, em todos os pedidos, fundamentando a procedência na revelia e confissão da 1ª ré.
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 12
XX EXAME OAB/Porto Velho-RO
Renato trabalhou como motorista para o Restaurante Amargo Ltda., tendo sempre recebido salário fixo no valor de R$ 1.600,00 mensais. Diariamente dirigia o veículo com as refeições solicitadas pelos clientes, as quais eram entregues por um ajudante. Foi dispensado imotivadamente após dois anos de serviço. Ajuizou ação trabalhista distribuída à 99ª Vara do Trabalho de Teresina/PI pleiteando diferenças salariais decorrentes da aplicação do piso salarial estipulado para os funcionários em bares e restaurantes, conforme a convenção coletiva firmada pelo sindicato dos bares e restaurantes com o sindicato dos garçons e ajudantes em bares e restaurantes, ambos do estado do Piauí.
Pleiteou o pagamento extraordinário pelo tempo de duração da viagem de ida e volta ao trabalho, pois ficava com o carro da empresa que dirigia e que ficava sob sua guarda. Alegou que de sua residência para o local de trabalho havia apenas três linhas diretas de ônibus com tarifa modal em cada horário, sendo o transporte insuficiente.
Pleiteou salário in natura pelo uso de veículo do empregador, o qual ficava com Renato ao longo da semana útil, devendo deixá-lo na garagem do empregador durante o fim de semana de folga, bem como nas férias.
Pleiteou, ainda, a integração de diárias para viagem, recebidas no valor de R$ 400,00 por cada viagem ocorrida, relatando que ao longo do contrato viajou a serviço por três ocasiões, em três diferentes meses.
Por último pleiteou diferenças salariais decorrentes de equiparação salarial com outro motorista, o qual inicialmente trabalhava como maitre, mas por força de decisão do INSS, por limitação física, teve sua função alterada, quando percebia R$ 2.000,00 mensais.
Na audiência, após a apresentação de defesa com documentos, foram dispensados os depoimentos pessoais. A parte autora declarou não ter outras provas. A parte ré requereu a oitiva de uma testemunha, a qual foi indeferida pelo juiz, gerando o inconformismo da parte ré, registrado em ata de audiência.
Dez dias após o encerramento normal da audiência, o juiz prolatou sentença de improcedência total dos pedidos, com custas fixadas em R$ 500,00. Inconformado, Renato, 15 dias após haver sido notificado da decisão de improcedência dos pedidos, apresentou a medida jurídica cabível para tentar revertê-la, em juntar qualquer documento.
Você foi notificado como advogado(a) da empresa para apresentar a peça prático-profissional em nome de seu cliente. Redija a mesma apresentando os argumentos pertinentes.
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 13
O Sr. Mauro Matias, microempresário, indignado com o ajuizamento da reclamação trabalhista de uma ex-empregada, postulando o pagamento de horas extras e do adicional de periculosidade calculado sobre a remuneração paga ao empregado, resolve comparecer pessoalmente, sem advogado, à audiência de uma ação em que aduz simplesmente nada dever a empregada. Encerrada a instrução, sem produção de outras provas, sob a alegação de falta de contestação específica dos fatos, o juiz julga procedente o pedido, com condenação do empregador apenas no pagamento do adicional de periculosidade, calculado sobre a remuneração do empregado. O empregador, intimado da sentença e embora com ela não concorde, não a impugna. O empregado, por sua vez, oferece recurso ordinário, postulando o pagamento das horas extraordinárias. Como advogado contratado pelo empregador, no momento em que recebida a intimação para oferecer sua resposta, tomar a providência processual cabível com vistas a afastar a sucumbência do reclamado.
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 14
OAB/RJ LEONARDO CASQUEIRA ingressou com reclamação trabalhista em face de seu antigo empregador, Empresa Sol e Lua Ltda. requerendo a nulidade da dispensa e consequente reintegração no emprego por ser detentor de estabilidade como dirigente sindical, atribuindo à causa o valor de R$ 29.000,00, razão pela qual a mesma foi autuada no procedimento ordinário. O MM. Juízo da 5ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro julgou improcedente o seu pedido, negando-lhe direito à estabilidade provisória, como dirigente sindical, pois entendeu que o registro da candidatura ocorreu no curso do aviso prévio.
Inconformado o reclamante ingressou com recurso ordinário sob o argumento de que seu registro foi efetuado um dia antes do comunicado de dispensa, o que demonstra data anterior a concessão do aviso prévio. Alegou nas razões do recurso violação a Lei, jurisprudência e provas que comprovam as suas alegações.
O Tribunal Regional do Trabalho negou provimento ao recurso ordinário mantendo na integralidade a sentença primária por seus próprios fundamentos. Sabedor de seu direito e não compreendendo o porquê da negativa de seu pleito, o reclamante objetiva ingressar com recurso contra o acórdão proferido pelo TRT da 1ª Região.
Assim, no prazo a que alude a Consolidação das Leis Trabalhistas, apresente o recurso apropriado, impugnando o acórdão.
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 15
Após o trânsito em julgado da decisão, em liquidação de sentença, a Reclamada, Empresa Bom Caminhão, nos autos em que contende com José Brigão, apresentou impugnação aos cálculos apresentados pelo Reclamante. O juiz, por sua vez, homologou os cálculos da empresa Reclamada, ressalvando, a revisão oportuna dos cálculos. O contador do
juízo, contudo, ao proceder à referida revisão dos cálculos, equivocadamente, tomou como base os valores apresentados pelo Reclamante, sendo, então, expedido Mandado de Citação, Penhora e Avaliação pela Secretaria da Vara em valor superior ao homologado pelo juízo.
Na qualidade de advogado contratado pela Empresa Bom Caminhão S.A., levando-se em conta que seu objetivo é alegar excesso de execução, elabore a medida processual cabível para salvaguardar os interesses do seu cliente.
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) – SEMANA 16
Aluísio Azevedo e a empresa Cortiço firmaram acordo judicial pelo qual esta se comprometeu pagar àquele a importância de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em 2 (duas) parcelas de R$ 10.000,00 (dez mil reais). A empresa pagou no dia aprazado a primeira parcela, mas atrasou 2 (dois) dias o pagamento da última parcela. Por esse motivo,

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