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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATOLICA DE SANTA CATARINA – CAMPUS JOINVILLE
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ECSO II
PROFESSORA: ELAINE GROPP – TURMA: 7ª FASE B
ALUNA: VICTORIA CUNHA FARAH
LOCAL DE ESTÁGIO: Laboratório Municipal de Análises Clínicas de Joinville
APARELHO AUTOMATIZADO: Sysmex XN-2000
MARCA: Roche Diagnóstica Brasil
MODELO: XN-2000
O equipamento utilizado é o Sysmex da empresa Roche Diagnóstica Brasil modelo XN-2000. O equipamento consiste em uma combinação de dois analisadores em uma mesma plataforma analítica configurando uma solução exclusiva de back-up integrado capaz de processar até 200 amostras por hora, aspira somente 88 µL da amostra e a divide em 4 canais de leitura.
A marcação por fluorescência é um marco para a diferencial leucocitária que revela a relação núcleo-citoplasma em cada célula corada individualmente permitindo que os analisadores da Série-XN diferenciem 7-partes reportando as contagens de eritroblastos e granulócitos imaturos em todos os testes e exclusivo modo para análise de líquidos biológicos. A combinação da dispersão lateral de luz (complexidade interna da célula), da dispersão frontal (volume celular) e da fluorescência (quantidade de material genético - DNA/RNA) diferencia as classes leucocitárias. Cartuchos para corantes fluorescentes utilizam a tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) para maior comodidade e segurança durante as substituições de reagentes. Utiliza-se corantes de polimetina altamente específico para ácidos nucleicos e lise celular específica. A solução de interfaceamento possibilita a total integração entre os equipamentos de automação laboratorial e ao Sistema de Informação Laboratorial (BAIN, 2016).
	Os canais de leitura são: WNR, WDF, PLT-F e RET. Eles possibilitam a contagem exata e precisa de leucócitos mesmo em pacientes leucopênicos e pacientes tombocitopênicos, análise e determinação de eritroblastos (NRBC) em todas as amostras e diferencial leucocitária é reportada em um número maior de amostras mesmo em pacientes leucopênicos (SYSMEX, 2012).
	No canal WNR, onde ocorre a avaliação e quantificação dos eritroblastos (NRBC), o analisador mede a fluorescência lateral e a dispersão frontal de luz. A fluorescência lateral avalia o conteúdo de material nucleico para identificação e quantificação de eritroblastos e leucócitos. A luz desviada frontalmente mede o tamanho da célula. A partir da tecnologia de citometria de fluxo fluorescente com corante de polimetina específico para ácidos nucleicos e lise celular específica, utiliza-se os reagentes Lysercell® WNR e Fluorocell® WNR e reporta os parâmetros: WBC, BASO#, BASO%, NRBC#, NRBC% (BAIN, 2016; SYSMEX, 2014).
	O canal WDF utiliza a tecnologia de Citometria de fluxo fluorescente e a metodologia SAFLAS¹, através dos reagentes Lysercell® WDF e Fluorocell WDF realiza a contagem automática de granulócitos imaturos para todas as diferenciais leucocitárias. Os parâmetros que este canal reporta são: NEUT%, NEUT#, LINFO%, LINFO#, MONO%, MONO#, EO%, EO#, IG%, IG#. O algoritmo adaptável de alarmes Sysmex baseado no reconhecimento da forma da área da população celular – SAFLAS – consegue discriminar linearmente o agrupamento celular do gráfico de dispersão WDF analisado a forma e o posicionamento de diferentes populações de células mononucleares (SYSMEX, 2012).
	O canal de Plaquetas Fluorescentes (PLT-F) utiliza da tecnologia de Citometria de fluxo fluorescente com corante específico para plaquetas, os parâmetros reportados por esse canal são: PLT-F – Plaqueta Fluorescente e IPF – Fração Imatura de Plaquetas, a partir dos reagentes CELLPACK® DFL e Fluorocell® PLT. No canal PLT-F as plaquetas são identificadas e quantificadas pelo corante fluorescente específico, a Oxazina que cora as superfícies dos retículos endoplasmáticos rugosos e das mitocôndrias. Essa reação tem excelente correlação com a análise de CD41/CD61 e também minimiza as interferências na presença de fragmentos eritrocitários, micrócitos e fragmentos de leucócitos. O parâmetro IPF (Fração Imatura das Plaquetas) avalia a trombopoiese e é utilizado em conjunto com outras informações clínicas disponíveis para diferenciação dos mecanismos fisiopatológicos das causas de trombocitopenia (GROTTO, 2017; SYSMEX, 2012).
As células vermelhas circulantes no sangue periférico são classificadas e diferenciadas pelo seu tamanho e estado de maturação celular. Essas análises fornecem informações quantitativas e qualitativas que permitem uma avaliação celular direta da eritropoiese, útil na triagem dos quadros de anemia e no monitoramento das terapias de ferro quando utilizadas em conjunto com outras informações clínicas disponíveis. No canal RET os parâmetros reportados no canal de reticulócitos fornecem uma avaliação celular completa da eritropoiese. O canal utiliza a tecnologia de Luz dispersa frontal e fluorescência lateral a partir dos reagentes CELLPACK® DFL e Fluorocell® RET reporta os parâmetros: RET#, RET%, IRF e RET-He.
	Realiza a análise de líquidos biológicos a partir da tecnologia de citometria de fluxo fluorescente através dos reagentes Lysercell® WDF e Fluorocell® WDF (Medição por impedância usando CELLPACK DCL) reporta os parâmetros WBC-BF, TC-BF, RBC-BF*, PMN%, PMN#, MN%, MN#
	A metodologia de trabalho com o equipamento XN-2000 é muito prática e sofisticada, inicia-se inserindo as amostras em uma rack, a qual é introduzida no aparelho, o mesmo lê o código de barras das amostras, identificando os pacientes através de dados interfaceados. Passa pelos 4 canais em questões de minutos, chega a ler 200 amostras de sangue por hora de forma automática pelos dois módulos analíticos, otimizando e aumentando a produtividade laboratorial. Após a leitura das amostras a rack é liberada para visualização dos parâmetros através do programa interfaceados, onde resultados são liberados automaticamente por interfaceamento quando não apresentam alteração identificada pelo mesmo, mas quando o equipamento acusa algum tipo de alerta, são feitos esfregaços sanguíneos para verificação em microscopia óptica. A observação da distensão sanguínea em amostra garante a confiança dos resultados do hemograma nos laboratórios de análises clínicas (BANDEIRAS, MAGALHÃES, AQUINO, 2014).
	PARÂMETROS
	MÉTODO E CONTAGEM
	UTILIDADES CLÍNICAS
	WBC
(x103/µL)
	White Blood Cels – Células Brancas do Sangue
	Citometria de fluxo fluorescente com corante de polimetina específico para ácidos nucleicos e lise celular específica
	Leucocitose ou leucopenias
	RBC
(x106/µL)
	Red Blood Cels – Células Vermelhas do Sangue
	Citometria de fluxo fluorescente
	Contagem global de eritrócitos. Parâmetro utilizado na avaliação de anemias (valores ↓) ou de policitemias (valores ↑). 
	HGB
(g/dL)
	Hemoglobina
	Método de Sulfato Lauril de Sódio, livre de cianeto
	Avalia a proteína que transporta o oxigênio. Usada para definir se há ou não um estado anêmico. O CHCM ajuda a determinar se existe alteração compatível com anemia.
	HCT
(%)
	Hematócrito
	Método de impedância e foco hidrodinâmico
	Indica o % de eritrócitos em relação ao volume total de sangue
	MCV
(fL ou 10-15 L)
	Volume Corpuscular Médio
	Citometria de fluxo fluorescente
	Indica o tamanho médio dos eritrócitos. Verifica quantos glóbulos vermelhos têm em relação ao plasma. A ↓ do volume pode significar hemorragia, deficiência de ferro, enquanto um ↑ pode ser deficiência da vitamina B12. Quando há variação, hemácias macrocíticas ou microcíticas, o quadro é chamado de anisocitose.
	MCH
(pg ou 10-12 g)
	Hemoglobina Corpuscular Média
	Citometria de fluxo fluorescente
	Índice de cor. Indica a quantidade média de hemoglobina em cada eritrócito
	MCHC
(g/dL)
	Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média
	Citometria de fluxo fluorescente
	Indica a % média de hemoglobina de cada eritrócito. Esse valor confere com a coloração das hemácias, pois a coloração depende da concentração de hemoglobina na hemácia. No caso de esferocitose,onde não há concavidade no centro da hemácia, há aumento do CHCM. Hemácias que se coram normalmente são chamadas de normocrômicas, que se coram pouco são chamadas de hipocrômicas e as que se coram além do normal são hipercrômicas. 
	PLT-F
(x 103/µL)
	Plaquetas Fluorescentes
	Citometria de fluxo fluorescente com corante específico para plaquetas
	Células que participam do processo de coagulação do sangue através da agregação plaquetária. Quando a quantidade de plaquetas está ↓, o processo é mais lento e a pessoa tende a perder mais sangue. A contagem de plaquetas por tal método melhora sua precisão nas contagens plaquetárias. 
	RDW-SD
(fL)
	Red blood cells Distribution Width – Larga distribuição de células vermelhas do sangue
	Citometria de fluxo fluorescente
	Amplitude da variação de tamanho dos eritrócitos. Avalia o grau de variação no tamanho das hemácias. 
Índice de Anisocitose, avalia a diferença do tamanho entre as hemácias. Quando ↑ indica hemácias de tamanhos diferentes circulando, podendo ser reflexo de alterações morfológicas, comum quando há carência de ferro, o qual impede a formação da hemoglobina.
	RDW-CV
(%)
	Red blood cells Distribution Width – Larga distribuição de células vermelhas do sangue
	Citometria de fluxo fluorescente
	Coeficiente de variância da amplitude da variação de tamanho dos eritrócitos
	MPV
(fL)
	Volume Plaquetário Médio
	Citometria de fluxo fluorescente
	Indica o tamanho médio das plaquetas
	NRBC
(x 103/µL e %)
	Nucleated Red Blood Cells – Células vermelhas do sangue nucleadas
	Citometria de fluxo fluorescente com corante de polimetina específico para ácidos nucleicos e lise celular específica
	Quantificação de eritroblastos
	NEUT
(x 103/µL e %)
	Neutrófilos
	Citometria de fluxo fluorescente e a metodologia SAFLAS[1: Com o objetivo de analisar em detalhes as populações de linfócitos e monócitos, a metodologia SAFLAS reconhece o número de células e a forma da área em que cada população se posiciona, bem como o ângulo, o tamanho, comprimento, etc.]
	Células de defesa que combatem as infecções bacterianas, sendo estas as causas mais comuns para o seu aumento expressivo. Quando ↓ no organismo, a capacidade de defesa da pessoa fica comprometida. 
	LYMPH
(x 103/µL e %)
	Linfócitos
	Citometria de fluxo fluorescente e a metodologia SAFLAS¹
	Em crianças, sua contagem é ↑ que nos adultos. Quando a quantidade destas células ↑ entre os jovens e adultos, indica infecções virais agudas, como a mononucleose infecciosa.
	MONO
(x 103/µL e %)
	Monócitos
	Citometria de fluxo fluorescente e a metodologia SAFLAS¹
	Seu ↑ no organismo é raro, mas pode ocorrer em casos de tuberculose, endocardite bacteriana subaguda e infecções por bactérias carregadas.
	EO
(x 103/µL e %)
	Eosinófilos
	Citometria de fluxo fluorescente e a metodologia SAFLAS¹
	Em infecções parasitárias ou reações alérgicas, o organismo produz mais eosinófilos na medula óssea. Algumas doenças de pele ↑ sua produção.
	BASO
(x 103/µL e %)
	Basófilos
	Citometria de fluxo fluorescente com corante de polimetina específico para ácidos nucleicos e lise celular específica
	Quando há um aumento anormal, comumente está associado a colite ulcerativa, sinusite crônica e infecções virais como varíola e varicela, ou ainda nos casos de leucemia mielóide crônica.
	IG 
(%)
	Granulócitos imaturos
	Citometria de fluxo fluorescente e a metodologia SAFLAS¹
	Quantificação de metamielócitos, mielócitos e promielócitos
	RET
(%)
	Reticulócitos
	Citometria de Fluxo Fluorescente
	Eritrócitos recém-liberados da medula óssea, com restos de ácidos nucleicos, se revelam quando corados por azul de cresil brilhante. Representa a produção dos glóbulos vermelhos na medula óssea. 
	IRF
(%)
	Fração de Reticulócitos Imaturos
	Luz dispersa frontal e fluorescência lateral
	Imaturidade dos reticulócitos fornece informações sobre a atividade medular
	RET-He
(pg)
	Conteúdo de Hemoglobina nos Reticulócitos
	Luz dispersa frontal e fluorescência lateral
	Conteúdo de hemoglobina nos reticulócitos que avalia a incorporação de ferro nos eritrócitos auxiliando o diagnóstico de anemias
	IPF
(%)
	Fator de Imaturidade Plaquetária
	Citometria de fluxo fluorescente com corante específico para plaquetas
	Avaliação de trombocitopenias
Nº da amostra: 1025166401
Paciente: A.A.C.				Sexo: Masculino 
Data de nascimento: 20/10/2017		Idade: 68 anos
O hemograma faz um panorama do corpo humano, verificando se há infecções virais, bacterianas ou parasitárias, reações alérgicas, anemias ou até problemas maiores, como leucemia. Além da análise quantitativa, verifica também como as células sanguíneas estão qualitativamente, ao analisar seu tamanho, formato e volume. 
O paciente do sexo masculino, 68 anos, da cidade de Joinville – Santa Catarina. Em agosto de 2017 demonstrou alguns parâmetros alterados. Encaminhada com trombocitopenia e anisocitose. Em outubro de 2017, o paciente realizou o hemograma e novamente apresentou parâmetros alterados.
	
	DATA
	VALORES DE REFERÊNCIA
	
	02/08/17
	20/10/17
	
	ERITROGRAMA
	
	RBC
	4.24 · 106/µL
	4.03 · 106/µL
	4,3 a 5,9 · 106/µL
	HGB
	12.9 g/dL
	11.4 g/dL
	14,0 a 17,5 g/dL
	VCM
	98.1 fL
	95.3 fL
	81.0 a 97.0 fL
	MCHC
	31.0 g/dL
	29.7 g/dL
	31,0 a 36,0 g/dL
	PLT-F
	115.0 · 103/µL
	92.0 · 103/µL
	140.000 a 450.000 /mm3
	RDW-SD
	58.2 fL
	63.7 fL
	38.6 a 49.1 fL
	RDW-CV
	16.3 %
	18.6 %
	11.5 a 15.0 %
	LEUCOGRAMA
	
	NEUT
	3.83 · 103/µL
	64.3 %
	2.95 · 103/µL
	48.3 %
	1.800 a 8.050 /mm3
	4.0 a 70 %
	LYMPH
	1.14 · 103/µL
	19.1 %
	1.63 · 103/µL
	26.8 %
	900 a 5.750 /mm3
	20 a 50 %
	MONO
	0.35 · 103/µL
	5.9 %
	0.43 · 103/µL
	7.1 %
	45 a 1.265 /mm3
	1 a 11.0 %
	EOSI
	0 · 103/µL
	7.7 %
	0.65 · 103/µL
	10.7 %
	45 a 805 /mm3
	1.0 a 7.0 %
	BASO
	0.09 · 103/µL
	1.5 %
	0.14 · 103/µL
	2.3 %
	0 a 230 /mm3
	0 a 2.0 %
	IPF
	0
	12.9 %
	1,0 a 5,9 %
O RBC tem como valor de referência 4,3 a 5,9 · 106 eritrócitos/µL, sendo seu resultado para este parâmetro o valor de 4,0 · 106 eritrócitos/µL, ou seja, abaixo do normal. O HGB tem como valor de referência 14,0 a 17,5 g/dL, sendo seu resultado para este parâmetro o valor de 11,4 g/dL, ou seja, abaixo do normal. O MCHC tem como valor de referência 31,0 a 36,0 g/dL, sendo seu resultado para este parâmetro o valor de 29,7 g/dL, ou seja, abaixo do normal. Com o baixo valor de MCHC, supõe-se uma moderada hipocromia. O RDW apresentou resultado de 18,6 %, ou seja, acima do normal, o seu valor normal de referência oscila entre 11,5 a 15,0 %. Em vista do valor do RDW, o qual apresentou-se um valor acima do padrão, supõe-se uma moderada anisocitose. 
A anisocitose caracteriza-se pelo distinto tamanho celular eritrocitário no sangue. É comumente encontrado no começo de uma anemia, porém, pode ter uma série de outras causas. No entanto, existe outro índice importante para o diagnóstico de uma possível anemia, o VCM que auxilia na identificação da dimensão dos glóbulos vermelhos, todavia, os valores de VCM deste paciente estão normais, a combinação de VCM normal associada ao RDW alto, pode ser indício de deficiência de B12. 
O nível de PLT-F apresenta-se em um valor inferior ao de referência, o qual normalmente deveria ser entre 140.000 a 450.000 /mm3, no entanto, apresentou-se o parâmetro com o valor de 92.000 /mm3. O valor IPF apresentou-se no valor de 12,9 %, ou seja, abaixo do normal, sendo o seu valor de referência normal entre 1,0 a 5,9 %. 
A trombocitopenia é delimitada como uma atenuação na contagem de plaquetas circulantes no sangue (<150.000/mm3). Habitualmente a meia vida de um concentrado de plaquetas circunda entre 5 a 8 dias, com frequente reiteração. A diminuição plaquetária na medula óssea, o aumento da depuração e/ou o sequestro de plaquetas no baço são preditivos da plaquetopenia. Através do exame que avalia as células sanguíneas, o hemograma, determina-se o índice plaquetário de qualquerpessoa. No entanto, considerando essencial um exame clínico do paciente, que ocorre antes da prescrição do exame de sangue, para a suspeita e o encaminhamento de exames para um diagnóstico. A análise da medula óssea (mielograma) se faz necessária para determinar sua causa (BOVO, 2016).
No leucograma observou-se alterações nos valores de eosinófilos, o qual apresentaram-se acima do padrão de referência, com valor de 671 eosinófilos/mm3 – 11%, sendo o seu valor normal para este parâmetro entre 45 a 805 eosinófilos/mm3 – 1,0 a 7,0 %. O valor de referência dos mielócitos, metamielócitos e blastos deveria ser nulo, no entanto, encontraram-se acima do padrão. Os blastos apresentaram-se no valor de 61 blastos/mm3 – 1%. Os mielócitos apresentaram-se no valor de 122 mielócitos/mm3 – 2%. Os metamielócitos apresentaram-se no valor de 549 metamielócitos/mm3 – 9%.
Os mielócitos e os metamielócitos são células de defesa imaturas, o que significa que a medula óssea está liberando-as antes do tempo. Elas não devem ser encontradas em hemogramas saudáveis, podendo indicar leucemia, juntamente com a presença de outras células imaturas, como os blastos.
Quando ocorre uma infecção, a medula óssea necessita produzir uma quantidade maior de leucócitos para combater o agente infeccioso. Acontece que essa demanda acarreta na liberação de células brancas jovens na corrente sanguínea, uma vez que o sistema imunológico não tem tempo para escolher os mais preparados, usa o que tem a seu dispor, refletindo na porcentagem de células da série branca. 
Baseado na análise hematimétrica, sugere-se um comprometimento da medula o qual compromete as três séries celulares. A presença de eritroblastos no laudo de um hemograma, indica que a medula óssea está liberando estas células na corrente sanguínea. Muitas vezes, essa liberação ocorre para suprir a necessidade de eritrócitos, devido à presença de uma anemia severa ou outro quadro de carência eritrocitária. 
A diminuição das hemácias é um aspecto característico da mielodisplasia, no entanto, o profissional habilitado para fazer o diagnóstico desta doença é o médico. Comumente confundida com anemia, a mielodisplasia é uma doença grave e pouco conhecida. Ocorre quando as células-tronco hematopoiéticas da medula óssea sofrem alterações, deixando de produzir de forma correta glóbulos vermelhos, neutrófilos e plaquetas. Pode levar o paciente a quadros de anemia, infecções e sangramentos. 
A partir dos exames morfológicos das células sanguíneas, complementados por exames das células da medula óssea e por uma acurada avaliação clínica, haverá possibilidade de ratificação ou não desta síndrome. Recomenda-se, a partir do diagnóstico presumido pelo hemograma, a realização de exames complementares para confirmação do quadro clinico e hematimétrico, sendo eles o mielograma, a imunofenotipagem e exames de cariótipo.
Espera-se encontrar no exame que avalia a medula óssea, hipercelularidade ou normocelularidade, no entanto, os portadores geralmente têm deficiência de células no sangue, pois elas costumam morrer antes de serem liberadas na corrente sanguínea, o que explica as citopenias periféricas. Além de contagens baixas de hemácias, leucócitos e plaquetas, as células apresentam mudanças em sua estrutura, devido a alterações nos cromossomas dos bastos. 
A análise do cariótipo avalia numericamente e morfologicamente os cromossomos, observam-se monossomias e deleções. A imunofenotipagem é usada como diagnostico diferencial entre citopenias não clonais (reacionais) e mielodisplásicas. Auxilia no diagnóstico e prognóstico da doença observando as anormalidades fenotípicas relacionadas à linhagem e maturação das diversas séries hematopoéticas, principalmente de pacientes com cariótipo normal, baixa contagem de blastos e ausência de displasia acentuada (BOVO, 2016).
O diagnóstico se dá com a presença de pelo menos um dos seguintes fatores: mais de 5% de blastos entre as células da medula óssea, anomalias citogenéticas e mudanças a estrutura ou na forma da medula óssea. O tratamento pode incluir medidas paliativas, como transfusões periódicas de plaquetas e hemácias. Outra opção terapêutica são os medicamentos hipometilantes, que têm um mecanismo responsável pela alteração do funcionamento dos genes supressores tumorais (RACANELLI, 2014).
A única solução definitiva é o transplante de medula óssea. O microambiente da medula, onde as células são produzidas, está alterado. Então, o transplante consiste em matar todas as células-tronco da medula óssea e fazer o transplante de novas células sadias, que vão assumir a função de dar origem às unidades necessárias ao organismo de forma correta. Nesse caso, é preciso um doador compatível. Caso contrário, uma alternativa é usar células-tronco retiradas de cordão umbilical (SIQUEIRA, 2011).
PARÂMETROS ALTERADOS ENCONTRADOS NO HEMOGRAMA E SEUS RESPECTIVOS SIGNIFICADOS
WBC – WHITE BLOOD CELS
NRBC - Os eritrócitos nucleados são considerados um reflexo de aumentos extremos da atividade eritropoiética, como sucede em episódios hemolíticos agudos e de stress hipóxico severo, ou como resultado de uma doença maligna hematológica, incluindo muitas leucemias e síndromes mielodisplásicas, bem como alguns tipos de linfoma. Podem estar presentes em caso de talassemias, metástases de tumores sólidos na medula óssea, hematopoiese extracelular e patologias que envolvam stress hematopoiético (BAIN, 2016).
IG - A presença de granulócitos no sangue periférico indica uma resposta inicial a uma infeção, inflamação, ou a outro estímulo da medula óssea. A análise do índice de granulócitos imaturos são utilizados em especial para doentes muito suscetíveis a infeções devido à supressão do sistema imunitário e dado que uma contagem aumentada de IG reflete uma resposta ativa do sistema imunitário. 
Desvio à esquerda (metamielócitos e mielócitos) – presença de maior quantidade de bastonetes e(ou) de células mais jovens da série granulocítica (HOKAMA; MACHADO, 1997).
RBC – RED BLOOD CELS
Anisocitose (++) – Existência de hemácias de tamanhos diferentes numa mesma amostra de sangue (esfregaço sanguíneo). É encontrada em caso de anemia e outras doenças sanguíneas. O RDW avalia a diferença do tamanho entre as hemácias. Quando se encontra elevado indica que existem muitas hemácias de tamanhos diferentes circulando, podendo ser reflexo de alterações morfológicas que podem ser visualizadas e identificadas na microscopia, sendo comum quando há carência de ferro onde a falta do mesmo impede a formação da hemoglobina ocasionando uma hemácia de tamanho menor que o normal.
Hipocromia (++) – Parâmetro de acordo com o índice MCHC alterado. Deficiência de hemoglobina nos glóbulos vermelhos.
Policromasia (++) - Presença de um número aumentado de eritrócitos recém-saídos da medula óssea, que se coram com um matiz azulado em meio à coloração normal, refletindo um processo regenerativo da medula (reticulocitose), característico da hemólise e perda aguda de sangue.
Pecilocitose (++) - Poiquilócitos são eritrócitos de formas anormais. Os eritrócitos normais são discos ovais e achatados, mais finos no centro. Geralmente, pode-se referir como poiquilocitose quando há aumento dos eritrócitos anormais, de qualquer das formas possíveis, que perfaçam 10% ou mais da população total.
Presença de pontilhado basófilo – Presença de grânulos azulados decorrentes da instabilidade e precipitação de RNA na célula jovem. Podem ser encontrados na talassemia, intoxicação por chumbo, zinco ou mercúrio, na deficiência hereditária de piridino-5-nucleotidase, na anemia perniciosa e outras formas de anemia severa. Sua presença indica se tem alguma alteração na síntese de hemoglobina, ou uma mitose acelerada (aumento da atividade da medula óssea) ou dificuldade na síntese de hemoglobina.
Presença de eliptócitos (+) - Eritrócitos de forma elíptica ou oval. Aparecem de modo generalizado na eliptocitose hereditária e são encontrados nas anemias megaloblásticas, por deficiência de ferro, talassemias, mielofibrosee outras. Anemias carenciais (B12, folato e ferropriva) que indica deficiência na alimentação.
Dacriócitos (++) - Eritrócitos em lágrima. Ocorrem na mielofibrose primária e secundária à invasão medular, na anemia megaloblástica, talassemia e condições associadas à esplenomegalia. Anemias carenciais (B12, ferro, folato) quando for raro ou moderado.
Acantócitos (+) - Abetalipoproteinemia, deficiência de tocoferol no RN, hepatopatias (“spurr-cells”) e esplenectomizados. Eritrócitos de forma espiculada. Associada à betalipoproteinemia hereditária e doença hepática. Células semelhantes são encontradas em pacientes esplenectomizados. Preditivo de mielodisplasia.
Presença de eritroblastos 11% - Eritroblastos nucleados. Aparece nas grandes regenerações eritróides (acompanha policromasia), na metaplasia mielóide do fígado e baço, na invasão da medula (junto com células jovens granulocíticas, chama-se reação leucoeritroblástica). 
PLT - PLAQUETAS
Trombocitopenia – Possíveis causas da plaquetopenia: síndromes congênitas, uso abusivo de drogas, doenças hereditárias, infecções, deficiência de vitamina b12, púrpura trombocitopênica, vasculites, neoplasias e hemólise intravascular. A diminuição das plaquetas pode ser observada em pacientes em uso de agentes químicos ou drogas que agem por mecanismos imunes ou por supressão medular como ocorre no uso de agentes Quimioterápicos antineoplásicos. Observamos também plaquetopenia em doenças autoimunes, anemia aplástica e as coagulopatias de consumo. 
REFERÊNCIAS
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