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MEDICINA ORIENTAL E PSICOSSOMÁTICA A medicina, ou métodos de tratamento de saúde orientais, têm uma concepção em relação à saúde diferente da medicina ocidental. De maneira geral, as medicinas tradicionais Hindu, Chinesa e Japonesa têm uma concepção do ser humano como ser ao mesmo tempo energético (espiritual) e material, desenvolvendo terapias que contemplem estes dois aspectos da pessoa. Já a medicina ocidental tem uma base materialista, considerando o homem apenas como matéria, sendo suas intervenções voltadas apenas para este fim. Neste sentido, as terapias orientais dividem-se em: - Medicina tradicional Hindu: considera que o PRANA (energia vital) está concentrada no ar. Desenvolve métodos de respiração profunda, para restabelecer a saúde. - Medicina tradicional Chinesa: acredita que o ser humano é vitalizado por uma energia que se chama CHI. O método terapêutico mais famoso desta linha é a acupuntura, na qual agulhas colocadas em determinados pontos estimulam órgãos ou regiões do corpo carentes desta energia. - Medicina tradicional Japonesa: subdividem-se em duas linhas principais: - Uma, advinda da medicina tradicional chinesa, considera que o ser humano é animado pelo KI (tradução do termo chinês CHI), que pode ser reordenado por massoterapia (SHIATSU ou DOIN). - Outra, que acredita que a força vital chama-se REI (energia espiritual), e pode ser transmitida através da imposição das mãos, sem o toque corporal. Duas linhas que seguem esta terapêutica: Reiki e Terapia de Purificação Okada. TERAPIA DE PURIFICAÇÃO OKADA E OS MÉTODOS DE MANUTENÇÃO DA SAÚDE Mokiti Okada (1882-1955), foi um filósofo japonês que pesquisou os métodos tradicionais de cura japoneses, tendo os aplicado a diferentes tipos de doentes. Ele, através do exame físico de vários doentes, colocou que a fonte da doença do ser humano são as toxinas, hereditárias, medicinais e urinárias. As toxinas hereditárias seriam transmitidas de pais para filhos, durante a concepção e gestação do indivíduo. Toxinas medicinais, advindas do uso de medicamentos e ingestão de alimentos com agrotóxicos, hormônios e aditivos químicos. Toxinas urinárias: as toxinas hereditárias e medicinais acumulam-se em volta dos rins, endurecendo-se, e causando dificuldade de funcionamento destes. Os rins, pressionados, deixam de eliminar as toxinas que o próprio organismo produz. Isto se chama de toxina urinária. Os três tipos de toxinas tendem a acumular-se nas partes do organismo em que há grande circulação sanguínea, ou que ficam em posição gravitacional mais baixa. Estas toxinas tendem a endurecer-se, causando o endurecimento dos músculos e tecidos (couraça muscular e tissular). A forma de dissolução das toxinas depende do aquecimento destas partes, que poderá ser trabalhada, por exemplo, por exercícios físicos. Há três locais em que a acumulação de toxinas é mais intensa: região dos rins, ombros e cabeça. Em termos de manutenção da saúde, segundo Okada, os rins são os órgãos mais importantes. Por este motivo, para manter a saúde, três ações são bastante importantes: 1. Hidratação, ou seja, a pessoa adulta beber entre 1,5 a 2 litros de líquido (principalmente água); 2. Alimentação natural: consumir produtos o mais possível livres de agrotóxicos, hormônios e aditivos, evitando gorduras e excesso de proteínas. 3. Exercício físico, especialmente aqueles dirigidos para a região renal, dos ombros e pescoço. PSICONEUROSE X ORGANONEUROSE Psiconeurose: as tensões psicológicas se manifestam como sintomas. Organoneurose: as tensões psicológicas não são descarregadas, sobrecarregando o órgão. A medicina psicossomática de Franz Alexander. Psiconeuroses: histeria, fobia, neurose obsessiva; neuroses atuais: hipocondria, neurose angústia e neurastenia. Alexander estudou basicamente sete patologias: asma brônquica, úlcera gástrica, artrite reumatoide, retocolite ulcerativa, dermatoses, tireotoxicose e hipertensão essencial. A cronicidade das atitudes de rivalidade, agressividade e hostilidade excita o sistema nervoso simpático, gerando enxaquecas, hipertensão, hipertireoidismo, neurose cardíaca, artrite, diabetes, síncope por vasopressão. Mecanismo de luta e fuga: agressividade. Penso em lutar ou fugir, mas neste caso a pessoa pensa mais em lutar, e começa a ter uma atitude agressiva frente à vida, e essa atitude estimula o sistema nervoso simpático gerando várias doenças. Enxaqueca está ligado ao nervosismo, ansiedade. Bloqueio das tendências de dependência e a dificuldade de ser objeto de cuidados pelo outro, produziriam asma, úlcera gástrica, prisão do ventre, diarreia, colite e fadiga. Tendência à dependência - indivíduo em relação às figuras materna e paterna. Dificuldade de ser objetos de cuidado. Ao mesmo tempo quero que essa relação não termine e tenho dificuldade em manter tal relação. Asma: pode ser considerada quando uma pessoa quer chamar a atenção de alguém com o cuidado que ela merece; A prisão do ventre e a diarreia também, no fundo você quer uma mãe que cuide de você. No fundo, são pessoas que aparentemente não mostram a necessidade de querer ser cuidados por outros, mas nas doenças isso fica evidente. Induz a busca pela proteção através da doença no cotidiano. Úlcera péptica: desejo de dependência à figura materna, sobrepujado pela atitude contrária de assertividade e combatividade. A atitude de dependência levaria o estomago a produzir ácido gástrico, em excesso, como para esperar alimento. A pessoa espera o alimento da mãe, que alguém o alimente. HELEN FLANDERS DUNBAR Relação entre risco de acidentes e dificuldade de lidar com a agressividade e o risco de acidentes. 80% dos acidentados, são impulsivos, com dificuldades de aceitação de figuras de autoridade. Dificuldade de expressão verbal ou simbólica dos sentimentos – doenças cardíacas. A PSICOSSOMÁTICA: A ESCOLA PSICOFISIOLÓGICA E. Weiss e O .English Pressão arterial alta decorrente de resposta filogenética da reação luta-fuga. Descompensação deste mecanismo leva à pressão alta. Gastrites e úlceras podem estar ligadas às necessidades filiais de amor e proteção, não satisfeitas. Podem ser desenvolvidas por pessoas que tem dificuldade de expressão simbólica e emocional. HANS SELYE E A QUESTÃO DO ESTRESSE Hans Selye, em 1936, cria um termo que se tornou clássico, o estresse. Retirado da física, determina nesta ciência a tensão e o desgaste a que estão submetidos os materiais. Selye aponta para dois tipos de estresse: O eustresse, que aponta para um tipo de tensão que é considerada positiva pelo organismo, que o faz crescer. – não seria ruim, faz bem para o organismo. Quando passamos por algumas dificuldades na nossa vida que nos fazem crescer. O distresse, ou estímulos considerados negativos pelo indivíduo. Tem duas variantes, potencialmente danosas. O Distresse por falta de estímulos. (Funções Operativas: vontade – imaginação – desejo; impulso – ações (comportamentos); Funções Avaliativas: pensamento – sentimento; Funções Perceptivas: Sensações e Fantasias). A falta de estímulos, principalmente os prazerosos, leva o indivíduo a uma sensação de estresse, no sentido de uma situação que gera tédio, sentimento de solidão e nulidade. O estresse por falta de estímulos pode levar o indivíduo, em termos psíquicos, à depressão, comportamentos antissociais, drogradição e à psicose, assim como sintomas psicossomáticos como baixa imunidade, alterações da pressão, sintomas gástricos. O distresse por excesso de exigências ao indivíduo. Foi estudado porSelye como Síndrome Geral de Adaptação, e é composta por três momentos: - reação de alarme: período inicial do distresse, no qual o indivíduo tenta defender-se contra os estímulos ameaçadores. Produção de hormônios suprarrenais, como o cortisol, que gera a quebra de proteínas, tecidos e sistema linfático, para a produção de açúcar. Pode elevar os níveis glicêmicos (levando à diabetes de caráter emocional). Psicoimunologia Várias pesquisas científicas apontam a relação entre depressão psicológica e déficits no sistema imunológico, com menor atuação de linfócitos, células NK (natural killers, assassinas naturais) e interferon (antiviral). O déficit do sistema imunológico pode levar a doenças infecciosas e câncer. A ESCOLA PSICOSSOMÁTICA DE PIERRE MARTY - Escola de Paris Pierre Marty e Michel de Mluzan. A Escola americana de Chicago: Medicina Psicossomática. A escola francesa: Psicossomática. Desenvolvimento intrauterino: células, tecidos, órgãos. Desorganizações somáticas; Más mentalizações, neuroses mal mentalizadas, neuroses de comportamento. Discurso pobre, sem autocrítica, pensamento operatório. Trabalho terapêutico com ênfase no terapeuta como função materna. Desenvolvimento após nascimento: coordenação sensomotora, relações de objeto, linguagem, elaboração psíquica. Manifestações comportamentais; manifestações psicopatológicas. Neuroses de mentalização incerta. Neuroses de caráter. Neuroses bem mentalizadas. Neuroses mentais. Discurso com boa simbolização. Psicanálise clássica. Desenvolvimento intrauterino Desenvolvimento após nascimento Células Tecidos Órgãos Coordenação sensomotora Relações de objeto Linguagem Elaboração psíquica Desorganizações somáticas Manifestações comportamentais Manifestações psicopatológicas Más mentalizações; neuroses mal mentalizadas; neuroses de comportamento Neuroses de mentalização incerta; neuroses de caráter Neuroses bem mentalizadas; neuroses mentais. Discurso pobre, sem autocrítica, pensamento operatório Discurso com boa simbolização Trabalho terapêutico com ênfase no terapeuta como função materna Psicanálise clássica A criança quando nasce é ainda muito limitada em relação à expressões. Só vai desenvolver o objeto a partir de 8 meses de idade. 1 ano – linguagem, mesmo que ainda seja bastante rudimentar. Lacan = linguagem é igual a desejo, tem a ver, não é só o desejo. Aprendemos a falar aquilo que desejamos, e falamos sobre o que desejamos. Elaboração psíquica: capacidade de pensar da criança. Saber o que que é bom pra si e decidir. 2 anos para frente. Se o indivíduo se encontra em uma fase ainda intrauterina, o terapeuta deve desenvolver uma função mais materna. Com empatia, acolhimento, encontro. Com isso pode organizar o psiquismo do doente psicossomático. Abrindo a possibilidade do paciente sonhar, fantasiar, elaborar psicologicamente. Modelo e regressão-fixação (freudiano) X modelo de desorganizações progressivas (P. Marty, desenvolvimento mental). Mentalização como forma de representação e simbolização doas pulsões. Fantasia, sonho e criatividade como funções essenciais para a regulação do equilíbrio psicossomático. Quanto mais pro lado esquerdo do quadro, menor a mentalização. Quanto mais pro lado direito, melhor a mentalização, uma mente que possa elaborar os conflitos pessoais. Quanto menos desenvolvida mais desorganizada a mente vai ser, e a doença psicossomática fica mais fácil de aparecer. Falhas do desenvolvimento, ou experiências de vida traumáticas, desorganizadoras, comprometem uma estruturação e funcionamento mais evoluídos. A deficiência estrutural ou funcional do aparelho psíquico, faz com que a economia psicossomática encontre um equilíbrio homeostático na forma de ações psicomotoras ou de reações orgânicas. A falta de mecanismos de elaboração psíquica e de defesa do eu (recalque, projeção, deslocamento, etc.) faz com que a carga pulsional retorne ao corpo, trazendo estragos somáticos. Atuação do instinto de morte, nestas desestruturações somáticas. Pobreza do pré-consciente, impede a elaboração psíquica. Negação, revolta, depressão, enfrentamento – fases de doentes terminais. Enfrentamento é o último em que o sujeito passa, pois a esperança é difícil de se perder, mesmo em um paciente terminal. Estudo de Elizabeth Kubler-Ross. – negação, revolta, barganha, depressão, aceitação. Uso exagerado do mecanismo de defesa do ego gera psicopatologia. Uma pessoa animada – imunidade melhorada Uma pessoa deprimida – imunidade desgastada Consciente – capacidade de elaboração psíquica, criatividade, imaginação e fantasia conscientes. Pré-consciente – arcabouço de fantasias e representações que podem se tornar conscientes. Inconsciente – conteúdos psicológicos de difícil acesso à consciência. Superego pós edipiano (FREUD) – não posso desejar meu pai ou minha mãe, por questões de castração, ou por respeito às figuras parentais. Superego pré edpiano (MELANIE KLEIN) – relacionado à autocensura da criança frente à sua voracidade e destrutividade. No começo a criança é voraz, quer sugar o peito da mãe ate a destruição dele. Depois ela entende que o seio é da mãe e se arrepende dessa voracidade, fica com pena da mãe, querendo cuidá-la, pois sabe que exigiu demais dela. Ideal do ego pré edipiano – desejo de ser igual aos pais, para restaurar o ego ideal. Criança sente que os pais deixaram de investir no ego ideal dela, e começa a investir para ser igual aos pais, para recuperar essa perfeição que ele perdeu. Ideal do ego pós edipiano – desejo ser igual aos pais, para poder vencer na luta pós edipiana. Ego ideal pré edipiano – ego investido pelos pais, com aura de perfeição. – meu filho é a criança mais bonita do mundo, em um primeiro momento é bom para a criança elaborar sua auto estima, sua imagem, mas se isso se prolongar, o indivíduo pode ficar com o ego protuberante, ego inflado, atitude infantil. Ego ideal pós edipiano – estrutura relacionada com a auto estima. Ego ideal: o ego que os outros idealizam para mim. Idealização dos pais em relação a criança. É importante porque é a base da nossa autoestima futura. O que pensam que sou. Ideal do ego: aquilo que eu quero ser. Gostaria de ser, que não sou. Depois de um tempo a criança entende que o pai é mais forte do que ela, e quer ser mais forte que o pai Nas desorganizações psicossomática,s o ego ideal pré edipiano, sobrepor-se-ia ao superego, de característica mais evoluída. Ego ideal pré edipiano funciona com base no tudo ou nada. Quando a pessoa que funciona à base do ego ideal pré edipiano fracassa, pode desorganizar-se somaticamente, ficando doente, ou adotar comportamentos impulsivos, que põe em risco a própria pessoa. Terapêutica segundo marty: trabalho com a função materna, com o objetivo de recuperara a simbolização. Winnicott: a importância do brincar, da arte, da experiência, do estabelecimento do espaço intermediário, para evitar a doença psicossomática. Sami-ali: importância do símbolo, das relações objetais. Dhalke: simbolismo da doença. Sami ali, a pessoa vivencia de acordo 3 instancias: Mundo interno: meus pensamentos, sentimentos, fantasias. Mundo externo: coisas concretas, regras sociais. Área intermediária entre os dois: onde o ser humano se debate. Tem hora que eu quero vivenciar as coisas concretas, e hora quero vivenciar o mundo interno. Fantasia é o núcleo psicológico da pessoa. Fantasia consciente – imaginação; Fantasia inconsciente– não é fácil de perceber. Imagina que ela exista por ela aparecer de alguma forma.
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