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Belo Horizonte, 17 de março de 2017 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Engenharia Mecânica Anna Caroline de Souza Silva Tarcísio Augusto Santos Almeida ATIVIDADE PRÁTICA Nº 3: Medição de Condutividade Térmica do Cobre. 2 Anna Caroline de Souza Silva Tarcísio Augusto Santos Almeida ATIVIDADE PRÁTICA Nº 3: Medição de Condutividade Térmica do Cobre. Trabalho elaborado durante a disciplina de Laboratório de sistemas térmicos como requisito parcial para aprovação. Professor: Willian Moreira Duarte Belo Horizonte 2017 3 3 1. Introdução O termo difusão térmica ou condução térmica é um fenômeno de transferência de energia térmica entre moléculas ou átomos que estão próximos (ou em contato) em uma mesma substância após esta substância ter sofrido uma variação de temperatura. Portanto, um gradiente de temperatura entre duas regiões de um mesmo meio ou entre dois meios diferentes, mas que estão em contato, de forma que não haja transferência de matéria global (em escala macroscópica), caracterizará um processo de condução térmica. Cada material, sendo ele sólido, líquido, gasoso ou plasma, apresentará diferentes “capacidades” de promover esta condução térmica, e para quantificar esta facilidade com a qual um material conduz calor, emprega-se o termo condutividade térmica, também conhecida como coeficiente de condutividade, que é uma propriedade do material e depende de fatores como temperatura, densidade, fase do meio e ligação molecular. A condutividade térmica é definida como "a quantidade de calor” que é transmitida durante um período de tempo, provocado por uma diferença de temperatura, passando por uma determinada espessura em uma direção normal à superfície de área. Esta prática tem como objetivo determinar a condutividade térmica do cobre, comparando o valor prático encontrado com o valor teórico, considerando possíveis erros de medição. 2. Condutividade Térmica A condutividade térmica é representada no sistema internacional pela unidade W/(m*K), e se comporta segundo a Lei de Fourier, que estabelece que o fluxo de calor dentro de um material será proporcional ao gradiente negativo de temperatura, sendo que o fluxo de calor será a quantidade de energia que flui através de uma unidade de área em um determinado período de tempo. Lei de Fourier De acordo com a figura abaixo, em que há uma placa feita de um mesmo material, com espessura L e área A, que possui uma face a temperatura T1 e a outra à temperatura T2, sendo T1 > T2. 4 Figura 1: Transmissão de Calor por Condução Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/lei-fourier.htm A Lei de Fourier define a condutividade térmica (k) pela equação abaixo: (Eq.1) Quando um material sólido está em contato com um fluido, e há uma diferença de temperatura entre os dois materiais, a condutividade térmica poderá ser influenciada por outros diversos fatores como: Calor específico do material (Cp) O calor específico de um material é dado em função de “q”, que representa o calor que um material ganha ou perde quando há um gradiente de temperatura. 𝑞=𝑚´𝑐𝑝∗(𝑇𝑠−𝑇𝑒) (Eq. 2) Entalpia do fluido (h) O calor específico é dependente da pressão, e se o processo de aquecimento for isobárico (pressão final igual a pressão inicial), é possível calcular a entalpia do meio ℎ =𝑐𝑝∗(𝑇𝑠−𝑇𝑒) (Eq. 3) Vazão Mássica do fluido (m’) 𝑚´=𝜌*(𝑉/𝑡) (Eq. 4) Ao aplicarmos estas equações na equação inicial da condutividade térmica, podemos concluir que: 5 5 𝑘 = −ρ∗ 𝑣𝑡∗(ℎ𝑠−ℎ𝑒) π∗𝐷2 4 ∗ ΔT Δx (Eq.5) Sendo: 𝜌 → Massa especifica [Kg/m³] Δ𝑇 → Variação de temperatura; [K] hs → Entalpia de saída; [KJ/kg] he → Entalpia de entrada; [KJ/kg] D → Diâmetro do condutor; [m] t → tempo que o fluido gasta para atravessar o volume de controle V → Volume de fluido; [m³] Δ𝑥 → Distância entre os medidores de temperatura 3. Metodologia A metodologia empregada para medir a condutividade térmica do cobre consistiu em aplicar diferentes temperaturas em cada uma das extremidades de uma barra de cobre utilizando um fluido (água). Em uma das extremidades foi aplicado vapor aquecido e na outra extremidade, líquido a temperatura ambiente, criando um gradiente de temperatura, e, portanto, gerando uma condução de calor ao longo da barra, como prevê a Lei de Fourier. A temperatura da barra foi monitorada em diversas pontos ao longo do seu comprimento, utilizando termopares. A vazão da água também foi medida utilizando um béquer e um cronômetro, de forma a poder calcular o tempo gasto para encher determinado volume. De posse destes dados, foi possível determinar a condutividade térmica do cobre aplicando os valores na equação 5. Materiais Barômetro (Hg) Panela com resistências elétricas (Caldeira) Chave seletora de termopares Béquer (100ml); Barra de cobre com isolamento; 6 Cronômetro Termopar Tipo T; Termoresistência TP100 (Haste pequena) Figura 2: Desenho esquemático do experimento realizado Fonte: O próprio autor O vapor de água foi produzido dentro da panela utilizando resistências elétricas, e uma mangueira conduzia este vapor até uma das extremidades da barra de cobre (A), enquanto que na extremidade oposta (B), agua líquida estava em contato com a barra. O aquecimento da barra era monitorado por 5 termopares tipo T, posicionados em diferentes comprimentos da barra, e estes distanciamentos eram todos conhecidos. Depois que a variação de temperatura nos termopares parou de oscilar, ou seja, quando a condução de calor se estabilizou, foram coletados valores de temperatura de cada termopar em diversos períodos de tempo, de forma a se obter a variação de temperatura x distância na barra x tempo. De posse destes dados foi possível calcular a condutividade térmica do cobre (prática) e compará-la ao valor teórico (401 W/(m*K).), considerando as incertezas de medição do nosso sistema. 7 7 4. Resultados Através de medições utilizando uma termoresistência TP100 e um barômetro, obtêm-se, respectivamente a temperatura e a pressão ambiente. A temperatura encontrada foi 25,2°C e a pressão 683 mmHg (91,05 KPa). Em seguida, observou-se o avanço da temperatura, através de um termopar do tipo T5, no qual acompanhou-se o processo de troca de calor entre o vapor de água e a superfície do cobre. Estes dados foram obtidos utilizando um dispositivo de condutividade térmica, onde há geração de vapor em uma panela de pressão elétrica e a vazão é constante. A tabela 1 apresenta os resultados da temperatura ao longo do tempo. A prática findou-se quando o sistema entrou em regime permanente. Tabela 1: Dados da prática Fonte: Elaborada pelos alunos Portanto, foi gerado o gráfico abaixo: Tempo (s) Tp T (mcV) Tp T (°C) 0 -30 -0,76 30 -32 -0,81 60 -34 -0,86 90 -35 -0,89 120 -37 -0,94 180 -38 -0,97 240 -36 -0,92 300 -33 -0,84 360 30 1,00 420 -2 -0,05 480 2000 51,00 540 2800 68,00 600 2890 69,00 660 2912 70,07 720 2919 70,22 780 2923 70,32 8402925 70,37 900 2926 70,37 960 2930 70,48 1020 2930 70,48 8 Gráfico 1 - Temperatura (°C) x Tempo (s) Fonte: Elaborado pelos alunos Após a constatação que o sistema entrou em regime permanente, foram aferidas as unidades de vazão, temperatura de entrada e saída do volume de controle. Para o cálculo da vazão, obteve-se um tempo de 48,93 segundos para encher o equivalente a 92 ml do béquer, resultando em uma vazão de 1,88-6 m³/s. A temperatura de entrada da água foi 23,9º C e a temperatura de saída 29,4º C. Para o cálculo da condutividade térmica, foram medidos a variação da temperatura ao longo do comprimento da haste de cobre e seu diâmetro (ϕ22,4 ± 0,05mm). Foi mensurado também a distância entre cada sensor. Tabela 2: Temperatura ao longo do comprimento do cilindro Fonte: Elaborado pelos alunos -10,00 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 0 200 400 600 800 1000 1200 T em p er a tu ra ( °C ) Tempo (s) Termopar Tipo T Tensão (mcV) Temperatura (°C) 1 1300 32,5 2 1719 43,0 3 2114 51,8 4 2597 62,9 5 2940 70,7 9 9 Tabela 3: Distâncias entre os sensores Fonte: Elaborado pelos alunos Gráfico 2 - Temperatura (°C) x Distância (m) Fonte: Elaborado pelos alunos Com o EES foi possível calcular as entalpias da água na entrada (100,2 KJ/Kg) e na saída (123,2 KJ/Kg) do volume de controle. Através do software também foi calculado a condutividade térmica, conforme tabela abaixo: Tabela 4: Condutividade Térmica Fonte: Elaborado pelos alunos Termopar Tipo T Distância (mm) Temperatura (°C) 1 0,0 32,5 2 30,8 43,0 3 61,6 51,8 4 93,6 62,9 5 123,5 70,7 Termopar Tipo T Δ T Condutividade Térmica [W/m*K] 1-2 10,5 385,2 2-3 8,8 397,9 3-4 11,1 397,7 4-5 7,8 385,3 391,5Condutividade Média 10 E obtemos a condutividade térmica média de 391,5 W/m*K. 6. Conclusões Conclui-se que o cobre é um material com boas condutividades térmicas e elétricas, apresentando uma boa relação tempo versus temperatura. Percebe-se também o conhecimento adquirido em disciplinas teóricas sendo aplicados na prática e constatando as teorias aprendidas. 7. Referências Bibliográficas http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/lei-fourier.htm Acesso em:<10/03/2017>. ECIL, Grupo Temperatura Industrial. Tabelas de correlação de termopares tipo T. Disponível em: <Termopar tipo T - Ecil Temeperatura Industrial> Acesso em: <19/02/2017>.
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