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Belo Horizonte, 20 de fevereiro de 2017 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Engenharia Mecânica Anna Caroline de Souza Silva Gabriel Machado de Oliveira Tarcísio Augusto Santos Almeida ATIVIDADE PRÁTICA Nº 01: Medição de Temperatura. 2 Anna Caroline de Souza Silva Gabriel Machado de Oliveira Tarcísio Augusto Santos Almeida ATIVIDADE PRÁTICA Nº 01: Medição de Temperatura. Trabalho elaborado durante a disciplina de Laboratório de Sistemas Térmicos como requisito parcial para aprovação. Professor: Willian Moreira Duarte Belo Horizonte 2017 3 3 1. Introdução Na atualidade temos diversos métodos de medição de todos os tipos de grandezas principalmente as mais comuns ao nosso dia a dia e aos problemas nos quais as indústrias passam todos voltados para a redução de gastos, e eliminação dos desperdícios. Um frequente problema é a perda de energia através do calor, efeito joule, e um dos métodos de medição mais utilizados são os termopares, altamente tecnológicos, mas com algumas limitações. Na prática em questão utilizaremos quatro tipos de termopares utilizados mais repetidamente nas medições industriais, cada um com uma característica e uma aplicação que mais se adéqua. 2. Medição de Temperatura A medição de temperatura é conhecida desde os primórdios sendo a primeira medição a primeira tentativa de mensurar a temperatura foi em 170 d. C. por Claudius Galenus. O estudo a fundo sobre a temperatura e as formas de medição passou por várias etapas e estudiosos, um dos mais famosos sendo Lord kelvin, quem criou a escala universal baseada no coeficiente de expansão de um gás ideal. Atualmente temos diversas formas de medição de temperatura, sendo as mais conhecidas citadas abaixo: Termômetro Clínico: Este termômetro utiliza o princípio de dilatação de líquidos, principalmente o mercúrio. Opera entre temperaturas de 34°C e 43°C. Termômetro a álcool: Utiliza o mesmo princípio do anterior, porém opera entre temperaturas de -10°C e 150°C. Normalmente possui um corante vermelho para melhor visualização da escala. Termômetro de Máxima e de Mínima: Indica a temperatura máxima e a mínima atingidas pelo termômetro desde a última vez que foi ajustado. Normalmente utilizado na meteorologia, e indica a máxima e a mínima temperatura atingida no dia. 4 Termômetro a gás: Mede a temperatura através da leitura da pressão do gás a volume constante. É utilizado para medir baixas temperaturas. Geralmente é usado gás Hélio, que tem temperatura de condensação de -269°C. Termômetro de radiação: É utilizado para medir temperatura sem contato com o objeto. Usado em satélites meteorológicos para medir a temperatura da atmosfera, opera em temperaturas entre -50°C e 3000°C. Mede qualquer sistema que emita radiação eletromagnética na forma de luz visível ou radiação infravermelha. Normalmente utilizado para detectar humanos, animais ou qualquer corpo quente em florestas. Pirômetro Óptico: É um tipo de termômetro de radiação, mas que pode ser utilizado para medir a temperatura de metais incandescentes, fornalhas e até estrelas, pois pode medir temperaturas acima do ponto de fusão dos materiais que o constituem. O valor da temperatura medida é relacionado com a corrente elétrica necessária para gerar uma luminosidade do filamento igual ao sistema em questão. Termômetro de Lâmina Bimetálica: É constituído por duas lâminas de metais diferentes soldadas que, ao serem aquecidas, dilatam-se. Por serem metais diferentes, um dilata mais que o outro e encurva a lâmina. Opera em temperaturas entre -5°C e 300°C. Termopar: É composto por dois fios de metais diferentes soldados nas extremidades e, quando aquecidos, produzem uma corrente elétrica que depende da temperatura (Princípio Seebeck). Pode operar até uma temperatura de 1800°C e os modelos mais comuns são os tipo K, T, N, P, R, dentre vários outros. Termoresistências: Também é um medidor de temperatura que usa o princípio da agitação térmica nos metais para exibir um valor de resistência elétrica. Quanto maior a temperatura, maior a resistência elétrica. São vários os modelos de termoresistências, dentre as mais usadas estão a PT100 e PT500. A resistência exibida é calculada a partir da fórmula abaixo: R = Ao + Ai*t 5 5 3. Metodologia A metodologia adotada no desenvolvimento deste trabalho teve como objetivo demonstrar as variações de medidas de temperatura que quatro diferentes medidores coletaram de um mesmo sistema térmico. O sistema térmico utilizado foi um calibrador de medidores de temperatura, que é composto por um sistema de aquecimento (por resistências elétricas) e um sistema de resfriamento (gás refrigerante), controlado eletronicamente por um CLP capaz de manter a temperatura do sistema estável a partir de uma valor pré selecionado de escala centesimal. Os quatro medidores de temperatura utilizados na prática foram: Termopar Tipo K: Cromo – Alumínio; 0 a 1200°C; Modelo mais utilizado na indústria em geral, pois tem uma excelente resistência à oxidação em alta temperatura e à corrosão em baixas temperaturas. Termopar Tipo T: Cobre – Cobre/Níquel; - 180 a 370°C; Sua principal característica é a excelente resistência à corrosão, sendo utilizado em temperaturas negativas. 02 Termoresistores PT100 (“grande” e “pequeno”): Termoresistor de platina que apresenta resistência de 100 Ω quando colocado em uma temperatura de 0°C. Os medidores de temperatura foram inseridos no calibrador pelos orifícios adequados, de forma a coletarem os valores sem influências de fatores externos que pudessem atrapalhar a leitura. O calibrador foi programado para operar em cinco diferentes temperaturas, e, a cada mudança da faixa de temperatura, era necessário aguardar em média 5 minutos para que a temperatura se estabilizasse e as medidas dos termopares e termoresistores pudessem ser coletadas. De posse de todas as leituras de cada medidor para cada valor de temperatura, os valores dos termopares foram plotados em gráficos temperatura do calibrador X temperatura do medidor ou milivolts, enquanto os valores dos termoresistores foram plotados em gráficos de temperatura do calibrador X resistência elétrica. A partir dos gráficos, uma análise crítica de erro máximo, mínimo, sistemático, desvio padrão, além de regressão 6 linear foram executados a fim de indicar possíveis fontes de erro de medição ou descalibração de equipamentos. 4. Resultados e Análise Para as correlações entre as tensões e resistências ôhmicas e suas respectivas temperaturas dos termopares foram utilizadas as tabelas do Grupo ECIL Temperatura Industrial. Após a coleta dos dados na prática do dia 11/02/2017, a correção dos valores e a correlação dos mesmos segundo as tabelas do Grupo ECIL, obtiveram-se os dados da tabela a seguir: Tabela 1: Dados da prática PADRÃO Tp K (°C) Tp T (mV) Tp T Correção Tp T (°C) Pt 100 Grande (Ω) Pt 100 Grande Correção Pt 100 Grande (°C) Pt 100 Pequeno (Ω) Pt 100 Pequeno Correção Pt 100 Pequeno (°C) 30 33,7 163 1155 29 111 220,73 324,5 111 220,73 324,5 35 38,7 370 1362 34 113 222,73 330,1 112,3 222,03 329 40 43,6 570 1562 38,8 115 224,73 335,8 114,8 224,53 335 45 48,5 745 1737 42,97 116,7 226,43 340,6 116,5 226,23 34050 53,6 952 1944 47,8 117,5 227,23 342,9 118,6 228,33 346 Fonte: Elaborada pelos alunos Com base nos dados, geraram-se os gráficos abaixo: Gráfico 1 - Tp K (°C) x Padrão Fonte: Elaborado pelos alunos y = 4,96x + 28,74 R² = 1 0 10 20 30 40 50 60 30 35 40 45 50 T p K ( °C ) Padrão 7 7 Gráfico 2 - Tp T (°C) x Padrão Fonte: Elaborado pelos alunos Gráfico 3 - Pt 100 Grande (°C) x Padrão Fonte: Elaborado pelos alunos y = 4,657x + 24,543 R² = 0,9992 0 10 20 30 40 50 60 30 35 40 45 50 T p T ( °C ) Padrão y = 4,73x + 320,59 R² = 0,9794 310 315 320 325 330 335 340 345 350 30 35 40 45 50 P t 1 0 0 G ra n d e (° C ) Padrão 8 Gráfico 4 - Pt 100 Pequeno (°C) x Padrão Fonte: Elaborado pelos alunos Na tabela 2, encontram-se os valores para Erro, Máximo, Médio e Desvio Padrão para as amostras apresentadas. Tabela 2: Dados e Cálculos PADRÃO Tp K (°C) Tp T (°C) Pt 100 Grande (°C) Pt 100 Pequeno (°C) 30 33,7 29 324,5 324,5 35 38,7 34 330,1 329 40 43,6 38,8 335,8 335 45 48,5 42,97 340,6 340 50 53,6 47,8 342,9 346 Erro (R²)% 1,0000 0,9992 0,9794 0,9979 Média 46,10 40,89 337,35 337,50 Máximo 53,60 47,80 342,90 346,00 Desvio Padrão 6,4036 5,8854 5,6666 7,2342 Fonte: Elaborada pelos alunos 5. Conclusões Conclui-se que a prática possibilitou o estudo e aplicação das medições de temperatura e sua aplicabilidade no processo industrial. Viu-se também a utilização de equipamentos e sua eficiência e baixo custo. y = 5,4x + 318,7 R² = 0,9979 310 315 320 325 330 335 340 345 350 30 35 40 45 50 P t 1 0 0 P eq u en o ( °C ) Padrão 9 9 Observou-se que as coletas quase não apresentaram erros. Como qualquer equipamento, os aparelhos utilizados para medição de temperaturas devem passar por manutenção periódica, para que não haja erros nas medições. 10 7. Referências Bibliográficas ECIL, Grupo Temperatura Industrial. Tabelas de correlação de termopares tipo T. Disponível em: <Termopar tipo T - Ecil Temeperatura Industrial> Acesso em: <19/02/2017>. ECIL, Grupo Temperatura Industrial. Tabelas de correlação de termorresistência tipo Pt 100. Disponível em: < Tabela de Correlação para Termorresistência - Tabelas de Correlação | Pirometria - Ecil Temperatura Industrial > Acesso em: <19/02/2017>. SOUZA, E.; SILVA, M.; MELO, N. Manual para elaboração e normalização de trabalhos acadêmicos conforme normas da ABNT. Disponível em: < http://unibh.br/uploads/default/manual_abnt_unibh_2012_2ed.pdf>. Acesso em: <25/03/2016>.
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