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INTRODUÇÃO À INTOXICAÇÃO POR PLANTAS Introdução: Plantas tóxicas de interesse pecuário: Conceito: ingestão sob condições naturais; causam doença ou morte; plantas que tem toxicidade comprovada; e a espécie animal em questão (que ingere as plantas); No Brasil existem 131 espécies de interesse e 79 gêneros, tais como: Senecio spp, Nierembergia veichii, Ateleia sp, Pteridium, Amorimia, Mimosa tenuiflora, Ipomoea, Palicourea, Brachiaria, Cestrum, Crotalaria, Sida, Senna, entre outras. Condições que favorecem ou possibilitam a ingestão de plantas tóxicas pelos animais: • Fome; • Desconhecimento (transporte); • Palatabilidade (aceitação do sabor dos alimentos); • Sede; • Vicio e facilitação social (inicia pela carência ou por imitar outros animais); • Fenação. Continuação: • Acesso as plantas tóxicas; • Dose tóxica variável de animal para animal e espécie de planta; • Período de ingestão; • Variações na toxidez; • Brotação após chuvas. Crendices sobre as plantas tóxicas: • Aspectos morfológicos das plantas tóxicas (plantas lactescentes, semelhantes a feijão, melancia…); • Pouca quantidade de planta ingerida; • Efeitos tóxicos logo após a ingestão; • Sempre perturbações digestivas (timpanismo, desprendimento de mucosa, diarreia); • “Timbós” e “Tinguis”; Evolução do quadro clínico-patológico: • AGUDA (superaguda, aguda e subaguda); • CRÔNICA Ação das plantas tóxicas: • Ação direta (minoria): efeito direto sobre o tubo digestivo; • Ação remota (maioria): não afeta o sistema digestivo; Absorção pela mucosa gastrintestinal → circulação porta → fígado (oxidação, redução e desdobramento) → circulação sanguínea → tecidos • Mucosa ruminal pode modificar os princípios tóxicos Efeito não acumulativo: • Princípios tóxicos absorvidos e eliminados com rapidez; • Dose letal ingerida em curto prazo (uma hora ou um dia). Efeito acumulativo: eliminação lenta • Ingeridas em subdoses e retidas no organismo até alcançarem níveis tóxicos. Fatores que influenciam a toxidez das plantas: Fatores ligados à planta: • Fase de crescimento: mais tóxica na brotação (Pteridium aquilinum); • Partes tóxicas: maioria folhas, algumas seus frutos (favas da Dimorphandra mollis); • Estado e armazenamento: podem perder a toxidez na dessecagem ou manter por longos períodos; • Solo e procedência: conhece-se pouco sobre esse fator. Fatores ligados ao animal: • Espécie animal: é o mais importante; • Idade; • Pigmentação; • Ingestão de água, morrem perto aguadas; • Exercício: importante para plantas que interferem no funcionamento do coração; • Tolerância e imunidade; • Resistência individual. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DAS PLANTAS TÓXICAS Está entre 3 causas de morte mais comuns no Brasil. As perdas ocorrem por: mortes de animais, diminuição da produção, custos com controle e tratamento, desvalorização da terra e perdas reprodutivas. (Da pop. de bovinos: 221.827.299 IBGE 2012, anualmente de 820 mil a 1 milhão e 700 morrem por intoxicação por plantas). DIAGNÓSTICO DE INTOXICAÇÃO POR PLANTAS • Importante para adotar medidas profiláticas; • Como NÃO se deve proceder: isolamento de princípios tóxicos (geralmente sem resultados); • Como proceder: conhecer plantas tóxicas da região e os quadros clinicopatológicos causados por cada uma delas, histórico, dados de necrópsia, laboratorial, histologia… • Inspeção de pastagens; • Ensaios biológicos; • Identificação botânica. MEDIDAS GERAIS A SEREM TOMADAS NO CASO DE INTOXICAÇÃO POR PLANTA • Retirar animais do pasto onde se encontram; • No caso de plantas cardiotóxicas, retirar os animais lentamente; • Maioria não tem tratamento específico; • Diminuir absorção e aumentar eliminação; • Tratamento sintomático. PROFILAXIA • Erradicação das plantas tóxicas (cultivadas e nativas – seleção de variedades); • Evitar acesso do gado a áreas invadidas; • Não colocar gado em certas áreas durante certos períodos do ano; • Ter cuidado na transferência de animais; • Evitar pastejo excessivo; • Usar animais menos susceptiveis; • Evitar colocar animal transportado com fome ou sede em pastagens contaminadas; • Construção de cercas, eliminação de plantas; • Uso de sementes controladas; • Feno e silagem de qualidade; • Controle biológico; • Aversão. Intoxicação indireta e direta de seres humanos • Pela ingestão de carne de animais intoxicados? Substâncias tóxicas têm grande probabilidade de serem destruídas pelo cozimento. • Mel; • Leite; • Consumo da planta (chás e alimentação). INTOXICAÇÃO POR PLANTAS CIANOGÊNICAS Introdução: Ácido cianídrico – HCN (liquido incolor e volátil); Glicosídeos cianogênicos – aldeídos ou cetona e um ou mais açucares ligados ao ácido; HCN liberado (enzimas da planta – rompimento da célula vegetal - contato); 2-4 mg/kg/hora; Ruminantes mais sensíveis – pH do rúmen é de 6 a 7 – bactérias ruminais liberam o HCN; Equinos e suínos – pH de 5 a 6 inativa as enzimas hidrolíticas da planta; Vegetais cianogênicos – 80 famílias, 250 gêneros e 1000 espécies; Maioria não causa danos – baixa palatabilidade ou baixo teor de glicosídeos cianogênicos. Mecanismo de ação: HCN absorvido pelo aparelho GI -> circulação sanguínea; HCN + citocromo oxidase -> complexo cianeto citocromo oxidase -> anóxia aguda; Tiocianetos excretados na urina (pouco tóxicos). Teores de glicosídeos cianogênicos variáveis: Fase de crescimento (brotação ou tubérculos); Fatores climáticos (secas, geadas, granizo – liberação de enzimas); Solo; Adubação nitrogenada; Variedades. Sinais Clínicos: Respiração acelerada e profunda (doses menores); Taquicardia; Mucosas vermelho viva, depois cianóticas; Sialorreia; Tremores musculares; Andar cambaleante; Dispneia cada vez mais acentuada e coma; Pode haver timpanismo. Macro e micro: Cor vermelho vivo do sangue venoso (casos de evolução de poucos minutos – acumula oxihemoglobina); Folhas não digeridas no interior do estomago ou rúmen; Congestão; Sem alterações micro significantes. Diagnóstico: Histórico, epidemiologia, sinais clínicos, evolução, macro e micro Resposta ao tratamento; Teste do papel picro sódico – solução de 5g de carbonato de sódio e 0,5h de ácido pícrico dissolvidos em 100ml de água destilada; Planta suspeita, conteúdo do rúmen, fígado e musculo. Tratamento: Endovenosa – nitrito de sódio – 5g+ 15g de hipossulfito de sódio + 200ml de água Dose – 40ml/100 kg Nitrito de sódio -> metamoglobina _ HCN -> cianometemoglobina -: liberação de HCN + hipossulfito -> tiocianeto -> menos toxica, eliminada na urina. Plantas cianogênicas no Brasil: Sorghum spp. Manihot spp. Holocalyx glaziovil Prunus sphaerocarpa Piptadenia macrocarpa viridiflora Cnidoscolus phyllacanthus Passiflora foetida Tifton 68 Manihot Euphorbiaceae; Manihot esculenta; “mansas e bravas” 150 espécies; M. piaubyensis: mandioca brava; glicosídeos cianogênicos; principio ativo: linamarina e lotaustralina. DOSE TOXICA: 2,5 a 10 g/kg Prunus spp Rosaceae – Prunus selowii (= sphaerocarpa); Pessegueiro bravo PA: amigdalina Dose toxica: 3,5 a 5 g/kg Sorghum spp Sorghum vulgare: sorgo S. halepense: sorgo de alepo S. sudanense: sorgo sudão, capim sudão Quando crescem ou rebrotam rapidamente Menos de 20 cm ou 7 semanas TIFTON 68 Graminae Cynodum spp. Intoxicação com 5 g/kg Profilaxia: Sorgo: não introduzir animais antes de 7 semanas; Manihot: não introduzir animaisquando em brotação; Ramos e tubérculos cortar e deixar ambiente; Tubérculos de mandioca: acostumar gradativamente; Cuidar galhos caídos após podas ou tempestades; PLANTAS QUE AFETAM O FUNCIONAMENTO DO CORAÇÃO 1. Plantas que causam “morte súbita”: “é aquela em que o aparecimento dos sinais clinicos coincide com o momento da morte, de modo que deve ser diferenciada de morte com sinais clínicos agudos ou mesmo daquela em que o animal é encontrado morto.” - Evolução aguda, o animal pode ate ter morrido de morte súbita, mas ninguém pode dizer. Rubiaceae: Palicourea marcgravii, P. aeneofusca, P. juruana, P. grandiflora Malpighiaceae: Mascagnia (Amorimia) rigida, M. amorimia (publiflora): M. (A.) elegans; M. Aff. Rigida, M. (amorimia) exatropira 2. Plantas que causam intoxicação de evolução subaguda (fibrose cardíaca): Causam ICC Tetrapteys acutifolia – sudeste T. multiglandulosa – sudeste Ateleia glazioviana – sul OBS: essas plantas também causam problemas reprodutivos 3. Plantas que contem glicosideos condutóxicos: Opacynaceae: mirradeira Nerium oleander e Asclepias curassavica → mata se bicho comer na dose tóxica Problema de intoxicação em filhotes e crianças Plantas que causam morte súbita: Palicourea marcgravii: mais importante do Brasil → mais toxica • O cafezinho, erva-de-rato, café bravo, roxinha, vick (cheiro de vick) • Intoxicação superaguda • Arbusto • Mais importante: palatável, dose baixa, amplamente distribuída, prefere lugares sombreados, beiras de mata, terra firme (várias espécies de Palicourea não são tóxicas) • Condições em que ocorre intoxicação: • Matas e capoeiras • Pastagens cercadas • Pastos recém-formados • Boa palatabilidade Dose tóxica baixa: 0,4/0,6 g/kg Folhas e frutos (mais tóxicos) efeito acumulativo de área 1/5 a 1/10 da dose letal Ingestão semanal: 1/5 – não intoxicação; Dessecagem não perde a toxicidade Principio ativo da P. marcgravii: Não tem antidoto! • Ácido monofluoracético → fluorcitrato (produto do seu metabolismo – é responsável pela sua toxicidade) • Interferencia do metabolismo energético celular – ciclo do ácido cítrico • Morte por fibrilação ventricular e parada cardíaca • Em bovinos, o tecido mais sensível é o coração • ACONITASE – enzima inibidora do ciclo de Krebs • Ácido monofluoracético → ciclo de krebs → fluorcitrato → inibe a aconitase* - isso bloqueia o andamento do ciclo → falta energia → MORTE Consequências: • A inibição da aconitase interfere na respiração celular (depleção energética) e no metabolismo do CHO/lipídios e proteínas • O citrato se acumula pois não está sendo utilizado, liga-se ao cálcio sérico e, além disso, causa acidose metabólica Sinais clínicos e evolução: • Dura de 1 a 10 min o animal morre, podendo chegar até mais 1h • Evolução superaguda • Relutância em andar • Frequência urinaria constante em pouca quantidade • Pulso venoso positivo, jugular ingurgitada • Ataxia, instabilidade postural, tremores, queda, movimentos de pedalagem, opistótono, convulsão, MORTE! Necrópsia e histopatologia: • Não tem lesão macro, pode ter hemorragia • Micro: quando o quadro clinico se estende, podemos encontrar no rim, degeneração hidrópica/ vacuolar/ núcleo picnótico e periférico. Diagnóstico e Diagnóstico diferencial: • Presença da planta • Ocorrência de morte súbita – necrópsia e histologia • Diferencial: das outras plantas que causam morte súbita! • Plantas cianogênicas: deficiência de cálcio e fósforo • Carbúnculo e acidente ofídico Tratamento: • Não se conhece antídoto! (evolução superaguda) • Movimentar os animais o minimo necessario durante alguns dias • Efeito acumulativo – eliminação lenta (48h) • Acetanamida – sem efeito após sinais clínicos • Profilaxia: • Cercar matas e capoeiras junto a cercas • Cuidar de pastagens recém formadas • Arrancar planta e colocar herbicida para evitar rebrota Mascagnia (amorimia) rigida • Popular como “tingui” • Quebra bucho – nordeste • Intoxicação por Amorimia spp em ruminantes • A mais importante no sul é a exotropica • Evolução superaguda: 24/48h Amorimia exotropica: • SUL!! • Não tem macro? • Micro: degeneração de fibras musculares cardíacas, edema e infiltração de macrofagos, degeneração hidrópica vacuolar renal • Tratamento: animais em repouso • Profilaxia: evitar ingestão cercando as áreas afetadas, movimentar com muito cuidado os bovinos, erradicar planta 2. Plantas que afetam o funcionamento do coração PLANTAS HEPATOTÓXICAS Agudas e crônicas: Insuficiência hepática: • Icterícia (bilirrubina) – hemácia morre → bilirrubina na circulação → bilirrubina indireta → hepatócitos → ácido glucurônico… (+ evidente que as outras ictericias); • Fotossensibilização (filoeritrina) – surge da degradação da clorofila – destruição dos canais causando acumulo de filoeritrina; • Edemas (diminuição da pressão oncótica; podendo ser agravado pela hipertensão portal); • Hemorragias (fatores de coagulação) – deficiências nos fatores de coagulação • Encefalopatia hepática: amônia –> SNC → alfacetaglutarato → glutamina → falta ATP para SNC (quadro terminal do indivíduo são os sinais nervosos). Pode formar novos vasos e esses podem se comunicar diretamente com a circulação sistêmica. PLANTAS HEPATOTÓXICAS ✔ Solanaceae: Cestrum laevigatum*, Cestrum intermedium, Cestrum parqui, Cestrum corymbosum var. Hirsutum, Cestrum brasiliensis… A variedade de Cestrum laevigatum é a planta hepatotóxica aguda mais importante do país e a Cestrum intermedium é a predominante no sul do Brasil. São conhecidas como dama da noite, pimenteira, etc ✔ Compositae: Senecio brasiliensis*, Xanthium spp., Vernonia mollissima… ✔ Borraginaceae: Echium plantagineum* ✔ Fabaceae: Crotalaria spp.* ✔ Sapindaceae: Dodonea viscosa ✔ Ulmaceae: Trema micrantha Condições que ocorrem intoxicação • Fome: estiagem – entre agosto e setembro; • Brotação nova e abundante; • Folhas murchas se tornam mais palatáveis; • Sob condições naturais só ocorrem a intoxicação aguda; • Dose tóxica: 10 a 50 gramas/kg; • Planta dessecada mantém a toxidez; • Princípio ativo: saponinas gitogenina e digitogenina. Princípio amargo: estrumida Xanthium cavanillesii – carrapicho • Distribuição ocorre principalmente na região sul; • Áreas submersas; • Plantas invasoras de culturas e terras não cultivadas • Animal se intoxica por duas ações: ingerindo cotilédones ou as sementes (quantidade de princípio ativo é grande nas sementes); tem baixa palatabilidade, porém, na brotação é mais tóxico e mais palatável), não tem poder acumulativo. Sinais clínicos das plantas hepatotóxicas agudas: • Evolução aguda com curso clínico de 12 a 72h; • Agressividade, anorexia; • Paresia do membro pélvico, incoordenação; • Tremores musculares; • Atonia ruminal, dor abdominal, ranger de dentes; • Fezes ressecadas com muco e estrias de sangue; • Dificuldade de defecar e gemidos, decúbito esternal e pedalagem (encefalopatia hepática). MACRO: fígado com acentuação do padrão lobular, hemorragias de petéquias a equimoses, fígado tumefeito, ictericia. Na Vernonia, o lóbulo esquerdo do fígado ficará com um pedaço amarelado. MICRO: necrose centrolobular (hepatócitos centrolobulares são mais sensíveis que os periportais), degeneração hidrópica intermediária, degeneração gordurosa na região periportal. DIAGNÓSTICO: presença da planta, sinais clínicos, lesões macro e micro. DIAG DIFERENCIAL: doenças que afetam SNC, larvas de Perreyia flavipes, outras doenças que causam IH aguda. PLANTAS HEPATOTÓXICAS CRÔNICAS Plantas que causam fibrose hepática Não significa que animal ingeriu“cronicamente”, a planta, e sim, lesão progressiva de acordo com a quantidade de dose tóxica da planta. Grupo dos alcaloides pirrolizidínicos: Senecio spp, Echium plantagineum, Crotalaria spp. No fígado se transformam em pirrol (é uma substância alquilante) → adutos (se ligam em algo e não separam mais). Se ligam no local de sintese do hepatócito (DNA da célula), tanto que existem pirrois que são carcinogênicos. O pirrol inibe a mitose (divisão celular). “célula grande é caracterizada pela intoxicação por pirrolizidinicos” - megalócitos (ou aflatoxina). • Ocorre um infiltrado de tecido conjuntivo → cirrose • Espécies mais afetadas: bovino e equinos (Fêmeas e animais jovens) • A ovelha é de 20 a 30x mais resistente Evolução da doença: 2 formas – toda lesão progressiva no fígado – quadro clínico – morte; Depende da gravidade da lesão → lesão no fígado tem progressão longa!! • Sinais clínicos: 24 a 72h: agressividade, incoordenação, tenesmo, diarreia, edemas. • Curso clínico de vários meses: emagrecimento progressivo com ou sem diarreia. FOTOSSENSIBILIZAÇÃO CAUSADA PELA INGESTÃO DE PLANTAS – causa lesão de pele Conceito: • Foto dermatite (forma acentuada de queimadura solar) • Substância fotodinâmica • Radiação solar (luz ultravioleta transforma-se em calor) • Podem ter 3 tipos: I, II e III. Patogenia: • Agente fotodinâmico que pode ser ingerido, injetado ou absorvido pela pele. • Causas: plantas e fungos • Fotossensibilização hepatógena: causa lesão no fígado quando é ingerida Sinais clínicos: • Precoce: eritema/edema, fotofobia, prurido, dor • Tardios: vesículas/bolhas, úlceras/necrose, desprendimento de pele • As lesões tendem a se localizar em áreas desprotegidas, e sem pigmentação Diagnóstico: • Primário: não causa lesão hepática • Secundário: causa lesão no fígado • ** o grande problema é determinar a causa** Controle: Anamnese, sinais clínicos, patologia clínica, detecção de foto toxinas (furocumarínicos e alcaloides fototóxicos) biópsia de pele e fígado, necrose… FOTOSSENSIBILIZAÇÃO PRIMÁRIA Ammi majus Plantas com fagopirina: Fagopirum esculentum (trigo mourisco – forrageira) → Froelichia humboldtiana → PLANTAS QUE CAUSAM FOTOSSENSIBILIZAÇÃO SECUNDÁRIA Espécies de Brachiaria (decumbens, brizantha, humidicola) • Morbidade e mortalidade variáveis; • Possui elevados níveis de saponinas • Acomete bovinos e ovinos (mais sensíveis morrem por problemas hepáticos) Intoxicação por Brachiaria spp.: inicialmente esporoesmina Pithomyces chartarum (fungo saprófita – matéria vegetal morta). Cepas não produziam. Sinais clínicos: variáveis com a gravidade. Alterações micro: macrófagos espumosos, lâminas do intestino, linfonodos mesentéricos, hepáticos, do fígado, cristais (saponina). INTOXICAÇÃO POR Lantana spp. (L. camara, L. glutinosa, L. teliaefolia) • Acomete bovinos e ovinos; • Distribuída em todo o país; • Cresce em áreas de mata nativa e em terrenos abandonados; • Problema grave na Austrália (inimigas naturais); • Princípio tóxico: triterpenos lantadene A e B; • Condições para a ocorrência de intoxicação: transporte, fome, desconhecimento. Alterações macro: • Icterícia; • Urina marrom/alaranjada; • Fígado alaranjado/esverdeado; Alterações micro: fígado e rim • Estase biliar; • Hepatócitos multinucleados; • Inflamação periportal; • Hepatócitos tumefeitos; • Proliferação de células dos ductos biliares. INTOXICAÇÃO POR Enterolobium spp. • Aspectos clínicos: abortos/enterites – diarreias • Macro: fígado • Histologicamente ha necrose individual de hepatócitos e discreta proliferação • Não ha tratamento, apenas minimizar o sofrimento do animal PLANTAS DE AÇÃO RADIOMIMÉTICA Pteridium (aquilinum, arachnoideum ou caudatum) – samambaia silvestre Plantas que mimetizam radiação. Pegam células que estão em proliferação como hematopoietico, pele… podem ocorrer problemas graves em nível de medula ou neoplasias… • O animal come o broto da planta; • Samambaia do campo ou samambaia; • Distribuição e habitat: Brasil todo; • Solos ácidos (para brotar opta-se por solo alcalino) e bem drenado; • Animais mais susceptíveis: bovinos, ovinos, camundongos, ratos, cobaias; • Condições para intoxicação: fome, vicio (falta de fibra), feno, dominância. • Todas as partes são tóxicas: rizoma, na brotação a toxicidade é maior (sendo mais palatável); • Ptaquilosideo é o princípio ativo carcinogênico; • A ingestão crônica pode levar a um quadro agudo e a ingestão aguda pode levar a um quadro crônico!! 3 FORMAS CLINICAS – DE ACORDO COM A DOSE E PERÍODO DE INGESTÃO Síndrome hemorrágica aguda; Hematúria enzoótica; Carcinoma das vias digestivas; SÍNDROME HEMORRÁGICA AGUDA • Ingestão de quantidade > 10 g/kg da planta durante algumas semanas a poucos meses; • Hipertermia* e hemorragias na pele e mucosas visíveis; • Diarreia com coágulos sanguíneos; • Secreção nasal com muco sanguinolento; • Trombocitopenia, neutropenia, relativa linfocitose, posterior anemia (devido atacar medula óssea), • Apatia, fraqueza; Achados de necrópsia: • Hemorragias em todos os órgãos e tecidos; • Ulceras nas mucosas, sangue coagulado na luz intestinal; • Infartos hepáticos; Achados histopatológicos: • Lesão na medula óssea – acentuada rarefação do tecido hematopoietico Diagnóstico se dá através do quadro clínico e histopatologia Diagnóstico diferencial: outras diasteses e septicemias hemorrágicas Tratamento: de início: antibióticos, transfusões de sangue e estimulantes de medula óssea HEMATÚRIA ENZOÓTICA • Ingestão de quantidades < 10 g/kg durante um ou mais anos; • Hematúria intermitente (apenas vesícula urinária), anemia, emagrecimento, raras vezes incontinência urinária, morte; • Bovinos a partir de 2 anos; Lesões: • Nódulos ou formações papilomatosas na vesícula urinaria, coloração branco-amarelada ou avermelhada; • Espessamento da parede da vesícula urinária Histopatologia: diversos tipos de processos neoplásicos de origem epitelial e mesenquimal Diagnóstico: • Sinais e achados de necrópsia e histopatologia • Diferenciar de doenças que causam hematúria e hemoglobinúria • Não se conhece tratamento • Retirada do pasto e boa alimentação leva a uma lenta recuperação, mas não completa; CARCINOMAS DAS VIAS DIGESTIVAS • Princípio carcinogênico: PTAQUILOSÍDIO • Animais com idade mais avançada • Tumores na faringe, base da língua, cardia, esôfago e palato • Sinais clínicos: tosse, regurgitação, timpanismo, diarreia e emagrecimento progressivo até morte • Morbidade baixa: 3-5% • Letalidade alta: 100% • Necropsia: processos neoplásicos sob formas de massas de coloração amarelo-acinzentadas e ulceradas… (sinergismo com papiloma vírus) • Histopatologia: formação com aspecto típico de carcinoma de células escamosas com marcada presença de pérolas de queratina e infiltração leucocitária • Não tem tratamento! • Diferenciar de actinobacilose e tuberculose PLANTAS TÓXICAS QUE AFETAM OS MÚSCULOS (ESTRIADO E CARDÍACO) • Senna ocidentalis • Senna obtusifolia • Antibióticos ionóforos (monensina, salinomicina, narasina – animais de produção); Intoxicação por Senna spp. É uma planta anual, e a sua vagem fica voltada para cima. Brota em regiões tropicais e subtropicais, pastos baixos, férteis, invasora de pastagens e em animais de produção, sua ração pode estar contaminada. Espécies sensíveis: • Naturalmente: bovinos, suínos e equinos • Experimentalmente: bovinos, suínos, aves, roedores, equinos, caprinos e ovinos. Condições que ocorre a intoxicação: pastoreio com áreas invadidas, contaminação de rações. Principio ativo: DIANTRONA – desacoplamento da fosforilação oxidativa atrapalhandoa respiração, ocorrendo edema → morte Todas as partes da planta podem ser tóxicas, porém, a semente é a que mais carrega o princípio ativo. Sinais clínicos: distúrbios musculares como dor, claudicação, dificuldade para caminhar, mioglobinúria, decúbito esternal; lateral e morte. Em alguns casos anorexia, perda de peso, ataxia, diarreia, posição de alerta… Em exames laboratoriais podemos ver o aumento da enzima CK, AST e GGT. Lesões Macro: músculo fica pálido → esbranquiçado → partes de calcificação → mioglobinúria Lesões Micro: degeneração e segmentação das fibras esqueléticas (ficam fragmentadas), em nervo (experimentalmente) causa megacolon e dilatação intestinal. Alterações no sistema imune: o sistema imune do animal fica comprometido. Animal que come pequenas doses pode ter tanto problema de imunidade e as doses tóxicas causam necrose muscular. (susceptibilidade a doenças e eficiência na vacinação!) Diagnóstico: epidemiologia, histórico, sinais, lesões, presença da planta Diagnóstico diferencial: rabdomiólise, intoxicação por antibióticos ionóforos, deficiência de vitamina E/selênio, doença do estresse em suínos, intoxicação por Melia azeradach, entre outros. Não há tratamento! Evitar a ingestão da planta ou rações contaminadas! INTOXICAÇÃO POR ANTIBIÓTICOS IONÓFOROS Usado como agentes coccidiostáticos, adicionados à ração de frangos de corte e ajuda como promotor de crescimento. São produtos obtidos principalmente de fermentação de diversas espécies de Streptomyces, destacando-se, sobretudo, a monensina, o lasalocid, a salinomicina e a nasarina. São pouco solúveis em água e em equinos é uma combinação fatal! Em equino, fazer diferencial de rabdomiólise. O coração tende a ser o órgão mais afetado, nos perus, a musculatura esquelética e o miocárdio são igualmente afetados. Em bovinos: hidropericárdio, hidrotórax, edema pulmonar, fígado em noz-moscada. A monensina já vem na ração, o produtor, se deixar “um amontoado” de comida, o animal dominante “come até morrer”. Podem acontecer também erro de dosagem e mistura. PLANTA/FUNGO QUE AFETA PELE E ANEXOS Ramaria flavo-brunnescens: é um cogumelo que nasce debaixo de eucaliptos (bosque de eucaliptos), os primeiros surtos foram confundidos com febre aftosa, animal precisa ingerir grande quantidade de cogumelo e este perde seu princípio tóxico muito rápido. Nos países como Uruguai e Argentina chamam de BOCOPA: Acomete boca, cauda e patas; Espécies afetadas: • Bovinos, ovinos e equinos • Doença coincide com período vegetativo do cogumelo (fevereiro a junho) • Após chuvas • Animais ingerem com avidez Sinais e evolução: • Partes aéreas são tóxicas • 5 g/kg por 5 dias (sinais) • 20g/kg por 18 dias (morte) • Evolução de 8 a 30 dias Quadro clínico: emagrecimento, anorexia, salivação (lesões na língua), perda de pelos, atrofia das papilas da língua, desprendimento dos cascos e chifres, opacidade da córnea, cegueira. Ulcerações na língua, hiperemia, esofagite e ulceração na mucosa. Diagnóstico: histórico de entrada em bosque de eucaliptos, sinais e lesões. Diferencial com febre aftosa e Leucaena spp. Não tem tratamento, tirar animais dos bosques e cercá-los Leucaena leucocephala: arbusto ou árvore altamente nutritiva (banco de proteína), com boa digestibilidade e há limitação de uso devido ao seu princípio tóxico (+30% da dieta por longo período pode levar a morte do animal). Princípio tóxico: MIMOSINA Distribuição e habitat: • Regiões tropicais e todo o mundo • Solos drenados e não ácidos • Resistem a seca • Forrageira • Resistência a geadas (?) Intoxicação: ruminantes e equinos. Depende do teor de mimosina, quantidade diária ingerida e período de ingestão. Patogenia: mimosina – efeito anti-mitótico nos folículos pilosos) → rarefação pilosa. No rúmen é degradada em 3-hidrox 4(1H)-piridona e (3,4 DHP) – efeito crônico (não deixa o iodo ser utilizado para formação de hormônios tireoidais – bociogênico) – hipotireoidismo → MORTE Há uma bactéria de rúmen chamada Synergites jonesii que metaboliza esse DHP retirando o efeito tóxico da substância. Quadro clínico: alopecia, falta de apetite, redução do ganho de peso, baixa fertilidade relacionada ao hipotireoidismo, abortos, queda de pelos, ulceração no esôfago, salivação, bócio, Micro: pele com acentuada hiperqueratose superficial e folicular, diminuição no número de folículos, folículos sem pelos, mixedema de diversos tecidos (edema intersticial na pele), bócio coloidal. Ceco do equino pode agir como rúmen para mimosina. Diagnóstico: efeito depilatório associado à presença da planta + dieta dos animais com a planta. Diferencial: dermatopilose, dermatofitose, sarna, fotossensibilização… fazer biópsia de pele! PLANTAS CALCINOGÊNICAS • Solanum malacoxylon (Solanum glaucophyllum) → não tem na região! Bovinos • Nierembergia veitchii → ovinos Calcinose enzoótica: muito cálcio circulante: calcificação metastática e aumento no depósito de cálcio no osso (osteopetrose). Emagrecimento progressivo; dorso arqueado (calcificação nos tecidos moles); dificuldade para se levantar e locomover, apoio sobre os carpos. Solanum: as folhas caem, se misturam com as pastagens e o animal come. As duas plantas, o princípio tóxico é similar a vitamina D. Começa com formação de cartilagem e depois ossificação (metaplasia ossea). Nierembergia veitchii: vegetação rasteira, acomete ovinos, calcinose enzootica de ovinos Ingestão crônica com efeito imediato de aumento de cálcio. Sinais clínicos: emagrecimento progressivo, andar rígido, abdome retraído e cifose; hipercalcemia e hiperfosfatemia. Lesões macro: endurecimento, engrossamento e perda da elasticidade das artérias; superfície interna rugosa e com placas mineralizadas. Calcificação das válvulas cardíacas, bordos pulmonares, rins, útero. Lesões micro: edema e fragmentação das fibras elásticas das artérias, calcificação de tendões e ligamentos, osteopetrose, atrofia da paratireoide, hiperplasia das células parafoliculares. PLANTAS QUE CAUSAM ANEMIA HEMOLÍTICA (PREDOMINANTE INTRAVASCULAR) • Brachiaria radicans • Ditaxis desertorum • Indigofera suffruticosa • Allium spp. (cebola) Brachiaria radicans: boa capacidade de se adaptar em terrenos úmidos, é alimento de bovinos e búfalos, chamada também de braquiária do brejo ou tanner grass Alterações macro de anemia hemolítica Diferencial: tristeza parasitaria, intoxicação por nitrito e nitrato D. desortorum: mais comum na Bahia. Todas as partes são tóxicas I. suffruticosa: mais comum no nordeste, acomete bovinos, chamada de anel/anileira. A intoxicação ocorre onde tem grande quantidade da planta nas pastagens. Macro: mucosas pálidas (talvez vermelhas por embebição por hemoglobina), petéquias nos rins, fígado com necrose centrolobular (hipóxia) e acentuação do padrão lobular. Allium spp.: cebolas, cultivada mundialmente. Quadro clínico: Macro: urina marrom avermelhada, emagrecimento, debilidade, mucosas pálidas, sangue aquoso, rins tumefeitos e escuros, nefrose hemoglobinúrica, fígado e prepúcio azulados. Micro: há hipoxia no rim: necrose tubular com gotas hialinas no citoplasma (tubo proximal sobrecarregado). Diagnóstico: hemoglobinemia e hemoglobinuria associadas a presença da planta. Diferencial: babesiose, leptospirose, intoxicação por cobre e hemoglobinuria bacilar. Profilaxia: retirar os animais da pastagem e evitar acesso às plantas PLANTAS NEFROTÓXICAS Dimorphandra molli: Dimorphandra molli: Árvore Árvore Leguminosae, Caesalpinoideae. Chamada de Leguminosae, Caesalpinoideae. Chamada de FaveiraFaveira- - RegiãoRegião Centro-Oeste e Centro-Oeste e BarbatimãoBarbatimão - - Oeste da BA.Oeste da BA. Distribuição - Região Centro - Oeste, SP e MG. HabitatDistribuição - Região Centro - Oeste, SP e MG. Habitat – cerrado.– cerrado. Bovinos sensBovinos sensíveis naturalmenteíveis naturalmente Condições para ocorrência da intoxicação: Favas maduras no solo (julho a agosto) Condições para ocorrência da intoxicação: Favas maduras no solo (julho a agosto) Partes e quantidades tóxicas da planta Partes e quantidades tóxicas da planta DT alta - 25 g/kg de favas dose únicaDT alta - 25 g/kg de favas dose única Não possui efeito cumulativoNão possui efeito cumulativo Início dos sinais: maioria de 24 a 48h após administração.Início dos sinais: maioria de 24 a 48h após administração. Princípio tóxico desconhecido: rutina? Não comprovada experimentalmente a ação abortiva.Princípio tóxico desconhecido: rutina? Não comprovada experimentalmente a ação abortiva. Quadro clínico macro: Diminuição apetite, emagrecimento progressivo, Edema subcutâneo no abQuadro clínico macro: Diminuição apetite, emagrecimento progressivo, Edema subcutâneo no ab-- dome, parte posterior da coxa e vulva (popa inchada), oligúriadome, parte posterior da coxa e vulva (popa inchada), oligúria Patologia clínica – sangue - aumento ureia e creatinina e na urina: albuminúria e cilindrúria. sangue - aumento ureia e creatinina e na urina: albuminúria e cilindrúria. Thiloa glaucocarpa: Thiloa glaucocarpa: mais comum na caatinga e no começo de MG, e período de chuvas. mais comum na caatinga e no começo de MG, e período de chuvas. Amaranthus spp: Amaranthus spp: FamFamília: ília: Amaranthaceae, popularmente chamada de “caruru’Amaranthaceae, popularmente chamada de “caruru’ A. retroflexus, A. hybridus, A. blitum, A. spinosusA. retroflexus, A. hybridus, A. blitum, A. spinosus DistribuiçãoDistribuição - o- ocorre em todo o Brasilcorre em todo o Brasil Habitat Habitat - - terrenos baldios, lavouras anuais e perenes, sempre solos férteisterrenos baldios, lavouras anuais e perenes, sempre solos férteis Sensíveis - b Sensíveis - b ovinos, suínos e ovinosovinos, suínos e ovinos Condições em que ocorre a intoxicação: Condições em que ocorre a intoxicação: Piquetes plantados por soja, sorgo e milhoPiquetes plantados por soja, sorgo e milho Partes e quantidades tóxicas Partes e quantidades tóxicas Planta verde com folhas e frutificaçãoPlanta verde com folhas e frutificação Grandes quantidades por 5 a 30 dias (300 a 400 g/kg) Grandes quantidades por 5 a 30 dias (300 a 400 g/kg) Início sinais clínicos: Início sinais clínicos: Cerca de 15 a 30 dias após ingestão Cerca de 15 a 30 dias após ingestão Evolução: Evolução: Natural cerca de 3 a 15 diasNatural cerca de 3 a 15 dias Sinais clínicos: Sinais clínicos: Depressão, anorexia, diminuição movimentos ruminais, em alguns casos diarDepressão, anorexia, diminuição movimentos ruminais, em alguns casos diar-- reia hemorrágicareia hemorrágica Casos mais prolongados - emagrecimento progressivo, edema submandibular, e região posterior da Casos mais prolongados - emagrecimento progressivo, edema submandibular, e região posterior da coxacoxa Soro - Soro - aumento níveis de uréia e creatininaaumento níveis de uréia e creatinina Necropsia: Edemas, esofagite, nefrose tubular tóxica agudaNecropsia: Edemas, esofagite, nefrose tubular tóxica aguda Diagnóstico: Diagnóstico: Introdução de animais em pastos invadidos pela planta, Eventual presença das semenIntrodução de animais em pastos invadidos pela planta, Eventual presença das semen-- tes no abomaso ou estômago, Edemas, Lesões histológicastes no abomaso ou estômago, Edemas, Lesões histológicas Diagnóstico diferencial: Diagnóstico diferencial: D. mollisD. mollis Tratamento e profilaxia: Roçadeira - perde toxicidade após cortada Tratamento e profilaxia: Roçadeira - perde toxicidade após cortada Metternichia princeps Metternichia princeps (café do mato, trombeteira): (café do mato, trombeteira): http://www.scielo.br/scielo.php?http://www.scielo.br/scielo.php? pid=S0100-736X2015000500448&script=sci_abstract&tlng=ptpid=S0100-736X2015000500448&script=sci_abstract&tlng=pt PLANTAS QUE AFETAM SISTEMA DIGESTÓRIO Baccharis coridifolia: Baccharis coridifolia: Subarbusto, família Compositae, Nome popular - Subarbusto, família Compositae, Nome popular - “mio-mio”. “mio-mio”. Habitat - campos Habitat - campos nativos nas áreas não úmidasnativos nas áreas não úmidas SensSensíveis - bovinos, ovinos, equinos e suínosíveis - bovinos, ovinos, equinos e suínos Condições em que ocorre a intoxicação:Condições em que ocorre a intoxicação: Desconhecimento → Superlotação → Superlotação Transporte → → Queimadas Queimadas FomeFome Partes e quantidades tóxicas da planta:Partes e quantidades tóxicas da planta: Flores e sementes, folhas, talos e raizFlores e sementes, folhas, talos e raiz Planta fêmea mais tóxica que o macho Planta fêmea mais tóxica que o macho Variação toxidez - out./nov. brotação - 2 g/kgVariação toxidez - out./nov. brotação - 2 g/kg março - floração, frutif. - 0,25 a 0,5 g/kgmarço - floração, frutif. - 0,25 a 0,5 g/kg PrincPrincípio tóxico ípio tóxico Tricotecenos macrocíclicos (Roridina A e E)Tricotecenos macrocíclicos (Roridina A e E) São micotoxinas fitotóxicas potentes e poucas plantas resistem São micotoxinas fitotóxicas potentes e poucas plantas resistem B. coridifoliaB. coridifolia absorve tricotecenos elaborados por fungos do solo ( absorve tricotecenos elaborados por fungos do solo (Myrothecium verrucaMyrothecium verruca-- riaria Sinais clínicos, evolução e quadro clínico - patológico Bovinos 5 a 29 h após ingestão Bovinos 5 a 29 h após ingestão Ovinos 3 e 24 h e equinos 3 e 7 h Ovinos 3 e 24 h e equinos 3 e 7 h Anorexia, parada ruminal, timpanismo leve, inquieto, decúbito esternal, gemidos, sialor Anorexia, parada ruminal, timpanismo leve, inquieto, decúbito esternal, gemidos, sialor -- réia, taquicardia e polidipsiaréia, taquicardia e polidipsia Mais afetados tendência beber mais água (cáustica) Mais afetados tendência beber mais água (cáustica) Achados de necropsia - digestivo e tecido linfoide Achados de necropsia - digestivo e tecido linfoide Diagnóstico: Histórico e epidemiologia, alterações histológicas pré- estômagosHistórico e epidemiologia, alterações histológicas pré- estômagos Diagnóstico diferencial: Baccharis megapotamicaBaccharis megapotamica var. var. weiriiweirii Baccharis megapotamicaBaccharis megapotamica var. var. megapotamica - megapotamica - necrose fígadonecrose fígado Ocorrem em banhados - ingeridas na seca ou escassez Ocorrem em banhados - ingeridas na seca ou escassez Tratamento: Carvão e cal 100 g de cadaCarvão e cal 100 g de cada ProfilaxiaProfilaxia: : Cuidado introduzir animais de áreas indenes em regiões onde há a planta, Introdução Cuidado introduzir animais de áreas indenes em regiões onde há a planta, Introdução gradual na área, acostumá-los com a plantagradual na área, acostumá-los com a planta Ricinus communis Ricinus communis (SEMENTES): popularmente chamado de mamona ou carrapateira.(SEMENTES): popularmente chamado de mamona ou carrapateira. Espécies sensíveis: Espécies sensíveis: Bovinos, equinos, suínos e até galinhas. Bovinos, equinos, suínos e até galinhas. Condições em que ocorre a intoxicação: Condições em que ocorre a intoxicação: SementesSementes - adição acidental de sementes nos alimentos , ou- adição acidental de sementes nos alimentos , ou de resíduo não - detoxicado da sementes. Folhas - fome - bovinosde resíduo não - detoxicado da sementes. Folhas - fome - bovinos Partes e quantidades tóxicas da planta Partes e quantidades tóxicas da planta A Dose Tóxica variável entre espécies e idadeA Dose Tóxica variável entre espécies e idade • Bovinosadultos - 2 g/kg sementes trituradas Bovinos adultos - 2 g/kg sementes trituradas • Bezerros - 0,5 g/kgBezerros - 0,5 g/kg • Ovinos - 1,25 g/kgOvinos - 1,25 g/kg • Caprinos - 5,5 g/kgCaprinos - 5,5 g/kg • Eqüinos - 0,1 g/kgEqüinos - 0,1 g/kg • Bovinos - 10 a 20 g/kg folhas frescas sem o taloBovinos - 10 a 20 g/kg folhas frescas sem o talo Princípio tóxicoPrincípio tóxico Sementes - ricina Sementes - ricina • Destruída pelo calor, mantém antigenicidade (doses subletais)Destruída pelo calor, mantém antigenicidade (doses subletais) • Ação gastrintestinalAção gastrintestinal Folhas e pericarpo - ricinina – alcalóideFolhas e pericarpo - ricinina – alcalóide: s: sinais neuromusculares em bovinosinais neuromusculares em bovinos Início dos sinais clínicos e evolução Início dos sinais clínicos e evolução • Sementes Sementes - entre 13 a 24 horas- entre 13 a 24 horas • Bovinos - sementes inteiras 19 diasBovinos - sementes inteiras 19 dias • sementes trituradas - 3 dias sementes trituradas - 3 dias • Outras espécies Outras espécies - - 20 a 45 horas20 a 45 horas • Folhas Folhas - - início entre 3 a 6 horasinício entre 3 a 6 horas Evolução 5 a 20 horasEvolução 5 a 20 horas Quadro clínico-patológicoQuadro clínico-patológico SementesSementes - - sinais de gastrenterite: diarreia líquida muco/fibrina/sangue, apatia, dor abdominalsinais de gastrenterite: diarreia líquida muco/fibrina/sangue, apatia, dor abdominal MacroMacro-- gastrenterite hemorrágica - avermelhamento, petéquias e edemagastrenterite hemorrágica - avermelhamento, petéquias e edema mucosa ID e cólonmucosa ID e cólon MicroMicro - - congestão, hemorragia, necrose tecido linfóidecongestão, hemorragia, necrose tecido linfóide Folhas e pericarpo Folhas e pericarpo - - sinais neuromuscularessinais neuromusculares Macro Macro - - folhas rúmenfolhas rúmen, micro: degeneração hepática, micro: degeneração hepática INTOXICAÇÃO POR Stryphnodendron spp. • Há mais de 25 espécies únicas comprovadamente tóxicas como S. coriaceum, S. abovatum e S. fissuratum. • Popularmente chamado de barbatimão → poder cicatrizante • No oeste da Bahia chama-se de fava ou faveira (nome popular) • Árvore grande: favas mudam de formato conforme espécie • Áreas em que o clima é característico de cerrado – chuvas – favas caem e animais acabam ingerindo • Pode acarretar problemas nervosos e também problemas hepáticos (icterícia), se o animal não morrer dos problemas digestórios Sinais clínicos: anorexia, fezes levemente ressecadas a líquidas, distensão do abdômen sem timpanismo, perda do fluido ruminal durante a ruminação, atonia e acidose ruminal, sialorreia, cólica, lacrimejamento, midríase, decúbito esternal, pneumonia por falsa via. Sinais nervosos: alguns animais podem apresentar fotossensibilização e ictericia. Doses tóxicas: aproximadamente 10 g/kg; quanto menor a dose, maior o tempo para morrer. Achados de necrópsia: restrita ao TGI. Edema na parede intestinal, abomaso e mesentério, ressecamento do conteúdo dos pré estômagos com sementes da planta. Achados histopatológicos: • Degeneração das células epiteliais e cilindros hialinos no interior dos túbulos uriníferos • Necrose de epitélio digestório • Edema de submucosa • Tumefação difusa nos hepatócitos Diagnóstico: presença da planta Tratamento: não tem tratamento devido a acidose ruminal Profilaxia: • Retirar animais da área onde adoeceram e colocá-los a sombra • Evitar ingestão • Corta da rebrota • Retirar uma faixa da casca do tronco • Usar a madeira para cercas ALIMENTOS QUE CAUSAM DOENÇA GRANULOMATOSA SISTÊMICA • Vicia spp. - ervilhaca (forrageira) • Polpa cítrica (resíduo de polpa de laranja industrial) Ambas causam os mesmos achados histopatológicos. Vicia spp é resistente ao frio e a seca: espécies mais relacionadas a intoxicação em bovinos são: Vicia sativa e V. villosa. Diferentes manifestações clínicas: • Distúrbios nervosos agudos após ingestão de sementes • Pápula, erupções cutâneas, avermelhamento e cianose das mucosas, queda de pelo, tosse, • Doença granulomatosa sistêmica Condições de intoxicação e espécies sensíveis: • Bovinos da raça Aberdeen angus e Holandesa • Acima de 3 anos • Intoxicação ocorre na fase de crescimento da planta Quadro clínico-patológico • Perda de apetite • Prurido • Febre (39,5 a 41°C) • Traumatismo • Queda na produção de leite • Perda de peso • Espessamento da pele, enrugada • Secreção nasal e ocular • Pápulas e placas alopécicas na pele (sensibilidade tipo 4) • Granuloma a nível pulmonar/tecidual Macro: órgão aumentado, áreas multifocais ou coalescentes, macias, esbranquiçadas ou acinzentadas em vários órgãos (rim, linfonodos), alguns animais podem apresentar sinais neurológicos devido a encontrar infiltrado granulomatoso Micro: infiltrado inflamatório granulomatoso comporto por macrófagos epitelioides, linfócitos, plasmócitos, eosinófilos, e células gigantes multinucleadas. Degeneração e perda do parênquima dos tecidos afetados. Pele: hiperqueratose, infiltrado mononuclear eosinofílico, dilatação glandular. Diagnóstico: dados epidemiológicos associados ao quadro clínico patológico e a presença da planta fecham o diagnostico Diferencial: leucose bovina, polpa cítrica, paratuberculose, tuberculose… Intoxicação por polpa cítrica: • Utilizada na alimentação de bovinos • rica em cálcio • Acomete bovinos das raças Holandesa e Jersey • Não se sabe as condições para ocorrer a intoxicação • Ingestão de 3 kg/dia em vacas de alta produtividade Quadro clínico-patológico • Evolução de 24h a alguns dias • Febre, dermatite, anemia acentuada, hemorragias, alopecia, • Macro e micro semelhantes a intoxicação por ervilhaca • Não usar quantidade de polpa cítrica superior a 2 kg/dia INTOXICAÇÕES PELA AMÔNIA (UREIA) EM RUMINANTES Aditivo alimentar - fornecer substituto proteico de baixo custo (1% matéria seca de ração total) – Nitrogênio não proteico Condições de intoxicação: • Animais não acostumados ou mal misturada a ração • Fertilizante – acesso acidental (ureia é usada como fertilizante) • Dissolvida na água após chuvas Dose tóxica: • Bovinos: 0,5 a 1,5 g/kg • Animais não acostumados – 20 a 50g/kg • Ovinos: 2 g/kg • Equinos: 4 g/kg Sinais Clínicos: ocorrem de 20 a 30 min e depois morte (depende da dose ingerida) • Inicia minutos após ingestão • Quanto mais alcalino estiver o rúmen, mais a urease trabalha → amônia • Dor abdominal intensa, dificuldade respiratória • Incoordenação, tremores musculares, face e orelhas • Gemidos, ranger de dentes e opistótono, desidratação • Atonia ruminal, convulsões, coma e morte • Grau de hipoglicemia é associada a gravidade do caso Necropsia: congestão e edema pulmonar, abomaso e ID – edema e avermelhamento de mucosa, odor amoniacal do rúmen, abomaso ou cedo, o pH do rúmen ou ceco maior que 7,5 (quanto mais alcalino, maior produção e absorção de amônia) – necrópsia não é própria da amônia! Tratamento: oral com vinagre e água gelada: reduz pH, reduzindo absorção de amônia, a água gelada causa vasoconstrição Esvaziamento do rúmen Ortolani et al: fluido terapia, diurético, eliminar rapidamente a amônia circulante, aminoácidos do clico da ureia (arginina). Sem hidratação não adianta usar diurético (furosemida). PLANTAS QUE CAUSAM PERTURBAÇÕES NERVOSAS Plantas que causam doenças no armazenamento: • Ipomoea carnea subps. fistulosa • Sida carpinifolia • Solanum fastigatum e paniculatum Causam alterações no sistema nervoso (pode ocorrer em outros sistemas, mas os sinais clínicos são mais evidentes no SN.) Ipomoea carnea • Canudo, algodão-bravo • Importante no nordestepor causa da seca • No sul, usada como ornamental para cercas vivas • Acúmulo lisossomal (impede a metabolização de substâncias que contém açucares (oligossacarídeos na célula)) • Princípio ativo: swainsonina e calisteginas • Causa intoxicação em ruminantes (caprinos e bovinos) Distribuição: amazônia, outros estados como ornamental, locais com maior umidade, fome (escassez de forragem), causa mecanismo de vício – ingerir a planta durante semanas. Quadro clínico-patológico: • Depressão • Tremores • Desequilíbrio • Hipermetria • Ataxia • Posturas anormais • Abortos • Tudo relacionado ao cerebelo – céls de purkinje responsáveis pelos sinais nervosos Não ha lesoes macro (talvez por trauma), micro: tumefação e vacuolização de neurônios principalmente células de Purkinje (cheio de oligossacarídeos). Não tem tratamento, abater animais afetados. Sida carpinifolia • Guanxuma • Princípio ativo: swainsonina • Importante erva daninha • Ampla distribuição: locais úmidos e sombreados • Caprinos, bovinos e ovinos • A intoxicação ocorre em pastagens muito infestadas • Animais adquirem avidez pela planta Quadro clínico • Letargia, alterações de marcha, incoordenação • Quedas, posições atípicas • Dificuldade em voltar em estação • Sinais se acentuam com a movimentação Lesões: MACRO: observou-se aumento de linfonodo mesentérico (caprinos), bovinos com coloração levemente amarelada do tálamo. MICRO: distensão e vacuolização de neurônios, presença de esferoides axonais, vacuolização em outros tecidos. Diagnóstico: achado da planta, epidemiologia, sinais clinicos… Não ha tratamento, abater animais afetados, evitar ingestão da planta. Solanum fastigiatum (flor esbranquiçada) e Solanum paniculatum (flor arroxeada) • Jurubeba, Joá • Região sul, invasora de pastagens e terrenos • Bovinos – escassez de forragem Quadro clínico: • Evolução de vários meses (lesão não é letal) • Crises tipo epileptiforme após movimentação • Nistagmo, rigidez do músculo do pescoço e membros • Perda de equilíbrio • Sujeitos a traumatismos Lesões: Macro: em alguns casos diminuição do tamanho do cerebelo se comparado a animais normais Micro: vacuolização, degeneração e desaparecimento das células de Purkinje, esferoides axonais e microcavitação e glicose Plantas que causam síndrome tremorgênica Ipomoea asarifolia • Salsa • Regiões norte e nordeste • Margens de rios, lagoas, terrenos abandonados • Ruminantes • Fome (plantas se mantêm verde o ano todo) • Bovinos e búfalos: balanço da cabeça, tremores musculares, desequilíbrio, quedas • Ovinos: tremores musculares e distúrbio de locomoção • Caprinos: sonolência, letargia e distúrbio de locomoção • Sem lesões significativas PLANTAS QUE CAUSAM LESÕES LOCALIZADAS NO SNC Prosopis juliflora • Algaroba • fonte de alimento no semiárido (favas de árvore) • Bovinos e caprinos • Ingerem mais 50% da dieta nos longos períodos de escassez • “Cara torta” Quadro clínico • Inclinação lateral da cabeça • Movimento involuntário de abrir e fechar a boca • Relaxamento da mandíbula • Protusão parcial da língua • Salivação contínua • Atrofia do masseter • Atrofia muscular • Língua flácida • Conteúdo ressecado TGI • Congestão das meninges • Degeneração de neurônios do núcleo motor do trigêmeo, degeneração walleriana, desnervação (atrofia muscular por denervação do nervo trigêmeo) Outras plantas que afetam SN Equisetum spp. • Cavalinha • Intoxicação em equinos • Animais adquirem vicio • Feno com 1/5 da planta produz sinais clínicos • Sinais neurológicos Erythroxylum spp; • Cacau • RS e SC • Ovinos • Ingestão de fruto maduro e ingestão de brotação Sinais clínicos: alteração da marcha (hipermetria), Desequilíbrio, tremores, bruxismo, posição de cavalete. MACRO: presença de frutos no TGI MICRO: sem alterações Diagnostico pelos sinais e presença da planta, manter os animais longe da planta. Hovenia dulcis • Uva do japão • Tripa de galinhas • Toda região sul • Sombreamento • Caprinos e bovinos • Intoxicação quando animais ingerem os frutos Quadro clínico: sinais de polio encefalomalacia/acidose, apatia MACRO: achatamento das circunvoluções MICRO: polio encefalomalacia Tratamento: vitamina B1 (tiamina) Diagnóstico: sinais nervosos + presença da planta
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