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UNIVERSIDADE PAULISTA 
Psicologia do Desenvolvimento e Teorias da Aprendizagem 
TRABALHO DE INTERPRETAÇÃO LITERÁRIA DO LIVRO:
“A Escola Com Que Sempre Sonhei Sem Imaginar Que Pudesse Existir” – Rubem Alves 
São Paulo
2016
Articulação da História com as Abordagens: Tradicionalista, Comportamentalista, Humanista, Cognitivista, Sócio-Cultural, Psicanalítica, Sistêmica, Inteligência Emocional. Inteligências Múltiplas. 
Abordagem Tradicional – Relação 
 Podemos observar a crítica do escritor a essa corrente, ao ver que ele usa para sua história uma forma de ensino onde o aluno e o professor dividem a tarefa de ensinar, sendo ambos indivíduos incompletos e que possuem características únicas. A principal crítica era considerar a criança como um ser capaz de ensinar e demonstrar conhecimentos, afinal, meninos e meninas são envoltos em uma aura de ignorância e ingenuidade que não os permitem dominar o jogo de interesse e as facetas diversas que o mundo apresenta. Além disso, considerar um ensino individualizado se mostra ineficiente quando o professor comanda uma sala de 30 alunos tendo apenas um tempo limitado para apresentar seu conteúdo.
 Já na forma como hoje o ensino é desenvolvido em, praticamente, todas as escolas remonta aos moldes prussianos que foram pensados como uma forma de controle e doutrinação da população. Não havia uma causa nobre de oferecer aos indivíduos uma educação para livrá-los da ignorância, mas sim, incutir e depositar ideias nacionalistas, de obediência e, basicamente moldá-los da forma que as elites precisassem. 
 Essa essência de controle e castração nunca foi perdida e até hoje, o ensino tradicional acaba servindo para os mesmos moldes de antigamente, apenas apresentar conceitos para alunos de forma padronizada. Não há reflexão sobre os assuntos, o cronograma é essencial e caso alguém apresente dificuldades, simplesmente será reprovado.
Abordagem Comportamental – Relação 
 O fundador dessa abordagem foi o Jonh B. Watson que deu o nome ao movimento comportamentalista, ramo da psicologia, Watson considera que a existência da ciência natural e tanto entre o animal e o homem, dessa forma o maior objetivo dessa pesquisa é o comportamento em ambas as partes. Essa abordagem tem a função de explicar qual é a relação entre estímulo-resposta (S-R), e assim visa ter um resultado de cada comportamento de acordo com a mudança ou adaptação do ambiente. 
 No papel da aprendizagem vem ocupando certas habilidades que a pessoa vem adquirindo pela vida, e também não podemos deixar de citar que até o que sentimos afeta o nosso comportamento. Burrhus Frederic Skinner, um psicólogo que deu a continuidade nas ideias de Watson, distinguiu dois tipos de abordagem, comportamento clássico e comportamento operante. 
 Relação, comportamento clássico: “Sexta-feira, 23 de fevereiro. Hoje não quero ir à escola. Hoje Tomás não quis ir à escola. Ou melhor, hoje ele não quis reencontrar a senhora que ontem conheceu, tem medo que isso aconteça. Só tenho pena que a senhora tenha que cruzar a vida dele. No fim de semana, talvez se apegue a memória que o Tomás não quer que se cole a sua pele” (A Escola da Ponte: Bem me quer, mal me... Pg. 62).
 O exemplo citado acima, pode ser relacionado pois de acordo com comportamento clássico tudo aquilo que a gente adquiri quando acontece algo no ambiente, ou seja, no caso do Tomás ele só tem a dificuldade de ir à escola por conta da mulher que conheceu, mais caso contrário consegui conviver em outros ambientes normalmente.
 Relação, comportamento Operante: “Não constando de nenhum programa não deve ser objetivo de estudo. Perda de tempo. Não vai cair no vestibular” (A Escola da Ponte(4) pg.40).
 Acima traz uma pequena visão como é o comportamento operante, pois o comportamento quando ele é agradável para o aluno, o mesmo sempre irá repetir, quando isso é desagradável o comportamento automaticamente terá a possibilidade de se repetir menos. O trecho acima mostra que como os alunos não tem uma programação adequada para o estudo, a chance de eles repetir a ação de estudar o mesmo conteúdo é baixa. 
Abordagem Humanista – Relação
 A ideia central do livro aponta para um lado mais humanista. A escola da ponte é perfeita, onde tudo dá certo, e isso ocorre principalmente pelo foco do ensino estar no ser, na formação individual e social do indivíduo. Logo nas primeiras páginas é apresentado o funcionamento dessa escola, e fica claro a função do professor como um facilitador e não um detentor de conhecimento, todos estão ali não somente para aprender as matérias curriculares mas para aprender a serem principalmente bons cidadãos. Todos são livres para se exporem como acharem melhor, e isso é totalmente aceito pelos demais, afinal o que importa é a harmonia com o seu próprio eu, “a ponte é, desde logo, uma comunidade profundamente democrática e autorregulada”. Não á hierarquia quando o assunto é aprender, o currículo não é o professor, mas o aluno. “A educação naquela escola, mais do que um caminho, é um percurso, um percurso feito à medida de cada educando e solidariamente, partilhado por todos. O resto são estratégias, são instrumentos, são meios, são truques e rotinas processuais.
Abordagem Construtivista – Relação
 Assim que lemos o livro podemos perceber a estrutura da escola, e o quanto é diferente das demais, um exemplo são os alunos onde tudo parte das suas escolhas. Quando diz-se que tudo parte das escolhas dos alunos, podemos fazer um paralelo dentro da educação construtivista. Esta, a construtivista, parte já do ponto de vista da autonomia do aluno, esses de certa forma escolhem dentro de atividades propostas, mas ainda dentro do controle do que o aluno faz. Na escola da ponte, não há controle, há apenas tutoria dentro do que o aluno pode pesquisar.
 Ainda dentro de um comparativo com o construtivismo, é de extrema importância ressaltar os quesitos sociais. Raramente se vê o construtivismo dentro de uma educação para sociedades periféricas. A escola da ponte tem esse grande diferencial. Não se vê aqui uma educação elitizada, afinal, é a escola da ponte um projeto de educação pública, um projeto que busca dar possibilidades para os que de fato precisam.
 Embora com esses diferenciais, compensa ressaltar as semelhanças com o construtivismo dentro dos ideais da escola da ponte. Ambas propõem uma educação democrática que leva sempre em consideração o tempo de aprendizado do aluno. Os diferenciais estão nos métodos de práxis implantados. O construtivismo ainda está preso em séries, ciclos e grade horária. Já na escola da ponte, o aluno escolhe o horário que estuda e quais matérias estudar dentro do horário que ele mesmo faz juntamente com o tutor escolhido.
Abordagem Sócio-Cultural – Relação
 A abordagem educacional sociocultural tem como principais características sua preocupação com questões sociais e políticas que assolam a sociedade contemporânea do indivíduo e tem como finalidade de educação a formação de cidadãos atuantes dentro do contexto sociocultural em que vivem. Essa forma de abordagem vê na educação uma maneira de produzir cidadãos que tenham a capacidade de discutir problemas atuais; tais como políticos, sociais, econômicos e culturais; de forma relacional como os conteúdos teóricos apresentados em sala de aula para que não só consumam os produtos e as realidades impostas pela sociedade, mas sim produzam e atuem na construção da sociedade. Dessa forma, pode-se concluir que o principal fim de uma educação que voltada para uma abordagem sociocultural é a prevenção da produção de uma sociedade alienada.
 Fazendo um paralelo como o livro “A escola com sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir” de Rubem Alves, vê-se de várias formas e em várias partes decorrer da narrativa ou até mesmo no prefácio onde encontra-seo trecho: “O olhar para dentro seria um olhar completamente vazio de sentido se não dialogasse permanentemente com tudo o que existe, fora dele (pág.6).”
 Dentro da abordagem sociocultural, esse trecho é uma forma abstrata de ver o mundo de forma interacionista, relacionando o “olhar de dentro” sendo este de uma forma analógica o indivíduo, com seus ideais e conhecimento teóricos e históricos da sociedade com sua formação histórica, como o “olhar para fora” que seria o contexto social onde este está inserido. Ainda no parágrafo seguinte o escritor continua: “Nenhuma mudança se funda do nada, na negação da história ou da realidade ou das suas aparências, por mais efêmeras que se apresentem dos novos olhos, quando eles veem para fora. Todas as utopias se reportam ao que existe aspira ao que não existe. O que não existe precisa do que existe como se fosse a sua face mais oculta (pág.6).”
 Dentro do que é citado no livro “Ensino: as abordagens do processo” da escritora Mizukami, o educador Paulo Freire vê o processo de educação como um processo utópico de forma que a transformação da sociedade dá-se de forma interacionista com a formação do sujeito, onde quando se alcança um nivelamento social esse torna degrau para mais metas a serem alcançadas na construção da cultura e da sociedade, assim como dito no trecho supracitado “tudo o que não existe se fundamenta no que existe”, Dessa forma a realidade se torna um processo constante e inacabado onde o sujeito se fundamente na história e no seu contexto contemporâneo para modificar e criar cultura. 
 Logo no início da primeira história contada no livro de Rubem Alves (koan) encontrasse alguns conceitos de tipos de consciência. Nessa parte os chamados “mestres Zen” são responsáveis por “desensinar” as crianças, o que pode ser visto como um processo de passagem de uma consciência intransitiva ou transitiva ingênua para uma consciência transitiva. Nesse processo de desensinar os alunos, tinham como finalidade quebrar o “feitiço” que era a forma ingênua e alienada com que viam o mundo e toda a sociedade a sua volta, o enfoque era fazer com que os mesmos parassem de consumir e aceitar modelos prontos e pré-estabelecidos de realidade e passagem a enxergar de forma mais ampla o mundo de uma forma que jamais tinham visto, afim de poderem relacionar-se como ele de forma criadora e transformadora.
 Na escola da ponte, tema do livro de Rubem Alves, o sistema de educação dar-se de forma sociocultural, tendo em vista que desde pequenos os alunos são instigados a assumirem espaço dentro do grupo em que estão inseridos, assumindo papel ativo: ao ensinarem os conteúdos que já dominam os que não dominam, e receptivo: ao aprenderem com os colegas os conteúdos que tem dificuldade. Disso já se pode ver uma forma interacionista de se lidar com a educação.
 Na página 33 do livro o escritor faz uma indagação sobre a forma de como aprendemos falar, defendendo o método da escola em que não existem modelos prontos como programas de ensino e horários de aula onde a realidade que a criança vive é deixada de lado em detrimento de conceitos abstratos que não tem nenhuma aplicação na vida e no momento atual em que a criança está vivendo. Discorre que o aprendizado da linguagem é perfeito sem esses métodos pois mescla o que o aluno sabe como a vivencia que ele tem com a realidade, mais uma forma de defender a forma interacionista de aprendizagem.
 Dessa forma, a aprendizagem que vem passando de geração em geração é transmitida como cultura onde os mais velhos ensinam os mais novo, e estes a aprenderem passam a desenvolver o conhecimento que será útil no decorrer das próximas gerações, criando de forma ativa cultura e conhecimento.
 Na escola da ponte são aprendidas lições de como viver em sociedade, na medida em que todos têm voz e todos tem algo a aprender e a ensinar, e assim ensina-se as crianças a viver democraticamente. Por último, apresentamos um trecho da obra em que o autor parafraseia a justificativa de uma mãe à pergunta “você matricularia seu filho em uma escola assim” (se referindo à escola da ponte): “Quero que os meus filhos aprendam a ser cidadãos democráticos, solidários e autônomos. Não os quero obrigar a serem iguais a todos e não quero negar-lhes a possibilidade de existirem como pessoas livres e conscientes. Na escola da ponte, as crianças conseguem entender o mundo e realizam-se como pessoas (p.30).”
 Claro que a resposta da mãe foi “sim” à pergunta, embasa-se nos benefícios socioculturais provenientes de uma educação como a que é aplicada na escola da ponte. Nesta em que a construção do conhecimento é interacionista e onde a construção do conhecimento da formação acadêmica de cada criança acompanha sua evolução quanto pessoa e ensina a questionar o porquê das coisas, afim de criar formandos com diploma e com consciência transitiva, afim de que se tornem membros atuantes e modificadores da sociedade, não ingênuos ou alienados. 
Abordagem Psicanalítica – Relação
 Em Freud e a Educação, Kupfe relata que Freud, em suas afirmações, nos apresenta os limites da ação pedagógica entre proibir e permitir que o aluno realize de seus desejos, por conta da complexidade da psique humana, entre outros aspectos como por exemplo: os obstáculos interiores ao processo de amadurecimento, o conflito entre o desejo individual e as exigências e obrigações da vida em comunidade. Assim, contextualizando, a escola da Ponte segue uma linha pedagógica onde o proibir e o permitir são estabelecidos pelos próprios alunos através da Assembleia de Alunos, que é uma atividade que reúne todos os alunos, onde são discutidos, analisados e votados os direitos e deveres que consideram fundamentais para o funcionamento da escola. O campo da “transferência”, onde o professor passa seu conhecimento ao aluno no momento em que esse o “investe” por interesse e o ouve, também é perceptível na Escola da Ponte através do instrumento pedagógico “Eu Preciso de Ajuda”, onde o aluno, depois de esgotadas suas possibilidades de entender determinado assunto, escreve seu nome em uma lista e posteriormente um professor organiza pequenos grupos de estudo para esclarecer as dúvidas do determinado assunto.
Abordagem Sistêmica – Relação
 Tendo em vista o conteúdo apresentado em sala de aula e o apoio dos livros indicados, o grupo relacionou a teoria da abordagem sistêmica com o livro: “a escola que sempre sonhei”. Após discussão chegamos à conclusão que o livro em sua totalidade não aplica esse tipo de teoria, mas é possível se identificar resquícios, em algumas partes. 
 Sabendo que um sistema é um conjunto de elementos que funcionam interdependentes (um depende do outro) podemos associar com a Escola da Ponte, pois sua estrutura se divide em sistemas, sendo pequenos grupos de alunos que se reúnem com um interesse em comum, visando uma ideia em comum, uma equifinalidade, dentro desse sistema os alunos dependem um do outro para agregarem certo conhecimento. Esses pequenos grupos de alunos que formam um sistema ainda maior que se intitula escola, assim como o sistema da igreja, família... 
 O livro é um ótimo exemplo de totalidade, onde o todo é muito mais que a soma das partes, pois todos alunos carregam com si uma carga cultural, conhecimento, e tudo mais que não podem ser simplificados apenas em números ou subestima-los a nenhum conhecimento. 
Abordagem Inteligência Emocional – Relação
 No livro vemos claramente como esta abordagem é desenvolvida pela escola da ponte, onde as crianças têm como direito expressar seus sentimentos, e isso é desenvolvido de uma forma que elas não tenham medo disso, mas que saibam que aquilo vai ajudar elas em seu próprio desenvolvimento, já pelo modo do qual elas tem que lidar com sua própria realidade em buscar seu próprio conhecimento com algum auxílio. 
 Fica bem claro esta abordagem no computadordo “Acho bom” e o do “Acho mau” onde elas podem colocar coisas que mexem com seu emocional, tanto para algo bom, quanto para algo ruim, no exemplo do Tomás que dava tapas na cara de Francisca, ele mostra o quanto as crianças tinham a liberdade de expressar tudo o que sentiam de ruim, sem medo de julgamentos ou opressões como acontece hoje em dia nas escolas “comuns”.
 Isto também gerava coisas ruins para aqueles que cometiam o “Acho mau” em um tribunal que as próprias crianças criaram, levava o autor do ato ruim a pensar no que fez, mexendo com suas emoções e afastando ele de fazer aquilo novamente e o colocando limites. Isto fazia com que a convivência entre os alunos fosse mais saudável e pudessem sobreviver tranquilamente naquele meio.
 As crianças com esse tribunal definiam o que era bom e o que era ruim, ou seja, trabalhavam e desenvolviam o emocional delas próprias, pois a levavam desde cedo a saber como deveriam agir, pois viam o que não era bem aceito pela sociedade e o que era bem visto, como por exemplo um pedido de ajuda na lousa.
 Esta lousa onde as crianças reconheciam que precisavam de ajuda era colocada ao lado da sala, onde elas podiam colocar o que tinham dificuldade, o seu nome e esperar alguém se prontificar para ajudar, ou seja, reconheciam e não tinham vergonha de mostrar que precisavam desta ajuda. Tinham também a oportunidade de mostrar que podiam ajudar, reconhecendo a fraqueza do outro e suas dificuldades facilitando o relacionamento entre as crianças, pois elas ajudavam, mas também eram ajudadas, não havia ninguém melhor do que ninguém.
 Com isto concluímos que a inteligência emocional nesta escola leva os alunos a reconhecerem seus sentimentos, tanto que precisam de ajuda, tanto demonstrando o que as faz sentir mal, mais sabendo quando e o local de colocar cada uma destas coisas, sem gerar situações desagradáveis, as levando a saber lidar com seus próprios sentimentos e também com o sentimento do seu próximo. 
Abordagem Inteligências Múltiplas – Relação
 Foi desenvolvida por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Havard liderada pelo psicólogo Howard Gardner a partir dos anos de 1980, essa abordagem não concorda com os testes de QI pois segundo ela a inteligência não é baseada a penas no conhecimento lógico matemático e linguístico, e sim existem oito tipos de inteligência: verbal ou linguística, lógico-matemática, corporal cenestésica, espacial, musical, interpessoal, intrapessoal, naturalista; fora essa oito ainda há a inteligência pictográfica e a social. As escolas que utilizam essa abordagem devem procurar planejar suas ações priorizando: que nem todos tem os mesmos interesses e habilidades, e que ninguém consegue aprender todos os conhecimentos de uma cultura; Gardner também afirma que devemos encontrar tanto os pontos fortes que os alunos apresentam quanto os pontos fracos para poder estimula-los.
 Embora o livro “A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir” de Rubens Alves nos mostre muito sobre a abordagem humanista se prestarmos bastante atenção durante a leitura também se pode encontrar trechos onde se enquadra a abordagem das inteligências múltiplas como por exemplo quando o autor conta que há dois quadros de aviso em uma das paredes da escola (Escola da Ponte (1)), em um quadro está escrito “Tenho necessidade de ajuda em...” E no outro “Posso ajudar em...”, pois existem pessoas que tem mais facilidade em umas coisas do que outras e com a ajuda desse quadro os alunos que tem dificuldade em certas coisas vão atrás do conhecimento dos alunos que tem habilidade nessas mesmas coisas.
 Durante todo o livro é visível que há diferenças de interesses e diferença no olhar sobre as coisas entre os alunos, e que todos da escola escutam as opiniões e propostas dos alunos aceitando as diferenças, pois cada aluno é diferente do outro sendo assim cada um tem suas dificuldades e suas facilidades, e na Escola da Ponte eles consideram que: “É urgente interferir humanamente no íntimo das comunidade humanas, questiona convicções e, fraternalmente, incomodar os acomodados“ (Escola Dos Sonhos Existe Há 25 Anos), aprender é de fato a coisa mais importante nessa escola sabendo sempre respeitar as dificuldades e as facilidades dos outros. “Todos vamos ter que ser professores de todos e cada um dos que sabem um pouco mais ensinará os que sabem pouco menos” – Agostinho da Silva.

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