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Unidade 4
A psicologia da 
aprendizagem, 
várias fases da 
vida 
Tainá Thies
Psicologia do 
Desenvolvimento
Psicologia do 
Desenvolvimento
Tainá Thies
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autora 
TAINÁ THIES
A AUTORA
Tainá Thies
Olá! Meu nome é Tainá Thies. Sou formada em Letras, com 
especialização em Linguística, mestrado em Teoria da Literatura e, 
atualmente, cursando Psicologia, com uma experiência técnico-
profissional na área de Educação e Aprendizagem de mais de 10 anos. 
Atuei em empresas que me colocaram em contato com a diversidade do 
povo brasileiro e me fizeram amar ainda mais a Educação, a Psicologia 
e a Língua Portuguesa. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir 
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando suas profissões. 
Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase 
de muito estudo e trabalho. Conte comigo! 
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Teorias do Desenvolvimento e da Aprendizagem e suas 
Implicações Pedagógicas ....................................................................... 12
A Psicanálise de Freud e o desenvolvimento infantil .......................................... 12
Sigmund Freud (1856-1939) .................................................................................. 12
Instâncias e Estruturas psíquicas ..................................................................... 14
Fases do Desenvolvimento Psicossexual ..................................................18
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) ...........................................................22
Consequências – reforço e punição ..............................................................24
Reforço .................................................................................................................................24
Punição ...............................................................................................................................26
 O humanismo de Rogers e a mudança ao longo da vida ...............................27
Carl Rogers (1902-1987) ...........................................................................................28
Abraham Maslow (1908- 1970) ........................................................................... 31
Psiquismo da Criança Frente ao Processo de Aprendizagem .. 33
Desenvolvimento da Confiança ............................................................................................33
Desenvolvimento do Apego ...................................................................................................34
Desenvolvimento da autonomia, da iniciativa e produtividade ....................35
Psiquismo na adolescência e a Aprendizagem ..............................38
Identidade ............................................................................................................................................ 40
Sexualidade .........................................................................................................................................42
Andragogia e a Psicologia da aprendizagem em fase adulta .44
Inteligência na Vida Adulta .......................................................................................................45
Educação na idade madura .................................................................................................... 48
Psicologia do Desenvolvimento 9
A PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM, VÁRIAS FASES DA VIDA 
UNIDADE
04
Psicologia do Desenvolvimento10
INTRODUÇÃO
Chegamos ao final de mais uma disciplina. Nesta unidade, vamos 
verificar as principais linhas teóricas da Psicologia, Psicanálise, Behaviorismo 
e Humanismo. Cada uma destas áreas estuda o ser humano de um ponto 
de vista diferente, descrevendo o desenvolvimento e aprendizagem em 
cada fase da vida. Nos aprofundaremos em alguma das características que 
marcam infância, adolescência e vida adulta, relacionando-as a diferentes 
teóricos, tais como: Freud, Skinner, Roger, Erikson e Bowlby. Esperamos 
que você se interesse pelos conceitos trabalhados aqui para aprofundar 
seus estudos cada vez mais, pesquisando as diferentes abordagens da 
Psicologia do Desenvolvimento.
Vamos começar?
Psicologia do Desenvolvimento 11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Extinguir entre as principais abordagens da psicologia moderna;
2. Discutir o desenvolvimento psíquico da criança;
3. Apontar o desenvolvimento psíquico na adolescência; 
4. Investigar o desenvolvimento da aprendizagem na vida adulta.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Psicologia do Desenvolvimento12
Teorias do Desenvolvimento e da 
Aprendizagem e suas Implicações 
Pedagógicas
INTRODUÇÃO:
Ao término deste tópico, você será capaz de entender as 
principais abordagens da psicologia moderna. Portanto, 
vamos focar em três grandes teorias, que descrevem como o 
ser humano se desenvolve, aprende e muda ao longo da vida. 
Para cada uma dessas três ações, falaremos de um teórico 
fundador de uma das três grandes escolas de pensamento 
da Psicologia: o Behaviorismo, a Psicanálise e o Humanismo. 
E então? Será que conhecer o as teorias do desenvolvimento 
auxiliam a compreender os processos e implicações da 
pedagogia na aprendizagem? Então, vamos lá!
Assim, começaremos falando como a pessoa se desenvolve na 
teoria de Freud (Psicanálise). Em seguida, veremos como o indivíduo 
aprende na concepção de Skinner (Behaviorismo) e, por fim, como ocorre 
a mudança ao longo da vida, pela visão de Rogers (Humanismo). 
A Psicanálise de Freud e o 
desenvolvimento infantil 
Sigmund Freud (1856-1939)
Figura 1: Sigmund Freud (1856-1939)
Fonte: Wikimedia
Psicologia do Desenvolvimento 13
Freud começou sua carreira formando-se em Medicina e 
atendendo em consultório particular, muito embora tivesse em mente 
ser um pesquisador. Porém, não sendo rico e tendo origem judia, as 
oportunidades para um jovem médico nem sempre eram das melhores 
no início, e, por isso, optou por praticar a medicina, mais especificamente 
a neurologia e os transtornos nervosos. 
Para poder trabalhar com o tratamento dos transtornos nervosos, 
Freud estudou com o psiquiatra Jean Charcot, o qual utilizava técnicas de 
hipnose para tratar a histeria. 
 • Para os psicanalistas, a histeria era uma desordem que afligia 
mulheres, fazendo com que elas sofressem de ataques nervosos 
e reações exageradas. Porém, este conceito mudou após tantas 
pesquisas. 
 • Parasaber mais sobre a história da histeria e o seu conceito atual, 
recomendamos a leitura o artigo “Histeria”, do psicólogo Giovani 
Belintani, disponível em https://bit.ly/2FEscHO. Acesso em: 21 set. 
2020.
Entretanto, Freud não se interessou pelo método da hipnose, e 
voltou--se para o método empregado pelo médico Joseph Breuer, que 
tratava os pacientes escutando-os. Os dois trabalharam juntos por um 
tempo, mas se separaram em virtude de ideias contrárias a respeito das 
causas da histeria. 
A partir deste trabalho, Freud começou a pesquisar e escrever suas 
pesquisas sobre a teoria psicanalítica. Aos poucos, ele foi colecionando 
inúmeros discípulos, muitos dos quais seguiam com sua linha de 
pensamento, e outros tantos romperam com Freud por não concordarem 
com as suas teorias ou personalidade. 
Assim, Freud desenvolveu uma das teorias mais robustas da 
psicologia, a Psicanálise.
Psicologia do Desenvolvimento14
ACESSE:
: O documentário sobre a vida e o trabalho de Freud, para saber 
mais sobre o psicanalista tão famoso, que está disponível em 
https://bit.ly/3mIerIq. Acesso em: 21 set. 2020.
Figura 2: Freud e o divã
Fonte: Pixabay
Instâncias e Estruturas psíquicas
Não teremos como dar conta, neste breve espaço, de todos os 
pontos trabalhados na teoria de Freud, porém, precisamos entender como 
a psiquê se forma, de acordo com a Psicanálise, para, então, podermos 
discutir o seu desenvolvimento a partir dessa visão. 
Assim: 
A Psicanálise, o método terapêutico desenvolvido por Freud, 
procura favorecer os pacientes na compreensão sobre seus 
conflitos emocionais inconscientes, fazendo-lhes perguntas 
destinadas a evocar lembranças há muito esquecidas 
(PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2010, p. 32). 
Psicologia do Desenvolvimento 15
Conforme as autoras, a psicanálise tenta trazer à tona, ou melhor, ao 
consciente, os traumas e conflitos que foram relegados ao inconsciente, 
a uma parte da psique que não é acessada de forma direta, mas por meio 
dos sonhos, lapsos e trabalhos em consultório, de acordo com Freud. 
 • Há um termo muito importante na Psicanálise, e que é utilizado de 
diferentes formas pelas pessoas: recalque. Para a Psicanálise, o 
recalque é um mecanismo de defesa, que auxilia o indivíduo a colocar 
para fora uma das situações difíceis, em um local de difícil acesso, ou 
inconsciente. Para entender melhor, recomendamos assistir ao vídeo 
“Recalque na Psicanálise”, da psicanalista Evelyn Disitzer, disponível 
em https://cutt.ly/xfLy5Bg. Acesso em: 21 set. 2020.
Desta forma, nossa psique humana é constituída por três partes: 
consciente, pré-consciente e inconsciente. Veja a imagem a seguir:
Figura 3: Id, Ego e Superego
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
O professor Hélio Miranda Jr. nos proporciona um melhor 
entendimento do ID no vídeo “O ID – Conceitos em Freud”, disponível em 
https://cutt.ly/4fLiymI. Acesso em: 21 set. 2020.
Vamos exemplificar para entender melhor. Quando um bebê nasce, 
ele tem apenas o princípio do prazer. Se sente fome, chora para ter sua 
Psicologia do Desenvolvimento16
necessidade de fome atendida. Se quer a mãe, chora para ter a satisfação 
da necessidade de conforto. E assim, o Id garante também a sobrevivência 
do indivíduo. Porém, o Id não conhece o mundo externo, as pessoas, as 
regras, as coisas do mundo, apenas as vontades e necessidades do sujeito. 
Assim, aos poucos, o Ego passa a se desenvolver para que o sujeito possa 
ter contato com o mundo exterior, não apenas pelo choro. 
 • Ego: Embora o Id possa saber o que é um chocolate e querer um 
chocolate, ele não consegue negociar com a realidade para obtê-lo. 
Desta forma, é preciso um sistema que consiga fazer as transações 
com o mundo objetivo, e o Ego assume esse papel. Porém, nem 
sempre o Ego pode satisfazer as necessidades e vontades do Id no 
momento ou da forma como ele quer. Se você estiver em uma fila 
do banco e estiver com vontade de ir ao banheiro, o Ego não deixará 
que você esvazie sua bexiga ali naquele lugar. Ele fará um balanço, 
tentará calcular quanto tempo a bexiga aguenta, qual o tamanho da 
fila, onde está o banheiro, e assim por diante, até poder satisfazer essa 
necessidade. 
 • Recomendamos assistir ao vídeo do professor Hélio Miranda Jr., 
que nos proporciona um melhor entendimento do EGO, “O EGO – 
Conceitos em Freud”, disponível em https://cutt.ly/afLo47u. Acesso 
em: 21 set. 2020.
Em outras palavras: 
[...] o ego é o executivo da personalidade, porque ele controla 
o acesso à ação, seleciona as características do ambiente às 
quais irá responder e decide que instintos serão satisfeitos 
e de que maneira. Ao realizar essas funções executivas 
imensamente importantes, o ego precisa tentar integrar as 
demandas muitas vezes conflitantes do id, do superego e do 
mundo externo. Essa não é uma tarefa fácil e, em geral, coloca 
atenção sobre o ego (HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2010, p. 54). 
Assim, o Ego tem uma tarefa árdua de dar conta tanto das 
demandas dos sujeitos, quanto das demandas do ambiente. Como 
Psicologia do Desenvolvimento 17
vimos, as demandas do sujeito podem vir do ID, dos desejos e impulsos, 
porém, pode vir também de outra instância, que se desenvolve a partir da 
internalização das regras do sujeito, o Superego. 
 • Superego: esta instância se desenvolve ao longo da primeira infância 
com as regras sociais impostas no desenvolvimento infantil, e será 
mais ou menos exigente dependendo da internalização de tais regras 
pelas crianças. Assim, os valores, as normas, o certo e o errado (ou o 
que se considera certo ou errado) e os padrões de vida internalizados 
formarão o Superego, o qual é uma instância altamente exigente por 
seu teor moral, sendo o oposto do Id. 
Ele é o representante interno dos valores tradicionais e dos 
ideais da sociedade conforme interpretada pela criança pelos 
pais e impostos por um sistema de recompensas e munições. 
O superego é a força moral da personalidade. Ele representa o 
ideal mais do que real e busca a perfeição mais do que prazer. 
Sua principal preocupação é decidir se alguma atitude é certa 
ou errada, para poder agir de acordo com os padrões morais 
autorizados pelos agentes da sociedade (HALL; LINDZEY; 
CAMPBELL, 2010, p. 54). 
O Superego atua como nossa bússola moral interna, mas que se 
construiu a partir do que eles disseram ser certo ou errado. Porém, às 
vezes, esta bússola pode ser extremamente rígida, causando sofrimento 
para o sujeito. Uma vez o que o superego tem como uma de suas funções 
coibir os desejos do Id, se ele conseguir inibir os desejos, como fica o 
sujeito diante de suas necessidades?
Assim, o Superego possui, além da função de coibir o desejo do Id, 
outras duas funções: (1) fazer com que o Ego ceda a objetivos moralistas 
e não realistas e (2) ser um agente da busca da perfeição, tentando fazer 
com que o mundo seja o ideal de certo e moral. 
 • As instâncias foram descritas por Freud em um período em que 
ainda não possuíamos todo o conhecimento acerca dos processos 
mentais ao qual temos acesso hoje. Desta forma, não devemos 
pensar as instâncias psíquicas como estruturas distantes do corpo e 
Psicologia do Desenvolvimento18
do ambiente em que o sujeito está inserido. Logo, o Id representaria 
o fator biológico constituinte da personalidade, o Superego, o 
componente social e o Ego, o componente psicológico. 
Por fim, para Freud, os conflitos gerados entre o desejo Id e as 
imposições da sociedade (Superego) originam a personalidade do sujeito, 
a qual vai se moldando ao longo da vida e passando por diferentes fases, 
como veremos a seguir. 
 • Recomendamos assistir ao vídeo do professor Hélio Miranda Jr., que 
nos proporciona um melhor entendimento do EGO, no vídeo: O EGO 
– Conceitos em Freud. Fonte: Disponível em: https://cutt.ly/GfLR0jK. 
Acesso em: 21 set.2020.
Fases do Desenvolvimento Psicossexual
De acordo com Freud, os anos iniciais (de 0 a5 anos 
aproximadamente) são os de desenvolvimento da personalidade infantil. 
Há sempre muitas críticas (positivas e negativas) em relação ao modelo 
proposto por Freud, pois ele leva em consideração o desenvolvimento 
sexual. Porém, tal desenvolvimento não condiz em sua totalidade com a 
ideia de sexo, e sim com fontes de prazer, sendo o sexo uma delas.
Por isso, caso você se aprofunde mais sobre a psicanálise de Freud, 
você verá que, muitas vezes, o que se leva em consideração são as fontes 
de gratificação, ou de satisfação de um desejo, que não está sempre 
relacionado com um prazer ligado aos órgãos genitais, mas, sim, a todos 
os olhos que podem proporcionar prazer, não obrigatoriamente com a 
conotação sexual. 
 • Embora pensemos nas crianças como seres sem despertar da 
sexualidade, os psicólogos nos mostram o quanto este pensamento 
está errado. A partir do momento em que a criança descobre seus 
jogos genitais, ela experimentará sensações relacionadas a eles. A 
masturbação infantil, como é chamada, é natural ao desenvolvimento, 
Psicologia do Desenvolvimento 19
entretanto, deve ter a devida orientação e atenção, pois pode se tornar 
um problema. Leia o artigo “Masturbação infantil: como lidar com a 
descoberta dos órgãos sexuais pelas crianças?”, do site Uai Saúde, 
para compreender melhor esse fenômeno e ver algumas dicas de 
como trabalhar com as crianças nessa fase, que está disponível em 
https://cutt.ly/kfLYKYn. Acesso em: 21 set. 2020.
Vamos ver as frases de desenvolvimento descritas por Freud e 
compreendermos melhor tal conceito. Veja o quadro a seguir, com o 
resumo de cada uma das fases:
 • Freud descreveu um sentimento de desejo e ciúmes entre a criança 
e seus genitores, chamado de Complexo de Édipo. Recomendamos 
assistir ao vídeo “Complexo de Édipo segundo Freud”, para saber o 
que é esse complexo, disponível em https://cutt.ly/hfLA2q2. Acesso 
em: 21 set. 2020.
Quadro 1: Fases do desenvolvimento psicossexual segundo Freud
Psicologia do Desenvolvimento20
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
Como como podemos ver pelo quadro acima, há fases em que a 
necessidade de gratificação é maior e voltada para o próprio indivíduo, 
fases de maior calma em relação aos impulsos e fases em que o prazer 
é deslocado para a interação com o outro. E assim, na negociação entre 
o desejo e as regras morais e sociais vão sendo internalizadas é que nós 
constituímos.
SAIBA MAIS:
Recapitule as fases do desenvolvimento psicossexual de 
Freud com a matéria do Portal Educação, disponível em 
https://cutt.ly/TfLFRPn. Acesso em: 21 set. 2020. 
Psicologia do Desenvolvimento 21
O behaviorismo radical de Skinner e aprendizagem
Antes de entrarmos na teoria desenvolvida por Skinner, vamos 
relembrar, de forma breve, como o Behaviorismo se constitui. 
Vimos, na primeira unidade, que Pavlov estudou o condicionamento 
clássico, a partir da apresentação de um estímulo com a elucidação de 
uma resposta. Reveja o conteúdo da primeira unidade para lembrar esses 
conceitos!
Outra figura muito importante para o estabelecimento do 
Behaviorismo, como uma das escolas de maior peso na Psicologia, foi John 
Watson, um pesquisador americano, que ficou famoso primeiramente por 
seu experimento com um bebê chamado Albert. 
Neste experimento, o pesquisador estabeleceu que o medo e a 
ansiedade podem ser condicionados e generalizados, isto é, se por acaso 
o bebê desenvolver o medo de cachorros, poderá generalizar esse medo 
para bichos de pelúcia, coelhos e outros animais peludos. 
SAIBA MAIS:
Watson realizou o experimento com o pequeno Albert, os 
quais ficaram mundialmente famosos. Recomendamos assistir 
ao vídeo “Condicionamento e Medo: Experimento de Albert”, 
para entender como era realizada a pesquisa experimental 
nessa época, disponível em https://cutt.ly/HfZqftu. Acesso 
em: 21 set. 2020. 
Outro efeito de Watson foi a publicação de um artigo que trazia um 
manifesto behaviorista, que lançava as bases de um novo movimento 
dentro da Psicologia. Desta forma, o Behaviorismo deveria ater-se ao 
estudo dos elementos do comportamento, aquilo que é observável no 
Psicologia do Desenvolvimento22
corpo, e não deveria utilizar os termos e nomenclaturas subjetivas e 
mentalistas, como método introspectivo dos psicólogos anteriores. 
Embora Watson tenha lançado as bases para a nova escola de 
pensamento, foi Skinner que de fato a desenvolveu e a tornou tão 
conhecida, como veremos a seguir. 
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990)
Figura 4: Burrhus Frederic Skinner (1904-1990)
Fonte: Wikimedia
Skinner foi um psicólogo americano que iniciou sua carreira como 
escritor e que, após ver suas tentativas de escrita e renome frustradas, 
decidiu estudar Psicologia, em Harvard, dedicando-se à psicologia 
experimental. Foi um psicólogo muito premiado e reconhecido por seus 
trabalhos e suas publicações. 
Seu trabalho girou em torno do comportamento (behavior), 
salientando que o mesmo poderia ser estudado por ele mesmo, e não 
com base em processos mentais internos. 
Psicologia do Desenvolvimento 23
De forma bastante ampla, seu trabalho pretendia estabelecer leis 
gerais a partir da observação do indivíduo, focando sempre em transpor 
tais leis para problemas práticos, como tecnologia educacional, tratamento 
de crianças autistas, desenvolvimento infantil, entre outros campos. 
 • Recomendamos assistir ao documentário sobre a vida de Skinner para 
compreender melhor essa figura tão importante para a psicologia e 
educação, disponível em https://bit.ly/33NPsuH. Acesso em: 21 set. 
2020. 
Diferentemente de Pavlov, Skinner não estudou apenas o 
comportamento respondente, aquele produzido por estímulo, mas sim o 
comportamento operante, que é o comportamento que produz também 
uma sequência (ou mudança) no ambiente, não apenas uma resposta. 
Vamos ver os exemplos para compreender: 
Quadro 2: Exemplos de comportamento e suas possíveis consequências
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
Acima, podemos ver alguns comportamentos e suas possíveis 
consequências. As consequências podem ser simples, como obter um 
chocolate, ou complexas, como obter respostas emocionais de outra 
pessoa. 
 • O que precisamos compreender é que agimos da forma como agimos, 
para obtermos algo do ambiente. Para compreendermos bem isso, 
vamos analisar o comportamento da manha no mercado. 
A criança pode apresentar o comportamento de chorar e ficar 
parada pedindo chocolate, quando a mãe lhe diz que não vai comprar. 
Psicologia do Desenvolvimento24
Com isso, a criança poderá variar seu comportamento, atirar-se no chão, 
gritar, chutar, entre outros, tudo com a finalidade de fazer com que o 
ambiente se modifique, isto é, que a mãe lhe dê o que deseja. 
 • Até aqui conseguimos perceber como o sujeito age para que consiga 
ou não algo, emitindo comportamentos para alterar o ambiente. 
Porém, a partir deste primeiro comportamento, o que acontece? 
 • Vamos voltar à birra pelo chocolate. Digamos que tenha sido a 
primeira vez que a criança faz isso no mercado. O que vai determinar 
que ela pare com esse comportamento inadequado ou o reproduza 
no futuro em outras situações? É algo que Skinner chamou de reforço 
e punição, como veremos a seguir. 
Consequências – reforço e punição
Reforço e punição são consequências do comportamento do 
indivíduo e atuam de forma direta no aprendizado do ser humano. Assim, 
a primeira birra da criança no mercado poderá ser reforçada ou punida. 
Mas, para sabermos como, vamos ver cada uma dessas consequências. 
Reforço
Um reforço é uma consequência que aumenta a probabilidade de 
que aquele comportamento volte a ocorrer. Assim, se o comportamento 
de birra foi reforçado, é muito provável que a criança aja da mesma forma 
novamente. 
Existem dois tipos de reforço: o positivo e o negativo. 
Na análise do comportamento (behaviorismo), positivo equivale à 
adição, e o negativo à subtração. Cuidado!Nunca confunda o positivo 
com bom, nem o negativo com mau neste caso. 
 • Reforço Positivo: quando acrescentamos um estímulo ao ambiente, 
temos um reforço positivo ao comportamento. Assim, caso a mãe dê o 
Psicologia do Desenvolvimento 25
chocolate à criança, após ela fazer a birra, ela reforçará positivamente o 
comportamento de birra, pois ela adicionou ao ambiente o chocolate. 
Assim, no futuro, a criança saberá que basta chorar e espernear para 
a mãe comprar o que ela quer! 
Porém, o reforço positivo pode ocorrer, por exemplo, ao emitirmos 
o comportamento de estudar para a prova, e o estímulo boa nota for 
adicionado ao ambiente. Desta maneira, é bem provável que eu volte a 
estudar para as provas para que ganhe melhores notas. 
 • Reforço Negativo: Quando retiramos um estímulo aversivo do 
ambiente, temos um reforço negativo no comportamento. 
 • Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o termo 
aversivo, muito utilizado na análise do comportamento, significa algo 
que provoca repulsa. Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3ciKoCo. 
Acesso em: 21 set. 2020. 
Digamos que essa mesma criança vá à praia com seus pais. Em um 
primeiro momento, ela se nega a passar protetor solar e, no fim do dia, ela 
está com a pele ardendo. Logo, a ardência na pele é um estímulo aversivo 
para a criança.
No dia seguinte, a criança aceita o protetor solar, pois o mesmo retira 
o estímulo de ardência, e, assim, o comportamento de passar protetor 
solar é reforçado negativamente, pois subtraímos algo que incomodava. 
Logo, é bem provável que a criança passará a ser comportar de forma a 
utilizar o protetor solar sem reclamar. 
Da mesma forma, podemos analisar os diversos comportamentos, 
que são reforçados positiva ou negativamente. Vamos ver mais um 
exemplo para compreender. 
Fazemos o nosso trabalho e cumprimos os prazos muitas vezes, 
tanto por reforço positivo quanto por reforço negativo. O reforço positivo, 
na maioria das vezes, é o salário, uma adição de estímulo ao ambiente. O 
Psicologia do Desenvolvimento26
reforço negativo é a retirada da advertência do chefe, ou a retirada das 
dívidas!
 • Se pensarmos que podemos agir por reforço positivo, ou seja, 
adicionando algo que gostamos, ou por esforço negativo, subtraindo 
algo aversivo do nosso ambiente, você diria que as suas ações 
durante as semanas são motivadas mais por reforço positivo ou por 
reforço negativo? Em todo o caso, esperamos que seja por reforço 
positivo! Afinal, passar os dias apenas retirando os estímulos aversivos 
do ambiente, nem sempre nos deixa felizes!
Punição 
Da mesma forma que o reforço, a punição também pode ser positiva 
ou negativa. Porém, a punição visa diminuir e extinguir um comportamento 
tido como inadequado. 
 • Punição Positiva: No caso da criança do mercado, talvez a mãe 
não consiga sair de perto e deixar a criança chorando para extinguir 
este comportamento. Muitos pais aplicam uma punição positiva 
adicionando agressão física ou verbal. Sabemos o quanto isso pode 
prejudicar a criança. Assim, nessa situação, caso a mãe dê um tapa 
na criança, ela está adicionando um estímulo (tapa/dor/humilhação) 
para diminuir o comportamento de birra da criança. 
 • Punição Negativa: O famoso castigo! Quando retiramos algo bom do 
ambiente. Então, com o exemplo da birra, pode ser que a mãe, ao 
chegar em casa, retire as horas de televisão da semana e, com isso, 
espera-se que diminua o comportamento inadequado de fazer birra. 
Como podemos ver, reforço e punição são mecanismos 
extremamente poderosos e que agem a cada instante sem nem mesmo 
percebermos. Estes mecanismos fazem com que aprendemos o nosso 
repertório de comportamentos, os quais levaremos ao longo da vida. 
 • Sabemos bem o quanto a punição positiva, em especial a 
violência (física, emocional ou verbal), pode ser prejudicada para o 
Psicologia do Desenvolvimento 27
desenvolvimento da criança. Por isso, é muito importante saber como 
aplicar os conceitos de reforço, em especial positivo, no ambiente 
educacional. Recomendamos a leitura da matéria do G1 a respeito 
desse assunto, disponível em https://glo.bo/2FVAD19. Acesso em: 22 
set. 2020. 
Desta forma, Skinner decodificou como ocorre o processo de 
aprendizagem. Logicamente, há mais descrições de processos complexos 
envolvidos nestes mecanismos, porém, este panorama básico possibilita 
que compreendamos como é importante pensarmos nas consequências 
que aplicamos aos alunos, para que eles expressem comportamentos 
aceitos ou diminuam os comportamentos inadequados. 
 O humanismo de Rogers e a mudança ao 
longo da vida
 Vimos duas grandes escolas de pensamento até aqui, a Psicanálise 
e o Behaviorismo. Essas duas correntes dominaram boa parte do século 
XX, dividindo psicólogos e pesquisadores. Porém, com o aparecimento de 
uma filosofia que pensava a respeito da existência do homem, surge uma 
outra escola que procura relacionar tais pensamentos à Psicologia. Nasce, 
então, uma terceira grande escola, a do Existencial Humanismo, embora 
possamos chamá-la apenas de humanista. 
Os autores Hall, Lindzey e Campbell (2000) definem tal escola no 
sentido: 
A psicologia humanista se opõe ao que considera como triste 
pessimismo e desespero inerentes à visão psicanalítica do ser humano, 
por um lado, e a concepção de robô do ser humano retratado no 
comportamentalismo, por outro lado. A psicologia humanista é mais 
esperançosa e otimista em relação ao ser humano. Ela acredita que 
a pessoa, qualquer pessoa, contém dentro de si o potencial para um 
desenvolvimento sadio e criativo. O fracasso em realizar esse potencial se 
Psicologia do Desenvolvimento28
deve às influências coercitivas e distorcedoras do treinamento parental, 
da educação e de outras pressões sociais (p. 363).
Desta forma, para a Psicologia Humanista, o ser humano é capaz 
de superar suas dificuldades, pois possui capacidades internas para 
isso. Porém, esta superação só é possível quando o sujeito reconhece 
que tem total responsabilidade sobre a sua própria vida, mesmo que seu 
desenvolvimento tenha sido permeado por influências externas, como a 
educação e a sociedade.
 
Carl Rogers (1902-1987)
Figura 5: Carl Rogers (1902-1987)
Fonte: Wikimedia
Desde muito cedo, Rogers demonstrou interesse por compreender 
os seres humanos, primeiramente por vir de uma família muito rígida e 
sentir-se muito isolado. Por volta dos 20 anos, o psicólogo revolta-se com 
Psicologia do Desenvolvimento 29
seu modo de vida e a visão imposta por sua família, acreditando que as 
pessoas são quem deveriam pensar sobre quais os melhores caminhos 
para as suas vidas, baseadas em suas interpretações, e não indicadas por 
um código moral ou social restritivo (SCHULTZ; SCHULTZ, 2012, p. 419). 
 • Recomendamos assistir ao vídeo “Rogers – Teoria da Personalidade 
centrada na pessoa”, para entender melhor o psicólogo que fundou 
a terceira via na psicologia, saindo do dualismo Psicanálise x 
Behaviorismo, disponível em https://bit.ly/3mGUYIn. Acesso em: 22 
set. 2020. 
Rogers nasceu e viveu nos EUA, recebendo o título de Pós-Doutor 
pela Universidade de Colúmbia, onde passou boa parte de sua vida. Sua 
pesquisa foi realizada majoritariamente com estudantes da universidade, 
fato que recebeu muitas críticas, pois os estudantes tinham certo nível, 
tanto social quanto educacional, e não apresentavam graves problemas 
de saúde mental. Outros pesquisadores não acreditavam que seria 
possível aplicar a teoria desenvolvida por Rogers em contextos mais 
graves ou profundos. 
A partir de seus estudos, Rogers desenvolveu a Abordagem 
Centrada na Pessoa (ACP), a qual é tida como não diretiva, isto é, o 
psicólogo não define as metas ou caminhos da terapia, não “dirige” o 
paciente, e sim proporciona um ambiente seguro e acolhedor para o 
paciente ser quem ele é. 
Para ele, estamos sempre em busca de um sentido, e isso faz com 
que continuemossempre em desenvolvimento, até o final de nossas vidas. 
O que definirá nosso sucesso é um conjunto de fatores que passa, como 
dito anteriormente, por compreendermos que tem responsabilidade 
sobre nossas vidas e recursos internos para isso. 
Entre os recursos que mais influenciam no desenvolvimento 
ao longo da vida, estão uma atenção positiva desde o nascimento e a 
autorrealização. 
Psicologia do Desenvolvimento30
SAIBA MAIS:
Carl Rogers acreditava que a educação tinha a possibilidade de 
despertar a autorrealização do sujeito. Para saber mais sobre 
a visão dele acerca do desenvolvimento da personalidade 
e a educação, recomendamos assistir ao vídeo “Carl Rogers 
e a Educação – Teoria Humanista”, disponível em https://bit.
ly/32RTmDF. Acesso em: 22 set. 2020
 • Atenção Positiva: ter o amor incondicional do cuidador desde o 
nascimento é um grande facilitador na vida do sujeito, pois construirá 
nele um sentimento de valor, de que ele tem possibilidade de 
demonstrar e aceitar amor, desenvolvendo uma personalidade que 
podemos chamar de saudável. 
Caso a criança não venha a ter esta atenção positiva da mãe, sua 
personalidade se desenvolverá com baixa autoestima e sentimento de 
fracasso, impedindo a plena realização do sujeito. 
 • Autorrealização: para Rogers é a mais alta expressão de uma boa 
saúde mental. É quando o sujeito tem a possibilidade de aceitar 
novas experiências e valores, vivendo o movimento presente, sem 
ansiedades ou depressões. Um sujeito autorrealizado também não 
depende das opiniões dos outros para viver sua vida, se guia por seus 
instintos, pois sabe que é livre para pensar e criar. 
Os conceitos ilustrados acima e a abordagem desenvolvida por 
Rogers encontraram campo muito fértil nos EUA, especialmente após a 
Guerra Fria, pois as pessoas buscavam novos sentidos para as suas vidas 
e muitas certezas estavam mudando. Assim, seus estudos influenciaram 
diversas outras escolas e pesquisadores. 
Porém, embora Roger tenha ficado conhecido como fundador desta 
escola, um outro psicólogo, contemporâneo dele, deve ser lembrado 
Psicologia do Desenvolvimento 31
aqui, pois tem grande importância quando pensamos na realização do 
sujeito adulto: Abraham Maslow.
Abraham Maslow (1908- 1970)
Maslow foi outro psicólogo americano que quebrou com o 
pensamento dualista vigente da época (psicanálise x comportamentalismo). 
Para ele, assim como para o humanismo, o indivíduo tem total capacidade 
de se autorrealizar plenamente, mas se obtiver a satisfação das 
necessidades básicas antes disso.
 • Recomendamos assistir ao vídeo “Maslow (1) – Pirâmide de 
Necessidades – Teoria Holístico-Dinâmica”, para entender melhor a 
hierarquia das necessidades básicas do ser humano, disponível em 
https://cutt.ly/bfZXq3h. Acesso em: 22 set. 2020.
É provável que você já tenha visto a pirâmide a seguir, com a lista 
das necessidades básicas do sujeito. 
Figura 6: Hierarquia das necessidades básicas de Maslow
Fonte: Elaborado pela autora. (2020).
Psicologia do Desenvolvimento32
Como podemos ver na imagem acima, antes da autorrealização, 
o sujeito precisa ainda garantir que suas necessidades fisiológicas, de 
segurança, de amor e estima sejam satisfeitas. 
Quando o sujeito atinge o topo da pirâmide e se autorrealiza, ele é 
alguém que tem aceitação de quem é, de seus limites, que tem uma visão 
clara da realidade, independência, autonomia e age com naturalidade e 
criatividade. 
RESUMINDO:
Neste tópico, vimos que, para que o indivíduo seja 
pleno, ele precisa passar por diferentes fases na infância, 
desenvolvendo, assim, sua personalidade, bem como passa 
uma vida aprendendo novos comportamentos por reforço e 
punição, e tem uma busca que dura até o final da vida por 
autorrealização, por ser um ser humano pleno. Você aprendeu 
que o desenvolvimento depende de inúmeros fatores, dentre 
eles biológicos, sociais, culturais e psicológicos. Durante a 
infância, há certos aspectos que garantem que o indivíduo se 
desenvolva de forma plena, ou se autorrealize, como vimos 
em Roger e Maslow.
Psicologia do Desenvolvimento 33
Psiquismo da Criança Frente ao Processo 
de Aprendizagem
INTRODUÇÃO:
Ao término deste tópico, você será capaz de entender o 
desenvolvimento psíquico da criança. E então? Será que 
conhecer os processos do psiquismo auxiliam a compreender 
como é o desenvolvimento da aprendizagem? Então, vamos 
lá!
A aprendizagem, como vimos até aqui, também depende de 
inúmeros fatores, dentre eles biológicos, sociais, culturais e psicológicos. 
Durante a infância, há certos aspectos que garantem que o indivíduo se 
desenvolva de forma plena, ou se autorrealize. 
Entre esses aspectos, vamos nos deter um pouco sobre o 
desenvolvimento da confiança, do apego, da autonomia, da iniciativa e 
da produtividade. Para isso, iremos referenciar teorias e dois psicólogos e 
psicanalistas: Erik Erikson (1902-1994) e John Bowlby (1907-1990). 
Desenvolvimento da Confiança
Quando nascemos, somos seres completamente dependente 
de outros para sobrevivermos. Porém, precisamos desenvolver certa 
confiança de que seremos capazes de ser independentes. 
Para o psicanalisa Erik Erikson, o primeiro estágio do desenvolvimento 
vai até os 18 meses de vida e faz com que haja um esforço entre o que ele 
chama de confiança básica e desconfiança básica. Vamos explicar melhor. 
 • Recomendamos assistir ao vídeo “Teoria Psicossocial – 
Desenvolvimento Psicossocial”, de Erikson, para compreender melhor 
as fases do desenvolvimento propostas por ele e descritas ao longo 
do material, disponível em https://bit.ly/2FWd3Bp. Acesso em: 22 set. 
2020. 
Psicologia do Desenvolvimento34
Para Erikson, o desenvolvimento acontece por meio de crises entre 
o que você tinha antes e o que terá a seguir, e os estágios se prolongam por 
toda a vida. Assim, cada etapa é acompanhada de um conflito entre algo 
que é negativo e algo que é positivo. Para que o indivíduo se desenvolva 
plenamente, é preciso que em cada crise o indivíduo consiga sair da fase 
anterior com uma virtude, com o aspecto positivo, para que possa assumir 
o próximo estágio e a próxima crise. 
Desta forma, o primeiro estágio prevê que a criança forme um 
equilíbrio entre confiar nas pessoas e no mundo, e desconfiar das mesmas 
para poder se proteger. Porém, ao final do período de 18 meses, deve 
prevalecer a confiança, para que o bebê possa ir em busca da satisfação 
de suas necessidades. 
Caso ele não desenvolva a confiança, poderá ter complicações e 
estabelecer relacionamentos e confiar nas pessoas no futuro. 
Desenvolvimento do Apego
O apego é um mecanismo que auxilia o bebê a se adaptar ao 
mundo, garantindo que ela tenha proteção e possa se desenvolver. Como 
falamos no tópico anterior, ao nascer, o bebê precisa de um cuidador, e é 
este cuidador (ou cuidadores) que fará com que a criança desenvolva ou 
não um apego saudável. 
Assim, segundo Bowlby, o bebê aos poucos vai internalizando o 
modo de funcionamento do cuidador para saber o que esperar dele. Se o 
cuidador sempre agir da mesma maneira, ficará mais fácil do bebê prever 
o que acontecerá e se sentirá mais seguro, com maior confiança. 
 • Para Bowlby, o apego é algo instintivo que garante a sobrevivência 
do bebê, por meio de cuidados de outra pessoa. Saiba mais no artigo 
“Teoria do apego: bases conceituais e desenvolvimento dos modelos 
internos de funcionamento”, das pesquisadoras Juliana Dal Bem e 
Débora Dell’Aglio, ambas da Universidade Federal do Rio Grande do 
Sul, disponível em https://bit.ly/35YcIcn. Acesso em: 22 set. 2020.
Psicologia do Desenvolvimento 35
Ele desenvolveu, então, a descrição de 4 tipos de apego, conforme 
o quadro que veremos a seguir: 
Quadro 3: Tipos de Apego em pesquisa de Bowlby
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
Portanto, ao olharmos para o quadro acima, podemos compreender 
como o padrão de apego da criança com o seu cuidador em idade tenra 
afeta ospadrões de confiança e relacionamento com outras pessoas em 
outras fases da vida. Quando a criança tem um apego seguro, ela tende 
a ter as melhores habilidades interacionais, de linguagem e emocionais. 
Desenvolvimento da autonomia, da 
iniciativa e produtividade
Erikson descreveu 8 estágios de desenvolvimento. Vimos, até 
agora, o primeiro estágio. Logo, veremos os próximos dois que dividem 
autonomia e iniciativa. 
Psicologia do Desenvolvimento36
 • Recomendamos assistir ao vídeo que detalha os 8 estágios de 
desenvolvimento psicossocial propostos por Erikson, para que possa 
se aprofundar na teoria do psicanalista, disponível em https://bit.
ly/2EovbDn. Acesso em: 22 de set. 2020. 
O estágio de autonomia x vergonha vai dos 18 meses aos 3 anos 
de idade. É uma fase em que a criança entrará em contato com o que se 
espera dela e, ao mesmo tempo, tenta exercer controle sobre a sua vida. 
Assim, é um conflito constante entre controlar e ser controlado (HALL; 
LINDZEY; CAMPBELL, 2000, p. 171). 
Nesse estágio, o cuidador muitas vezes usará da vergonha da 
criança, para que ela aprenda os comportamentos corretos e desenvolva 
a sua autonomia de forma gradativa, por meio de exploração do ambiente. 
Se a criança aprender a ter senso de autocontrole e autonomia, levará os 
dois de forma sadia para a vida, desenvolvendo a vontade própria. Caso 
contrário, ela poderá viver uma vida com sentimentos de vergonha e 
dúvidas sobre a sua capacidade de agir no mundo. 
Saindo de forma saudável do estádio anterior, o sujeito possui agora 
um senso de autonomia e vontade própria. Entra, então, no estágio da 
iniciativa x culpa, que vai dos 3 anos aos 6 anos de idade. Aqui, com a 
autonomia já desenvolvida, surge a iniciativa para que a criança consiga 
se orientar por metas e objetivos próprios, como explorar o ambiente, 
pesquisar sobre os dinossauros, entre outros. Em caso de fracasso ao 
atingir suas metas, pode surgir um sentimento de culpa (HALL; LINDZEY; 
CAMPBELL, 2000, p. 171-172). 
Desta maneira, a criança precisará aprender a equilibrar a sua 
iniciativa e a culpa advinda de alguns fracassos. É com esse equilíbrio que 
ela conseguirá dar um propósito tanto para si quanto para o restante do 
mundo, objetos, seres e natureza. E tal propósito é alcançado por meio 
das brincadeiras e seu reconhecimento do mundo ao redor. 
Passamos, então, a uma fase que dará início a uma série de 
mudanças corporais, que só serão vistas na puberdade, embora inicie 
em seu processo interno por volta dos 7 anos de idade com a produção 
de hormônios, os quais, quando prontos, entrarão em ação para dar as 
Psicologia do Desenvolvimento 37
formas adultas ao corpo. Nesse estágio, que vai dos 6 anos até o início 
da puberdade, há um conflito entre a produtividade x inferioridade (HALL; 
LINDZEY; CAMPBELL, 2000, p. 172). 
É o período escolar, a alfabetização e o domínio de diversas 
habilidades que culminam na produção de conhecimento. Se a criança não 
conseguir produzir o que se espera, pode ter sentimento de inferioridade 
em relação à sua competência. 
E, assim, a criança passa a puberdade e adolescência. Vamos, 
então, nos aprofundar nas características do psiquismo adolescente no 
próximo tópico. 
RESUMINDO:
Neste tópico, vimos que, na fase da infância, há vários aspectos 
que garantem que a criança possa se desenvolver de forma 
plena. Você aprendeu sobre as teorias de Erikson e Bolwby, 
que auxiliam a compreender as fases do desenvolvimento 
pelas quais os seres humanos passam para sobreviverem.
Psicologia do Desenvolvimento38
Psiquismo na adolescência e a 
Aprendizagem
INTRODUÇÃO:
Ao término deste tópico, você será capaz de entender os 
processos de desenvolvimento psíquico que constituem 
e podem estar relacionados com a aprendizagem na 
adolescência. E então? Será que conhecer a puberdade e 
adolescência auxiliam no processo de aprendizagem? Então, 
vamos lá!
Não podemos negar que a puberdade e a adolescência são 
períodos complexos para o ser humano. Se você lembrar de como foi 
sua adolescência, talvez encontre o que os adultos chamam de rebeldia, 
mas, com certeza, encontrará uma grande confusão de sentimento e uma 
necessidade de buscar sua identidade e o grupo ao qual pertence. 
 • O psicólogo Maurício Knobel escreveu sobre a “Síndrome da 
Adolescência Normal”, que discorre sobre as mudanças ocorridas 
nessa fase. Você pode encontrar este texto no livro: Adolescência 
Normal: um enfoque psicanalítico de Arminda Aberastury e Maurício 
Knobel.
Erick Erikson descreve em seus estágios que a adolescência é um 
período de conflito entre identidade x confusão de identidade. Este conflito 
ocorre por inúmeras escolhas, que agora se colocam ao adolescente, 
afinal, ao sair desta fase, ele deverá ter um papel na sociedade, saber 
quem é de fato.
Aos poucos, nesse estágio, o adolescente passa a perceber como 
ele é, quais são suas características, o que o diferencia do outro e o que 
o aproxima, além de perceber que não é mais uma criança e que logo 
será um adulto. É um momento muito propício para uma confusão de 
Psicologia do Desenvolvimento 39
identidade, pois, ao mesmo tempo em que se descobre quem é, não se 
tem certeza do que virá a ser. 
É um período delicado, visto que, caso não tenha uma base 
fortalecida nos estágios anteriores, o adolescente poderá desenvolver 
uma identidade negativa, com comportamentos nocivos para ele próprio. 
Porém, saindo desta fase, o adolescente estará apto a desenvolver 
a fidelidade consigo mesmo e com o outro e a entrar no início da fase 
adulta (HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2000, p. 173). 
Com certeza, reconheceremos muitos dos adolescentes na 
descrição acima, porém, hoje, os dados apontam que a vida adulta tem 
iniciado bem mais tarde do que imaginamos, e não próximos aos 20 anos. 
Logo, vamos ver a próxima fase de Erikson, a qual se dá início da vida 
adulta, em conjunto com as características adolescentes. 
 • Quais os motivos de considerarmos, atualmente, adolescência 
como uma fase maior do que tempos atrás? Bem, provavelmente 
encontraremos muitos fatores sociais e culturais envolvidos na 
resposta a essa pergunta. A BBC escreveu uma reportagem a respeito 
deste tema. Recomendamos a leitura da matéria “Adolescência vai 
até os 24 anos de idade, e não só até os 19”, defendem cientistas, 
disponível em https://bbc.in/32TeGc3. Acesso em: 22 set. 2020. 
O próximo estágio se caracteriza pelo conflito entre intimidade x 
isolamento. É uma fase em que o jovem anseia e busca relacionamentos 
que tenha intimidade, tanto emocional quanto sexual, passando de 
relações transitórias para uma fase de comprometimento e sacrifícios. 
A depender dos estágios anteriores, o jovem pode isolar-se de 
maneira drástica. Embora o isolamento seja algo muito bom às vezes, 
em demasia afasta o sujeito do convívio social. Porém, saindo-se bem, o 
jovem tem agora a capacidade do amor, nas mais diversas formas (HALL; 
LINDZEY; CAMPBELL, 2000, p. 174). 
Vamos nos aprofundar um pouco mais em duas áreas muito 
importante na adolescência: identidade e sexualidade.
Psicologia do Desenvolvimento40
Identidade
Família, sociedade, questões de gênero, sexualidade, 
relacionamentos, sucessos ou fracassos, hormônios, tudo isso influenciará 
na construção final da identidade do sujeito. A identidade não é algo que 
vai ser agora construído por completo, mas será lapidado e consolidado. 
Ela pode sofrer alterações ao longo da vida, mas a base sempre estará lá. 
 • O artigo das pesquisadoras Teresa Schoen-Ferreira, Maria Aznar Farias 
e Edwiges Silvares, da USP, faz um levantamento da construção de 
identidade de adolescentes de escolas públicas de São Paulo, 
estabelecendo ligação com a teoria de James Márcia, disponível em 
https://bit.ly/3iUVlg6. Acesso em: 22 set. 2020. 
Assim, um pesquisador chamado James Marcia conduziu uma 
pesquisa com adolescentes, para descobrir os estados de identidadede 
acordo com a crise instaurada nesse período da vida. Ele chegou a quatro 
grandes estados de identidade, conforme o quadro a seguir:
Quadro 4: Estados de Identidade descritas por James Marcia 
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
Psicologia do Desenvolvimento 41
Ao observarmos o quadro acima, poderemos perceber o quanto 
um relacionamento saudável entre adolescente e família auxilia no 
desenvolvimento da identidade do sujeito. Assim, famílias que dão maior 
autonomia e encorajam propiciam indivíduos mais autônomos no agir 
e pensar; já famílias que fazem tudo pelo jovem, mostram a ele que 
não é preciso questionar, apenas seguir e impor as regras; há padrões 
que deixam o sujeito mais ansioso e há famílias disfuncionais que não 
proporcionam um nível adequado de desenvolvimento do sujeito.
SAIBA MAIS:
Aprofunde sua leitura com o artigo “Família e adolescência: 
a influência do contexto familiar no desenvolvimento 
psicológico de seus membros”, de Elisangela Pratta e Manoel 
Santos, disponível em https://bit.ly/345ZCav. Acesso em: 22 
set. 2020. 
Porém, não é apenas a família que interfere na construção de 
identidade, mas também questões ligadas ao gênero são muito relevantes 
nesta fase. É aqui que o adolescente, bem provavelmente, iniciará uma 
busca por parceiros sexuais, do mesmo sexo ou do sexo oposto, e se 
constituirá como uma identidade de acordo com gêneros diferentes. 
 • Você sabe qual a diferença entre sexo e gênero? Sexo é um fator 
biológico e gênero é a forma com que a pessoa se identifica e não 
tem, necessariamente, a ver com o sexo biológico. Para entender 
melhor todas essas definições, acesse o infográfico produzido pelo 
blog.saude.mg.gov.br, disponível em: https://bit.ly/3mKS1Xi. Acesso 
em: 22 set. 2020. 
Assim, a sociedade estabelece o que é ser mulher ou homem. 
Logo, a identidade do adolescente dependerá, também, do seu estado, 
Psicologia do Desenvolvimento42
se ele questionará as regras impostas, as seguirá, ou quebrará com elas 
completamente. 
Embora distintos, gênero e sexualidade guardam a devida 
proximidade. Então, falaremos sobre a sexualidade no próximo tópico. 
Sexualidade
A identidade sexual não diz respeito apenas ao ato em si, mas 
também à identificação da orientação sexual, ou reconhecimento do 
próprio corpo, agora com formas diferentes e a segurança dele, e a 
formação de uniões afetivas e sexuais, assim como todo o contexto que 
elas trazem afinal. 
Como podemos ver, é um tema um tanto complexo, que passa 
desde saber como seu corpo funciona, como protegê-lo (seja de 
agressores, seja em relações sexuais), até saber quem de fato se é neste 
campo. 
Assim, é um momento que se pode ser delicado ou não para o 
sujeito, mas que, com certeza, gera dúvidas que devem ser sanadas pela 
família e pela escola, principalmente. Quando deixamos a cargo da família 
apenas, estamos pensando naquelas famílias funcionais, aquelas que 
permitem o estado de realização da identidade como descrito por Marcia. 
Porém, a maior parte das famílias pertencem a outros grupos, ou, 
o que é mais próximo do real, não conseguem conversar com seus filhos 
sobre a sexualidade, por inúmeras razões. Algumas famílias consideram um 
tabu, veem o sexo como algo errado, outras não possuem conhecimento 
do próprio corpo e da sexualidade, e assim não conseguem ajudar os 
filhos. Sem contar que a maioria dos pais também não teve uma educação 
sobre a sua própria sexualidade, então, crê que não precisa ser explicada, 
e sim experimentada, o que pode ser um grande risco para os jovens. 
 • São muitas as definições de identidades de gênero e orientação 
sexual. Para compreender melhor este universo, nada como ouvirmos 
pessoas que trabalham diretamente com este tema e vivem na pele 
Psicologia do Desenvolvimento 43
essa realidade. Assista ao documentário “Somos”, disponível em 
https://bit.ly/2RT6bqQ. Acesso em: 22 set. 2020. 
A sexualidade e o gênero são dois fatores de extrema importância na 
constituição da personalidade, pois, a partir deles, é que nos colocaremos 
frente à sociedade e aos relacionamentos amorosos e constituição familiar, 
tópico este que já faz parte da vida adulta, como veremos a seguir. 
RESUMINDO:
Neste tópico, vimos que a adolescência é um período de 
conflitos, que ocorrem por diversos fatores. Você aprendeu 
sobre identidade, que é algo que vai se construindo, sendo 
lapidado e consolidado no decorrer do tempo, e que podem 
existir estados de identidade. E, por fim, que não é somente 
a família que interfere na construção da identidade, mas 
também a sociedade. Vimos, ainda, que gênero e sexualidade 
têm uma certa proximidade e que, embora sejam distintos, 
são dois fatores de extrema importância na constituição da 
personalidade, pois é a partir deles que se vive perante a 
sociedade, nos relacionamentos amorosos e na constituição 
familiar.
Psicologia do Desenvolvimento44
Andragogia e a Psicologia da 
aprendizagem em fase adulta
INTRODUÇÃO:
Ao término deste tópico, você será capaz de entender os 
processos de desenvolvimento psíquico que constituem 
e podem estar relacionados com a aprendizagem na vida 
adulta. E então? Será que conhecer a fase adulta auxiliam no 
entendimento do processo da psicologia da aprendizagem? 
Então, vamos lá!
A fase adulta é marcada por inúmeras transformações: casamentos, 
separações, filhos, perdas, problemas de saúde, carreira, alterações físicas 
e emocionais. Mas também é uma fase de constantes aprendizados. A 
cognição do adulto pode não ser a mesma de uma criança ou de um 
adolescente, porém, encontra maiores motivação e foco para atingir os 
objetivos.
As duas últimas fases descritas por Erik Erikson marcam a vida 
adulta e a terceira idade. O sétimo estágio se estabelece no conflito 
generatividade x estagnação. É uma fase de preocupação com o que 
foi gerado, seus frutos e o futuro de seus ensinamentos. Assim, filhos, 
trabalhos, produções e tudo o que envolve o cuidado é a expressão 
desse estágio.
Caso não haja uma evolução no sentido de perpetuar o cuidado e 
os saberes adquiridos ao longo da vida, a pessoa fica em uma estagnação, 
torna-se empobrecida diante das possibilidades de expansão de sua 
personalidade.
Por fim, o estágio da integridade x desespero marca uma fase de 
adaptação, tanto ao que foi bem-sucedido quanto ao que foi fracassado 
em sua vida. É um momento de dar sentido à sua existência, ao que foi 
realizado ou deixado para trás, preservando a dignidade de saber que teve 
uma vida íntegra ou do desespero frente aos fracassos e à iminência da 
Psicologia do Desenvolvimento 45
morte. Se a pessoa conseguir ultrapassar estes conflitos, Erikson aponta 
que alcançará, então, a sabedoria.
SAIBA MAIS:
A pesquisadora Marta Kohl de Oliveira escreveu um artigo 
em que reflete sobre algumas teorias a respeito da psicologia 
do desenvolvimento do adulto. Recomendamos a leitura do 
artigo “Ciclos de vida: algumas questões sobre psicologia do 
adulto”, de Marta Kohl, disponível em https://bit.ly/3mHVJRm. 
Acesso em: 22 set. 2020.
Inteligência na Vida Adulta
Um pesquisador de Seattle, K. Warner Schaie, realizou um estudo 
com pessoas entre 22 e 67 anos para verificar as diferenças nas habilidades 
cognitivas. Embora em um primeiro momento possamos achar que os 
jovens têm vantagens muito significativas em relação aos mais velhos, a 
pesquisa demonstrou que o desenvolvimento humano é mais complexo, 
como você pode perceber pelo gráfico abaixo.
Figura 7: Inteligência na vida adulta
Fonte: Freepik
Psicologia do Desenvolvimento46
Figura 8: Mudança longitudinal em seis habilidade mentais básicas, dos 25 a 67 anos
Fonte: Adaptado pelo autor
Ao verificarmos o gráfico acima, podemos compreender que a 
única habilidade que, de fato, sofre um grande declínio no início da 
vida adulta para a entrada na terceira idade é a rapidez perceptual, que 
diz respeito à velocidade com que percebemos os movimentos,sons e 
imagens, o que explica o declínio na faculdade de reagir de forma rápida 
aos eventos. A capacidade numérica também tende a diminuir, porém não 
tão drasticamente quanto a rapidez perceptual.
Porém, se olhamos para a fluência verbal e o vocabulário, vemos 
que estas habilidades seguem num crescimento, declinando levemente 
próximo aos 67 anos apenas, mas, mesmo assim, ficando em graus mais 
altos que em pessoas com 25 anos. Isto significa que a experiência de vida 
Psicologia do Desenvolvimento 47
e o contato com diferentes pessoas e culturas possibilita um aumento no 
vocabulário e na comunicação fluente.
Por fim, o raciocínio indutivo e a orientação espacial tendem a 
atingir seu ápice por volta dos 46 anos, tornando-se consideravelmente 
melhor que aos 25 anos. Assim, as experiências e situações enfrentadas 
permitem que o adulto continue se desenvolvendo ao longo da vida, 
adquirindo níveis mais elevados de algumas habilidades cognitivas.
Na mesma linha do estudo anterior, Horn e Cattell estabeleceram 
diferenças a respeito da inteligência no adulto. Ela pode ser de ordem 
fluida ou cristalizada. De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2010):
Inteligência fluida é a habilidade de resolver problemas novos 
que exigem pouco ou nenhum conhecimento prévio, como encontrar o 
padrão em uma sequência de figuras. Envolve perceber relações, formar 
conceitos e fazer inferências. Essas habilidades, que são amplamente 
determinadas pela condição neurológica, tendem a declinar com 
a idade. Inteligência cristalizada é a capacidade de lembrar e utilizar a 
informação adquirida ao longo da vida. Por exemplo, encontrar o sinônimo 
de uma palavra. Ela é medida por testes de vocabulário, conhecimentos 
gerais e respostas a situações e dilemas sociais. Essas habilidades, que 
dependem amplamente da experiência educacional e cultural, mantêm-
se e até mesmo melhoram com a idade (p. 573).
A inteligência fluida, então, tende a chegar a seu ponto máximo 
de desenvolvimento no início da vida adulta, ao passo que a cristalizada 
pode continuar a se desenvolver ao longo da vida, caso haja um suporte 
educacional e cultural para isso.
Pensando nessas características dos adultos, os programas 
educacionais devem levar em conta os sujeitos do processo de ensino-
aprendizagem, que têm diferentes expectativas em relação aos cursos 
regulares ou aos espaços de aprendizagem.
Costumou-se chamar o campo de estudos sobre o aprendizado na 
vida adulta de Andragogia, embora muitos pesquisadores acabem por 
não mais fazer uso do termo.
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SAIBA MAIS:
Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o 
termo Andragogia significa “ciência ou conjunto de métodos 
para ensinar adultos”. 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/2RRmcxI. Acesso em: 23 
set. 2020.
Educação na idade madura
A aprendizagem não é mais relegada às fases iniciais da vida. O 
mercado de trabalho pede constantemente que façamos atualizações, 
não é mesmo?
São pós-graduações, MBAs, cursos rápidos, de extensão, 
congressos, seminários, novas faculdades e novas habilidades. E mais, 
a aprendizagem agora não é mais somente a tradicional, no papel e na 
carteira escolar, é também a distância, no vídeo, no podcast e no jogo.
Por todas estas diferenças, o ensino para adultos deve levar em 
consideração as especificidades de tempo, de habilidades cognitivas e de 
objetivos, bem como pensar as melhores metodologias para este público.
De acordo com Papalia, Olds e Feldman: 
Eles necessitam de conhecimentos que possam aplicar a 
problemas específicos. O estudo cooperativo construído em 
torno de problemas ou projetos criados pela própria pessoa 
é o mais apropriado para um estudante maduro (2010, p. 581).
Também devemos levar em consideração qual o nível de estudos 
prévio do indivíduo, por exemplo, um adulto não alfabetizado necessitará 
de uma metodologia diferenciada da de um adulto que fará um 
Psicologia do Desenvolvimento 49
doutorado ou língua estrangeira. Assim, cada programa deve prever as 
especificidades do seu público-alvo.
 • Saiba mais sobre o conceito de Andragogia, pois ele poderá ser 
muito útil caso decida trabalhar com jovens e adultos, em ambiente 
escolar ou corporativo. Recomendamos consultar as áreas referentes 
ao ensino de adultos. Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3i0tpG9. 
Acesso em: 23 set.2020.
RESUMINDO:
Chegamos ao final da disciplina! Espero que você tenha 
aproveitado e descoberto novas áreas interessantes para 
se aprofundar e pesquisar mais. Neste tópico, vimos que os 
campos da Psicologia do Desenvolvimento e da Psicologia da 
Aprendizagem são muitos vastos. Cada um deles apresenta 
um arsenal de teorias que dão conta de estudar o sujeito como 
um todo, assim como em sua relação com o aprendizado e 
tudo que envolve este processo. Por isso, tratamos de tantos 
assuntos neste material, para que você possa, agora, ir além 
dele e buscar novos conhecimentos e caminhos! Sucesso!
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REFERÊNCIAS
DICIONÁRIO PRIBERAM DA LÍNGUA PORTUGUESA [em linha], 
2008-2013. Disponível em: https://bit.ly/3ciKoCo. Acesso em: 22 set. 2020.
HALL, C.; LINDZEY, G; CAMPBELL, J. Teorias da Personalidade. 
Porto Alegre: Artmed, 2000. 
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. de. Princípios Básicos de Análise 
do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
PAPALIA, D. F.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento 
Humano. Porto Alegre: AMGH, 2010.
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. trad. 
Suely Sonoe Murai Cuccio. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
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Tainá Thies
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DesenvolvimentoPsicologia do 
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