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TCC Pedagogia

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
MARCELA SEVIDANES NOGUEIRA BARRETO LOPES
RU: 454040
PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO:
O TRABALHO DO PSICÓLOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR
IPATINGA
2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
MARCELA SEVIDANES NOGUEIRA BARRETO LOPES
RU: 454040
PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO:
O TRABALHO DO PSICÓLOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao curso de Pedagogia a Distância do Centro Universitário Internacional UNINTER.
Tutor Local: Sônia Regina de Almeida Moraes.
Centro Associado: Ipatinga/ MG
IPATINGA
2018
PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO:
O TRABALHO DO PSICÓLOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR
LOPES, Marcela S. N. Barreto.
RU: 454040.
RESUMO
A escola é um dos campos de reflexão e intervenção do psicólogo escolar. A construção de intervenções no processo educativo constitui uma das principais direções de trabalho na instituição escolar. A atuação do psicólogo escolar tem sido pauta em muitos debates no meio universitário. Ao longo da história, porém, não existe ainda um consenso sobre o seu papel dentro do contexto escolar. Assim, surgiu à problemática: qual o real papel do psicólogo no contexto escolar? O psicólogo de fato irá ser um agente de mudanças? A psicologia escolar tem desenvolvido nos últimos anos uma importante discussão em relação à atuação do psicólogo no campo educativo, em busca de perspectivas que superem modelos individualistas que permearam o campo educacional, o que reflete a tentativa de romper padrões tradicionais da teoria e prática profissional.
Palavras-chave: Agente de Mudanças; Educação; Intervenção; Psicologia; Psicologia Escolar.
ABSTRACT
The school is one of the fields of reflection and action by the school psychologist and the construction of interventions in the educational process is one of the main directions of work on school institution. The role of the school psychologist has been agenda in many debates in the middle. The role of the Psychologist in schools has been cause for discussions and studies throughout history, but there is not yet a consensus about your role within the school context. Thus arose the problem: what is the real role of the psychologist in the school context? The psychologist in fact will be an agent of change? School Psychology has developed in the last years an important discussion about the role of the psychologist in the educational field, in search of prospects to overcome individualistic models that permeated the educational field, which reflects the attempt to break patterns traditional theory and professional practice. 
Keywords: Education; Intervention; Moving agent; Psychology; School Psychology.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………… 6
1. A PSICOLOGIA………………………………………………………………………..….8
1.1. CONCEITO DE PSICOLOGIA.............................................................................8
1.2. A PSICOLOGIA NO BRASIL............................................................................9
2. A EDUCAÇÃO.......................................................................................................11
2.1. O QUE É EDUCAÇÃO?......................................................................................11
2.2. EDUCAÇÃO NO BRASIL....................................................................................12
3. PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO...............................................................................13
3.1. PSICÓLOGO ESCOLAR....................................................................................14
3.2. O TRABALHO DO PSICÓLOGO ESCOLAR......................................................16
3.3. O PSICÓLOGO COMO AGENTE DE MUDANÇAS............................................17
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................19
REFERÊNCIAS..........................................................................................................20
�
INTRODUÇÃO
A escola é um dos campos de reflexão e intervenção do psicólogo escolar e a construção de intervenções no processo educativo constitui uma das principais direções de trabalho na instituição escolar. 
Considerando o desenvolvimento atual da área de psicologia escolar no Brasil, parece importante a pesquisa e reflexão sobre esse campo de atuação, necessariamente pela contribuição ao debate estabelecido entre a psicologia e a educação, e por permitir revelar contribuições para consolidar a atuação profissional nesse contexto da instituição escolar. 
A atuação do psicólogo escolar tem sido pauta em muitos debates no meio universitário. Segundo Guzzo (1996, p. 75), a legislação que respalda a psicologia como prática profissional e formação tem “características bem generalistas e responde pouco às demandas mais modernas da sociedade brasileira”.
O presente estudo tem como objetivo primordial, compreender o papel do psicólogo escolar e como é o seu trabalho neste novo contexto que está inserido.
Durante a realização dos estágios supervisionados nas escolas, ouviu-se muitas reclamações dos educadores que salientavam a importância de se ter um psicólogo atuante no ambiente escolar para ajudar no processo ensino aprendizagem.
A atuação do psicólogo nas escolas tem sido motivo de discussões e estudos ao longo da história, porém não existe ainda um consenso sobre o seu real papel dentro da instituição escolar.
Assim, surgiu à problemática: qual o papel do psicólogo no contexto escolar? O psicólogo de fato irá ser um agente de mudanças?
A psicologia escolar tem desenvolvido nos últimos anos uma importante discussão em relação à atuação do psicólogo no campo educativo, em busca de perspectivas que superem modelos individualistas que permearam o campo educacional, o que reflete a tentativa de romper padrões tradicionais da teoria e prática profissional.
Acredita-se que esse trabalho será relevante, pois além de ser um tema muito importante ligado à educação brasileira proporcionará aos profissionais que atuam na área da educação e principalmente para aqueles que têm interesse no tema, uma reflexão sobre o papel do psicólogo no contexto escolar. 
1. A PSICOLOGIA
1.1. CONCEITO DE PSICOLOGIA
Desde os tempos antigos pensadores, filósofos e teólogos de todas as partes do mundo e de todas as culturas tentavam entender questões relativas á natureza humana, como a percepção, a consciência e a loucura. Apesar de esses estudos serem considerados as primeiras ‘teorias psicológicas’, a psicologia propriamente dita tem suas raízes a partir de estudos dos filósofos gregos, há aproximadamente, 700 a.C.
A psicologia é o estudo científico dos processos mentais e comportamentais do indivíduo, em que é analisado o contexto bio-psico-social onde o mesmo está inserido. O termo psicologia foi formado através de duas palavras gregas psique (alma) e logos (doutrina).
Assim como outras ciências humanas, a psicologia nasceu sob o imperativo de uma demanda da sociedade industrial, em meados do século XIX, na Europa (JAPIASSÚ, 1995, apud SILVA, 2005).
Tudo indica que a psicologia é instrumento e efeito das necessidades, geradas nessa sociedade, de selecionar, orientar, adaptar e racionalizar, visando, em última instância, um aumento de produtividade. 
Inicialmente, os estudos sobre psicologia eram baseados na necessidade de compreensão do comportamento humano e a maior ferramenta para isso era a observação das cenas cotidianas.
A psicologia entre os gregos estudava o interior do homem, ou seja, sua alma/espírito; já para os romanos a psicologia relacionava-se com religião, pois a Igreja Católica detinha o poder do saber e do estudo do psiquismo.
Segundo Zimbardo & Gerrig (2004, p.3-5; 5-8; 10-17): 
Como toda ciência, o objetivo da psicologia é a descrição, a explicação, a previsão e o controle do desenvolvimento do seu objeto de estudo. A psicologia parte do princípiode que o comportamento se origina de uma série de fatores distintos, como por exemplo: variáveis orgânicas (disposição genética, metabolismo), disposicionais (temperamento, inteligência, motivação) e situacionais (influências do meio ambiente, da cultura, dos grupos de que a pessoa faz parte, etc.). Controlar o comportamento significa aqui a capacidade de influenciá-lo, com base no conhecimento adquirido.
Desta forma essa ciência começou a criar corpo. Hoje a psicologia pode ser caracterizada como o estudo científico da experiência e do comportamento, isso significa que os psicólogos se interessam pela vivência e pelos atos das pessoas.
1.2. A PSICOLOGIA NO BRASIL
A formação em psicologia tem sido amplamente estudada e discutida em ambientes acadêmicos, desde antes da sua institucionalização em universidades e faculdades. Das primeiras discussões sobre currículo até as recentes problematizações acerca do compromisso social do psicólogo e a extensa literatura, evidencia o constante interesse da psicologia em pensar a si própria. 
A história da psicologia, como área de pesquisa e campo de conhecimento, passou por grandes transformações nos últimos quarenta anos. O crescimento exponencial do número de publicações (artigos, livros didáticos, manuais, etc.) indica essa mudança quantitativa (RESENDE apud HILGARD; LEARY; MCGUIRE, 1998).
Nos anos de 1934 a 1962, Pessotti (1988) denominou a consolidação da psicologia “como uma ciência capaz de formular teorias, técnicas e práticas para orientar e integrar o processo de desenvolvimento demandado pela nova ordem política e social.”
No bojo do processo de modernização e industrialização do país, durante as décadas de 1930 e 1950, a psicologia ganhou corpo e concentrou-se em três áreas básicas e distintas: clínica, educação e trabalho. Em 1950, a lei nº 4.116, de 27 de agosto de 1962, regulamentou e normatizou a profissão do psicólogo no Brasil. (CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA/MG)
Em 2018, comemorasse os 56 anos do início da psicologia no Brasil. Apesar de ser uma ciência nova perto da medicina e da filosofia, a psicologia vem caminhando lado a lado com essas ciências e, com isso conquistado seus adeptos.
Quando se fala em psicologia é preciso entender que nos referimos ao mesmo tempo a uma ciência (conhecimento com base no método científico) e uma profissão. Os psicólogos utilizam diferentes técnicas para conduzir seus estudos sobre a mente e o comportamento, tais como observação naturalística, experimentos, estudos de caso, entrevistas e questionários.
A psicologia tem contribuições não só para o tratamento de doenças mentais, mas também para a promoção e manutenção da saúde mental. Atuando em diversas áreas como escolar, esportiva, clínica, hospitalar, asilos, abrigos para crianças e adolescentes, centro de reabilitação, clínica para exames psicotécnicos e etc.
Hoje, o psicólogo está em todos os lugares, desde a formulação de métodos de ensino mais eficazes baseados em psicologia da aprendizagem até na organização dos produtos em supermercados e a elaboração de comerciais de produtos que se baseiam em psicologia do marketing.
2. A EDUCAÇÃO
2.1. O QUE É EDUCAÇÃO?
A palavra educação é proveniente do latim educare, cujo significado literal é conduzir para fora ou direcionar para fora. 
O conceito de educação sofreu influência do nativismo e do empirismo. O primeiro era entendido como o desenvolvimento das potencialidades interiores do homem, cabendo ao educador apenas exteriorizá-las, e o segundo era o conhecimento que o homem adquiria através das experiências (MARTINS, 2004, p. 13).
A educação pode ser definida como sendo o processo de socialização dos indivíduos. Ao receber educação, a pessoa assimila e adquire conhecimentos. A educação também envolve uma sensibilização cultural e de comportamento, onde as novas gerações adquirem as formas de se estar na vida das gerações anteriores.
Para Zacharias (2007):
educar é construir, é libertar o homem do determinismo, passando a reconhecer o papel da história e a questão da identidade cultural, tanto em sua dimensão individual, como na prática pedagógica proposta. A concepção de educação de Paulo Freire percebe o homem como ser autônomo. Esta autonomia está presente na definição de vocação antológica de “ser mais” que está associada com a capacidade de transformar o mundo.
Para Cotrim e Parisi (1979), o homem possui duas fontes de conhecimento, a experiência individual, conduzida através de uma descoberta individual, e a transição de conhecimento de um sujeito para outro individuo, ato atribuído ao convívio escolar. Segundo eles, educação é a capacidade que o homem tem para adquirir este conhecimento e aprender por meio de experiências, que o possibilite agir conforme o comportamento, tanto por meio físico quanto por meio psíquico.
A educação, fundamentada na Constituição Federal e amparada por princípios que buscam uma sociedade mais justa, é de direito de todos, dever do Estado e da família, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (artigo 205 da Constituição Federal). 
O processo educativo é materializado numa série de habilidades e valores, que ocasionam mudanças intelectuais, emocionais e sociais no indivíduo. De acordo com o grau de sensibilização alcançado, esses valores podem durar toda a vida ou apenas durante um determinado período de tempo.
No caso das crianças, a educação visa fomentar o processo de estruturação do pensamento e das formas de expressão, contribui para o processo de maturidade sensório-motor e estimula a integração e o convívio em grupo.
2.2. EDUCAÇÃO NO BRASIL
Atualmente, considera-se a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimentos que um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas. 
Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. As escolas e universidades tornaram-se locais de grande importância para a ascensão social e muitas famílias tem investido muito neste setor.
A educação no Brasil, segundo o que determina a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), é responsabilidade do Governo Federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, que devem gerir e organizar seus respectivos sistemas de ensino.
É importante ressaltar que a educação é um direito público, dever governamental e incentivo da sociedade, e esta dividida em três etapas sucessivas, a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Quaisquer destes níveis devem ser oferecidos a sociedade com gratuidade e expressar qualidade para favorecer a permanência. 
3. PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO
As origens históricas da psicologia escolar remontam ao século XIX. A expansão do ensino público nos países da América e da Europa, além da crescente ocorrência de problemas ligados aos menores (abandono, negligência, delinqüência e outros), originou a procura por profissionais preparados para fornecer ajuda às escolas e aos órgãos jurídicos legais em relação aos problemas de avaliação e compreensão das dificuldades existentes, bem como suas possíveis causas.
No final do século XIX e início do XX, dava-se ênfase à avaliação psicológica individual de crianças e adolescentes suspeitos de serem “deficientes mentais, físicos ou morais”. Gradualmente, além dessa ênfase inicial, passaram as clínicas e serviços a desenvolver um trabalho mais amplo no âmbito de problemas de educação e crianças em idade escolar.
A inserção da psicologia predominava a necessidade de corrigir e adaptar, à escola, o aluno portador de um problema de aprendizagem (CORREIA; CAMPOS, 2004; TANAMACHI, 2000). Portanto, nesse contexto adaptacionista e de correção, que emergiu a figura do psicólogo escolar, convocado à escola para resolver problemas que surgiam neste espaço de formação. 
Um levantamento histórico acerca da atuação do psicólogo escolarconstata que a psicologia, enquanto instrumento aplicado às práticas educacionais, com o empenho de educadores e cientistas do comportamento em classificarem crianças com dificuldades escolares e proporem os mesmos métodos especiais de educação, a fim de ajustá-las aos padrões de normalidade definidos pela sociedade. (YAZLLE, 1997, p. 15).
 Observação, prevenção, intervenção e mensuração de habilidades e capacidades foram os principais alvos dos estudos científicos desenvolvidos. 
Os primeiros serviços de psicologia escolar foram criados ao final do século XIX, na França.
3.1. O PSICÓLOGO ESCOLAR
A psicologia escolar vem sendo considerada até agora como uma área secundária da psicologia, pois, tem como referências conhecimentos científico sobre desenvolvimento emocional, cognitivo e social, utilizando-os para compreender os processos e estilos de aprendizagem e direcionar a equipe educativa na busca de um constante aperfeiçoamento do processo ensino/aprendizagem. 
O entrelaçamento entre a psicologia e a educação trouxe, para o contexto educativo, um novo profissional: o psicólogo escolar. Entretanto, definir o papel deste profissional e estabelecer seu campo de atuação é uma tarefa complexa, apesar de extremamente necessária, uma vez que co-existem posicionamentos diferentes acerca do que é a psicologia escolar. 
A psicologia escolar no Brasil se deu através das primeiras intervenções, que focalizava a criança como objeto de estudo, que, por não se enquadrar às normas e regras da instituição de ensino, era considerado “aluno-problema”.
A realidade nas escolas mostra que os resultados no processo ensino aprendizagem não são satisfatórios e, sugere que o contexto escolar necessita de mais profissionais envolvidos para buscar a solução capaz de resolver os problemas que surgem. 
O psicólogo é um profissional cotado para fazer parte dessa nova equipe escolar. Ele passa a ser visto além do consultório, como um profissional agente de mudanças, que contribuirá no processo educacional, como afirma Reger (1989, p. 09):
(...) o psicólogo escolar é um cientista, um engenheiro educacional ou projetista de planos educacionais que usa das mais modernas metodologias e técnicas. À medida que busca utilizar o sistema educacional tão efetivamente quanto possível para cada criança ou grupos de crianças, tem muito em comum com o administrador educacional e com o professor. Assim como os outros educadores, ele daria mais ênfase ao crescimento e desenvolvimento da criança do que à ‘patologia’. Mas diferencia-se do administrador e do professor conforme visa à aplicação mais consistente do método científico na resolução e problemas.
Cabe ressaltar que o trabalho que será exercido pelo psicólogo não será uma superposição do campo psicológico sobre o educacional, nem apenas um trabalho prático, mas deve ser um trabalho de reflexão da prática a partir da teoria.
Para Patto (2010, p.13):
A definição segundo o qual o objetivo básico do psicólogo escolar é “ajudar aumentar a qualidade e a eficiência do processo educacional através da aplicação dos conhecimentos psicológicos” é generalizada e baseia num termo ambíguo, sem a preocupação de explicá-lo: o conceito de eficiência do ensino. Diante dele, é preciso perguntar: o que é um sistema de ensino eficiente? De que eficiência se está falando? Para que realizar objetivos? Em benefício de quem? Como estes objetivos se configuram nas intenções das leis? Como se concretizam na realidade dos processos e produtos escolares? Apagar estas questões fundamentais é admitir a versão oficial que a escola é uma instituição neutra que visa realizar um projeto de socialização dos imaturos e prepará-los para a vida em sociedade, concebida, em seus aspectos estruturais e funcionais, como algo natural, dado que abrange instituições empenhadas em beneficiar a todos e a cada um de seus membros, independentemente da ordem social, da cor, do credo e do sexo. 
González Rey (1997) e Mitjáns Martínez (2003) apontam que tais diferenças encontram suas raízes na fragmentação da psicologia, do conhecimento e, conseqüentemente, do indivíduo, em áreas ou partes segmentadas. Tal fragmentação se reflete no debate do que se entende por psicologia escolar e sobre quais são as características que a distingue de outros campos e áreas.
Assim como afirmam Araújo & Almeida (2006): 
“A psicologia escolar passa a ser entendida numa perspectiva relacional e institucional, uma vez que considera para além do atendimento individualizado a alunos com dificuldades de aprendizagem a compreensão do funcionamento da instituição, considerando a forma complexa da rede de interações no âmbito da instituição contribui ou não para a situação de queixa escolar.”
A participação do psicólogo escolar na equipe multidisciplinar é fundamental para respaldá-la com conhecimentos e experiências científicas atualizadas na tomada de decisões de base, como a distribuição apropriada de conteúdos programáticos (de acordo com as fases de desenvolvimento humano), seleção de estratégias de manejo de turma, apoio ao professor no trabalho com a heterogeneidade presente na sala de aula, desenvolvimento de técnicas inclusivas para alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou comportamentais, programas de desenvolvimento de habilidades sociais e outras questões relevantes no dia-a-dia da sala de aula, nas quais os fatores psicológicos tenham papel preponderante.
Constata-se então a importância do papel do psicólogo como um mediador nos espaços escolares, diante de tantas inquietações que têm surgido na nova realidade social e que, em geral, não tenha tido reflexão por parte de educadores, gestores e famílias em busca de minimizar os problemas que interferem no aprendizado das crianças, adolescentes e jovens.
3.2. O TRABALHO DO PSICÓLOGO ESCOLAR
O trabalho do psicólogo escolar tem como diretriz o desenvolvimento do viver em cidadania. Busca instrumentos para apoiar o progresso acadêmico adequado do aluno, respeitando diferenças individuais e é pautado na promoção da saúde da comunidade escolar a partir de trabalhos preventivos que visem um processo de transformação pessoal e social.
Martínez (2001) acrescenta ainda a possibilidade de contribuição do psicólogo nas propostas pedagógicas da escola e no desenvolvimento da criatividade na prática educativa e assim: 
“Os conhecimentos produzidos a partir da investigação psicológica podem contribuir para uma prática educativa mais produtiva para a formação, nos alunos, das capacidades e características necessárias para desempenho criativo em seus diferentes contextos de atuação, presentes e futuros”.
O psicólogo escolar desenvolve atividades direcionadas com alunos, professores e funcionários e atua em parceria com a coordenação da escola, familiares e profissionais que acompanham os alunos fora do ambiente escolar.
A partir de uma visão sistêmica age em duas frentes: a preventiva e a que requer ajustes ou mudanças. Desta forma, contribui para o desenvolvimento cognitivo, humano e social de toda a comunidade escolar.
Além do trabalho de prevenção, com um olhar para a saúde psíquica dos atores envolvidos na instituição, a ampliação do campo de atuação do psicólogo nas escolas permite a inter-relação de conteúdos teóricos da psicologia com o processo educacional, podendo acrescentar novas possibilidades ao trabalho dos educadores e ainda, aumentar a produção de conteúdo científico, auxiliando cada vez mais o processo educacional nas escolas. 
3.3. O PSICÓLOGO COMO AGENTE DE MUDANÇAS
O psicólogo entra em cena como catalisador de transformações e agente de mudanças. Por este motivo, o profissional da psicologia deve estar ciente de suas atribuições. 
O profissional deve se apropriar das questões fundamentais daquele contexto escolar em particular e a partir desta premissa de planejar, através de estratégias coerentes e intervenções pertinentes, a resolução dos impasses que se apresentam naquela instituição.
Ou seja, o psicólogo escolar deve proporcionar um espaçode escuta e diálogo entre professores, alunos, pais e coordenadores, em que se possa criar o vínculo escola- família, e que neste “lócus” participem todos que formam a totalidade da escola através da democratização de medidas e intervenções a serem realizadas; promover um trabalho de conscientização junto aos professores sobre a necessidade da criação de um vínculo mais significativo entre pais e mestres, facilitando a criação de estratégias de orientação aos pais e elucidando a dinâmica do trabalho com os alunos em sala de aula, de modo a proporcionar a extensão deste trabalho em casa; favorecer o cultivo de uma gestão democrática e flexível na prática de habilidades de interesse social, pois sendo a escola um ambiente sócio-cultural, tem o dever de promover não somente a formação cientifica, mas também prover a formação do cidadão consciente, questionador, promovedor de mudanças e de valores para a preparação moral na vida integrada em sociedade; trabalhar de maneira preventiva todas as questões a partir de um olhar investigador e empático, através de trabalho de campo que envolve os problemas daquela instituição; no atendimento do âmbito escolar, este identifica dificuldades e encaminha para os profissionais competentes, além disto, mantém contato com os profissionais envolvidos em tratamento extra-escolar, realizando a troca de relatórios para melhor intervenção com o aluno.
E por fim, cabe ao psicólogo escolar integrar a teia de relações e fazer parte da equipe multiprofissional, que envolve o processo ensino/aprendizagem, levando em conta o desenvolvimento global do estudante e da comunidade educativa que está inserido.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A psicologia escolar, enquanto campo de produção científica e de atuação profissional caracteriza-se pela inserção da psicologia no contexto escolar com o objetivo de contribuir para a promoção do desenvolvimento, da aprendizagem e da relação entre esses dois processos.
Inserido neste contexto de formação coube ao psicólogo escolar, por muito tempo, classificar os alunos com dificuldades escolares e propor métodos especiais de educação, tentando ajustá-los aos padrões de normalidade aceitos socialmente. Entretanto, a partir do afastamento em relação à postura adaptativa e corretiva, a Psicologia Escolar tem buscado solidificar uma atuação de caráter preventivo e relacional que se sustenta muito mais em parâmetros de sucesso do que de fracasso.
Imersa em um contexto social cheio de transformações, a Psicologia Escolar tem construído atuações que buscam não somente abandonar um modelo que focaliza o problema no aluno. Ela tem se esforçado para integrar outras modalidades de trabalho que ampliem as possibilidades de sucesso dos atores envolvidos, superando as práticas psicológicas que tratam a dificuldade de aprendizagem ou o fracasso escolar como um problema individual ou do meio familiar.
Dessa forma, a Psicologia Escolar tem, entre os seus desafios, ampliar seu foco de atuação, pesquisa e produção de conhecimento para além da escola, pois diferentes contextos como creches e ONGs, por exemplo, e outros níveis do sistema educacional podem enriquecer-se do trabalho desenvolvido por profissionais e pesquisadores voltados à interface Psicologia-Educação.
Diante deste novo cenário que vem caracterizando a Psicologia Escolar contemporânea, espera-se construir ações diferenciadas e transformadoras que, além de promoverem o desenvolvimento e a aprendizagem de todos os envolvidos no cotidiano escolar, venham também enriquecer esse campo do conhecimento.
REFERÊNCIAS
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ARAÚJO, C. M. M., & ALMEIDA, S. F. C. Psicologia escolar institucional: desenvolvendo competências para uma atuação relacional. In S. F. C. Almeida (Org.), Psicologia escolar: ética e competências na formação e atuação do profissional (pp.59-82). Campinas: Alínea, 2006.
Conselho Federal de Psicologia. (1988). Quem é o Psicólogo Brasileiro? São Paulo: EDICON. 
Conselho Federal de Psicologia. (2004). Resolução CNE/CES nº 08/2004, de 08 de maio de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia. Brasília, DF. 
CORREIA, M.; CAMPOS, H. R. Psicologia Escolar: histórias, tendências e possibilidades. In: YAMAMOTO, O. H.; NETO, A. C. (Orgs.). O psicólogo e a escola: uma introdução ao estudo da psicologia escolar. Natal: EDUFRN, 2004. p. 137-185. 
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GUZZO, R. S. (1996). Formando psicólogos escolares no Brasil, dificuldades e perspectivas. In S. M. WECHSLER (Org.). Psicologia escolar: Pesquisa, formação e prática (pp. 75-89). Campinas: Alínea.
MARTINS, Rosilene Maria Sólon Fernandes. Direito á Educação: aspectos legais e constitucionais. Rio de Janeiro: Letra Legal, 2004. 
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MITJÁNS MARTÍNEZ, A. O psicólogo na construção da proposta pedagógica da escola: áreas de atuação e desafios para a formação. In: ALMEIDA, S. F. C. de (Org.). Psicologia Escolar: ética e competências na formação e atuação profissional. Campinas: Editora Alínea, 2003. p. 105-124.
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YAZLLE, E. G. Atuação do psicólogo escolar: alguns dados históricos. In: CUNHA, B. B. B., YAZLLE, E. G., SALOTTI, M. R. R.; SOUZA, M. De (Orgs.). Psicologia na Escola: um pouco de história e algumas histórias. São Paulo: Arte ; Ciência, 1997. p. 11-38.
ZACHARIAS, Vera Lúcia C. Paulo Freire e a educação. Centro de Referência Educacional, 2007.
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https://conceito.de/educacao - Acesso em: 29/12/2017 - Horário: 19h30min.
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