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O que é Educação Ambiental? 
 
Vivemos atualmente uma época de grandes preocupações ecológicas. Isso é resultado 
da ampla divulgação dada pelos meios de comunicação à questão ambiental. Hoje, qualquer 
cidadão razoavelmente informado está ciente do problema ecológico. E ainda que a 
consciência ecológica tenha aumentado significativamente nos últimos anos, não conseguimos 
dar passos decisivos nessa questão. Há uma distância muito grande entre o alvoroço criado 
em torno do tema e a procura de soluções. 
Dados da ONU apresentados durante a ECO-92 mostram que rapidamente se esgotam 
os recursos do planeta e que é urgente uma nova mentalidade, uma nova postura e uma nova 
ética em relação ao meio ambiente. Alguma coisa precisa ser feito de imediato para minimizar 
a ação do homem contra a natureza. 
A preservação ambiental está intimamente ligada a questão educacional, pois é essa 
que consolidará ações concretas e duradouras. 
A educação ambiental se torna altamente importante dentro deste contexto, pois é 
preciso educar nossas crianças e reeducar a população adulta dentro de uma visão 
ambientalista que leve em consideração todos os aspectos do meio, quer sejam econômicos, 
sociais, culturais, éticos ou ecológicos. 
Através da Educação Ambiental, graças à interdisciplinariedade que lhe é inerente, é 
possível despertar a consciência crítica e recuperar nossa formação histórica, cultural e social 
melhorando a qualidade de vida. 
Muitas vezes Educação Ambiental é confundida com ecologia e, na maioria dos livros 
didáticos, o tema é tratado somente com uma visão biológica. Há uma necessidade crescente e 
urgente de redefinir essa questão. É preciso, para uma formação ambiental, que se considere 
todos os aspectos: éticos, políticos, sociais, econômicos, culturais, ecológicos, científicos e 
tecnológicos. 
Histórico 
A Educação Ambiental aparece como recomendação mundial a partir da década de 70. 
Em resposta à Conferência de Estocolmo promovida pela ONU, realizou-se em 
Belgrado, Iugoslávia, em 1975, o Encontro de Belgrado, no qual foram formulados princípios e 
orientações para o programa de Educação Ambiental mundial. Seu principal tema foi a 
necessidade de uma nova ética global que proporcionasse a erradicação da pobreza, da fome, 
do analfabetismo, da poluição e da dominação e exploração humanas. Além disso, propõe o 
desenvolvimento da Educação Ambiental como um dos elementos mais críticos do mundo. 
A Conferência Intergovernamental realizada em Tbilisi (Georgia, Rússia) em 1977, 
organizada pela UNESCO em cooperação com o Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (PNUMA), constitui-se no marco mais importante da evolução da Educação 
Ambiental. 
A Conferência definiu Educação Ambiental como uma dimensão dada ao conteúdo e à 
prática da educação, orientada para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente, 
através de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada 
indivíduo e da coletividade. Além disso, fez uma série de recomendações da prática da 
Educação Ambiental para os países membros da UNESCO. Essas recomendações colocam a 
Educação Ambiental como multidisciplinar, que abrange todas as dimensões humanas, 
evidenciando as interdependências econômicas, políticas e ecológicas. 
Para que atinja esses objetivos, a Educação Ambiental deve suscitar uma vinculação estreita 
entre os processos educativos e a realidade, dirigindo-se ao público em geral, de todas as 
idades e de todas as profissões, com a finalidade de consolidar comportamentos que melhorem 
a qualidade de vida. 
Para tanto, deve lançar mão de todos os meios públicos e privados (educação formal e 
não formal e os meios de comunicação). Segundo a Conferência, cada país deve intensificar 
ou estabelecer as estruturas que consolidem seu programa de Educação Ambiental, levando 
em consideração todos os aspectos de seu povo. 
Dez anos depois da Conferência de Tbilisi, 300 especialistas de cem países reuniram-
se em Moscou para o Congresso Internacional em Educação e Formação Ambientais, do qual 
saíram estratégias internacionais para as ações no campo da Educação Ambiental para a 
década de 90. O documento elaborado nesse encontro reforça que a Educação Ambiental deva 
ser um processo permanente, multidisciplinar, que leve em conta as realidades econômica, 
social e ecológica e que esteja sintonizada com a sociedade, sendo dirigida a todos os seus 
membros. Acima de tudo, a Educação Ambiental deve ser considerada como uma base para 
uma maneira de se viver em harmonia com o meio ambiente. 
Objetivos e os Princípios Básicos da Educação Ambiental 
A partir desses encontros foram traçadas as finalidades, os objetivos e os princípios 
básicos da Educação Ambiental, que devem adaptar-se à realidade de cada região. São eles: 
FINALIDADES: 
 Ajudar a compreender, claramente, a existência e a importância da interdependência 
econômica, social, política e ecológica, nas zonas rurais e urbanas; 
 Proporcionar para todas as pessoas a possibilidade de adquirir os conhecimentos, o 
sentido dos valores e as atitudes necessárias para proteger e melhorar o meio 
ambiente; 
 Fazer surgir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na 
sociedade como um todo a respeito do meio ambiente. 
OBJETIVOS: 
 Ter consciência e conhecimento do meio ambiente global e dos problemas anexos; 
 Desenvolvimento de uma ética ambiental, a partir de novos comportamentos; 
 Desenvolver habilidades para determinar e resolver os problemas ambientais; 
 Participação ativa para resolver os problemas ambientais. 
 
PRINCÍPIOS: 
 Considerar o meio ambiente na sua totalidade; 
 Constituir um protesto contínuo e permanente; 
 Aplicar o enfoque multidisciplinar; 
 Examinar as questões ambientais do ponto de vista local, regional, nacional e 
internacional (de onde vem o lema da Educação Ambiental: "PENSE GLOBALMENTE, 
AJA LOCALMENTE"); 
 Concentrar-se nas situações ambientais, dentro de uma perspectiva histórica; 
 Considerar, de uma maneira explícita, os aspectos ambientais nos planos de 
desenvolvimento e de crescimento; 
 Ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais; 
 Destacar a complexidade ambiental, desenvolvendo o senso crítico; 
 Utilizar diversos ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para comunicar 
e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente. 
Resumindo, a educação ambiental tem por objetivos: 
Habilidades: conhecer problemas e identifícá-los, ter a técnica, praticar a técnica, 
apresentar soluções para problemas reais, tomar decisões, discutir em grupo 
Valores: consciência na conduta pessoal, responsabilidade coletiva e individual, 
solidariedade, menor consumismo, valorização dos seres humanos e de todos os seres 
vivos, nova ética com relação ao meio ambiente 
Atitudes e comportamentos: transformador da sociedade, consciência coletiva, 
participação comunitária, dever de ajudar, reunir esforços, organizar 
A Educação Ambiental auxilia: 
 aprender, partindo dos exemplos de outros, a evitar seus erros e imitar seus sucessos; 
 prever e evitar desastres ambientais, especialmente aqueles irreversíveis; 
 fazer render ao máximo os recursos naturais com que o país foi dotado: administrar 
esses dons de modo eficiente, produtivo e sustentável; 
 ser capaz de implementar políticas como o reflorestamento, a reciclagem ou o 
planejamento familiar, que requerem a cooperação de todas as pessoas; 
 economizar dinheiro, evitando os danos ambientais no lugar de ter de repará-los 
posteriormente; 
 desenvolver a opinião pública no sentido de evitar o pânico e o exagero, porém 
respeitando a verdadeira urgência das questões; 
 permitir que as pessoas se tornem cidadãos informados e produtivos do mundo moderno; 
 assegurar um ambienteenriquecedor que dê segurança e alegria às pessoas, ao qual 
elas se sintam econômica, emocional e espiritualmente conectadas. 
Texto Extraído do documento: "Conceitos para Fazer Educação Ambiental" - Secretaria de Estado do Meio Ambiente 
de São Paulo 
 
O QUE VOCÊ PODE FAZER? 
A partir das respostas pode-se propor a si mesmo uma série de medidas pessoais que 
levem a atitude ecologicamente mais responsável. 
O exemplo individual é ainda a melhor estratégia para promover pequenas, mas 
significantes, mudanças na relação com o meio ambiente. 
Entre elas podemos citar: 
1 - Informe-se: 
A informação é a base de toda ação que se pode desencadear e é um dos primeiros 
princípios de educação ambiental (Habilidades: conhecer problemas e identificá-los, ter a 
técnica, praticar a técnica, apresentar soluções para problemas reais, tomar decisões, 
discutir em grupo) 
Exemplos: 
 conheça a crise populacional; observe os efeitos da concentração populacional em 
grandes centros urbanos sobre a saúde, comportamento e qualidade de vida; 
 reflita em como o desenvolvimento de sua região afeta a economia e a comunidade; 
 contate organizações que trabalhem com a agricultura sustentável, conservação de solo 
e água; 
 questione-se sobre a comida que você ingere. De onde ela vem ? Que alimentos são 
nativos de sua região? São utilizados agrotóxicos nesses alimentos? 
 informe-se sobre espécies e extinção e se em sua região existe alguma espécie em risco; 
 informe-se sobre o tratamento de água em sua cidade e sobre as bacias locais de 
captação de água e de despejo de esgoto; 
 procure se informar sobre programas de economia de energia em sua comunidade; 
 localize entidades que façam reciclagem de lixo: como elas trabalham, que tipo de 
material reciclam,etc. 
 
2- Alie-se: 
Associe-se a organizações ou outras pessoas que estejam preocupadas com os 
problemas ambientais específicos. Juntos terão mais força para empreender mudanças 
que isoladamente (consciência na conduta pessoal, responsabilidade coletiva e individual, 
solidariedade, menor consumismo, valorização dos seres humanos e de todos os seres 
vivos, nova ética com relação ao meio ambiente) 
 
3 - Reveja seus hábitos e estilo de vida: 
Pondere quais atitudes você pode tomar no seu dia-a-dia para influenciar e eventualmente 
mudar os problemas relativos ao meio ambiente. 
Exemplos: 
 procure meios de conservar e proteger os recursos dos quais toda a população mundial 
compartilhe 
 tente reciclar papel, vidro, latas e plásticos 
 procure instalar em sua casa produtos que consumam menos energia 
 oriente-se sobre as necessidades calóricas e de proteínas diárias recomendadas e veja 
se sua família as estão satisfazendo. Faça a mesma coisa para sua comunidade. 
 promova a diversidade biológica em sua casa (jardim ou horta) ou em suas terras. 
 não compre plantas ou animais em risco de extinção, nem produtos feitos com espécies 
super exploradas (peles selvagens, tartaruga e couro de répteis, marfim, pássaros 
tropicais, mogno, entre outros 
 boicote a aquisição de corais 
 procure economizar água 
 melhore a eficiência de energia em sua casa, com equipamentos elétricos que 
consumam menos energia. 
 procure utilizar iluminação e ventilação natural nas construções. 
 compre eletro-domésticos que não agridam o ambiente, como refrigeradores livres de 
CFC. 
 plante árvores ao redor de sua casa. Além de preservar e aumentar a diversidade 
biológica, elas ajudam a conservar a energia, promovendo sombra durante o verão. 
 procure utilizar papel reciclável. 
 
4 - Trabalhe juntamente com seus candidatos eleitos 
Contate deputados, vereadores e procure saber qual suas posições quanto a assuntos 
ambientais ou de um problema específico de sua comunidade. 
 
5 - Divulgue seus pontos de vista 
Procure informar a população e líderes comunitários os problemas ambientais e como eles 
afetam o mundo. 
Exemplos: 
 patrocine mostras e discussões sobre temas específicos 
 divulgue idéias sobre a produção de alimentos e a subnutrição e fome no mundo 
 passa para outras pessoas de seu ambiente familiar e profissional as informações que você 
tenha recebido 
 
6 - Desperte a conscientização através da educação 
Organize atividades educativas em escolas ou na comunidade para educar as pessoas sobre 
os problemas ambientais mundiais e locais (transformador da sociedade, consciência coletiva, 
participação comunitária, dever de ajudar, reunir esforços, organizar) 
Exemplos: 
 ajude a fornecer material a educadores 
 convide professores de biologia, ecologia, geografia; profissionais da saúde e outros 
profissionais para palestras na comunidade