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CIVIL lV AULA 03 EFEITOS DA POSSE

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DIREITO CIVIL IV 
EFEITOS DA POSSE 
Aula 3 
 
Objetivos 
Ao final da sessão o aluno deverá ser capaz de: 
 
• Estudar os efeitos da posse quanto aos frutos e as benfeitorias; 
• Compreender, material e processualmente, as ações 
possessórias 
CONTEÚDO DA AULA 
 
Unidade 2 – POSSE (Continuação) 
2.6. Efeitos da posse 
 
 
 
 
 
 
EFEITOS DA POSSE 
Efeitos da Posse 
Destaca-se: 
a) Percepção dos frutos ; 
b) Indenização e retenção por benfeitorias; 
c) Indenização por prejuízos sofridos; 
d) Defesa da posse (interditos possessórios); 
e) Usucapião 
GJFF 6 
POSSE JUSTA 
 
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina 
ou precária. 
a) VIOLENTA 
 Adquirida pela força física ou violência moral; 
b) CLANDESTINA 
 Estabelecida às ocultas daquele que tem interesse em conhecê-la; 
c) PRECÁRIA 
 Originada do abuso de confiança por parte de quem recebe a 
coisa, a título provisório, com o dever de restituí-la. 
 
POSSE INJUSTA 
 
 É injusta a posse que se revestir de violência, 
clandestinidade ou precariedade. 
GJFF 7 
Relatividade da posse 
 
• Posse é injusta em face do legitimo possuidor, 
 Posse é justa em relação às demais pessoas 
 Efeito => pode utilizar da proteção possessória 
 
• Para a proteção da posse não importa que seja justa 
ou injusta, em sentido absoluto, 
 => basta ser justa em relação ao adversário 
GJFF 8 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou 
o obstáculo que impede a aquisição da coisa. 
 § único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de 
boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei 
expressamente não admite esta presunção. 
POSSE DE BOA-FÉ 
 
• Possuidor convicto de que a coisa, realmente, lhe 
pertence, 
• Possuidor ignora que está prejudicando direito de 
outra pessoa, por não saber da existência de vício 
que lhe impede a aquisição da coisa ou do direito. 
GJFF 9 
Presunção "juris tantum" de boa-fé. 
 
• Presume-se possuidor de boa-fé aquele que possui 
justo título. 
• Justo título -> título hábil para transferir a posse ou 
o domínio. 
• Presunção iuris tantum -> se aparecer prova em 
contrário que desautoriza o possuidor, ou em razão de 
lei – quando tal presunção não for admitida -> caso do 
esbulhador violento. 
Código Civil, arts. 1.214, 1.217, 1.219, 1.222, 1.255, 1.257, 1.258, 
1.259,1.242,1.261, 307, § ú, e 1.260, relativos ao possuidor de 
boa-fé. 
GJFF 10 
POSSE DE MÁ-FÉ 
 
Quando possuidor, mesmo portador de título, tiver 
ciência da ilegitimidade do seu direito de posse, em 
virtude de vício ou obstáculo impeditivo de sua 
aquisição. 
 
Sobre possuidor de má-fé 
arts. 1.214, § ú, 1.216, 1.218, 1.220, 1.254, 1.256, 1.261 e 1.258, 
§ único do Código Civil, 
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e 
desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que 
o possuidor não ignora que possui indevidamente. 
GJFF 11 
Circunstâncias presuntivas de má-fé: (doutrina) 
 
a) Nulidade manifesta do título; 
b) Possuidor ter, em seu poder, instrumento contrário 
à legitimidade de sua posse. 
 Ex. Venda de pai a filho sem anuência dos demais 
filhos, 
 Compra de bens do testamento pelo 
testamenteiro. 
Ônus da prova 
 Parte deve provar que possuidor não ignorava ou 
deixou de ignorar ilegitimidade de sua posse. 
GJFF 12 
Transformação da Posse de boa-fé em posse de má-fé 
(Art 1202 CC) 
 
 
• Ocorre desde o momento em que as circunstâncias 
demonstrem que o possuidor não mais ignora que 
possui indevidamente 
• Tudo o que possa ser produzido periodicamente da coisa, 
nascendo e renascendo, sem alteração nem diminuição de sua 
substância. 
 
• Inclui-se não somente tudo que venha a ser criado 
naturalmente pela coisa, como tudo o que dela se possa 
perceber pelo trabalho ou por outros meios. 
 
• Frutos podem ser: 
Naturais 
Civis 
Industriais 
 
FRUTOS 
GJFF 14 
FRUTOS NATURAIS 
 
 Frutos produzidos pela coisa, sem qualquer 
intervenção ou trabalho do homem. 
 
 São gerados pela força da natureza, 
 
 Provindo das árvores, das plantas ou dos animais, 
periodicamente, sem que se altere a substância da 
coisa ou a diminua. 
 
GJFF 15 
FRUTOS CIVIS 
 
 São vantagens pecuniárias que se tiram das coisas 
 
 Rendimentos periódicos que a coisa possa produzir, 
em virtude de utilização dela por terceiros, donde 
provém a paga ou retribuição que o constitui. 
 
Rendimentos que se tiram do comércio (lucros), da 
locação dos prédios (aluguéis) ou da aplicação de 
capitais (juros). 
 
GJFF 16 
FRUTOS INDUSTRIAIS 
 
 São os que se obtêm pela intervenção industriosa 
do homem, embora provindos da natureza. 
 
 Designação admitida para distinguir dos frutos 
naturais, quando necessários distingui-los, por seus 
efeitos jurídicos. 
GJFF 17 
FRUTOS PENDENTES 
 
• Frutos que se encontram presos ou ligados à coisa. 
• Nesta situação não têm existência própria e se entendem 
acessórios das coisas que os produziram. 
• Qdo separados ou colhidos -> frutos não pendentes. 
 
FRUTOS CONSUMIDOS 
• Frutos percebidos que não mais se encontrem em mãos 
do possuidor que os produziu. 
• Expressão contrária à de frutos existentes ou estantes. 
GJFF 18 
FRUTOS EXISTENTES 
 
• Frutos percebidos e não consumidos, 
• Frutos que se encontram ainda em poder da pessoa 
que possui ou está de posse da coisa. 
 
• São frutos não pendentes, já separados da coisa, ou 
colhidos, porém não consumidos. 
 
GJFF 19 
FRUTOS PERCEBIDOS 
 
• São os frutos não pendentes, já separados da coisa. 
 
• Perdem caráter de acessório -> passam a ser coisa 
distinta. 
 
• Dizem-se consumidos, segundo existiam ainda em 
poder do possuidor da coisa ou tenham sido 
consumidos ou saídos de suas mãos. 
GJFF 20 
• Citação da inicial faz a posse de boa-fé passar a ser 
de má-fé, 
 
• Demandado passa a ter conhecimento dos vícios 
que maculam sua posse com a citação e elementos 
probatórios apresentados. 
 
• Perde direito aos frutos pendentes, que devem ser 
devolvidos, com dedução das despesas de 
manutenção e custeio. 
 
GJFF 21 
• Possuidor de boa-fé que teve despesas visando a 
produção dos frutos: 
 
 > aquisição de sementes, mudas, adubos, pagando 
mão-de-obra para plantio, na certeza de que o fazia 
em seu benefício 
 > Convicção de que o bem lhe pertencia, 
 > Princípio de que ninguém deve enriquecer-se à 
custa alheia, será ressarcido dos gastos, 
 > Não aufere vantagem com os frutos pendentes. 
GJFF 22 
• Frutos percebidos fraudulentamente por antecipação, 
devem ser devolvidos -> não haver locupletação à custa 
alheia. 
 
• Possuidor de boa-fé tem direito aos frutos colhidos na 
época própria. 
 
• Cessada a boa-fé, se tais frutos forem percebidos 
prematuramente, devem ser restituídos a quem de 
direito, assegurando-se ao possuidor o reembolso do 
gasto que teve com a sua produção e custeio. 
GJFF 23 
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, 
aos frutos percebidos. 
§ único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé 
devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da 
produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos 
colhidos com antecipação. 
Direito aos 
Frutos 
Percebidos 
"oportuno 
tempore" 
Possuidor de boa-fé, enquanto ela durar, 
possui direito aos frutos percebidos ou 
colhidos tempestivamente, equiparando-se 
ao dono, uma vez que possui o bem, com a 
convicção do proprietário, por ter em mãos 
um título jurídico,GJFF 24 
POSSUIDOR DE BOA-FÉ – FRUTOS COLHIDOS NA ÉPOCA 
PRÓPRIA 
 
A PARTIR DA CITAÇÃO DA INICIAL PASSA A SER CONSIDERADO 
COMO POSSUIDOR DE MÁ-FÉ PERDENDO O DIREITO AOS 
FRUTOS PENDENTES, HAVENDO DEDUÇÃO DAS DESPESAS DE 
MANUTENÇÃO E CUSTEIO. 
FRUTOS COLHIDOS PREMATURAMENTE DEVERÃO SER 
RESTITUÍDOS, ASSEGURANDO-SE AO POSSUIDOR O 
REEEMBOLSO DO GASTO QUE TEVE COM A SUA PRODUÇÃO E 
CUSTEIO. 
GJFF 25 
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e 
percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se 
percebidos dia por dia. 
• Frutos naturais ou industriais são tidos por colhidos e 
percebidos assim que forem separados de sua fonte 
(ex. pêssegos tirados do pé, tecidos que saem do tear) 
• Não importa se foram consumidos ou se estão 
armazenados. 
• Frutos civis (juros, aluguéis ou rendas), reputam-se 
percebidos dia a dia, independentemente do termo de 
seu pagamento. 
GJFF 26 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos 
colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de 
perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem 
direito às despesas da produção e custeio. 
Responsabilidade e direito do possuidor de má-fé 
• Pune-se malícia do possuidor de má-fé 
• Responde pelos danos que causou pelos frutos colhidos e pelos 
que culposamente deixou de perceber, pagando indenização 
correspondente ao valor deles. 
• Para evitar enriquecimento sem causa, o possuidor de má-fé tem 
direito ao reembolso das despesas com produção e custeio dos 
frutos colhidos e percebidos. 
Irresponsabilidade do possuidor de boa-fé pela perda ou 
deterioração do bem. 
• Possuidor de boa-fé não responde por perda ou deterioração da 
coisa, a que não der causa. 
• Deve indenizar se agiu com dolo ou culpa, concorrendo para a 
deterioração ou perda do bem. 
 
Conseqüência: 
• Possuidor de boa-fé será condenado a restituir a coisa no estado 
em que ela estiver, se não procedeu com culpa. 
• Isto porque se considera proprietário e como tal não deve prestar 
contas de seus atos. 
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou 
deterioração da coisa, a que não der causa. 
GJFF 28 
Responsabilidade do possuidor de má-fé por perda ou deterioração da 
coisa. 
• Princípio de que a má-fé não pode aproveitar a ninguém; 
• Possuidor de má-fé, devido à ilicitude de sua conduta, será 
responsabilizado pela perda ou deterioração da coisa possuída 
ilegitimamente, ainda que acidentais. 
• Possuidor de má-fé deve indenizar reivindicante pelos prejuízos sofridos 
em razão de perda ou deterioração do bem. 
 
• Excludente: Se conseguir comprovar que perda ou deterioração da coisa 
se daria de qualquer modo, mesmo que estivesse o bem em poder do 
reivindicante,. 
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou 
deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de 
igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. 
Posse 
Frutos Colhidos Pendentes Percipiendos 
Boa-fé 
Direito do 
possuidor 
Restituição, com 
direito à dedução 
das despesas. 
----- 
Má-fé 
Indenização ao 
possuidor 
legítimo, com 
direito à dedução 
das despesas. 
Só lhe assiste o 
direito às 
despesas. 
Indenização ao 
possuidor 
legítimo. 
30 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das 
benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, 
se lhe não forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem 
detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo 
valor das benfeitorias necessárias e úteis. 
BENFEITORIAS 
• Obra realizada pela pessoa na estrutura de uma coisa com 
o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. 
• Não existe benfeitoria natural, todas são artificiais e 
realizadas no corpo da coisa principal 
• Não há aumento do bem, diferentemente da acessão, que 
além de aumentar é modo de aquisição da propriedade. 
Possuidor de boa-fé e indenização por benfeitorias. 
 
• Possuidor de boa-fé, privado do bem em favor do reivindicante 
ou evictor, tem direito de ser indenizado das benfeitorias 
necessárias (art. 96, § 3º CC) e úteis (art. 96, § 2º CC), 
• Valorizam ou tornam o bem mais útil, contribuindo para sua 
conservação e impedindo sua deterioração ou perda. 
Evicção 
• Do latim evictio, de evencere (evencer, desapossar judicialmente) 
• Ato pelo qual terceiro desapossa a pessoa da coisa ou do direito, 
que se encontrava em sua posse, por ter direito a ela. 
• Desapossamento judicial ou administrativo > tomada da coisa ou 
direito real, detida por outrem, embora por justo título. 
Levantamento das benfeitorias voluptuárias. 
 
• Possuidor de boa-fé que realizou benfeitoria voluptuária no bem 
pode ser indenizado por ela. (art. 96, § 1º CC) 
• Se reivindicante não indenizar, tem direito de retirar a benfeitoria 
voluptuária, se o puder sem prejuízo ou detrimento da coisa. 
• Possuidor de boa-fé não tem ação judicial que obrigue proprietário a 
indenizar benfeitoria voluptuária ou restituí-la; 
• Possuidor perde benfeitoria voluptuária se impossível retirada sem 
causar dano à coisa. 
“Jus retentionis”. 
•Exercício do direito de retenção da coisa até ser o pagamento das 
benfeitorias úteis e necessárias realizadas. 
• Meio direto de defesa conferido ao possuidor de boa-fé para conservar 
em suas mãos coisa alheia além do momento em que deveria devolver. 
• Garantia de pagamento de despesas feitas com o bem, apuradas por 
perícia. 
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as 
benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção 
pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. 
• Princípio : Proibição do enriquececimento sem causa 
• Possuidor de má-fé somente tem direito de ser indenizado pelas 
benfeitorias necessárias que fizer para sua conservação. 
• Não tem direito de ser indenizado pelas benfeitorias úteis. 
• Não tem direito de retenção, perdendo para proprietário, como 
compensação do tempo que ficou injustamente privado de sua posse. 
• Não tem direito de levantar as voluptuárias, nem de reter o bem para 
forçar o pagamento da indenização pelas benfeitorias necessárias. 
• Na recusa do proprietário em pagar as necessárias, o possuidor deve 
restituir a coisa e mover ação de indenização contra proprietário. 
Normas dos art. 1.219 e 1.220, CC são SUPLETIVAS, 
podendo ser afastadas pelo exercício da autonomia 
privada 
GJFF 35 
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só 
obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. 
Compensação entre as benfeitorias e os danos. 
 
• Benfeitorias compensadas com danos que possuidor esteja 
obrigado a ressarcir. 
• Hipótese anômala de compensação, que só se opera, em 
regra, entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis (art. 
369 CC). 
• Evita que proprietário e possuidor movam ação um contra o 
outro, se obrigados a pagar determinadas quantias um ao outro, 
• Possibilita acerto de contas entre entre possuidor e 
proprietário. 
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as 
benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre 
o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé 
indenizará pelo valor atual. 
Valor da indenização da benfeitoria. 
• Compete ao reivindicante optar entre valor atual e o seu custo. 
• Devedor da indenização pelas benfeitorias tem opção de pagar 
pelo seu valor atual ou pelo de seu custo. 
• Seja qual for a preferência do reivindicante, o Quantum será fixado 
por perícia, exceto se ocorrer acordo entre as partes, podendo 
incluir a compensação do art. 1.221 CC. 
• No caso do possuidor de boa-fé a lei impõe indenização pelo valor 
atual.Posse 
 
Benfeitoria 
Necessária Útil Voluptuária 
Boa-fé 
Indenização + 
Retenção 
Indenização + 
Retenção 
jus tollendi, sem 
direito de 
retenção 
Má-fé 
Apenas restituição 
do valor gasto pelo 
possuidor. 
---- ---- 
Art. 1.210 - O possuidor tem direito a ser mantido na posse em 
caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de 
violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
 
Parágrafo primeiro - O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá 
manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o 
faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do 
indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 
 
Parágrafo segundo - Não obsta à manutenção ou reintegração na 
posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a 
coisa. 
Proteção da posse 
Juízo possessório 
• Trata da questão da posse 
• Refere ao caráter defensivo do possuidor 
• Visa defender sua vinculação com a coisa (a posse) de 
violência ou agressão iminentes 
 
Juízo petitório (petitorium iudicium) 
• Considera exclusivamente o direito de propriedade. 
• Constituído pelo caráter ofensivo do proprietário, que 
deve provar a qualidade de senhor da coisa 
• São as ações reivindicatórias, de usucapião e imissão de 
posse. 
Juizo Possessório x Juízo Petitório 
• Ações ou medidas judiciais formuladas para proteção da posse. 
 
• Interditos > ações para defesa da posse de ataques ou esbulhos, 
ocorridos dentro de ano e dia. 
 
• Interditos possessórios de ação de força nova, em oposição à de 
força velha, com que se designa a defesa para ofensa havida há mais 
de ano e dia. 
AÇÕES (INTERDITOS) POSSESSÓRIOS 
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de 
posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta 
dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. 
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o 
procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. (novoCPC) 
41 
TURBAÇÃO DA POSSE 
• Ato que embaraça livre exercício da posse, com ou sem dano, 
tenha ou não o turbador melhor direito sobre a coisa. 
 Ex. Rompimento de cercas, corte de árvores. 
 
• Possuidor que sofre embaraço na sua posse, sem contudo perdê-
la, pode propor ação de manutenção de posse 
 
• Tem que provar existência da posse e a turbação. (art. 561 NCPC). 
Art. 561. Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a 
perda da posse, na ação de reintegração. 
42 
• Meio de proteção judicial do possuidor que sofrer turbação 
de se manter na sua posse (arts. 560 a 568 NCPC), receber 
indenização dos danos sofridos e obter a cominação da pena 
para a reincidência (art. 555 NCPC), ou, ainda, se de má-fé o 
turbador remover ou demolir construção ou plantação feita 
em detrimento de sua posse. 
 
AÇÃO DE MANUTENÇÃO DA POSSE 
 
43 
• Se a turbação for nova, com menos de ano e dia, possível 
concessão de liminar, sem audiência da outra parte; 
AÇÃO DE MANUTENÇÃO DA POSSE 
 
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse 
as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de 
ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. 
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o 
procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. 
• Contra pessoas jurídicas de direito público -> Necessidade de 
audiência prévia (art. 562 § ú NovoCPC) 
Art. 562. ... 
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será 
deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência 
dos respectivos representantes judiciais. 
ESBULHO 
• Ato pelo qual possuidor é despojado da posse injustamente, 
por violência, clandestinidade ou precariedade. 
 Ex: 
 1) estranho que invade casa deixada por inquilino. 
 2) comodatário que não devolve a coisa emprestada findo o 
contrato. 
 3) locador de serviço que não devolve casa que recebeu para 
morar, sendo dispensado pelo patrão. 
 
• Possuidor pode intentar ação de reintegração de posse. 
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DA POSSE 
• Ação do esbulhado para recuperar posse perdida em 
razão de violência, clandestinidade ou precariedade. 
• Se esbulho datar menos de ano e dia, possível expedição 
de mandado liminar para reintegração imediata. 
• Se mais de ano e dia - juiz cita réu para contestação. 
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de 
posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for 
proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na 
petição inicial. 
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o 
procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. 
INTERDITO PROIBITÓRIO 
• Proteção preventiva da posse ante ameaça de turbação e esbulho. 
• Possuidor previne turbação ou esbulho, obtendo mandado judicial 
para segurar-se da violência iminente (arts. 567 e 568 NCPC). 
• AÇÃO PROCEDENTE – juiz proíbe réu de praticar ato, sob pena de 
pagar multa e perdas e danos, sfc, em favor do autor ou terceiro. 
• Evita a consumação do esbulho ou turbação. 
Art. 567. O possuidor ... que tenha justo receio de ser molestado na 
posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho 
iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu 
determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito. 
Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II 
deste Capítulo. 
Pressupostos 
para Proposição 
de INTERDITO 
PROIBITÓRIO
 
a) posse atual do autor; 
b) ameaça de esbulho ou de turbação 
iminente; e 
c) justo receio de ser molestado na 
posse da coisa. 
Legítima 
Defesa 
da Posse 
• Em caso de turbação, o possuidor direto ou 
indireto pode reagir, pessoalmente, contra o 
turbador: 
Reação imediata ou sem demora 
Dirigida contra ato turbativo real e atual, 
Emprego de meios estritamente necessários 
para manter-se na posse. 
 
• Autodefesa apenas pode ser exercida contra o 
próprio turbador e não contra terceiros. 
 
DESFORÇO 
IMEDIATO 
• Esbulhado pode restituir-se da posse do bem 
por sua própria força. 
• Deve agir pessoalmente, podendo receber 
auxílio de amigos ou serviçais. 
• Deve empregar meios mínimos necessários, 
inclusive armas, para recuperar a posse perdida. 
• Reação deverá ser imediata. 
POSSE 
PROVISÓRIA 
• Se mais de uma pessoa se disser 
possuidora de um bem, o juiz deverá deferir 
a posse provisória da coisa disputada 
àquele que a detiver, não sendo manifesto 
que a obteve de modo violento, clandestino 
ou precário, até que se resolva a questão, 
atendendo-se ao critério da “melhor 
posse”. 
Art. 1.211 Quando mais de uma pessoa se disser 
possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a 
coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma 
das outras por modo vicioso 
RECEPTADOR 
DE COISA 
ESBULHADA. 
• Possuidor, que sofreu esbulho, pode 
intentar ação de reintegração de posse 
cumulada ou não com indenizatória contra o 
esbulhador e contra terceiro que recebeu 
bem esbulhado, sabendo que o era, 
• É receptador de coisa esbulhada por sua 
má-fé ao adquiri-la do esbulhador. 
Enunciado 80: "É Inadmissível o direcionamento de demanda possessória ou 
ressarcitória contra terceiro possuidor de boa-fé, por ser parte passiva ilegítima, 
diante do disposto no art. 1.212 do novo Código Civil. Contra o terceiro de boa-fé 
cabe tão-somente a propositurade demanda de natureza real." 
Art.1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de 
indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada 
sabendo que o era. 
1- Liminar -> possibilidade de concessão de liminar em 
caso de posse nova. (arts. 558 c/c 562, NCPC) 
 
• Negada medida liminar: + elementos instrução persuasão ao 
juiz (requisitos reintegração liminar - art. 561 e 562 NCPC). 
 
• Juiz pode determinar ao Autor justificar o alegado, citando réu 
para comparecer audiência que for designada (art. 562 NCPC). 
 
Obs: 
Audiência de justificação pode ser substituída por inspeção 
judicial no imóvel. 
 
Características da Ações Possessórias 
 
2) Duplicidade (art. 556 NCPC) 
• Possibilidade de pedido contraposto, sem necessidade 
de reconvenção. 
• réu pode fazer o pedido na própria contestação. 
 
 Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido 
em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos 
prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. 
 
3) Fungibilidade (art. 554 NCPC) 
• Ação pode ser julgada mesmo que não seja a 
adequada. 
• Maior celeridade. 
 
Características das Ações Possessórias 
 
4) Cumulatividade (art. 555 NCPC) 
• Possibilidade de acumulação de pedidos diversos: 
• Ação indenizatória + Multas diárias no caso de novo esbulho 
ou turbação + devolução no estado anterior. 
 
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: 
I - condenação em perdas e danos; 
II - indenização dos frutos. 
 
OBS: A cumulação de pedidos de indenização + multa pela não 
cessação imediata à agressão da posse + demolição (sfc) -> não 
desnatura natureza da ação possessória, que continuando a 
seguir o procedimento especial do NCPC (diferenciado pela 
audiência de justificação). 
 
 
 
Características da Ações Possessórias 
 
Pressupostos Processuais 
Possibilidade jurídica do pedido: 
• confusão entre o âmbito petitório e possessório. 
• Se autor do pedido nunca foi possuidor e não obteve qualquer 
transmissão ou sucessão na posse não terá pretensão possessória. 
 
Legitimidade: 
• Possuidor direto ou indireto. 
• Detentor não tem legitimidade ativa nem passiva. 
• Se houver agressão à posse de bem sob sua apreensão, somente 
deferida a autotutela imediata e proporcional da posse; 
• Detentor indicado como réu em ação possessória, deve nomear o 
sujeito passivo (art. 338 e 339 NCPC). 
 
 Marcelo move ação reivindicatória em face de Rodrigo em 2015, 
afirmando ser proprietário de determinado imóvel, desde 2012. Porém, 
deixa de instruir a inicial com a escritura pública devidamente registrada, 
eis que não a possui. Rodrigo apresenta contestação na qual sustenta 
deter a posse do imóvel desde 2008, posse que lhe fora transmitida com a 
morte de sua mãe, possuidora mansa e pacífica do imóvel, desde 1998, 
com justo título e animus domini. Alega Rodrigo, em seu favor, a exceção 
de usucapião, requerendo a improcedência do pedido com o 
reconhecimento da prescrição aquisitiva, invocando, alternativamente, o 
direito de retenção por benfeitorias úteis, e protestando por prova 
testemunhal. Em audiência de conciliação considerou o magistrado estar 
comprovada a matéria de direito, inexistindo matéria de fato a ser 
considerada. Denega a produção de provas testemunhal e profere 
sentença de procedência do pedido inicial, sob os seguintes argumentos: 
a) que não cabe discussão acerca da posse ad usucapionem e que restou 
comprovado o domínio do autor; b) que, por ser a posse um estado de 
fato, não é possível a sua transmissão; c) que não cabe o direito de 
retenção por benfeitorias, pois se trata de possuidor de má fé. Diante do 
caso concreto, pergunta-se: 
CASO CONCRETO – SEMANA 03 
 1. Como advogado(a) de Rodrigo, que direitos sustentaria 
para fundamentar sua defesa? 
 2. Sem discutir a questão da usucapião, terá Rodrigo direito 
à posse do bem? Por quê? 
 3. Como fica o direito de retenção por benfeitorias? 
 4. E o direito aos frutos? 
CASO CONCRETO – SEMANA 03 
O possuidor de má fé: 
 
(a) Não tem direito à indenização independentemente do tipo de 
benfeitoria que tenha realizado no imóvel. 
(b) Tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e das 
úteis, mas só pode reter o imóvel em razão das necessárias. 
(c) Tem direito à indenização só das benfeitorias necessárias, mas 
não tem direito de retenção do imóvel. 
(d) Tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e das 
úteis sem direito de retenção do imóvel. 
(e) Tem direito à indenização só das benfeitorias necessárias com 
direito de retenção do imóvel. 
Questão objetiva 
Assinale a alternativa incorreta: 
 
(a) O possuidor tem direito de ser mantido na posse em caso de 
turbação. 
(b) Considera-se possuidor aquele que, achando-se em relação de 
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e 
em cumprimento de ordens ou instruções. 
(c) O Código Civil reconhece como injusta a posse que for violenta, 
clandestina ou precária. 
(d) A posse poderá ser desmembrada em direta e indireta. 
Questão objetiva 2

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