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Matéria da prova: Julgamento conforme o estado do processo, coisa julgada, instrução e julgamento, provas e Inversão do ônus da prova. Julgamento conforme o estado do processo: (CAPÍTULO V) SEÇÃO I – DA EXTINÇÃO DO PROCESSO SEÇÃO II – DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE SEÇÃO III – DO SANEAMENTO DO PROCESSO O julgamento conforme o estado do processo está insculpido no capítulo V, Título VIII – DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO, e se divide em três seções, acima descritas. O referido instituto pode levar o juiz a seguir dois caminhos distintos. O primeiro deles é o que resultará num julgamento antecipado, através de sentença terminativa ou definitiva, e o outro é o saneamento do processo, que tem como objetivo preparar o processo para a fase instrutória. 1.º – Da extinção do processo. O processo pode ser extinto pelo juiz, quando verificada qualquer das hipóteses descritas nos arts. 267 e 269, incisos II a V, ocorrendo, no primeiro caso, o julgamento sem exame de mérito, enquanto que no segundo será com análise de mérito. O art. 267 prevê uma série de formas em que a ação deverá ser extinta, sem julgamento do mérito, conforme se verifica abaixo: I - quando o juiz indeferir a petição inicial. A Inicial será indeferida quando ocorrer um dos casos previstos no art. 295, quais sejam: a)quando for inepta, ou seja, se lhe faltar pedido ou causa de pedir; se da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; se o pedido for juridicamente impossível; e, por fim, se contiver pedidos incompatíveis entre si; b) quando a parte for manifestamente ilegítima; c) quando o autor carecer de interesse processual; d) quando o juiz verificar, desde logo, decadência e prescrição: nesse ponto há que se fazer uma ressalva para o fato de que o juiz não pode de ofício indeferir a petição Inicial com base na prescrição, que segundo alguns doutrinadores é a perda do direito de ter sua pretensão apreciada, a menos que seja suscitada pelo Réu. Isto porque o direito de ação é uma garantia constitucional, sendo um contra senso o juiz ex oficio tirar da parte o direito a um provimento jurisdicional. Ressalte-se, contudo que a decadência e a prescrição são causas de extinção da lide com julgamento de mérito. e) quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal; f) ver art. 39 parágrafo único e art.284. II – quando o processo ficar parado por mais de um ano por negligência das partes; III – quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de trinta dias. Ressaltamos, contudo, que de acordo com os incisos II e III, o juiz deverá intimar as partes pessoalmente para que dêem andamento normal ao feito, concedendo aos mesmos prazo de 48 horas. Assim, somente depois de transcorridos esse lapso temporal é que se poderá extinguir o processo. IV – quando se verificar ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V – quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada; VI – quando não ocorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica do pedido, a legitimidade das partes e o interesse processual; VII – pela convenção de arbitragem. Ademais disso, saliente-se, ainda, que o processo poderá, também, ser extinto com exame de mérito, nos termos do art. 269, incisos II a V, in verbis: II – quando o réu reconhecer a procedência do pedido do autor. III – quando as partes transigirem. Saliente-se que a transação é um acordo efetivado diretamente entre as partes, sem intervenção do juiz, ao contrário do que ocorre na audiência, em que as partes, via estado-juiz, em uma relação angular, buscam obter a conciliação, ao final. Ademais disso, a transação e a conciliação assemelham-se por possuírem a mesma finalidade, que é a obtenção de um acordo. A diferença reside justamente na forma pela qual cada um desses termos se operacionalizam. Isto porque somente nas causas sujeitas a audiência é que será possível ocorrer conciliação. IV – quando o juiz pronunciar a decadência ou prescrição; V – quando o autor renunciar ao direito sobre que funda a ação. 2.º – Do julgamento antecipado da lide O instituto do julgamento antecipado da lide representa um grande avanço para o processo civil brasileiro, uma vez que tem por escopo abolir, em alguns casos, as formalidades desnecessárias e exageradas do legislador. Isto porque, há casos em que a produção de provas em audiência, ou por meio de perícia, faz-se totalmente irrelevantes para o desfecho final de uma determinada demanda. Tal sistemática deverá ser utilizada quando, na fase postulatória, não se verificar qualquer das hipóteses de extinção previstas nos arts. 267 e 269, II a V, visto que, em havendo um dos casos aqui elencados, a decisão a ser exarada não examinará o mérito propriamente dito, apesar da possibilidade de tal julgamento ser realizado por meio de sentença definitiva. Esse mecanismo foi previsto inicialmente no art. 350 do CPC de 1939, em seu parágrafo único, que estabelecia o seguinte: o juiz conhecerá, entretanto, diretamente do pedido, proferindo sentença definitiva, quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver de produzir prova em audiência Posteriormente, com o advento do Código de Processo Civil de 1973, mencionado dispositivo passou a ser regulamentado no art. 330, inciso I, acrescentando-se, contudo, a hipótese da revelia (inciso II), que representou uma inovação trazida pelo legislador para dar maior celeridade e economicidade ao andamento dos processos, conforme se pode verificar a seguir: Art. 330. O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença: I – quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência; II – quando ocorrer a revelia (art. 319). Assim, o juiz conhecerá diretamente do pedido, prolatando sentença quando a questão(1) de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produção de provas, por serem irrelevantes para os autos, que já contém documentação suficiente para o livre e seguro convencimento do juiz, bem como nos casos em que se operar os efeitos da revelia, previstos no art. 319 do CPC. O núcleo norteador do supracitado dispositivo centra-se na expressão conhecerá diretamente do pedido, de onde se infere sua natureza cogente, que não abre possibilidades nem faculdades para que o juiz, sob infundado receio, não profira, de plano, sentença meritória. Acerca do exposto, vejamos o entendimento de Theotônio Negrão, em comentários ao art.330, que se posiciona da seguinte forma sobre o assunto: o preceito é cogente: conhecerá, e não poderá conhecer; se a questão for exclusivamente de direito, o julgamento antecipado da lide é obrigatório. Não pode o juiz, por sua mera conveniência, relegar para fase ulterior a prolação da sentença se houver desnecessidade de ser produzida prova em audiência. Para melhor entendimento da matéria observe-se que, com o julgamento antecipado da lide(ou mérito), ocorrerá a supressão de uma das fases do processo de conhecimento, que é dividido em três etapas: postulatória (petição inicial, resposta do réu e providências preliminares), instrutória (ou probatória) e decisória. Dessa forma, o curso normal do processo de conhecimento deverá passar por estas etapas, com uma pequena ressalva para a fase saneadora, em que há controvérsias quanto a sua existência. Para os doutrinadores que a admitem, ela situa-se entre a postulatória e probatória, na ordem acima descrita. Nesse diapasão, o julgamento antecipado da ação representa uma forma anormal de decisão, tendo em vista que é escoimada afase instrutória do processo, ou seja, pelo fato de tratar-se de questão unicamente de direito ou que prescinda de produção de provas, por já se ter todos os fatos alegados devidamente comprovados por meio de documentos, o Magistrado deverá conhecer diretamente do pedido e exarar, de logo, sentença de mérito, recorrível através de recurso de apelação, apesar de ser proferida fora de sua rota regular. É o que ocorre, por exemplo, numa ação onde se pleiteia a declaração de inconstitucionalidade de determinado dispositivo legal, vez que os pontos controvertidos e duvidosos tratam de matéria exclusivamente de direito; de forma que a produção de provas e a realização de audiência seriam pura perda de tempo e energia processual, haja vista ser totalmente desnecessárias para o convencimento do juiz. Nessa linha de idéias, quando a questão discutida nos autos versar sobre matéria exclusivamente de direito, não havendo, portanto, fatos controvertidos nem duvidosos a ser provada a solução do litígio dependerão tão somente da interpretação que o juízo ou Tribunal dispensar acerca do tema. Por outro lado, em havendo fatos a serem comprovados, a jurisprudência vem se posicionando no sentido de que o magistrado tem o dever-poder de julgar antecipadamente a lide, desprezando a produção de provas, ao constatar que o acervo documental acostado aos autos possui suficiente força probante para nortear e instruir seu entendimento. Além disso, o julgamento antecipado da lide não constitui cerceamento de defesa, haja vista que referido julgamento somente será efetivado quando irrelevantes outras provas mais.(2) Ponto de suma importância e que se enquadra perfeitamente no instituto do julgamento antecipado da lide, foi a inovação instituída no CPC, pela lei 10.352, de 26 de dezembro de 2001, em que foi introduzido no art. 515, o § 3.º, abaixo transcrito: § 3.º Nos casos de extinção do processo sem julgamento de mérito (art.267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. Com efeito, nos casos em que o juízo de origem não tenha ainda se manifestado acerca do direito material discutido, e havendo no processo as hipóteses elencadas pelo texto retro, ao tribunal será facultado(3) exarar decisão de mérito, de forma que ocorrerá, por força desse dispositivo, supressão de instância e, consequentemente, julgamento antecipado da lide. O legislador quis, na verdade, dar maior celeridade ao processo, pois ao invés de determinar o retorno dos autos ao juízo de origem para proferir nova sentença soluciona de plano a lide ali posto. Dessa forma, houve, de fato, um ganho em termos de economia processual. Entretanto, há que se ressaltar que referida alteração significa uma verdadeira afronta a vários princípios, a exemplo do duplo grau de jurisdição, do devido processo legal, da ampla defesa, do juízo natural, entre outros. Saliente-se que a conjunção e tem natureza aditiva, de modo que, além de tratar de questão exclusivamente de direito, o processo deverá está também devidamente preparado para imediato julgamento. No atinente à revelia, é de suma importância frisar que não é com a mera e pura revelia que se deverá realizar o julgamento antecipado da lide, mas tão-somente quando se verificar a produção de seus efeitos, consoante art. 319, expressamente prescrito no inciso II do Art. 330. Com efeito, este dispositivo quis passar a idéia da realização dos efeitos da revelia, tanto é que mencionou taxativamente o art. 319. Em suma, a segunda hipótese ocorrerá quando se operar o fenômeno da revelia, seguida de seu efeito principal, que é a presunção de veracidade dos fatos alegados na inicial. A doutrina e a jurisprudência vêm tratando desse tema com bastante cuidado, uma vez que ao revel é facultado ingressar no feito a qualquer momento, inclusive para produzir as provas que possuir. A relativização dos efeitos desse fenômeno não tem como finalidade prejudicar a celeridade, sustentáculo basilar do julgamento antecipado da lide, mas apenas evitar um possível enriquecimento sem causa da parte autora. Outro fato interessante se dá quando o réu apresenta documentos em contestação intempestiva, devendo o juiz aplicar ao caso, de imediato, os mesmos efeitos previstos no art. 319. 3.º DO SANEAMENTO DO PROCESSO. O saneamento do processo vem disciplinado no CPC pelo art. 331, e ocorrerá apenas quando não houver nenhuma das hipóteses de extinção e nem de julgamento antecipado da lide, previstas nos arts. 329 e 330, posto que, como já dito antes, o processo pode seguir dois caminhos diversos: um que é o julgamento prematuro ou antecipado e outro que segue todas as etapas normais do processo de conhecimento, sendo o saneamento uma fase, meramente, preparatória para a etapa subsequente. Nesse passo, o termo “a quo” do saneamento se inicia desde o primeiro contato que o juiz tem com a demanda, posto que é a partir do despacho inicial que o magistrado começa a verificar se há alguma irregularidade a ser observada e sanada. Conforme aduz Marcelo Abelha Rodrigues (em nota de rodapé de sua obra Elementos de Direito Processual Civil. São Paulo: RT, 2000, V. 2., p. 164) a fase saneadora não tem hora para começar. O juiz deve filtrar todas as impurezas do processo desde o ajuizamento da petição inicial. O momento normal de saneamento tem início com as providências preliminares e culmina com o despacho saneador previsto na audiência do art. 331 do CPC. Para melhor visualizarmos o verdadeiro significado do saneamento do processo, faz-se mister uma análise do que estabelece o art. 331 caput do CPC, infra transcrito: Art. 331. Se não se verificar qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes e a causa versar sobre direitos disponíveis, o juiz designará audiência de conciliação, a realizar-se no prazo máximo de trinta dias, à qual deverão comparecer as partes ou seus procuradores, habilitados a transigir. § 1.º Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença; § 2.º Se, por qualquer motivo, não for obtida a conciliação, o juiz fixará os pontos controvertidos, decidirá as questões processuais pendentes e determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário. Do exame do dispositivo acima descrito, percebe-se que o juiz deverá designar audiência de conciliação quando o processo não se enquadrar em nenhuma das hipóteses estampadas nos arts. 329 e 330, do CPC., e, além disso, tratar de direitos disponíveis, ou seja, versar sobre bens que possam ser objeto de transação. A realização da audiência de conciliação é uma obrigação do juiz, que tem o dever de, a qualquer tempo, tentar conciliar as partes (art. 125, IV). Entretanto, urge ressaltar que a lei 10.444, de 7 de maio de 2002, alterou algumas disposições do código, dentre elas cumpre abordar a modificação ocorrida no caput do art. 331, bem assim o § 3.º ora introduzido na sistemática do estatuto processual. O referido dispositivo, nos termos da nova lei, reza o seguinte: Art. 331. Se não ocorrer qualquer da hipóteses previstas nas seções precedentes, e versar a causa sobre direitos que admitam transação, o juiz designará audiência preliminar, a realizar- se no prazo máximo de 30 (trinta) dias, para a qual serão as partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou preposto, com poderes para transigir. [...] § 3.º Se o direito em litígio não admitir transação, ou se as circunstâncias da causa evidenciarem ser improvável sua obtenção, o juiz poderá, desde logo, sanear o processo e ordenar a produção da prova, nos termos do § 2.º. De acordo com texto anterior, a audiência era obrigatória e somente ocorreria se a causa versasse sobre direitos disponíveis. Atualmente, a audiência deverá ser marcada quando a causa tratar de direitos que admitam transação. Assim, a nova redação docaput do art. 331 CPC, aumentou a abrangência da audiência preliminar, para incluir não só direitos disponíveis, mas também aqueles indisponíveis que admitam transação, aqueles em que se pode transigir quanto aos efeitos. Na audiência de conciliação obrigatória o juiz tentará conciliar as partes, mas não sendo possível tal conciliação, o magistrado deverá tomar as medidas previstas no § 2.º, abaixo descritas: a) fixará os pontos controvertidos: o autor está obrigado a expor os fundamentos de fato e de direito de seu pedido, em sua peça vestibular, da mesma forma ao réu compete, em sua contestação, impugnar especificamente cada ponto suscitado na inicial. Assim, para que os fatos sejam tidos como duvidosos e controvertidos é necessário que eles tenham sido contestados, de forma que os não impugnados serão, em princípio, tidos como verdadeiros. Registre-se ainda que nem todo fato controvertido necessita ser comprovado, mediante a produção de provas, pois a depender dos documentos carreados aos autos, o juiz já terá condições suficientes para formar seu convencimento. Mas existindo fato cuja realização de provas são indispensáveis, o magistrado, a pedido das partes, deferirá a realização das mesmas. b) decidirá questões processuais pendentes: como já dito antes, o saneamento do processo se inicia desde o primeiro contato que juiz tem com o processo, de forma que o exame acerca dos pressupostos processuais, das condições da ação e da validade dos atos processuais é realizado já na fase postulatória. Assim, o despacho saneador não tem a finalidade de sanar o processo de seus vícios, mas a mera prerrogativa de declarar que o processo se encontra livre de qualquer desses vícios, ou seja, pronto para passar para a fase instrutória. Segundo Humberto Theodoro Júnior, o despacho saneador, portanto, passou a ser aquela decisão que o juiz profere, ao final das providências preliminares, para reconhecer que o processo está em ordem e que a fase probatória pode ser iniciada, eis que será possível o julgamento do mérito e, para tanto, haverá necessidade de prova oral ou documental. Por fim, vale aduzir que a audiência que antes era obrigatória, não mais o será, tendo em vista que, conforme dispõe o §3.º do art. 331, se o direito em litígio não admitir transação ou se as circunstâncias levarem a crer que é impossível a obtenção de conciliação, o juiz poderá dispensar a audiência, saneando, de logo, o processo e determinando a produção das provas, que, a pedido das partes, acharem pertinente. Dessa forma, a audiência que era obrigatória, não mais o será, quando se verificar qualquer dessas hipóteses. Coisa julgada no Processo Civil Coisa julgada é a qualidade conferida à sentença judicial contra a qual não cabem tais recursos, tornando-a imutável e indiscutível. Sua origem remonta ao direito romano (res judicata), onde era justificada principalmente por razões de ordem prática: pacificação social e certeza do final do processo. Atualmente tem por objetivos a segurança jurídica e impedir a perpetuação dos litígios. O instituto da coisa julgada está presente em praticamente todos os sistemas jurídicos ocidentais principalmente aqueles que têm seus fundamentos no direito romano. Coisa julgada formal Coisa julgada formal é a impossibilidade de modificação da sentença no mesmo processo, como consequência da preclusão dos recursos. Depois de formada a coisa julgada, o juiz não pode mais modificar sua decisão, ainda que se convença de posição contrária à que tinha anteriormente adotado. Só tem eficácia dentro do processo em que surgiu e, por isso, não impede que o tema volte a ser agitado em nova relação processual. É o que se denomina Princípio da inalterabilidade do julgamento. Todas as sentenças fazem coisa julgada formal, mesmo que não tenham decidido a disputa existente entre as partes. Por exemplo: “A” cobra indenização de “B”, mas o advogado de “A” não apresenta ao juiz procuração para representá-lo no processo. O juiz profere sentença extinguindo o processo “sem julgamento de mérito”. “A” não recorre no prazo previsto pela lei e a sentença transita em julgado. A coisa julgada formal impede que o juiz modifique a sentença naquele mesmo processo, se descobrir que a procuração havia sido apresentada ou se o advogado vier a apresentá-la posteriormente. No entanto, providenciada a procuração, “A” pode iniciar um novo processo para cobrar indenização de “B”. Coisa julgada material Coisa julgada material é a impossibilidade de modificação da sentença naquele mesmo processo ou em qualquer outro, posto que a matéria em análise cumpriu todos os trâmites procedimentais que permitem ao Judiciário decidir a questão em definitivo. Depois de formada a coisa julgada, nenhum juiz poderá concluir de forma diversa, por qualquer motivo. Em princípio, apenas as sentenças que tenham decidido a disputa existente entre as partes (mérito), fazem coisa julgada material. Estas sentenças não podem ser modificadas, nem se pode iniciar um novo processo com o mesmo objetivo, em virtude da necessidade de promover a segurança jurídica, para que não se possa discutir eternamente questões que já foram suficientemente analisadas. Por exemplo, “A” cobra indenização de “B” por acidente de trânsito, mas no curso do processo não consegue apresentar qualquer prova de que “B” seja culpado. O juiz julga o pedido improcedente (nega a indenização pedida), “A” não recorre no prazo previsto pela lei e a sentença transita em julgado. Assim, tem-se a coisa julgada material. Nesse caso, "A" só poderá buscar na justiça a reparação do dano, em ocasião ulterior, nas hipóteses previstas no Art. 485 do Código de Processo Civil. Dentre essas, o inciso VII preconiza: "[Se,] depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável". Em outras palavras, ocorre coisa julgada material quando a decisão judicial fixa-se no tempo e no espaço, não havendo mais a possibilidade de recorrer contra ela, tendo o magistrado apreciado o mérito do pedido. A coisa julgada material, não deverá ser objeto de nova apreciação do judiciário, enquanto a coisa julgada formal poderá sê-lo. Exceções à coisa julgada A mais importante exceção à coisa julgada no processo civil é a ação rescisória, que permite a modificação da sentença no prazo de dois anos após o trânsito em julgado, na hipótese de ocorrência de problemas graves que possam ter impedido uma decisão adequada, como a corrupção do juiz ou a ofensa à lei. Também é tratada como exceção à coisa julgada é a possibilidade de modificar sentenças que tratam de relações continuativas, como o pagamento de pensão alimentícia (artigo 471, inciso I, do Código de Processo Civil brasileiro). Se houver modificação na riqueza de quem paga ou na necessidade de quem recebe, é possível um novo processo para modificar a determinação da sentença original, modificando o valor da pensão, por exemplo. No entanto, embora tratada como exceção pela lei, a situação não é na verdade excepcional. De acordo com os limites objetivos da coisa julgada, é sempre possível um novo processo e uma nova decisão quando se alteram os fatos que fundamentam o pedido (causa de pedir), independente de se tratar de relação continuativa ou não. Recentemente, criou-se no Brasil nova exceção à coisa julgada, possibilitando-se a modificação de sentenças sobre investigação de paternidade, em processos de época anterior à existência do exame de DNA. A exceção não foi criada através de lei, mas sim de entendimento do Superior Tribunal de Justiça de que o exame de DNA constituiria “documento novo” para os fins de ação rescisória, nos termos do artigo 485, inciso VII, do Código de Processo Civil brasileiro. Por fim, os erros materiais ou de cálculo existentes nas decisões também não são alcançados pela coisa julgada, podendo ser corrigidode ofício ou a requerimento da parte interessada, como, por exemplo, no caso de um equívoco quanto ao nome das partes ou omissão de um litisconsorte. Segundo o professor Marcelo Novelino (rede LFG), Os instrumentos processuais cabíveis para o reconhecimento da coisa julgada inconstitucional seriam: I - alegação “incidenter tantum” em algum outro processo, inclusive em peças defensivas ou a propositura de nova demanda igual à primeira, desconsiderada a coisa julgada; II - ação declaratória de nulidade; III - ação rescisória (STF - AI 460.277/DF, rel. Min. Gilmar Mendes (19.09.2003); IV - embargos à execução para argüir a inexigibilidade do título executivo judicial (CPC, art. 741, parágrafo único) (STF - RE (AgR) 328.812/AM, Rel. Min. Gilmar Mendes) Inversão do ônus da prova no caso do direito do consumidor Fragilidade perante o fornecedor das mercadorias/prestador de serviços Sempre que tivermos desvantagem, a lei precisa recompensar essa fragilidade, para que se preserve a igualdade tratamento das relações jurídicas. O que acontece no CDC. O consumidor tem uma relação de confiança porque desconhecem como foi a cadeia de produção e comercialização do produto, situação de fragilidade do consumidor. Código de PROTEÇÃO, é parcial mesmo. “Onde a liberdade escraviza a lei protege, onde há o forte e o fraco.” Para equilibrar a relação. Entre os diversos instrumentos, no art. 6º, VIII, CDC, há inversão do ônus da prova, nunca contra o consumidor. Só no processo civil, que verse sobre o direito do consumidor. Critérios para obter a inversão A critério do juiz (o responsável pela inversão, inversão judicial, e há também inversão legal, independentemente do juízo do valor, ou requisitos, p.e. art. 12 CDC,acidentes fato do serviço, p.e. má sinalização de piso molhado e p.e. fato do produto, produto explodindo; respondem independentemente de culpa genérica, art. 12 §3º CDC, substituir a palavra culpa por fato nesse caso o produtor que tem o ônus de provar a culpa dos outros, também no art. 14, § 3º CDC) for Verossímil (in fine) à luz ordinárias de experiência (não extraordinários, casos fortuitos e de força maior) = parece ser verdadeiro. Hipossuficiência, ausência de controle de prova (só o prestador tem os meios de prova aptos a provas que aquilo ocorreu) Deve o juiz fazer no despacho saneador, antes da fase probatória, há outras correntes. O CDC é hibrido tem regras de direito material, processual, penal, administrativo, civil e processual civil. Prova Emprestada Uma prova ou uma testemunha Economizando custos de recursos e de tempo Exige, que aquele utilizará a prova, deverá ter participado no outro processo, Um mesmo réu para os dois processos. Para preservar o contraditório e poder fazer a contraprova. Provas Específicas Perícias Depoimento pessoal. 342 e SS CPC. Autor (já presente na inicial, por isso não pode requerer de si mesmo mas do réu e vice e versa) e ré, que deporão sobre os fatos da causa. Sob de pena de confissão, a parte que intimada (pessoal,343 §2º CPC), a parte deixa de comparecer e nem ficar calado (se recuse a depor, 343 § 2º in fine CPC, porque não é processo de cunho criminal) no processo civil. Enquanto o autor depõe o réu fica fora da sala, depois inverte. Não pode ficar presente, porque pode atrapalhar a produção de prova oral própria do próximo que for prestar. 344 §ú CPC 347 porque não é processo de cunho criminal Confissão Art.348 CPC Tanto o autor como o réu 350 a confissão de um não prejudica o outro §ú bem imóvel só conjuntamente para quaisquer atos da vida civil inclusive dispor. 351 não vale sobre direito indisponíveis, (já estudamos) não poderá tomar em consideração Processamento/Produção das Provas Documental 396 CPC Momento em que deve ser requerida e produzida Difere para o autor e o réu, deve ser requerida com a petição inicial, com os documentos dos fatos que está alegando, 396 CPC O réu deve fazê-lo na contestação. Outros momentos 397 CPC para contrapor e sucessivamente até esgotar todos documentos. Sempre que uma parte anexar um documento a outra deve tomar conhecimento para garantir o contraditório 398 CPC ouvirá as duas partes sobre os documentos Prova testemunhal 400 CPC São aqueles de pessoas que tenha conhecimento sobre os fatos da causa. Por isso impõe cautela. Muitos advogados indicam testemunhas que nada sabem, para enrolar. O juiz deve indeferir provas protelatórias ou impertinentes. Deve perguntar antes o que a testemunha esclarecerá. Art. 130 CPC e outros. É preferível deferir, do que indeferir, e perder mais tempo com recurso. Há um momento em que as partes vai arrolar as testemunhas. Se não tiver prazo, a lei dispõe prazo de 10 dias a partir do despacho saneador. Deve ser cumprido sob pena de preclusão. Prazo para que a outra parte tome conhecimento das testemunhas, e poder impugná-las. No dia da audiência serão intimadas por cartas precatórias ou postal, ou o advogado pode se comprometer, (comunicando ao juízo se não deve intimá-las) levá-las, se não for injustificadamente, deve ser conduzindo à força, sob vara. Não é um favor. Contraditar a testemunha é impugnar sob algum vício. Alegações Orais 454 CPC Alegações orais (454 § 3º) pode ser substituídas por memoriais/alegações finais escritas. Autor, réu e MP. Ao final o juiz proferir a sentença em gabinete (456) pode cada um fazer da forma que mais convir. Mas na prática ambos escolhem as mesmas formas. A sentença se torna irretratável (463) quando se torna pública, a não ser erros materiais (trocar nomes das partes) ou aritmético. Pode ser modificada por recursos sendo provocado). Sentença Objeto imediato do processo. Seja resolvendo ou não o mérito. Duas classificações: 1ª • Terminativas, não resolvem o mérito da questão • Definitivas, resolvem o mérito da questão Pesquisar nos livros (PROVA) 2ª, doutrinária, mesma classificação de ações • Declaratórias, reconhecem relações jurídicas • Constitutivas, criam relações jurídicas • Condenatórias, impondo uma obrigação (dar,fazer ou não fazer) (Criadas por Pontes de Miranda, mas hoje já se aceita, prescinde de uma faze de execução,. São subespécies das ações condenatórias • Mandamentais: ex. ações em Mandado de Segurança • Executivas, incidem sobre bens que já integravam o próprio proponente da ação, ex. mandado de despejo. 458 CPC, requisitos/dentro da própria sentença I – relatório resumido II – fundamentação/motivação, onde o juiz começa a pensar, sem ela, a sentença é nula, ainda não está julgando, exame das preliminares, exame dos mérito da causa, fixando os pontos da causa, acordo e descordo/debate, usa as fontes do direito para julgar, deve examinar tudo que possa influenciar a causa, e deixar de lado o que não tiver mesmo que arguido. III – o decidirá e não apenas resolver, estabelece também as verbas de sucumbência 459 c/c 269, I, numa mesma sentença pode ter resultados diferente: terminativa a um réu e definitiva ao outro. §ú c/c 286 excepcionalmente pode ser genérico, regra é pedido certo e determinado, por isso não ilíquida nem incerta ou condicional 460 Sentença “citra petita”, disse menos do que foi pedido. Sentença extra petita, disse além do que foi pedido, princípio da congruência, nem além nem menos do que foi pedido, que limita o julgamento. Ou dá o pedido ou parte ou nada. Sentença ultra petita, deu o que pediu e além. 461 §1º, resultado prático correspondente Pode se converter em perdas de danos a requerimento caso não seja mais possível §2º multa coercitiva para se forçar a cumprir a obrigação imposta. Pode ser majorada ou diminuída quantas vezes o juiz quiser. Não substitui a obrigação princípio. Principal é perdas e danos. A multa vai para a parte. Não pode usar a multa para se enriquecer. A multa não é substitutiva da obrigação. 462 Não é um direito novo, um fato novo pode ou não influir no julgamento da causa. 463 Se torna pública quando:lançada ao escrivão aos autos do processo, pode alterar. O juiz não pode se retratar, irretratabilidade.
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